quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Guiné-Bissau, estabilizar...o quê?

Como outros estados espalhados pelo mundo a viabilidade e até a existência da Guiné-Bissau enquanto entidade política autónoma, é uma ficção. Os seus próprios dirigentes não o pretendem. Se querem, demonstram o contrário. A única possibilidade de sobrevivência digna e não pária da Guiné-Bissau entre as outras nações seria a aposta inequívoca, sem qualquer hesitação, na herança portuguesa. Esta resulta da história colonial e os seus dirigentes, muito ligados ainda ao passado, no fundo, rejeitam-na. Depois, apostar na Língua e Cultura Portuguesas dá trabalho, pouco dinheiro e exige muita paciência. De forma geral, as intervenções internacionais têm servido para perpetuar no poder os mesmos dirigentes, muitas vezes evitando (de maneira humana, reconheça-se) massacres e a selecção natural pela vitória do mais forte, histórica e habitualmente coincidente com o mais brutal. E no território guineenese o islamismo incrementa a influência em conjunto com todo o tipo de traficantes. O primeiro factor não implica necessariamente o segundo, porém na Guiné-Bissau, sobretudo nos últimos anos, têm andado a par. A Guiné-Bissau é um caso de diluição de uma ideia resultante do estertor do mundo colonial, cuja ficção acabou com a independência, em 1975. Com ou sem colonialismo, não é caso único. O mais recente é o Kosovo e não é em África...

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