sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Chavez/Venezuela (a propósito de notícias desmentindo que o estado de saúde do presidente venezuelano - sofre de câncro- se tinha agravado).

A "pequena Veneza" da América caribenha merecia melhor sorte. Os governos de Chavez só têm contribuído para a decadência socio-económica da Venezuela e para o seu desprestígio internacional. O fenómeno "chavista" constitui um triste anacronismo, cuja resistência ao completo descalabro prende-se intrinsecamente com os preços altos do petróleo e a incrível ineficiência das oposições políticas, as quais, na sua maioria, continuam demasiado ligadas a velhas e corruptas oligarquias.Todas as indicações disponíveis sobre a actual nomenclatura, herdeira das ideias e projectos profundamente reaccionários marxistas e castristas dos anos 60, revelam-na tão ou mais voraz que as antecessoras, ora compostas por militares (como o sr. Chavez) ora formada por meros políticos conotados com interesses económicos, muitas vezes, obscuros. Reconheça-se a habilidade do tenente-coronel Hugo Chavez, pois conseguiu impor uma ditadura no seu país sem assumir poderes ditatorias. Ao controlar os militares, atribuindo-lhes bons salários ou cargos oficiais bem remunerados, intoxicando com propaganda demagógica e comprando, através de vários métodos, uma população muito carente e ainda utilizando uma retórica primária a diabolizar o imperialismo norte-americano, o actual presidente da Venezuela perpetua-se no poder...não há doença que resista a tanta ambição e descaramento...até ver. Seria uma felicidade para os venezuelanos, que os tratamentos o iluminassem e assim tomasse a decisão de se retirar...não parece ser o caso...

Compreensível...?!(sobre a detenção do presidente da Câmara de Oeiras).

O presidente da Câmara de Oeiras, dr.Isaltino Morais foi indiciado por crimes ligados ao exercício das suas funções, julgado e condenado. Todo esse processo, remonta já ao anterior mandato. Mesmo assim e apesar do seu partido lhe ter tirado a confiança política foi re-eleito pela população do Conselho. Como na Madeira e noutras localidades do País, as pessoas parecem não se importar...O crime compensa? Evidencia-se o descrédito do sistema de Justiça. Todavia, o mais espantoso, demonstrado, inapelavelmente, por este caso, são as oportunidades dadas pelas leis a prevaricadores com posses. Finalmente, o que é que o Tribunal Constitucional (instituição que no actual formato é uma aberração-deveria ser uma "secção", eventualmente a mais elevada, do Supremo Tribunal de Justiça) tem para fazer para levar tanto tempo a pronunciar-se (a Constituição nem deveria ser evocada- são questões técnicas imaginárias utilizadas para tentar protelar o cumprimento da sentença...)? Por este caso e outros é que reformar o sistema de Justiça e promover a sua imagem se tornam imprescindíveis e urgentes. A recuperação económica também passa por aí. Contudo, não são as atitudes e declarações intempestivas do actual Bastonário da Ordem dos Advogados, nem a rigidez corporativa das associações dos membros do sistema judicial ou ainda a auto-vitimização do Procurador-Geral da República e muito menos o receio de governos para reformar o sistema que contribuirão para esse objectivo.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Se dr. Vitorino prevê é porque não vai acontecer...

Este sr. barão do PS é aquele jovem estratega, que nos idos anos oitenta do século passado, conseguiu uma viragem à esquerda do seu partido, formando uma coligação eleitoral com uns grupos de "espontâneos". Nessas eleições os socialistas foram copiosamente derrotados pela AD e viram brotar aquela coisa esquisita chamada PRD...Ocorreu à memória, porque aquele comentador, ex-muita coisa, fez previsões. Antes de Comissário europeu, também foi ministro e considerado o grande pensador do primeiro governo do eng. Guterres de má memória. Na primeira oportunidade marchou para Bruxelas devido a um caso mal contado pelo Público (terá processado este jornal?). Este é o género de "notável", que jornais chamados de "referência", como este, deveriam deixar descansar em paz...O País nunca ganhou com os respectivos contributos e eles lucraram muito devido às funções nacionais desempenhadas: contactos, projecção e dinheiro. Nada há de mal. Porém, se se observar com o mínimo de atenção o percurso de pessoas como o dr. Vitorino não se encontra obra, opinião original ou mesmo tomada de posição relevante, que justifiquem sequer 15 minutos de fama. Portanto, se a personagem diz que a UE está em perigo, quer dizer que não está. Essa constatação de "profeta da desgraça" assemelha-se a tantas outras emitidas pelos mais variados sectores de opinião europeus, americanos e asiáticos.Tem lido jornais e visto programas e telejornais portugueses...srs directores do expresso há gente muito melhor para ser ouvida e registada

Os primeiros cem dias... ( assinalando a data do Governo PSD/CDS-PP).

Cem dias num Governo eleito para 4 anos é quase nada. Para este, em especial, o significado é nulo, pois apenas tem de aplicar um receituário escrito antes das eleições, que lhe deram o mandato popular. Vai ser assim, durante muitos mais meses, até os défices baixarem- obrigação resultante da hecatombe financeira provocada pelos incompetentes governos anteriores. Há, contudo, qualidades: a disponibilidade em assumir a governação num momento muito difícil, nomeadamente para aqueles que tinham vidas profissionais desafogadas; a determinação em aplicar medidas impopulares; a vontade em esclarecer e de maior transparência; por último, a noção que as mudanças constituiem oportunidade para a introdução de reformas imprescindíveis. Mas há também defeitos: a falta de arrojo, sobretudo porque poderiam extinguir-se mais organismos públicos; a insistência em manter folhas de pagamento de 14 meses, excessivamente onerosas para o Estado e factor de menor competividade para empresas portuguesas; e ainda não tocaram no sistema de Justiça, cuja ineficiência provoca sérios danos às pessoas e grandes prejuízos ao País- aqui a imagem conta quase tanto como a eficiência. Esforçadas as actuações dos Ministros e Secretários de Estado, porém desiguais e, às vezes, contraditórias, como aconteceu entre o Ministro da Economia e o PM a propósito do TGV...Todavia, trata-se de grande melhoria em comparação com os anteriores do PS. Será interessante observar os últimos cem dias, serão robustos ou anémicos?

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Verdade...está bem (no seguimento de declarações do Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, dr. Carlos Moedas, dizendo que a recessão em 2012 poderá ser mais grave...)

Fica bem falar verdade. Imprescindível. Agora, será necessário os membros do governo sublinharem, todos os dias, sem especificar, que a economia está mal, mas ainda vai ficar pior? No fim-de-semana foi o Ministro das Finanças...hoje o dr. Moedas. Evidente: nunca se conseguiria inverter, num ano, uma situação de enorme debilidade financeira originada por uma década de maus governos e piores políticas. Talvez graças ao memorando assinado com a UE/FMI, a actual equipa governamental tem tomado decisões certas, por vezes acompanhadas por declarações precipitadas. Falta, no entanto, algum arrojo para ir mais além, como por exemplo acabar, desde já, com Câmaras Municipais/Concelhos com menos um número X de habitantes ou deixar de pagar, em dois ou três anos,o 12º ou 13º mês, começando pelos salários mais elevados, com a óbvia excepção das pensões mais pobres...A cura não será alcançada com mezinhas ou unguentos, mas sim com medicamentação e terapias muito fortes, que não vão prostrar os pacientes, porque são portugueses, apesar de amargurados e com enormes dificuldades. Os membros do Governo deverão ser francos. Explicitem as medidas adicionais necessárias no cumprimento das metas assumidas perante as instituções internacionais, fiadoras na obtenção dos empréstimos para se evitar o descalabro financeiro, que pairava, há alguns meses atrás, sobre o País...Não haverá milagre nem resgate internacional salvador. Será tudo pago. Portanto, não procurem o papel de óraculos ou pitonisas. Falem claro...

Uma vez mais...(ainda sobre o tema diplomacia/economia).

A  "diplomacia" nunca excluiu a promoção de interesses económicos. Se exercida de maneira competente, foi sempre, inegavelmente, económica. E os portugueses sabem-no. Portugal foi o primeiro Estado europeu a praticá-la, de forma permanente, à escala global. Desde a chegada à Índia, nos finais do século XV e ao longo da centúria seguinte, a Coroa Portuguesa instruía sempre os seus representantes a tentar estabelecer relações de comércio com os novos potentados. Por exemplo, o segundo visitante oficial português ao Reino do Sião, nos primórdios de quinhentos, levava consigo uma proposta de tratado comercial. Contudo e é importante não esquecer, o relacionamento comercial com a entrada, em 1986, na CEE/UE passou a ser regulado por regras comunitárias e controlado a partir de Bruxelas. Conseguir, como se diz agora, "alanvacar" as exportações e atrair investimento estrangeiro, além de exigir coordenação, pressupõe empenhamento sério, planeado em conjunto com privados; porém, prudência, porque assim como nem tudo o que brillha é ouro, nem todos os interesses são legítimos ou legais. Presume-se ainda, que a intervenção de "embaixadores"deverá ser ponderada e avisada Há leis internacionais de enquadramento para as respectivas actividades, ou não? Diplomacia e economia sempre andaram mãos dadas e se nalgum momento se excluiram foi porque os governos estavam distraídos ou foram incompetentes e, talvez, os funcionários desleixados. Não se "invente a pólvora". Haja antes: reflexão, definição de prioridades, planeamento e acção. E mais um detalhe: não se propague tudo o que constituiu objecto de análise e eventuais conclusões de forma leviana. Sejamos todos "homens bons" para bem do País, mas não sejamos ingénuos e trapalhões.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Será mesmo verdade...?! (a propósito de declarações do dr.Braga de Macedo relativas às conclusões de um grupo de trabalho formado para estudar o desenvolvimento da "diplomacia económica". Conforme as notícias do "expresso", assinavam ainda esse estudo o Embaixador António Monteiro e o dr. Campos e Cunha).

Presume-se que a notícia reproduz de maneira fidedigna as principais conclusões do relatório dos "homens bons", de Agosto de 2011. Portanto, primeira evidência: apanharam uma insolução ou o ar condicionado estava mal ligado, retirando oxigénio para um funcionamento cerebral normal de tamanhas luminárias. Segunda hipótese, trata-se de uma obra surrealista e daí nada do que se diz,  corresponde,de facto, à realidade, havendo algures um provável subtexto inintiligível para o comum dos mortais...Então vamos pôr as "secretas" a trabalhar nessa coisa da diplomacia económica (qualquer dia haverá um curso universitário com esse nome) e dizemos a toda a gente que o PM é o principal responsável da espionagem?! Comercial?! Industrial?! Económica?! Depois, temos a presidência do Conselho de Ministros, o MNE, o Ministério da Economia, todos a comandar essa ciência exotérica que é vender vinho do porto, azeite, lanifícios, sapatos, sol, etc, etc...pasme-se: inventaram ainda essa figura extraordinária e fulgurante do "embaixador itinerante", que deverá ser uma espécie de caixeiro viajante com ar fino e aprumado...será que estão a pensar neles próprios para desempenhar, sacrificadamente, essa tarefa de carregar com as amostras daqueles produtos (não esquecendo a sardinha assada- implicará um fogareiro e carvão para essa iguaria "made in Portugal" e, claro está, o computador cagalhães) por esse mundo fora, de certo, transportados em jumentos, como os antigos almocreves. Valha-nos Santa Maria...será verdade?
Finalmente, quanto custou este estudo ao erário público? Aqueles senhores e respectivos assistentes (não é provável que tenham trabalhado sózinhos) fizeram tudo sem cobrar quaisquer honorários?
Assim, qualquer diplomata, membro do AICEP ou mesmo empresário poderá ser sempre encarado como potencial espião português ou, no mínimo, elemento dos respectivos serviços de segurança e informação do Estado. 
O pudor, o bom gosto e, sobretudo, o sentido de oportunidade (estamos a dever a toda a gente e propaga-se que para aumentarmos as exportações ou atrair investimentos pomos a "secretas" ao barulho) aconselhariam rigor e ponderação em conferências de imprensa protagonizadas por homens, que deveriam transmitir  uma imagem de experiência e bom senso.

domingo, 25 de setembro de 2011

Cuidado...(a propósito da afirmações do dr. António Borges -FMI/Europa- acerca da possibilidade de investimentos em Portugal dos chamados países BRICS).

Esta ideia de países como Brasil, Rússia, Índia, China ou África do Sul investirem em Portugal não é nova. Por exemplo, recentemente Angola (um potencial "BRIC") através do seu grupo empresarial BIC comprou o BPN- a bom preço, segundo analistas. Pela coincidência no tempo, pode-se deduzir, que a aparente flexibilização no processamento e emissão de vistos angolanos a cidadãos portugueses investindo ou trabalhando em território angolano aconteceu em consequência do êxito daquela transação. Como há muito tempo não se ouvia queixas ou pressões angolanas relativas ao mesmo assunto contra as autoridades portuguesas (antes assunto recorrente em jornais e reportagens televisivas), presume-se que os serviços responsáveis em Lisboa conseguiram contentar os homólogos em Luanda. Daí, parece resultar a seguinte evidência: ao contrário de negócios com empresas dos parceiros tradicionais, o aprofundamento das relações económicas com aqueles países, chamados agora de "emergentes", talvez impliquem também fórmulas de concessão política ou jurídica, até porque muitos dos seus principais grupos económicos estão ainda muito ligados aos aparelhos de estado;  e, variadas vezes, a promiscuidade com interesses menos legítimos não é mera especulação jornalística. Neste âmbito seria curioso analisar os interesses da família Khadafi em Itália e Malta (e, certamente, não só) e o posicionamento desses países da UE face à Líbia...Portanto, prudência, nada de excessivos entusiasmos com eventuais investimentos de paragens exóticas...

Hábitos...(a propósito do percurso do PM Passos Coelho durante a deslocação a Nova-Iorque para participar na Assembleia Geral das Nações Unidas).

A habitual ida à Assembleia Geral das Nações Unidas, o respectivo aproveitamento para repetidos contactos bilaterais e até o tradicional salto a Newark para um banho de multidão de saudação aos emigrantes, o PM Passos Coelho cumpriu o guião destas romarias anuais a Nova-Iorque. Não faltou o cansado apelo à emigração para investir em Portugal e as referências à nossa incrível antiguidade ...Agora, para quê tanta gente? Não estamos em austeridade? Se estava lá o MNE, porque é que o Secretário de Estado das Comunidades também foi? E se a Cônsul-Geral fez a sua obrigação, o que é que adiantou a presença do Embaixador em Washington...?! Imagina-se que todas estas personagens (faltaram ainda menções a eventuais Directores-Gerais e assessores/adjuntos, actores secundários, mas, de certo, muito atentos) cuidadosamente referidas na notícia fazem parte do imprescindível cerimonial da "Corte na Aldeia". Porém, já não estamos no século XVII (nessa altura Nova-Iorque ainda se chamava Nova -Amesterdão) e é necessário poupar. Não basta viajar em económica. Aquele tipo de comitiva constitui, indubitavelmente, uma"gordura de estado" em viagens, dormidas e ajudas de custo...que tal fazer aí também dieta? Depois, trata-se um folclore carunchoso. A título de curiosidade, o PM apelou aos dignos representantes da Comunidade Portuguesa ali residentes para que façam campanha para que o ensino da Língua Portuguesa comece a integrar os curricula das escolas americanas, sobretudo nas localidades onde os portugueses são numerosos?

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

E mais uma vez...(a propósito de mais declarações do dr. Alberto João Jardim, dizendo que 5.000 milhões de EUROS de dívida é uma coisinha de nada).

Como é que um homem com quase 70 anos é tão irresponsável?! Tão desbocado?! Tão desavergonhado?! Trata-se do dr. Alberto João Jardim Presidente (vitalício) do governo da Região Autónoma da Madeira. Os madeirenses deviam obrigá-lo a exilar-se nas Desertas, apenas com as aves e animais marinhos por companhia para fazer comícios e promessas megalómenas, bebendo água e a comer bolo do caco seco. A arrogância estultamente rídicula será sinal de senilidade histérica?!Agora, ninguém parece duvidar que o doente será reeleito, talvez até com maioria absoluta. Os madeirenses preferem, pelos vistos, passar por basbaques do que mandar o homem para casa... agradecer, o quê?As décadas da diabolização dos governos de Lisboa, acicatando rivalidades Continente-Madeira, como se as ilhas não sofressem das mesmas maleitas que outras regiões do País, resultantes de uma ditadura reaccionária e ostracizante de quase 50 anos? Aliás, o lugar proeminente e influência que o dr. Jardim ainda detém, origina-se em familiares seus, que se destacaram como figuras locais importantes desse regime retrógado e asfixiante. O que o demagogo madeirense fez, ao longo de mais de trinta anos, teria sido melhor conseguido, com mais equilíbrio, por outros e sem tanta palhaçada- menos divertido, porém muito mais barato.Tal como no resto do País, o futuro de gerações na Madeira está hipotecado devido ao nepotismo, despesismo e mania das inaugurações e festividades...E a Madeira deslumbrante de gente alegre e tão hospitaleira não merecia tal sorte.

Boas Intenções (sobre as notícias relativas ao discurso do PM Passos Coelho perante a Assembleia Geral das Nações Unidas).

Portugal tem uma situação financeira muito grave. Fragiliza, indubitavelmente, a sua imagem. Sendo positiva a permanência no Conselho de Segurança das Nações Unidas, nas presentes circunstâncias não contribui para a projecção do País. Graças aos últimos governos do PS somos mais conhecidos como caloteiros internacionais. Assim, as afirmações correctas do PM português, são apenas isso. Foram ouvidas, certamente, com delicadeza. Quanto à "diplomacia preventiva" é algo requentado, apesar da adição dos elementos ecológicos, os quais, também não constituindo novidade, caem bem. Bom, se China, Índia ou Brasil adoptassem a ecologia como factor, de facto, ponderável nos desenvolvimentos internos e nas relações com outros Estados, algo de extraordinário aconteceria. Porém,alguém acredita nessa possibilidade?...O mesmo se passa em relação ao conflito árabe-israelita: ninguém pensa que palestinianos ou israelitas estejam preocupados com a posisição portuguesa expressa pelo dr. Paulo Portas. Mais uma vez, fica bem e foi dito com convicção algures em New-York a jornalistas portugueses...A propósito, a UE já exprimiu uma posição conjunta sobre a eventualidade dos palestinianos avançarem com o pedido de reconhecimento formal do respectivo Estado?! Na opinião do MNE Portas seria importante. Deduz-se: o nosso voto não será favorável. Abstenção ou voto contra parecem recomendáveis na conjuntura.... Em qualquer caso será um "não", face a árabes, passaria, evidentemente, mais despercebido se correspondesse a uma posição comum dos 27 países da UE...não é verdade?

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Redundâncias... (sobre umas declarações do dr. Durão Barroso Presidente da Comissão Europeia no âmbito do provável pedido da Autoridade Palestiniana a solicitar nas Nações Unidas o reconhecimento do respectivo Estado).

A Sra. Asthon reune-se, o dr. Barroso declara, etc. Pois é,  nada mais têm para fazer. E, claro está, os habituais "problemazinhas" entre os primos da Palestina contribuem para quebrar o aborrecimento das monótonas notícias sobre a crise financeira na Europa e para esquecer, por momentos, os gregos incompetentes e preguiçosos. Desde que o poderio soviético se esvaiu nas sombras etéreas do passado, a "chamada questão palestino-israelita" é irrelevante. Convém apenas ser contida no respectivo território e vigiada com a atenção, quanto baste. Naquela pequena, seca e pedregosa região não há petróleo ou gás natural. Apenas ódios para lubrificar as existências. Mais, a acreditar na Bíblia estarão sempre condenados a odiarem-se e a matarem-se...Portanto, é bom que inutilidades internacionais, como aquelas duas referidas personagens, se ocupem do assunto. O único senão constitui o facto de pagarmos também essas despesas de viagens e diferentes tipos de auxílios para as populações palestinianas (inclui-se aqui Israel). A UE é a maior fonte de ajuda para toda aquela área. Reconheça-se que as autoridades palestinianas e israelitas não se mostram especialmente agradecidas em relação aos europeus. Estes parecem também não o reinvidicar. Preferem pagar e calar, talvez porque a consciência histórica é pesada e, com essa desculpa, nota-se menos a incompetência e, sobretudo, a redundância e falência do exercício tonto e bizantino daquilo que é, pomposamente, chamado qualquer coisa como a política externa comum europeia.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Julgamentos...talvez (durante um debate e a propósito das posições do dr. Alberto João Jardim, o dr. Medina Carreira expressou a ideia que muitos governantes deveriam ser julgados devido à forma como utilizaram o dinheiro público).

Tem razão, de repente, o Dr. Medina Carreira, filho do antigo Império com as suas oito décadas de experiência. Todavia, os políticos responsáveis pela actual situação financeira catastrófica foram eleitos. Mais, reeleitos. Passou-se com os engs. Guterres e Sócrates do PS, os PMs com as maiores responsabilidades pela presente crise. Os governos dr. Cavaco Silva têm também parte da culpa, promovendo a mediocridade e o despesismo, aumentando a máquina do estado e insistindo nas piores escolhas, como por exemplo na área da educação; mas, reconheça-se, não deixaram as finanças públicas numa lástima. Entretanto, as chamadas áreas da soberania, como a segurança e, fundamentalmente, a Justiça, eram esquecidas e, variadas vezes, objecto de experiências espúrias. Enquanto o dinheiro durou, melhor, enquanto o crédito não parecia ter limites, toda a gente andou feliz e contente e alguns "velhos do restelo" eram considerados apenas aves de mau agoiro e afastados. Pois é "ladrão em casa, trancas à porta...". Independentemente de julgamentos (em muitos casos seriam bem merecidos), talvez fosse útil os portugueses, com a sua história de séculos, reflectissem e deixassem de aplaudir, apoiar ou seguir os alquimistas das promessas fáceis, que gastam o dinheiro do erário público em redundâncias, clientelismos e vaidades. Apoiem antes aqueles semelhantes às antigas e boas donas de casa, prudentes nas atitudes e parcimoniosas nos gastos. E lembrem-se sempre, não há nada grátis:antes, agora e no futuro tudo foi, é e será pago.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Irrelevante...(sobre notícias afirmando que o MNE inglês elogiou a posição portuguesa relativa ao Médio Oriente no âmbito do anunciado pedido junto das Nações Unidas para o reconhecimento de um Estado Palestiniano).

Irrelevante o facto de Mr. Hague elogiar a posição portuguesa em relação ao Médio Oriente. Significará, talvez, que o MNE português concorda com a posição britânica. Duvida-se também que a Sra. Ashton consiga dissuadir os palestinianos de apresentar nas Nações Unidas o pedido de reconhecimento/adesão formal da Palestina. Por outro lado, os EUA já deixaram entender, que vetarão no Conselho de Segurança o reconhecimento do Estado palestiniano. Os filisteus ou palestinos continuam como no Velho Testamento, indesejados, sobretudo se o "Hamas"continuar a dominar a faixa de Gaza. Quanto ao "verdadeiro processo negocial", remonta uns bons milénios, de acordo com a Biblia. Porém, tudo é possível, incluindo o entendimento entre os descendentes de Ismael e Isaac, ambos filhos de Abraão. Se o MNE português está a pensar, que o eventual posicionamento português pró-palestino facilitaria negócios com árabes, desiluda-se...os EUA, a França ou o Reino Unido, sabem que no Médio Oriente "cognac é cognac, serviço é serviço", ou seja "Palestina é Palestina, negócios são negócios " e os lucros estão a ocidente. E do mesmo lado, além dos desejados produtos, grandes armazéns e clubes de futebol (Portugal não os tem em quantidade e qualidade suficientes) estão os americanos com capacidade, força e, até hoje, vontade em dissuadir o Irão e combater a Al-Qaida. A UE, com passado histórico assombrado por fantasmas indescritíveis, adoptará, se conseguir, uma declaração comum inócua, deixando transparecer que os seus membros concordam em discordar...

domingo, 18 de setembro de 2011

E a madeira bateu no fundo... (a propósito de mais algumas declarações do Presidente da Região Autónoma da Madeira sobre a enorme dívida pública madeirense não declarada).

O dr. Alberto João Jardim sempre cultivou a máxima "a melhor defesa é o ataque...". E acusa o Governo anterior do PS de ser desonesto?! Tem razão. Aliás, já o anterior do mesmo partido, com o PM Guterres, foi profundamente desonesto ao "perdoar" a totalidade da dívida madeirense, passando a ser assumida pelo Governo da República. Em síntese, o Governo Regional da Madeira anda a viver à custa do continente e ainda por cima é mal agradecido! As palavras, as atitudes, os comportamentos e a desfaçatez de tantos anos do dr. Jardim envergonham os madeirenses. Mereciam muito melhor. Contudo, como a maioria da população do continente, que votou, mais de uma vez, num incompetente e inenarrável eng. Sócrates, os habitantes daquela esplenderosa ilha, têm andado, há décadas, a votar no mesmo pantomineiro, ainda por cima está a ficar esclerótico. A senilidade das repetições e argumentos bafientos demonstram-no. Merecem-se ambos. Portanto, porque é que o segundo, o da Madeira, não vai fazer companhia ao primeiro em Paris...Assim, como está a acontecer com a muito espinhosa arrumação da maior parte do País, após a feliz emigração do eng. Sócrates, tornar-se-ia mais exequível efectuar a mesma tarefa na "Pérola do Atlântico"...Não sei é se a França aguentaria com os dois e mais o Strauss-Khan ao mesmo tempo...Monsieur Sarkozy que dites vous?! Nomear os dois conselheiros especiais do "euro-grupo" para os afastar? Enviá-los à Sra. Merkel?!

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

E descobriu-se o Atlântico...(sobre as declarações do eng. Mira Amaral, presidente em Portugal de um banco angolano em relação à importância do "eixo Atlântico").

O eng. Mira Amaral, além de ex-ministro e ex-administrador de várias instituições, hoje em dia, é, para o público em geral, a cara dos interesses da família presidencial angolana, aliada ao trabalhador da cortiça sr. Amorim...pois lembrou-se do Atlântico, qual deles? O tropical, o temperado, o frio ou o gelado? Sabe, os portugueses nunca poderão esquecer aquele mar, pois costumam ir à praia, a começar pela Costa da Caparica...E de facto a verdadeira saída para a tão discutida crise não está no Báltico, nem no Mediterrâneo, sim no Atlântico Norte...Claro, todo aquele "mar oceano" importa, designadamente o sul. Desde sempre Portugal sabe-o. Todavia, o dinheiro e, fundamentalmente, o conhecimento está no norte das margens atlânticas e não na imundice de Luanda e arredores, nem na promessa (espera-se que deixe de ser definitivamente adiada) do emergente Brasil de S. Paulo e cercanias...Aguarda-se que a vaidade daquele digno representante de sucesso (ao contrário do seu infeliz ex-colega de Governo e ex-presidente do BPN) da burocracia empresarial portuguesa esteja melhor inspirado na sua palestra, não a resumindo a óbvias generalidades ou a mera propaganda de espaços aparentemente promissores, mas ainda bastante insalubres devido à existência de pântanos de oligarquias escleróticas...

Vistos...(a propósito do anúncio da assinatura de um acordo de facilitação de vistos entre Angola e Portugal).

Ninguém acredita na existência de grandes bichas à porta da Embaixada de Portugal em Luanda. Os vistos são apresentados e tratados pelos Consulados Portugueses na mesma cidade ou em Benguela. Há vários anos, que as autoridades angolanas, manietadas por complexos pós-coloniais, dificultam a emissão de vistos, em especial a portugueses. Serão também resquícios do monolitismo do "marxismo africano" e correspondente partido único, que provocam o "medo" do estrangeiro e do branco. Angola é um país imenso com conhecidas riquezas naturais e, ao contrário de muitos países africanos, é escassamente povoado, à excepção da caótica e suja Luanda. A fluidez na emissão de vistos importa para o desenvolvimento de Angola, a qual só tem a ganhar com a presença de técnicos e trabalhadores portugueses...estes sim, se procurassem melhor, encontrariam noutras latitudes melhores condições. Nestas, contudo, não se incluiriam a língua e um passado comum...É útil e positivo, que as relações luso-angolanas deixem de estar sempre envolvidas em polémicas administrativas, as quais, variadas vezes, foram aproveitadas pelos governos angolanos para pressionar os homólogos portugueses. Estes responderam sempre de forma timorata em público, com falsos receios que empresas portuguesas perdessem contratos...a nomenclatura angolana não está a ficar mais jovem, porém continua gananciosa...muitas mudanças ocorrerão inevitavelmente e a própria arrogância angolana, em parte fruto do novo-riquismo, dever-se-á "civilizar" com o tempo...

sábado, 3 de setembro de 2011

Deslumbramento=Desapontamento (a propósito de afirmações do MNE Dr. Paulo Portas à margem de uma reunião de MNEs da UE na Polónia sobre as situações na Síria e nos países do Norte de África).

Conforme a SIC, além destas afirmações primaveris, o actual MNE, disse que democracia e liberdade no Norte de África constituíriam boas oportunidades de negócio... para as pequenas e médias empresas portuguesas?! Foram as correntes frescas do Báltico a inspirar tão profundas considerações...enregelaram-lhe o cérebro. Dr. Portas: primeiro, não é elegante uma atitude tão utilitária naquele tipo de reunião, mesmo tecendo comentários para a opinião pública interna; segundo, ninguém pode prever a evolução dos diferentes países do outro lado do Mediterrâneo, talvez conjecturar; terceiro, Portugal não tem produtos, que os povos ou governos norte-africanos ambicionem com urgência, ainda por cima são muçulmanos e não irão brindar com Vinho do Porto ou Madeira (pelo menos em público) ao triunfo das respectivas revoluções; quarto, com entusiasmos semelhantes o seu predecessor e o Eng. Sócrates fizeram tristes figuras por esse mundo fora, nomeadamente na mesma região; último, quando não se tem nada de especial a dizer, porque não estar calado? O silêncio em diplomacia é também muito útil, até porque os seus colegas se não o ouviram, têm quem lhes conte...pois é...e os nossos parceiros e aliados não são os nossos principais competidores?! Parece que a entrada no Palácio das Necessidades ofusca as melhores capacidades do Presidente do CDS/PP ou então esgotaram-se na oposição. É pena o deslumbramento. Ser MNE de Portugal é uma honra. Merece argúcia, ponderação e não declarações inconsequentes e risíveis. Um desapontamento...

Privatizar...está bem...(a propósito da notícia sobre a contratação da empresa "Perella Weinberg" para assessorar o governo no processo de privatizações).

Privatizar, excelente! Aliás, seria bom que o Governo, além das privatizações, conseguisse, de forma efectiva, que a máquina do Estado se afastasse da economia, nomeadamente através da erradicação de leis e procedimentos redundantes e caros. Seria muito mais útil, por exemplo, que a Justiça funcionasse de maneira equitativa, responsável e...célere. Agora, não se entende a necessidade em contratar-se conselheiros estratégicos externos à administração pública e ao Banco de Portugal para se proceder a privatizações, as quais poderiam ser mais lucrativas se o momento fosse mais propício; e ainda os eventuais investidores sabem que as autoridades portuguesas actuam sobre pressão e compulsivamente. A Perella Weinberg parece ser uma empresa, como agora se diz, "global", mas os respectivos quadros multinacionais andaram nas mesmas escolas frequentadas por muitos especialistas portugueses...(um técnico dos seus escritórios em Londres é, certamente, de nacionalidade portuguesa...). Acrescentam o quê? Respeitabilidade?! Credibilidade?! Independência?! Como?Porquê?! Seria conveniente que o Sr. Ministro das Finanças, ele próprio um "estrangeirado" (o que não é defeito, nem, nos dias de hoje, raro ou especialmente recomendável) explicasse melhor a decisão e quanto custará aos contribuintes...quando no Ministério das Finanças abundam "quadros"...Depois, não é a primeira vez que se privatizam empresas em Portugal...talvez exista legitimidade legal e política..e moral? E o orgulho? Não bastará a chamada "troika" '!?




sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Cortes...(a propósito do anúncio de cortes em Ministérios que tratam dos "assuntos sociais").

Desconhece-se a especifidade dos cortes sectoriais referidos nas notícias, assim como a distribuição pelo País. Positivo é o facto do Governo assumir inequivocamente, talvez pela primeira vez em muitas décadas e, tomado a decisão de reduzir, de forma substancial e sistemática, gastos em estruturas do Estado consideradas intocáveis, até há pouco tempo; negativo, transparece haver apenas uma referência à variável de diminuição de custos em gabinetes ministeriais, pois aí, mesmo simbolicamente, a redução de despesas deveria ser mais "robusta", para utilizar uma palavra, que o actual chefe de governo tanto gosta. Claro está, esta contracção financeira em projectos tão representativos do chamado "estado social" acontece na pior altura para as pessoas...porém, qualquer momento para tomar esse tipo de decisão nunca seria considerado bom e, muito menos, popular. Espera-se que os mais desfavorecidos, sobretudo os idosos, sejam especialmente acautelados e protegidos. Agora, se os diagnósticos estão correctos, face aos números conhecidos das contas de todos aqueles serviços, os "cortes" anunciados não serão suficientes (nem com o aumento de impostos) para se conseguir a sobrevivência de serviços sociais com o mínimo de qualidade. Existe a possibilidade, como no passado, de, continuadamente, disponibilizar mais recursos financeiros e, depois, passados poucos anos, ficar tudo reduzido à indigência, atendendo não haver dinheiro para pagar técnicos/especialistas de boa qualidade nem fornecedores...

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Que ricos...?! (a propósito da possibilidade da criação de um imposto especial a recair sobre os mais ricos).

Interessante: europeus, em muitas ocasiões, por despeito ou inveja e noutras por tonta sobranceria, demonstram especial predilecção em criticar os EUA. Contudo, a Europa na maioria das vezes, é de um mimetismo néscio em relação ao colosso americano. E não se fica apenas pelos hamburgers e batatas fritas...agora, como do outro lado do Atlântico, há sectores da opinião pública (pelos vistos a começar pela própria"Casa Branca"), que têm vindo a defender o aumento dos impostos sobre os mais ricos, também no extremo ocidental da eurásia há vozes desejosas em aplicar medida idêntica. Talvez os dividendos do Estado aumentassem, durante algum tempo e, depois, acontecesse como as receitas das auto-estradas...diminuíssem, porque há alternativas para os automobilistas. O Primeiro-Ministro tomou a atitude prudente, até porque sabe que as grandes fortunas em Portugal são poucas e, presume-se, a maioria já se acautelou contra as tentações gulosas do Estado. A solução viável continua a ser poupança e mais poupança (a começar pelo erradicação de organismos e ainda Secretarias de Estado, como por exemplo a do Turismo- a indústria é demasiado importante) e, sobretudo, o governo ou a multipicidade de entidades estatais deixarem de passar a vida a amofinar e a cobrar tudo e mais alguma coisa aos cidadãos. A administração pública portuguesa é um inferno de labirintos, imitando as suas congéneres europeias, a começar pelas redundâncias de Bruxelas (quase trinta Comissários!)...mais uma vez imitam a americana ou será esta a imitadora?!