domingo, 10 de outubro de 2010

Sobre a entrevista do Professor Carrilho à SIC Notícias IV.


Voltando ainda ao Professor Carrilho, compreende-se a sua posição de princípio. No entanto, já é mais difícil entender a sua disponibilidade em continuar nas mesmas funções e a servir o mesmo Governo, durante mais um ano. Se as instruções originais violavam tanto a sua consciência, porque não pediu logo a demissão?! É professor universitário, não é diplomata de carreira. E após o incidente, porque é que  o Ministério dos Negócios Estrangeiros o manteve no lugar durante todo este tempo e o PM demorou a tomar a decisão? A UNESCO deixou de ser importante? A consciência do actual Governo português em projectar uma imagem de prestígio e coerência internacionais de acordo com a História do País está patente na forma como se mostrou zeloso apoiante de um candidato desprestigiado junto de importantes círculos de opinião pública e meios de informação ocidentais. Era mais relevante conseguir a simpatia da Líbia e do Sudão. No fundo tudo é negociável para as actuais autoridades portuguesas. Esquecem-se que a política internacional já não pode ser conduzida como no século XIX, quando as frequentes manobras de bastidores não tinham consequências visíveis. Essa notável flexibilidade é comparável à capacidade de acomadação filosófica de Manuel Maria Carrilho. Princípios para quê? E depois Paris tem outro encanto...

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