segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Os líderes...(a propósito de mais uma cimeira da UE em Bruxelas)

Os líderes europeus, quais? Actualmente, há apenas uma, chama-se Angel Merkel e não é qualquer anjo, apesar do nome poder indicar o contrário. Aliás, os alemães precisam de tudo, menos atitudes angélicas. Toda a gente "lhes quer ir ao bolso"...parecem ser os únicos europeus ricos. Até não são, mas lá parecer, parecem. Para falar verdade, aquilo em Berlim também não está grande coisa...no mundo do capitalismo ocidental nada está muito bem. Porém, na UE existem, no mínimo, 5 presidentes permanentes (conselho, comissão, parlamento europeu, tribunal de justiça e banco central europeu) e não se sabe quantos vice-presidentes, comissários, directores-gerais, deputados, etc. Em termos práticos, quanto mais falida a UE, mais crescem os respectivos altos cargos; não se consegue chegar a acordo, aumenta-se o número de reuniões a todos os níveis e, depois, convenientemente, apresentam-se umas vagas conclusões para assunto de telejornais. Entretanto, os orgãos de soberania nacionais,eleitos pelas populações de cada país, são cada vez mais reduzidos a caixas de ressonância irrelevantes. Importaria que o cidadão europeu reparasse que a burocracia europeia, além de regulamentos redundantes e inúteis, está a tornar-se insidiosamente perigosa, pois quem irá vigiar, avaliar e, talvez, aprovar orçamentos resultantes dos nossos impostos, será gente, algures num qualquer gabinete bruxelense, que nem sequer fala português...Entretanto, com ou sem Bruxelas, não há alternativa à austeridade...

sábado, 14 de janeiro de 2012

A resposta...(a propósito de declarações do ministro de assuntos parlamentares sobre a decisão das agências de avaliação/classificação financeiras em baixar de nível a capacidade financeira de nove países da zona euro, incluindo Portugal).

A resposta tem de ser portuguesa. Essa atitude de se remeter para a abstracção "europa" responsabilidades de fazer face a obstáculos, conduziu Portugal a crescente dependência de instâncias internacionais e à acefelia de governantes e instituições, afogadas em mecanismos burocráticos da União Europeia(UE). Não se age, há anos. Espera-se e reage-se apenas e sempre em função de chamados estímulos "europeus", os quais não podem ser controlados por portugueses. As análises das agências financeiras de avaliação/classificação traduzem opiniões sobre o óbvio e representam interesses que não são nossos. O actual governo em resultado do acordo internacional, prossegue, de forma geral, as políticas de austeridade correctas. Todavia, parece estar a perder ímpeto: as recentes e escandalosas nomeações, o estúpido arrastar de negociações na chamada concertação social, onde se insiste em querer misturar "azeite e água", o adiar das imprescindíveis reestruturações nas autarquias em conjunto com declarações infelizes de altos-responsáveis, incluindo o PM,  parecem indicar já cansaço, quando a tarefa mal começou. O único caminho económico-financeiro viável para a recuperação a médio/longo prazo continua a ser aquele, que tem sido trilhado, até agora. Porém, importa não perder energia e determinação. A curto prazo, qualquer alternativa de afouxamento, afundaria mais o País e traria maior miséria aos portugueses. Nos tempos mais próximos, a atitude correcta não dará simpatias nem votos ao governo. A tarefa continua a ser muito árdua. Contudo se os governantes actuais e os membros relevantes dos partidos, que os apoiam, têm algum sentido do devir da História sabem não haver tempo para hesitações. Infelizmente, a forma como alguns notáveis próximos do PM têm sido  recompensados, releva que não existe qualquer perspectiva histórica ou consciência patriótica da parte dessa gente, só vaidade e ganância por posições de prestígio e ordenados chorudos.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Tem razão....(a propósito de um artigo de opinião escrito no semanário "expresso" sobre a atribuição de subsídios de dois institutos públicos à filha do dr. Braga de Macedo para realizar uma exposição na capital moçambicana).

Tem razão o autor dos comentários e as observações estão efectuadas de forma correcta. Porém, legitimamente, insinuantes, pois paga impostos. Este dr. Braga de Macedo não é o mesmo que estêve, há uns anos, envolvido num qualquer esquema de subsídios comunitários para a agricultura por causa de uma propriedade no Alentejo? E por esse motivo teria sido demitido de Ministro das Finanças pelo então PM dr. Cavaco Silva? E depois, já sem o cargo, não se sentava na primeira fila das conferências do actual PR (ainda chefe de governo e líder do PSD), tirando, atenta e veneradamente apontamentos? Bem, reconheça-se a transparência, porque, não há pouco tempo, propôs em conferência de imprensa, que os serviços de informação e segurança da república fossem utilizados na internacionalização da economia e na captação de investimento estrangeiro, tudo devida e directamente coordenado pelo PM....Sem dúvida com tantas ideias, funções e mais um programa na TVI24 deve ser talentoso.... do pai, o Professor Borges de Macedo, reconhece-se uma obra notável e incontornável como historiador (já o avô deixou obra importante)...dele nada me ocorre, a não ser a recente nomeação (mais uma ) para o orgão de supervisão da EDP. Deve ter um Phd tirado algures. Pelos vistos o dr. Macedo trata-se de um progenitor atento e extremoso...Nã, a crónica ecoa apenas rumores, fantasias, está eivada de inveja, a autora da brilhante exposição na antiga Lourenço Marques nunca recebeu qualquer apoio de instituições oficiais e, finalmente, não tem culpa de ser filha daquele pai, não é verdade!?

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Mas é que há...(sobre declarações do dr. Santos Pereira, ministro da economia, relativas ao "franchising" do pastel de nata).

Mas é que há com cada pastel em Portugal: nata, feijão, cerveja, etc e as pasteladas do dr. Álvaro Santos Pereira...apesar de português, resultou de um "outsourcing" canadiano. De facto, era muita "idea and sand" para as terras dos quase lendários irmãos Corte-Real. Assim, o dr. Passos Coelho trouxe-o para o cargo ministerial, cuja única função, até hoje, consiste em empatar. Portanto, um humorista impõe, evidentemente, uma outra graça à burocracia económica. Bem, talvez lance um "franchising" de pastéis. Já se está a ver aquelas cabeças económicas efervescendo com receitas do "portuguese custard pie". Porém, internacionalização sem discriminações. Aliás, o ecumenismo do dr. Portas nunca deixaria que tal ocorresse. Se houver lançamento internacional do pastel de nata, haverá de todos os outros. Claro, com uma excepção. E esssa seria o "portuguese pastel de bacalau", quero dizer "cod pastel" ou será "pastel cod" (não pode ser custard)...?! Espécie protegida. Bem se sabe que os brasileiros já o abastardaram e chamaram-lhe "bolinho de bacalhau", que também é muito bom. Contudo, como não conseguiram dar-lhe a forma única do nosso nacionalíssimo, perdão, "very portuguese pastel of bacalau", arredondaram-no. Aqueles, como herdaram um país enorme, adoram os diminutivos. Se há terra onde o "inho" fica bem é no Brasil. E é verdade, ainda existe o pastel de "massa tenra", quere-se dizer de "tender mass"...valha-nos a santa paciência, perdão "patience".

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Estas ocorrências...(a propósito das notícias publicadas acerca da influência da maçonaria resultante de denúncias de ambições de um ex-chefe dos serviços de informação).

Estas ocorrências com "lojas maçónicas" demonstram, sobretudo, a fraqueza de pessoas e instituições. A maçonaria em Portugal sempre foi empolada. O mito criado no século XVIII, como organização secreta defensora de valores "liberais", anti-Igreja e anti-antigo regime (absolutismo) criaram-lhe uma aurea de mistério idealista. Muito mais tarde, o execrável assassínio de El-Rei D. Carlos e a subsequente tragédia nacional, contribuíram para a criação de uma espécie de folclore de poder ao seu redor. A tacanhez do regime salazarista contribuiu para que essa mitologia bacoca chegasse aos dias de hoje. Havia monárquicos e republicanos maçãos, como talvez haja ainda. E todos os indícios apontam, que a conspiração, que vitimou aquele notável Monarca, envolveu indivíduos rancorosos e despeitados (monárquicos e republicanos), porque não conseguiam alcançar legitimamente o poder. O facto de pertecerem ou não à maçonaria constituiu a variável menos relevante naquele muito nefasto drama, prelúdio da infeliz chegada ao poder de facínoras, os quais, durante dezasseis anos, conduziram o País à ruína e à ditadura. Aliás, alguns dos apoiantes do Rei utilizavam também  "avental" como distintivo. Era então chique, sinal de prestígio e, em parte, uma espécie daquilo a que se chama "gauche chic", hoje em dia.
Algo, no entanto, vale a pena apontar: ao longo da história, prova-se que, todo e qualquer o tipo de organização secreta existiu, sempre, para tentar ser um factor de influência ou tráfico de favores. E procura, inevitavelmente, condicionar governos ou outros orgãos de poder. Se o conseguem ou não, depende da capacidade dos seus membros e da força e transparência das instituições.
Agora, se as pessoas pretendem usar avental ou guardanapos, não apenas para cozinhar, ninguém tem nada a ver com isso. Não há razão para medos. Deixem as teorias de conspiração para os romances de Dan Brown e similares.
Depois, para muitas pessoas, é importante integrar qualquer coisa de misterioso. Dá-lhes um sentimento de grandeza e cumplicidade. Se se sentem felizes em orar para um altar com um olho espalmado num triângulo, porque não?! Há coisas bem piores...  

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

A notícia escasseia...(sobre um artigo publicado no "expresso" acerca de um discurso do MNE Portas, por ocasião de um "seminário diplomático").

A notícia escasseia quanto a detalhes. Não parecem ser más ideias. Nem novas. Apenas recicladas. Necessidades de afirmação de um político pretendendo apresentar algo de novo. Agora, há dinheiro, por exemplo para "roadshows"? De quê? Sardinha assada, fogareiro, tintol e rancho foclórico de emigrantes?Depois, "business plan"obrigatório para embaixadas? Todas? Só o termo em inglês assusta. Será consequência de algum acordo ortográfico luso-anglo/saxónico? Está-se mesmo a ver o embaixador em Washington a aproveitar as primárias americanas para um "portuguese barbecue" (sardinhada) algures em Las Vegas, promovendo o excelente tinto do Dão com "majoretes" e "bandas"naquela "disneyland"...Daqui a umas décadas será interessante estudar "planos de negócio" propostos pelos embaixadores portugueses em,por exemplo, Adis-Abeba, Abuja ou Helsínquia e saber como foram (diplomaticamente) flagelados pelo MNE por não conseguirem alcançar as metas de venda de chinelos "made in Portugal". Ainda, será curioso ver a figura do embaixador português em Londres pitorescamente vestido de xadrês e com um taco de golfe ao pé do Buckingham Palace a distribuir folhetos promovendo aquele "sport"no Algarve. Dos velhos manuais sobre diplomacia ressalta a ideia, que a prática diplomática alicerça-se na realidade geopolítica do estado e sulca rotas de oportunidade de forma atenta e discreta... e aguardam-se as imagens no "twiter" e no "facebook" dos alegres "portuguese roadshows around the world".

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Portugal está no EURO...(a propósito da notícia no semanário "expresso" sobre o facto da sociedade que controla a "jerónimo martins" ter efectuado uma operação financeira a partir da qual a maioria do capital passou a estar baseado nos Países Baixos).

Portugal está no EURO, integra"o mercado único"europeu e é parceiro na União Europeia (UE). Comprometeu-se assim, com um conjunto de direitos, deveres e, eventuais, benefícios. Neste quadro geral transeuropeu, uma empresa portuguesa ou maioritariamente controlada por portugueses tem toda a legitimidade de tomar uma decisão, tendo em vista aumentar lucros ou por outro motivo de gestão. No passado o dinheiro raramente conheceu fronteiras. Hoje em dia, na UE deixaram, teoricamente, de existir para pessoas e bens. Quando se fala de internacionalização da economia, refere-se a isto mesmo e não à redundância falaciosa intitulada"diplomacia económica". No caso abordado na notícia parece não implicar desaparecimento de emprego no País. Por outro lado, a "jerónimo martins", actualmente, é uma multinacional do retalho, até pelos seus interesses na Polónia. O governo português se quer, no futuro, evitar este tipo de decisões deve aliviar (e em muito) a carga fiscal e mantê-la consistente, não só para as empresas, mas sobretudo para os cidadãos. Evidentemente, nos dois a três próximos anos, tal não será possível. Contudo, o caminho deve apontar nesse sentido. Seria mais saudável e positivo para toda a gente e para a economia, se por exemplo em vez de se receber 13º e 14º meses, as pessoas, no futuro, pagassem bastante menos IVA, IRS, IRC, EMI, etc. Isso sim, deveria ser a aspiração ou o conselho, por exemplo do Presidente da República no seu discurso de "Ano Novo", em vez de abstracções vagas e obstrusas como "políticas de crescimento e emprego..."

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

"Portugal é maior que a crise..." (a propósito do discurso de Ano Novo do PR, 01/01/2012).

"Portugal é maior do que a crise em vivemos", concorda-se e enfatiza-se é muito, mas muito maior. Os governantes têm sido ora fracos, ora incompetentes ora trafulhas, ou tudo isso ao mesmo tempo, como o último governo do PS. Parafraseando novamente o Poeta  "governos fracos fazem fraca a forte gente". Pois é. Bem, quanto à "agenda para o crescimento e emprego" trata-se de conversa presidencial" politicamente correcta", para os comentadores profissionais sublinharem. Os actuais níveis de impostos e cargas fiscais não permitem crescer e gerar emprego de forma sustentada a uma economia com a dimensão da portuguesa. Portanto, espera-se que, depois da imprescindível austeridade/estabilização financeira, haja capacidade de decisão para diminuir a arrecadação do estado. Antes, o Sr.PR deveria era ter constatado a imperiosa necessidade de reduzir mais a máquina estatal (secretarias de estado da cultura, turismo, juventude, assuntos parlamentares, fundações, institutos, etc deveriam ser erradicadas, assim como câmaras municipais). E já agora, apelar aos partidos para a relevância de se efectuar uma verdadeira revisão da lei base nacional, apagando as excrescências socializantes e excessivamente programáticas da constituição, cortando, ao mesmo tempo, no número de deputados. Teria sido ainda elegante anunciar a diminuição do número de pessoas a trabalhar para a presidência da república e a não realização de viagens ao estrangeiro. Responsável pelas imagens anteriores ao discurso? Da presidência? Das televisões? Parecia que o dr. Cavaco Silva se estava a recandidatar...Não são apenas dois mandatos? Francamente, em qualquer caso, como se dizia antigamente, muito foleiras.