terça-feira, 22 de maio de 2012

Previsões...(a propósito de umas previsões económicas pessimistas, desta vez da OCDE).

Se a economia percorresse caminhos apontados por previsões as crises económicas nunca aconteceriam. Os economistas saberiam adoptar com antecedência terapias para evitar bacilos e poderiam ainda minorar efeitos de possíveis situações infecciosas.Não é assim. Os factos comprovam-no. O actual secretário-geral da OCDE visitou Portugal, quando o estertor do governo PS do PM Sócrates era já evidente, consequência de políticas incompetentes e trafulhices com contas e números. Essa personagem anunciou então, que os "PEC" eram mais do que suficientes, não havendo necessidade de assistência internacional. Viu-se e nota-se. Agora, a mesma organização prevê, ao contrário daquela tola visita, dias ainda mais sombrios do que os actuais. Gosta de ser do contra. Caso para perguntar o que fazem os técnicos da embaixada portuguesa junto da OCDE?! Pelos vistos o dr. Ferro Rodrigues, ex-secretário-geral do PS e seu actual deputado continua a mandar por lá, ou não? Portanto, o que a OCDE diz vale o que vale e contribui para que, uma vez mais, economia rime com alquimia e "previsão económica" seja expressão homóloga a "oráculos da desgraça". Entretanto, o PS fala como se nenhuma responsabilidade tivesse da presente situação crítica do País. Os socialistas portugueses, hipocritamente, insistem num qualquer anexo como se um papel fizesse surgir do éter económico, através de um eventual exorcismo exotérico, "emprego e crescimento".

segunda-feira, 21 de maio de 2012

O dr. Miguel Relvas (a propósito de um artigo do semanário "expresso" acerca de comentários e notícias que o ministro dos assuntos parlamentares teria pressionado e ameaçado uma jornalista do jornal "público"...)

No dr. Miguel Relvas nota-se a todo o momento como adora poder e projecção. Ser ministro constituiu a sua ambição. Assume com visível prazer a tarefa no governo de "arreda" ou "cilindro triturador" de oposições. Mais, adora ser centro das atenções e fala e torna a falar, conseguindo aparecer no noticiário generalista e a comentar nos canais de informação várias vezes no mesmo dia. Energia e desfaçatez não lhe faltam. Trata-se de um palrador extraordinário e de uma notável máquina de perdigotos. Incansável. Evidentemente, nesta história da jornalista inadmissível seria se, de facto, a ameaçou com alguma coisa repeitante à vida privada da senhora, seja o que fôr. Pressionar jornalistas faz parte das suas funções. Quanto aos jornais e outros meios de informação não venham pregar moral ou fazerem-se de inocentes sobre notícias, pressões, declarações, comentários, editoriais...aliás, vê-se o título afirmativo desta notícia contradiz o seu próprio conteúdo, pois no "seu corpo/texto" diz-se que o comentador da TVI (Marcello Rebelo de Sousa) só em último caso defende o afastamento do ministro. Estes artigos tendo como centro desentendimentos  do dr. Relvas tornam, mais uma vez evidente, a promiscuidade entre governos e meios de informação. É assim em Portugal como em todo o mundo. Situações destas acontecem, quando personagens, andando muito embrulhadas umas com as outras, alguém fica ao frio e não gosta. Constipa-se e por vingança pretende contagiar outros. No desenvolvimento da novela ainda não se percebeu, exactamente, quem é que ficou destapado a fungar e a tossir. Provavelmente, nunca se saberá. Entretanto, o PS e a restante esquerda mais os guardiões da pretensa moralidade jornalística, além de pedirem em uníssono a "cabeça política" do ministro em causa, possivelmente, insistirão em inquérito parlamentar. No intervalo entre o final da época futebolística nacional e o europeu será uma eventual distração da visita das três instituições, que garantem o empréstimos financeiros internacionais. O dr. Relvas está apenas a colher o que semeou. Se sair do governo nada se perde.

domingo, 20 de maio de 2012

G8 + Grécia

Talvez muitos parolos gregos estejam, tontamente, satisfeitos pelo seu país constituir foco de atenção na cimeira dos G8. Porém, deveriam estar envergonhados. A sra. Merkel falou bem, se a Grécia pretende continuar na zona EURO tem que cumprir as suas obrigações. As ideias apregoadas pelo sr. Hollande (a pensar na França) estão a fomentar a ilusão: alguém salvaria, mais uma vez, Atenas, como acontece desde que a Grécia entrou na então CEE e, depois, conseguiu incluir-se, fraudelentamente no EURO (como a Itália - engenharia orçamental/financeira com a cumplicidade interesseira dos parceiros). Falso. Ninguém vai safar os gregos da escolha: cumprir ou sair da moeda única. Ajeitou-se, contudo, o tema ao sr. Obama. Paternal, o actual presidente dos EUA, aproveitou para dizer umas banalidades sobre crescimento e emprego ao som do "frére jacques" do sr. Hollande. Convém-lhe a cantiga em ano de eleições. Dar conselhos sentimentais aos avós europeus da nação americana cai bem e projecta a imagem de "homem de estado". Eleva o ego nacional americano. Até o sr. Cameron, de maneira indirecta, espetara, dias antes, umas farpas aos alemães a propósito dos problemas gregos ao pretender mostrar-se solidário, quando o Reino Unido não faz parte do EURO. As economias americana e britânica estão muito mal e a alemã, ao contrário, bem. Importa estar-se atento. Todavia, aquela não é "guerra" portuguesa. Portugal não é a Grécia, nem a França. Deverá continuar no mesmo rumo de austeridade para evitar dramas maiores. Fora do EURO a tragicomédia grega passará a simples tragédia, à maneira da "Antígona" de Sófocles e,  se no final, ninguém sai vencedor, serão os gregos os maiores perdedores.
Crescimento, emprego e, com se diz agora, "desenvolvimento sustentado", só poderão ser alcançados com uma carga fiscal bastante menor. Esta, actualmente, sufoca pessoas e famílias e a economia portuguesa no seu conjunto, desmotivando o investimento estrangeiro e sufocando as tão propaladas pequenas e médias empresas. Reconheça-se, no entanto, não será possível diminuir impostos nos tempos mais próximos, pois existe a obrigação de baixar o endividamento geral nacional. E regular o pagamento da dívida constitui, sem qualquer dúvida, a principal prioridade nestes tempos árduos.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

"Merkhollande II"

Está à vista: a "merkhollande", em substância, pouco ou nada se distinguirá da "merkosy". Os cortes dos salários, a reposição da idade da reforma para alguns casos e o imposto sobre as grandes fortunas são apenas gestos simbólicos a pretender marcar a diferença. E só devem passar a ser lei depois das legislativas. Aliás, são tomadas apenas a pensar no próximo acto eleitoral, que os socalistas querem ganhar com maioria absoluta. A partir daí já não terão alibis. Então ver-se-á o Governo francês, durante e imediatamente após o EURO 2012, tomar as medidas mais duras de austeridade. Não há alternativa. Claro está, tudo sob o "manto diáfono" da retórica pró-europeia do "crescimento e emprego". Discurso também muito conveniente para a chanceler Merkel, atendendo às eleições gerais do próximo ano. Aliás, o Governo alemão não hesitará em aumentar salários, pois a respectiva economia permitirá essa ousadia. Talvez o único país europeu a sentir-se confortável para o fazer. Os franceses, não tenham dúvidas, vão continuar a "apertar o cinto"...Agora se a Grécia sair do EURO, o que se torna cada vez mais uma possibilidade (ainda não é inevitável), será bastante difícil, mesmo para a Alemanha, continuar, a curto prazo, na mesma rota de prosperidade. Assim, quer franceses, quer alemães terão sérios problemas e a aparente paz no seio da "merkhollande" poderá implodir, expondo as diferenças franco-alemãs de conciliação difícil. Portugal nada ganhará com qualquer crise...Ao governo português interessa a maior estabilidade possível para poder não sofrer com os reflexos de uma crise europeia (terá repercussões para além da Europa) resultante da saída da Grécia da chamada "moeda única". Toda esta situação deixa transparecer como todos os dirigentes europeus dos anos 90 do século passado e do início deste milénio andaram ocupados com o supérfulo e esqueceram o essencial, que consiste no bem-estar dos povos que os elegem. As facturas da imprudência,  inépcia e trafulhices governativas continuarão a ser cobradas, como os portugueses estão a pagar de forma tão dura.

terça-feira, 15 de maio de 2012

"Merkhollande"

Vai-se ficando a saber quem são os protogonistas desse novo país das maravilhas chamado "merkhollande". Hoje será institucionalizado. Une quase todos os germânicos. Os mais romanizados a ocidente e os outros. Os alemães iluminados pela luz civilizacional mediterrânica mais tarde, mostraram-se, contudo, seus zelosos seguidores. Dividiram o mundo cristão ocidental, criando o protestantismo (inspirado em interpretações de obras do Bispo de Hipona, antiga localidade romana situada na presente Argélia). Os srs Hollande e Ayrault não têm experiência governativa. Não constitui problema. O segundo sabe alemão. Governará à alemã, controlando a despesa pública.?! Indícios da sua administração em Nantes parecem-no desmentir. Se o sr. Hollande não conseguir fazer compreender à Sra. Merkel os seus projectos de crescimento e emprego, o sr. Ayrault traduz para alemão os pensamentos do seu presidente, não é verdade?...Tarefa ciclópica e complexa. Controlar o orçamento francês, não diminuir impostos para pagar o serviço da dívida e, ao mesmo tempo, impulsionar a economia à custa do estado não será fácil explanar a alguém como a chanceler alemã formada em física-química, ciências onde os números contam muito e a retórica nada. Dificilmente o "esprit français" ajudará: a sra. Merkel não frequentou as mesmas escolas superiores elitistas do sr. Hollande. Mais, consequência da herança protestante paterna, a sra. Merkel pensará como Max Weber na "ética protestante"...os seus interlocutores franceses têm princípios éticos católicos...pois é ...está-se, portanto, perante uma "merkollande" inequivocamente ecuménica, mas não existe João XXIII... Sua Santidade Bento XVI é alemão...Não há nada a favor de Paris?!...Oh la la...il ya toujours les fromages brie et camembert, n'est ce pas?

terça-feira, 8 de maio de 2012

As eleições francesas III

Como estão amigos, os srs. Sarkosy e Hollande. Bonito, sim senhor. Fica bem. Só não se viram os dois a oscular-se, hábito tão francófono. Todavia, não há razões para franceses e restantes europeus descansarem perante o sinal apaziguador. Se a promessa de renegociação do chamado "acordo orçamental" europeu do presidente-eleito, durante a campanha eleitoral, visaria projectar a imagem de uma França afirmativa e mais influente na cena internacional, a sua anunciada ida à Alemanha, ao que se diz, no dia imediato à sua tomada de posse como chefe-de-estado, desmente, na prática, esse objectivo. Visita, além de prematura, consolida a imagem de superioridade da sra. Merkel e do seu país face aos seus primos francos. Quando o presidente francês corre para o colo alemão, parecendo pedir benção e conforto... ou será já um acto de contrição em relação a algumas afirmações "plus méchants" da campanha eleitoral? Compreensível, contudo não se reconhem à bonacheirona chanceler alemã sentimentos maternais. A monarquia francesa sempre lutou contra a supremacia do Sacro-Império Romano-Germânico...portanto, Richelieu, o primeiro artífice do moderno estado francês, assim como sucessores seus devem estar a revolver-se nas tumbas perante a precipitação do sr. Hollande em cair no regaço (reconfortante?) da aparentemente sempre disponível chefe de governo alemã. Institucionalizar-se-á a sociedade "merkhollande" com sede em Berlim, como acontecia com a sua predecessora "merkosy".

domingo, 6 de maio de 2012

As eleições francesas II

A vitória do sr. Hollande não é um bom presságio para os franceses. Cria ilusões. Não desapareceram as dívidas da França com a vitória socialista. Pensaram os franceses que seria preciso mudar de Presidente para que tudo continuasse na mesma? A "esquerda" será obrigada a tomar as medidas mais austeras. Sem desculpas. E a França não difere de outros países. De facto, a tão falada e odiada (com toda a razão)austeridade não é fatalidade, antes necessidade. O recém-eleito presidente francês talvez acredite que pode encontrar dinheiro para pôr em prática "políticas económicas de crescimento", seja lá o que isso fôr, no início na segunda década do século XXI. Porém, encontrar quantias para investir e continuar a pagar as dívidas, preservando, ao mesmo tempo, o muito desgastado "modelo social europeu" (leia-se estado previdência) seria proeza assinalável. O dinheiro para investimento estatal terá que ser pedido emprestado e para pagar os défices, reformados e serviços sociais não se poderão baixar impostos. São estes últimos e a sua respectiva administração o cerne da questão em Portugal, França e por toda a restante UE. Para a economia crescer de maneira sustentada tornam-se necessários recursos financeiros...pois é, mas as pessoas e empresas asfixiam em impostos e taxas para sustentar burocracias pesadas e redudantes de serviços e cargos.Na actualidade sobra quase nada para obras públicas,bolsas de formação,manutenção de serviços de saúde e de educação...Croissance?! Comment?

sexta-feira, 4 de maio de 2012

As eleições francesas.

As próximas eleições francesas são importantes: as presidenciais, neste Domingo e as legislativas,em Junho próximo. Complementam-se. Em ambas as sondagens dão vantagem aos socialistas. O discurso do sr. Hollande não augura nada de bom, nomeadamente a ideia da renegociação do "acordo orçamental europeu" (mais uma redudância bruxelense). Se cada novo governo europeu decidir renegociar, sem consenso dos parceiros, o que os seus antecessores concordaram meses antes, a confusão na UE aumenta. E coitadinhos dos "mercados", não há psiquiatra que os acuda com tantos nervos...Porém, alvez o que os franceses mais gostam acerca daquele objectivo balofo do candidato socialista é o facto de assumir a oposição à supremacia alemã. De facto, se o Monsieur Sarkosy perder (derrota longe de certa) será, sobretudo, por causa da sua intimidade política com a sra. Merkel, perante a qual a França se sente subalternizada. Com"Merkosy" ou "markollande", a Alemanha será sempre incontornável. Francos e todos os povos germânicos são produtos das terras frias e sombrias dos "nibelungos"... O sr. Bayrou é um sobrevivente e segue as projecções a pensar no repasto, após as legislativas. Deveria reler o seu "Henry IV". Este rei foi ousado, pois concluiu, sem rebuço, que Paris valia uma Missa. Todavia, nem o primeiro monarca bourbon conseguiu unir os seus súbditos católicos e protestantes, nem o anúncio da intenção de voto do ex-cadidato centrista contribuirá para uma maior unidade francesa...

terça-feira, 17 de abril de 2012

O dr. Basílio Horta evoluiu...( a propósito de críticas deste deputado do PS contra o MNE Portas).

O dr. Basílio Horta evoluiu...mal. Como o prof. Freitas do Amaral. Abandonaram a direita em momentos desajustados. Constate-se, porém, os seus espíritos caritativos. Os dois ex-dirigentes centristas apoiam algo a desmoronar-se. A  "esquerda democrática" portuguesa (PS) está esgotada. Não tem projectos. O ideário e o discurso são bolorentos. Se houver alguma dúvida epistemológica sobre o desajustamento socialista face à realidade do País, oiça-se (se houver paciência) o dr. Seguro. Quanto à finérrima expressão "épater les bourgeois" sobre a acção do actual MNE, aplicava-se também às conversas balofas de anteriores governos acerca do mesmo assunto. O Estado tem política externa e a diplomacia assume o papel principal na respectiva executação. Evidente, o aumento das trocas comerciais, a captação de investimento estrangeiro, o apoio à internacionalização das empresas portuguesas, etc constituem, naturalmente, objectivos primordiais de qualquer actividade diplomática séria e dignificante para qualquer gente dipomático. Já os nossos monarcas medievais o sabiam e praticavam...Depois, o exercício diplomático ponderado e sério não convive bem com falsos frenesins de noticiários televisivos. Como acontece, habitualmente, na educação, só bastante mais tarde se saberá se um determinado esforço foi coroado de êxito. Diplomacia e economia casaram-se, há muito, com comunhão de adquiridos. Baixar impostos, reduzir burocracias e consistência na imagem e na acção externas são alguns exemplos de medidas, que podem tonificar aquele "casamento", sem balbúrdia ou confusão de conceitos.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Francamente, a solução....( a propósito de notícias acerca da greve de trabalhadores dos consulados portugueses na Suiça reinvindicando aumentos salariais em consequência da desvalorização do EURO face ao franco suiço).

Francamente, a solução parece evidente. Fecham-se os consulados na Suiça, deixando lá apenas a Embaixada. Os cidadãos portugueses poderiam ir aos países limítrofes: França, Itália, Alemanha e Austria tratar dos seus documentos. Em todos esses vizinhos dos suiços funciona o EURO, depois os acessos por estrada ou caminhos de ferro são excelentes. Mais, todos aqueles países têm redes electrónicas de grande qualidade, pelo que dúvidas e marcações para a emissão de documentação poderiam ser esclarecidas calmamente ou marcadas com antecedência via "internet". Se a memória não falha, atendendo aos acordos daquele país com a UE, desde que legalizados o regresso dos portugueses a território suiço estaria sempre assegurado. Poupava-se. Os trabalhadores não sofreriam o nível de depreciação salarial devido ao custo de vida e da desvalorização do EURO e os emigrantes continuariam a ser servidos...porém, será que quereriam, ambos (funcionários e a emigração), esta resolução barata e prática? Bem, talvez o actual MNE pense no assunto...

domingo, 8 de abril de 2012

O PM Passos Coelho...(no seguimento de notícias sobre reacções a mais algumas afirmações do PM português a um jornal estrangeiro).

O PM, mais uma vez, repetiu o que tem "cantado" em outras ocasiões. Tenta seguir a mesma chave do regresso aos mercados em 2013, em "lá bemol". Reconheça-se, neste muito discreto, nada estridente, "aleluia" pascal, o dr. Passos Coelho, internamente varia, com frequência, para um "dó baixo", em prudente ressonância. Contudo, em declarações no estrangeiro ou ainda em entrevistas para ouvidos e olhos externos, esse tom afirmativo perde a "chave", enredadado em "bemoles". Assim, em vez de variações à "fuga" cristalina do discurso interno, apresenta uma "atonalidade" destinada aos duros ouvidos germânicos. Provoca confusão essa sua diferença de registos. Todavia, em quaisquer dos palcos prefere nunca assumir o papel de "solista" ou carregar em "sustenidos". Refugia-se antes no coro das vozes europeias. A última entrevista ao tal jornal alemão não passa de uma variação na tentiva vã de harmonia em muita surdina, não vão os "tímpanos" soar demasiado agudos e contradizer ou assustar os sempre neuróticos mercados. Entretanto, o "wagneriano" Louçã excita-se, o PS em tom barroco chama atenção para as aparentes contradições musicais do governo e o PCP puxa das fanhosas trombetas, há muito entupidas, da desgraça desta contínua e cinzenta quaresma portuguesa, a qual está longe de acabar em consequência dos ininterruptos carnavais socialistas de anos passados recentes. Enfim, não será nesta ou na póxima Páscoa, que se ouvirão, por exemplo, o exultante "Aleluia" de Handel ou o afirmativo "Gloria" de Vivaldi, a propósito do ressurgimento da economia portuguesa.

sábado, 31 de março de 2012

Não estiveram em causa...(a propósito da notícia relativa à possibilidade do deputado do CSD-PP Ribeiro e Castro poder ser alvo de processo disciplinar/expulsão por ter votado contra a nova legislação laboral, porque a mesma anula o feriado nacional da RESTAURAÇÃO NACIONAL).

Não estiveram em causa os fundamentos da nova legislação, de acordo com a notícia. A política governamental não seria beliscada. A direcção do CDS-PP não mostrou capacidade negocial, deixando o PSD introduzir no articulado da nova lei laboral a medida meramente simbólica de anulação de feriados. Sem debate geral parlamentar, de maneira subreptícia, erradicou-se o feriado nacional, assinalando a data indelével da Restauração da Independência de Portugal, o 1º de Dezembro de 1640. Os actuais dirigentes centristas, a começar pelo respectivo presidente, demonstraram a mais completa insensiblidade, face a bases do seu próprio partido, a muitos dos seus apoiantes e potenciais votantes. Esses gestos pagam-se caro em eleições. O dr. Portas relevou ausência de escrúpulos e firmeza na defesa de princípios (sim, porque o 1º Dezembro marca a re-fundação de Portugal, a afirmação da sua soberania, enquanto, por exemplo, o 5 de Outubro ou o 25 de Abril, referem-se apenas a mudanças de regime). Deveria, no mínimo, ter exigido um debate no Parlamento em relação ao dia da Restauração Nacional. Assim, revelou-se um político carreirista, acomodado ao governo, descaractirizando o seu próprio partido. Para um jovem dirigente nacional assumir estas causas é marcar a diferença. Inspiram. E sem dúvida, são mais essenciais do que passar por um qualquer caixeiro viajante, como tem pretendido aparecer em muitas ocasiões, como Ministro dos Negócios Estrangeiros. Há princípios que não se vendem ou, sequer, se negoceiam.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Zelo nada inesperado...(a propósito do anúncio que a polícia francesa efectuou rusgas e prendeu fundamentalistas islâmicos).

Zelo nada inesperado, após as tragédias de Toulouse. Mais, há eleições presidenciais francesas em breve. Durante a tentativa de captura do assassino, meios de informação mencionaram que os serviços secretos franceses tinham já referenciado aquele criminoso. Será verdade? Estarão a querer compensar o aparente desleixo anterior? Não bastam rusgas para conter os insidiosos fundamentalistas, que germinam nas sociedades europeias envelhecidas e acomodadas em consumismo de futilidades, parecendo apenas preocupadas em manter privilégios sociais insustentáveis. Evidente, a repressão de fanatismos é policial, mas a sua erradicação talvez passe pela adopção de uma atitude cultural e política assertiva. Importa afirmar os valores fundamentais do sistema político-social ocidental, cujo presente estádio de legalidade e bem-estar não aconteceu de forma espontânea. Construiu-se. Essa afirmação inicia-se nas escolas e não apenas através da proibição do uso do véu. Depois, o imprescindível secularismo do estado, não deve escamotear em nome de relativismos vigentes, o reconhecimento do cristianismo como um dos alicerces das sociedades ocidentais. Diz-se que países e igrejas da Europa contrariaram e muito, ao longo da sua história, a doutrina original cristã. Todavia, é incontornável a sua contribuição na transformação do ocidente actual no espaço do mundo de maior riqueza e tolerância. Assumir a totalidade dessa herança poderá ser um excelente dissuasor de integrismos néscios.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Uma no cravo e outra na ferradura...(no seguimento de mais alguns comentários do subdirector do semanário "expresso" acerca da situação económica portuguesa).

Uma no cravo e outra na ferradura é o essencial deste comentário do dr. Nicolau Santos. Apresenta-se, agora, de forma adequada, pois o lacinho está lá...mas é preto, como as aves de mau agoiro. E o comentário condiz. É agoirento. Fica-se, no entanto, sem se saber o que é isso da "economia real". Deverá haver algum manual de economia neolítica explicando esse conceito. Desconheço. Portanto e por contraponto o descalabro financeiro do país constitui mera "abstração", que não se deveria conter e pôr cobro?! Talvez apenas contrariar levemente?! Entretanto, o Estado continuaria, pelos vistos, a sustentar um pequeno núcleo duro de empresas e sinecuras à custa do endividamento público e privado. Pois é... infelizmente, há mais de duas décadas, que a apelidada "economia real" girava, principalmente, à volta de uma máquina estatal absorvente e infernal, que conduziu o País ao actual abismo financeiro, do qual ainda não se afastou. Reconheça-se, a esse nível ainda existe muito para corrigir. Depois, não há alternativa à austeridade vigente. O desemprego trata-se da consequência mais grave e pungente, de anos de preguiça e, sobretudo, de incompetência irresponsável de governos PS. Os mais notórios e vis foram aqueles chefiadas pelo eng. Sócrates, pela forma como manipularam a informação e insistiram no erro. Representa inequívoca estultícia argumentar com alternativas de "políticas de desenvolvimento", quando se está à míngua...

quarta-feira, 28 de março de 2012

Face a Portugal os angolanos parecem-se...(a propósito do anúncio da possibilidade de Portugal e Angola assinarem um acordo para evitar a "dupla tributação").

Face a Portugal, os angolanos parecem-se bastante com os brasileiros. Pronúncias diferentes, mas há, por vezes, indisfarçáveis notas de complexos anti-lusitanos por parte daqueles nossos filhos e netos dos dois lados do Atlântico sul. Ambos assumem a língua portuguesa. Esta para além de alicerce primordial dos três povos, constitui em Angola, por agora, a base mais forte de identificação e coesão nacionais e no Brasil, a caminho dos duzentos anos de independência, a expressão lídima do seu carácter único e factor incontornável de diferenciação em relação aos restantes países do hemisfério ocidental. Porém, dificilmente compreendem como é que um pai e uma mãe naturais de uma pequena e aparentemente pobre faixa de terra localizada  "onde o mar começa e a terra acaba"  foram capazes de gerar, naqueles imensos e afortunados espaços, nações de tão enorme potencial. Reconheça-se que nós próprios, portugueses, às vezes, também não percebemos a grandeza, a audácia e a perseverança dos nossos antepassados. Desse modo portamo-nos, de forma oportunística, como pais que de tão benévolos passam por tontos. E assim o mundo lusófono dificilmente ultrapassará esse recíproco e estranho complexo de édipo, enquanto cada um continuar em estranha introspecção letárgica em vez de comprender que a junção de esforços, tomando em consideração confluência de interesses, pode potenciar, neste mundo dito global, oportunidades únicas. Portanto, venha daí esse tal acordo (para evitar a dupla tributação) que já vai chegar tarde.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Something dirty...(a propósito de imagens captadas por jornalistas do "Sunday Times", disfarçados de investidores, que reproduzem promessas de um tesoureiro do Partido Conservador britânico de acesso fácil ao PM em troca de choruda contribuição financeira).

Something dirty in her Majesty's Kingdom...a gravação comentada em todo o lado, degrada a imagem de qualquer instituição. A impudente figura central da tramóia é secundária e dispensável. Foi estupidamente imprudente. Contudo, o actual PM inglês necessita de se projectar e de se impor nacional e internacionalmente, sobretudo porque sucedeu ao carismático trabalhista Tony Blair (o sr. Brown enquanto chefe de governo e partido constituiu um interlúdio e será nota de rodapé nos manuais de história). Colaboradores rídiculamente palradores como o tesoureiro partidário filmado por jornalistas matreiros e marotos só desgastam o seu líder e o próprio partido. Certamente, o pobre homem julgava-se a intrigar nos tempos de Disraeli e na sua natural obtusidade não reparou em que época e país vive...talvez já não saia de casa. Porém, na ilha que se estende a partir dos penhacos de Dover, acontecem incidentes daqueles com frequência. Toda a gente se recorda da ruiva e sempre endividada duquesa de iorque a oferecer os seus préstimos para apresentar gente ao ex-marido...pois é, apesar de ingleses, esses dois broncos actores não têm nem a sombra da habilidade para a intriga e maledicência, que a famosa, vingativa e, também, tragicamente infeliz "Lady Di" demonstrou no seu curto "reinado" como a mais célebre das celebridades do seu tempo. Quem se pretende meter nessas cavalarias deveria estudá-la e à sua notável capacidade para manipular os meios de informação sequiosos de escândalos.

domingo, 18 de março de 2012

Por estas e outras razões...( no seguimento da transcrição de afirmações no semanário "expresso" do chefe da PIMCO - considerada a maior empresa financeira mundial a investir em obrigações - à revista "Der Spiegel")

Por estas e outras razões é que as finanças internacionais andam em tão grande confusão...Pôem-se a adivinhar. O sr. El-Erian, nascido em Nova-Iorque, egípcio e também francês disse que Portugal iria necessitar de nova assistência financeira, quando? Em que qualidade fez as afirmações? De ex-burocrata do FMI, de ex-aluno de Oxford e Cambridge (formado em ciências exotéricas? alquimia?) ou de chefe da PIMCO? Talvez de membro do PS ou do PCP ou será do BE? Essa brilhante conclusão resultou de algum estudo ,instinto ou de uma ideia durante o "jogging" sob o céu poluído da Califórnia, debitando-a depois à revista "Der Spigel"?! Pelo menos fica-se a saber que não se devem colocar poupanças na PIMCO. Não oferece confiança um administrador especulando dessa forma. O pobre homem está nervoso. Claro, depois do calote que levou dos gregos, qualquer um estaria. Na verdade não sabe ele nem ninguém, se as finanças portuguesas irão ou não necessitar de qualquer outro programa de assistência (mais dinheiro das instâncias internacionais). A conclusão do egípcio/franco/americano poderá também indicar a existência de gente nos meios financeiros, cuja ambição parece ser que a UE continue no limbo da incerteza e apoquentada com problemas de solvência... ou simplesmente aborrecer os alemães. Da notícia resulta apenas uma parcela do cepticismo internacional a somar ao nosso tradicional pessimismo. Não são as primeiras declarações desse tipo, nem as últimas. E nada adiantam.


N

sábado, 17 de março de 2012

Iniciativa meritória. (a propósito da notícia acerca de uma conferência intitulada "PME - as empresas do futuro", promovida pelo semanário "Expresso" e pelo Banco Popular).

Iniciativa meritória. Mas na pequena gravação reproduzida pelo semanário "expresso" nada existe de novo. Não se formam empreendores nas universidades. Estas devem ser, primordialmente, locais de saber, capazes de corresponder às ambições de formação dos alunos, providenciando ainda um ambiente científico criativo e, ao mesmo tempo, eficiente a ensinar o "velho" ou o "consagrado". Empreender resulta de atitudes e de vontades. O êxito dos investimentos depende desse voluntarismo, da capacidade de financiamento e das condições comerciais encontradas, habitualmente denominadas "mercados". Trata-se de simplificar e generalizar. Porém, as condições básicas referidas aplicam-se quer à mercearia da esquina quer à empresa de alta tecnologia. Evidente, representa mera constatação, cuja finalidade é desmistificar o "acto de investir", o qual não depende de qualquer grau acadadémico. Aliás, o "investidor" pode até ser "tecnologicamente analfabeto", contudo se souber escolher o "negócio", colaboradores e for hábil a vender pode obter sucesso. Fenómenos como Bill Gates ou Steve Jobs não se replicam. Acontecem. Diminuir impostos e desburocratizar (não basta facilitar jurídicamente o estabelecimento de uma empresa para depois estrangulá-la no tempo com regulamentos, licenças e taxas) constitui a melhor forma do Estado apoiar o investimento. Portugal precisa sobretudo disso. E quanto à exportação, vital é o estudo prévio e específico do mercado alvo, prudência e, depois, alguma sorte na escolha do parceiro local.

quinta-feira, 15 de março de 2012

O ministro das finanças (a propósito das declarações do ministro das finanças relativas à possibilidade da reforma do sistema fiscal português).

O ministro das finanças tem razão. É absolutamente necessário alterar o sistema de impostos. Evidente, nas presentes circunstâncias mudanças profundas não podem ser efectuadas. Por enquanto, os cidadãos devem continuar a ser esmifrados pelo Estado. As dívidas públicas acumuladas têm de ser reduzidas. E deixe de se falar na necessidade de "políticas de crescimento" para a economia. Tentativas espúrias de estímulos estatais contribuíram para o endividamento, beneficiando uns com o dinheiro de todos e toda a gente continua a pagar. Note-se, porém, que o dr. Vítor Gaspar não falou em redução da carga fiscal. Prudência? Sem a diminuição do peso do fisco sobre a vida económica nunca haverá "desenvolvimento sustentado" (como agora se diz) em Portugal. Hoje em dia, afogamo-nos no valor dos impostos e taxas: IRS, IRC, EMI, IVA, etc, etc. Até agora, só não se paga pelo ar que se respira e para quê? Há deputados a mais e excesso de membros de governo e respectivos gabinetes! A presidência da república, cuja tarefa relevante é a representação tem uma catadupa de gente e consultores para o PR dizer que o anterior PM o enganou?! A modéstia e o decoro devem caracterizar as instituições políticas portuguesas e os seus representantes. Sistematicamente, revelam-se bem diferentes, arrogantemente vaidosos e estupidamente dispendiosos.  Assim, o aprofundamento das reformas torna-se ainda mais premente. Não são apenas os impostos. A própria Constituição em vigor terá de ser simplificada e deixar de ser um programa governamental bafiento dos anos setenta do século XX. O atavismo institucional republicano de décadas constitui uma das principais razões da nossa decadência.

terça-feira, 13 de março de 2012

Extraordinário!...(a propósito da notícia acerca da possível descoberta de indícios de um fresco de Leonardo da Vinci).

Extraordinário! As técnicas actuais são capazes de desvendar mistérios, trazendo à superfície momentos únicos de passados distantes. O anúncio da descoberta talvez se mostre prematuro, quanto ao que se encontra, de facto, detrás da obra-prima do grande artista e escritor (biógrafo) Vasari. Porém, não deixa de ser fascinante a hipotética possibilidade acerca da existência de vestígios de um dos frescos de Leonardo da Vinci, iniciado há mais de 500 anos. Mais, aquele enorme salão também releva o único momento da História de Arte, onde dois dos seus maiores colossos quase chegaram a trabalhar ao mesmo tempo. Na outra parede, defronte àquela sobre a qual Da Vinci se debruçou (e estragou mais um dos seus trabalhos com os seus experimentalismos) era suposto o genial Miguel Ângelo Buonarroti pintar a Batalha de Càscina, outra vitória florentina, esta de meados do século XIV. De qualquer maneira é legítima a publicidade. Assim, Florença atrairá ainda mais visitantes e a National Geographic Society continuará a ser financiada para prosseguir estes trabalhos multidisciplinares. Georgio Vasari não pertence ao mesmo olimpo supremo, que os seus conterrâneos toscanos Leonardo da Vinci e Miguel Ângelo. Todavia, trata-se de uma figura renascentista incontornável, arquitecto e pintor "maneirista", num século XVI profundamente angustiado pelo movimento da Reforma e o completo oblívio da quimera agostiniana medieval  "A Cidade de Deus". As utopias já eram outras.

A demissão...(sobre o anúncio da demissão do Secretário de Estado da Energia.)

A demissão do Secretário de Estado (SE) da Energia só terá alguma importância se resultar de algum jogo de sombras chinesas. De facto, deixa no ar dúvidas a exoneração do membro do governo, que detinha o controlo político da área energética, pouco tempo depois da "privatização"/venda da (praticamente monopolista) EDP a uma companhia estatal chinesa. Questão legítima, porque as televisões mostraram a euforia dos membros do governo a acotevelar-se nas cerimónias alusivas aquela alienação. Estaria lá o SE demitido? Também emocionado? Feliz? Frustrado? Bem, a maioria do público não lhe conhecia a cara. Portanto, se estêve alegre ou triste, escapou, na ocasião, à notoriedade. Ganhou-a agora. Obteve os seus legítimos 15 minutos de fama. Entretanto, o dr. Álvaro Pereira, o ministro e os outros SEs poderiam ir pelo mesmo caminho: às suas vidas...Acabava-se com o Ministério da Economia, pois não serve para nada. O erro não está em ser, como lhe chamam, um super-ministério; o mal é a sua própria existência. Duas ou três direcções-gerais fariam o mesmo serviço, talvez até de maneira mais eficiente e poupavam-se uns milhões. Aliás, essa poupança ajudaria as tão faladas e, possivelmente, não tão acarinhadas pequenas/médias empresas exportadoras. Os drs. Gaspar, Portas e Relvas dividiriam o espólio que ficasse e teriam ainda mais protogonismo, evitando assim serem, por vezes, ensombrados pelas ingenuidades do simpático emigrante português no Canadá .

sábado, 10 de março de 2012

O ingénuo...( sobre as notícias relativas a um prefácio do PR no volume que a presidência publicou relatando visitas presidenciais a regiões, chamadas de "roteiros").

O ingénuo dr. Cavaco Silva, actual PR, ex-PM e ex-ministro das finanças, professor universitário, ex-funcionário do Banco de Portugal e investidor avisado e lucrativo em acções do BPN, de acordo com ele próprio, deixou-se enganar pelo eng. Sócrates, cuja licenciatura conforme vários testemunhos jornalísticos, foi alcançada à maneira do "vinho a martelo", ex-secretário de estado e ex-ministro de outra luminária socialista chamada Guterres. A trafulhice, ainda conforme o atraiçoado habitante actual do Palácio de Belém, ocorreu quando o segundo era PM. Este terá ocultado as verdadeiras condições das finanças públicas. Quer isto dizer, que o dr. Silva não tem contactos na administração pública, nem acesso a meios electrónicos (internet) na sua casa privada ou no escritório e depois de se reformar deixou de ler ou de entender os boletins do Banco de Portugal. Mais, não leu jornais portugueses e estrangeiros, não ouviu rádios nem viu televisão, talvez só alguma telenovela brasileira. Viveu assim numa autêntica redoma plena de vacuidade; melhor, estava algures em roteiro. Ele e as não sei quantas centenas de funcionários que trabalham na presidência algures no pedestal da inutilidade deixaram-se enganar por um espertalhão, sobre o qual há gente levantando dúvidas relativas ao nível da respectiva literacia. Enredo digno de uma comédia de enganos, onde um pacóvio se deixou enganar por um vigarista. Nada disto é sério, apenas o retrato triste do nosso pantanoso regime republicano.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Um inequívoco exemplo de novo-riquismo (sobre as notícias acerca da empresa pública "parque escolar", formada para fazer obras de renovação nas escolas).

Um inequívoco exemplo do novo-riquismo e desperdício dos governantes portugueses são as primeiras evidências de todas as notícias acerca da "parque escolar". Essa gulosa ostentação visou apenas ganhar eleições. Apesar de na substância não haver algo de verdadeiramente novo, não deixa de ser chocante. Depois, transparece: os governos não confiam na capacidade da administração pública - aspecto curioso, porque não será difícil constatar que  membros de todos os governo esforçaram-se imenso para facilitar a entrada de seus seguidores ou protegidos (as) na administração pública. Portanto, nem muita confiança demonstram nos méritos desses elementos. Não faltam arquitectos e engenheiros no funcionalismo público, contudo criou-se uma entidade à margem, deixando, certamente, muitos funcionários com aquelas qualificações e anos de experiência a lustrar calças e mangas de camisas nas secretárias das repartições. Na constituição da empresa pública em causa (pretensamente com um tipo de gestão  empresarial privada, tendo em vista fazer obras públicas em edifícios públicos, utilizando dinheiro público) releve-se, mais uma vez, a esperteza ou subterfúgio para dificultar o controle legal prévio (Tribunal de Contas?), ao qual está obrigado o Estado. Assim, não será errado pensar, que muitos políticos, quando assumem cargos governamentais, revelam uma estranha vontade em fugir às legislações, códigos e regulamentos criados por eles próprios no Parlamento. Ainda, talvez na "parque escolar" aconteceu o mesmo de outras criações similares: a distribuição de cargos e confortáveis vencimentos a "amigos", apoiando-se empresas de construção amigas. Deste modo, com os dinheiros dos impostos de todos constroem-se as "amizades" de alguns. Façam-se fiscalizações efectivas e acabe-se, de vez, com o regabofe de manobras eleitoralistas e clientelismos à custa do erário público! Pagaremos nós e pagarão os nossos filhos e netos. Aliás, já pagamos e de que maneira....

quinta-feira, 8 de março de 2012

De acordo com a notícia...(a propósito da candidatura ao Congresso dos EUA de um canalizador americano do estado do Ohio, tornado famoso porque uma vez embaraçou Barak Obama )

De acordo com a notícia, nos EUA, a super-potência mundial com mais de 300 milhões de habitantes, um canalizador candidata-se ao seu todo poderoso Congresso. Assume a profissão. Mais, faz dela uma bandeira para conseguir projecção e aproximar-se do potencial eleitorado. Pode ter alguma formação escolar superior alcançada em qualquer escola técnica regional. Não interessa. Pretende, sobretudo, assumir-se como os anglo-saxónicos dizem: um "blue collar". Ao contrário, cá os nossos políticos esfolam-se pelos tratamentos de "engs" ou "drs" ou, como está na moda, "mestres" (na terra da minha avó, "mestres" eram os trabalhadores da construção civil, portanto um "canalizador", para ela, seria um "mestre"). Alcançam títulos universitários em estabelecimentos de duvidosa qualidade, cuja finalidade, para além da legítima ambição de ganhar dinheiro, parece ser (a acreditar nos jornais)  "traficar influências". Porém, a culpa não está apenas nessa "saloice". Reside também na nossa mentalidade, pois pensa-se que só gente com canudo pode governar. Evidentemente, é necessário um eng. para projectar uma ponte ou um dr. para elaborar ou interpretar leis. Todavia, para decidir em que sítio e quando construir qualquer coisa com dinheiros públicos não é essencial um eng., nem um dr. para apontar que matérias a ser legisladas e quais os respectivos contornos principais... concluindo, ainda se vive em Portugal segundo esquemas mentais do tempo do Eça de Queiroz e da mania dos "bacharéis".


segunda-feira, 5 de março de 2012

O preço pedido pelo quadro...(sobre o anúncio da possível venda de um quadro da adolescência de Pablo Picasso por 60 milhões de euros em Inglaterra).

O preço pedido pelo quadro de Pablo Picasso é obsceno. Trata-se de uma obra da adolescência do pintor. Paga-se não a obra, mas a fama do artista. Portanto, não se trata aqui da qualidade intrínseca da pintura, antes o seu valor comercial e gente que necessita de dinheiro. Reconheça-se, a situação não é nova, nem surpreendente. Aliás, Picasso foi talvez o primeiro pintor a melhor utilizar as armas modernas de auto-promoção. Homem astuto, conseguiu manter-se neutral, face às tragédias dos dois conflitos mundiais e à própria guerra civil espanhola. A sua ambiguidade transparece na própria atitude artística: há muito consagrado e plenamente dentro dos circuitos comerciais da rica sociedade consumista ocidental, continuou a cultivar uma atitude retrógada de boémio iconoclasta de alguma pseudo-marginalidade dos anos vinte do século passado. Correspondia dessa maneira à imagem imaginada de um público cada vez mais fascinado por celebridades. Picasso, cujo talento e espírito inovador eram indiscutíveis, constituiu uma espécie de figura de Hollywood da cena artística parisiense. Um ícone da moda, como Yves Saint-Laurent ou Chanel. Nada a criticar, mera constatação. Agora, nem todas as obras criadas por esse andaluz valem os preços atribuídos... e 60 milhões por aquela "menina e a pomba"...só se tivesse na minha posse para receber esse dinheiro...dá sempre jeito...

Continuidade sinónimo de estabilidade...( sobre a vitória de Vladimir Putin nas eleições presidenciais russas)

Será a continuidade sinónimo de estabilidade na Rússia? Naquelas terras percorridas por ventos glaciares não é fácil prever. Podem às vezes congelar, mas o espírito russo, onde se misturam as tenacidades eslava, nórdica e tártara, não deve ser menosprezado. A Alemanha nazi descobriu tarde essa realidade e os russos só pararam em Berlim. Hoje, entendem-se bem. Longe vão os tempos do hipócrita pacto Molotov-Ribentrop. Depois, à população russa interessa-lhe copiar o estilo de vida ocidental, na melhor tradição de Pedro I e Catarina II, cognominados "grandes". Não pretende hostilizar a Europa Ocidental. Esta está, nos tempos que correm, mais preocupada em evitar a falência. Os EUA disfarçam, até porque as agências financeiras são americanas, contudo estão também corroídos por problemas financeiros: à semelhança do velho e sempre encantador ocidente europeu gastam muito e poupam pouco (caso para perguntar, onde está a ética protestante de Max Weber?). Agora, reconheça-se que Vladimir Putin soube misturar os ingredientes: na melhor tradição russa/bolchevista manipula os preceitos constitucionais para se eternizar no poder, juntando a essa sua habilidade os conhecimentos adquiridos durante a sua estadia como funcionário do KGB na então RDA, a qual muito mais próxima do mundo capitalista lhe terá revelado a importância da sociedade de consumo. Resultou um bom neto do seu avô, o qual foi cozinheiro do casal Lenine e de outros dirigentes comunistas. Pareceram sempre bem alimentados.Vladimir Putin dedica-se, com igual sucesso, à culinária política, fortalecendo a dieta popular graças às receitas das vendas de petróleo e gaz natural. Os cozinhados têm-lhe trazido vitórias...até quando?
Bem e na presente conjuntura, não parecem muito prováveis críticas oficiais contundentes ao processo de eleição presidencial do actual czar de todas as rússias por parte de Washington, Londres ou Berlim. Prevalecerá a máxima pragmática, "já que não consegues livrar-te dele, o melhor é continuar a negociar com ele...".

domingo, 4 de março de 2012

Um artigo sensível...(sobre um artigo da jornalista do "expresso" relativo a uma visita ao museu sobre a tragédia do bombadearmento atómico em Nagasaki)

Um artigo sensível e bonito. As bombas atómicas que flageraram as cidades japonesas de Nagasaki e Hiroxima foram dos acontecimentos mais horrorosos da História da Humanidade. Tragicamente assustadores. E de facto a compugida fotografia das crianças fere o nosso âmago de forma dolorosa. Sem palavras, reflecte uma enorme e profunda desolução e, ao mesmo tempo, resistência, cuja fonte parece inexplicável e o desígnio ininteligível. Independentemente da realidade histórica que provocou desenvolvimentos bélicos tão nefastos, sobra sempre a ideia do horror dos conflitos militares e o tenebroso significado da guerra total. Paradoxalmente, foi em grande parte graças ao medo aterrador de uma guerra nuclear, que se conseguiu afastar a deflagração de uma 3ª Guerra Mundial. Como lição, espera-se que permaneça para sempre na Memória da Humanidade a exangue tragédia que se abateu sobre Nagasaki e Hiroxima, em Agosto de 1945...

quinta-feira, 1 de março de 2012

Nesta conjuntura é infelizmente inevitável...(a propósito do anúncio europeu de 14% de projecção para desemprego em Portugal)

Nesta conjuntura é infelizmente inevitável o aumento da percentagem de desempregados. População envelhecida e gente mal qualificada num mundo, onde outras nacionalidades produzem tão bem, melhor ou mais barato que os trabalhadores portugueses, são algumas das razões do número de desemprego tristemente elevado. Mais, constantes políticas erróneas de sucessivos governos trouxeram-nos a este charco. O sufoco do "estado previdência", quase estrangulou a própria Povidência. Cá como na maioria dos países da União Europeia (UE) a manutenção de endividamentos eleitoralistas provocou que a"subsídio-dependência" consumisse os recursos disponíveis e os empréstimos contraídos pelos estados. Tudo se tornou desproporcionalmente caro, em grande parte resultante do peso dos impostos. Irrelevante se Portugal está em primeiro ou terceiro lugares nos níveis de desemprego. Seja qual for a posição, a situação evidencia-se de muito difícil recuperação, quando a economia europeia está anémica e ainda por cima tem que pagar a "agricultura comum", a colossal burocracia em Bruxelas e fornecer meios financeiros aos países do sul (chegará a vez de outros a norte). Contudo, não há alternativa à actual política de austeridade. Para diminuir o número de pessoas no desemprego os impostos devem baixar significativamente.Todavia, há dívidas para pagar. O principal responsável da situação do País é o PS...mas os dirigentes socialistas insistem no eleitoralismo e em críticas bacocas ou demagógicas...

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

A alquimia chegou...( a propósito de um anúncio do líder do PS sobre a criação de um "laboratório").

A alquimia chegou ao PS. O dr. Seguro é um homem ambicioso. Não forma um gabinete de estudos ou promete congressos de notáveis, nem a promoção de debates generalizados (como fica bem dizer), abertos a essa realidade etérea chamada "sociedade civil". O líder socialista quer algo seguramente incontestado e de resultados indiscutíveis para programar o país. E vai daí, arrojadamente, anuncia ao mundo a criação inédita na política portuguesa:um laboratório. Esse valente projecto, visa encontrar, em três anos, soluções para os problemas dos portugueses. A execução de tão miraculoso programa terá o prazo de quase uma década. Porém, nada de aventuras ou experimentalismos, pois nesse centro não haverão tubos de ensaio, reagentes ou outros agentes químicos, variáveis matemáticas ou algoritmos e ainda menos hipotenusas ou raízes quadradas. Apenas certezas. E como é que os cérebros envolvidos chegarão lá? Não foi dito. Mas adivinha-se: perscrutando, com a utilização dos mais avançados métodos exotéricos, o pensamento do chefe, nem mais nem menos que o próprio e único dr. António Seguro. Pois é...já tivemos a paixão pelo ensino de um engenheiro, o choque tecnológico de outro hipoteticamente com a mesma formação e agora um licenciado nessas matérias do oculto chamadas de "relações internacionais" pretende indicar laboratorialmente o caminho. Patetices... Revolvendo, contudo, a memória, aquela ideia de "laboratório" lembra algo desagradavelmente requentado, nazi ou estalinista.

E a reconciliação aconteceu...(sobre a noite dos óscares 2012).

E a reconciliação aconteceu na noite dos óscares. Hollywood encheu-se de auto-satisfação, consagrando um filme de temática intrinsecamente ligada ao seu passado de esplendor: uma película a preto e branco, quase toda muda sobre o próprio cinema. Mais, essa evocação produzida em Los Angeles, teve realizador francês e os actores principais da mesma nacionalidade. O país da invenção do cinema uniu-se aquele que o transformou no espectáculo mais popular do mundo. Aliás, notou-se igual denominador comum na maioria das categorias técnicas, na banda sonora e mesmo no argumento original premiado, de autor americano, o assunto é Paris, enquanto cidade da criatividade e da "joie de vivre". A França e os EUA de mãos dadas nas vitórias. Talvez desde a Guerra da Independência Americana no século XVIII, que tal não acontecia com resultados tão frutuosos, fazendo esquecer a acidez das relações entre os dois países nas vésperas da 2ª invasão do Iraque, em 2003. A "Separação", película iraniana, ganhou a estatueta para o melhor filme estrangeiro. Irão e EUA conciliados, quando o influente "New York Times" noticiou o facto de "serviços de informação" considerarem que Teerão desistiu da "bomba atómica"?! Não, a teocracia iraniana para sobreviver precisa da "inimizade americana". Também não foram esquecidos os temas recorrentes do racismo e da homossexualidade, porém contemplados em actuações apelidadas de secundárias. A mensagem ecuménica da "Academy of Motion Picture Arts and Sciences" ficou ainda mais transparente e marcante, quando a fabulosa Meryl Streep, "liberal"("gauche chic" americana), ganhou o terceiro óscar da sua carreira, representando Margaret Tatcher, um ícone conservador mundial . Hollywood cheia de auto-estima. Os Estados Unidos no seu melhor. E a 7ª arte pode sentir-se, uma vez mais, feliz.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Não se percebe...(a propósito de uma entrevista do Embaixador português em Tripoli, publicada "on-line" pelo semanário Expresso").

Não se percebe a utilidade desta entrevista. Para o jornal talvez interesse em abordar a questão líbia. Mas entrevistar um burocrata? Resulta uma série de banalidades. Depois as respostas do entrevistado, se a memória não falha, são semelhantes às fornecidas no início da crise na Líbia. Deve-se tratar do mesmo funcionário. Dizia então, que o facínora Khadafi controlava a situação e as manifestações não tinham muita importância. Deixava transparecer que seriam incentivadas por arruaceiros. Ecoava a propaganda do regime, dando a entender que tudo estava bem, como agora. Pois é, viu-se. Nessa altura teria sido melhor manter-se calado...O silêncio constitui uma arma preciosa. A instabilidade prevalece naquele país. Estranhar-se-ia se tal não acontecesse, após mais de 40 anos de ditadura assente num poder pessoal arbitrário e onde as estruturas estatais eram apenas simulacros fantasiosos de um demente criminoso. O regime ruiu após uma guerra civil sangrenta, cuja resolução favorável às forças contestárias só se tornou possível graças ao apoio da NATO. Neste contexto, como em outras situações semelhantes, poderão até fazer-se negócios e ganhar-se dinheiro, como, de repente, correrem-se riscos de vida. Cabe a cada um avaliar e decidir. Agora, não é da competência de um Embaixador português ser porta-voz de uma situação frágil, considerar quase irrelevante a existência de milícias armadas sob o comando de diferentes chefes e, neste cenário, procurar atrair pessoas com base no argumento de haver menos concorrência.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Eis uma notícia...(sobre a possibilidade da China apoiar financeiramente a Europa).

Eis uma notícia interessante, não pelos detalhes. É até recorrente. As autoridades chinesas não devem saber bem o que fazer a tanta liquidez e os juros das dívidas soberanas são jeitosos. Contudo, pretenderão acautelar-se através do FMI. Talvez não lhes interesse também o excessivo empobrecimento dos europeus. A loira Sra. Merkel, há dias, andou por lá e deve-as ter alertado. Quem irá então comprar as pilhas de inutilidades "made in china"? Os norte-americanos? Bem, os EUA já estão inundados por produtos fabricados na China e esta quase afogada na dívida americana. Notável reciprocidade...Portanto, para Pequim (perdão, Beijing) será de todo interesse diversificar clientes. Todavia, os dirigentes chineses sentir-se-ão especialmente encatados e orgulhosos, porque toda a gente presta, agora, reverência ao Império do Meio (o que faz o dinheiro...). Assim, cumpre-se a ambição do Imperador Iongle, o mais célebre Ming (a última e mais famosa disnastia Han), cujo almirante eunuco Zeng He procurou, nos princípios do século XV, expandir a soberania e glória chinesas além mar, nomeadamente nas costas do Oceano Índico. Mas aquele soberano morreu e o Celeste Império isolou-se. E os chineses nunca conseguiram vislumbrar, sem intermediários, o despertar do outro grande centro civilizacional do Mundo:a Europa Ocidental. Pelo contrário, em vez de visitar, foram visitados pelos audazes Portugueses, os primeiros mentores da globalização, a qual na actual versão tanta prosperidade tem levado à China.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

A única posição...(sobre o 1º DE DEZEMBRO como feriado nacional).

A única posição é a defesa clara e inequívoca da manutenção do 1º de DEZEMBRO, DIA DA RESTAURAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA DE PORTUGAL, como feriado nacional. Durante estes poucos mais de cem anos de apagado e triste regime republicano, muito se fez para diminuir ou menosprezar a importância do 1º de DEZEMBRO, a começar por se denegrir a figura ímpar de D. João IV. Homem avisado (músico notável), arriscando tudo em nome da missão de restaurar a Independência da Nação Portuguesa, foi apelidado de timorato ou indeciso. Alguma historiografia tentou a mesma operação face à figura de D. João I ao retratar o "Rei de Boa Memória" da mesma forma. Como se fosse fácil assumir a chefia de um movimento, no qual se arriscava a própria vida e as dos seus familiares próximos...Aliás, se há feriado nacional, que nestes dias particularmente sombrios de crise financeira e grande desemprego nunca deveria acabar ou sequer pensar-se em retirá-lo do calendário, é este. A gesta iniciada no 1º DEZEMBRO DE 1640 dá sentido e força à razão, ideia e sentimento de se ser PORTUGUÊS. Marca, em termos simbólicos e indeléveis, a diferença em relação à restante Europa, até porque naquele conturbado século XVII, os portugueses foram únicos, pois não voltariam a ser subjugados (a questão das Províncias Unidas-Holanda-é anterior e em contexto muito diferente). Não há produtividade que justifique o seu desaparecimento como FERIADO NACIONAL. Portanto, o governo e o parlamento errarão profundamente em caso de subalternização do DIA 1º DEZEMBRO.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Mais uma vez arte e negócio (a propósito da notícia sobre a descoberta de gravuras rupestres em Vale de Cambra, região de Aveiro).

Mais uma vez arte e negócio andam de braço dado. Talvez poucos se lembrem, gravuras idênticas às de Vale de Cambra na região do Côa, em conjunto com a polémica sobre a sua conservação ou a construção de uma barragem, ajudaram (não se sabe em que medida) a catapultar para o poder o PS do eng. Guterres. Assim, além do lucro, também a política se pode sempre somar à veia artística da humanidade. As gravuras de Foz Côa não me impressionaram. Fiquei sim impressionado com a belíssima região quente e rude de vales e montes alcantilados, que preferiu ser portuguesa em vez de castelhana, nos memoráveis tempos de El-Rei D. Dinis. Porém, triste e desprovida de gente, que uns "jipes" com turistas procuravam animar. Não sei se o conseguiram, até hoje...Entretanto, o turismo parece animar e justificar interesses acerca de épocas históricas perdidas nas sombras dos tempos...certamente, quem se entretêve a cravar na pedra figuras como as do Côa, estava apenas aborrecido pastando ou esfaimado à espera que a caça se pusesse a jeito...claro, se a antiguidade dos conjuntos rupestres do Vale de Cambra se comprovar. Seria também útil a sua comparação quer com as de Côa quer com as de outras regiões, nomeadamente do deserto do Sara. Seria mais um indício, que os Iberos tiveram origens africanas e não vieram dos mares Negro ou Mediterrâneo em peregrinação até estas belas terras de clima suave, pois a Helênia não está na moda...e volta-se à politiquice e ao rendimento, pior à ausência deste último ...

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

A questão demográfica...(a propósito das conferências abordando a baixa natalidade em Portugal).

A questão demográfica foi um dos múltiplos aspectos estruturantes (como se diz agora) perante o qual os governos se mostraram alheios, durante as três últimas décadas (como na restante Europa ocidental o problema português é anterior). Junta-se a outros como a agricultura e as pescas, a justiça e a educação/cultura. Os governos do actual PR, o qual surge como o promotor das conferências, são dos principais responsáveis por essa situação. Em troca de subsídios prontos a gastar da CEE-UE, optaram por seguir políticas fáceis de pseudo-modernização, de substituição de produção nacional por produtos importados e, ao mesmo tempo, aqueles sectores básicos de sustentação e de actividade do estado saíam descurados, ou tão mal como isso, alvo de todo o tipo de experiências e remendos legislativos. E não se pense que o menosprezo como se tratou a "família", alicerce fundamental da sociedade portuguesa, não constituiu ainda vector contribuinte para o descalabro demográfico. Não é apenas uma questão de dinheiro, até porque se houver comparação de índices, não restarão dúvidas que as famílias, em termos gerais, vivem melhor hoje em dia do que no passado. Antes a forma de utilização dos recursos financeiros e, concomitantemente, o desprezo efectivo pelos valores tradicionais, substituídos pelo consumismo fácil (este incentivado pelos próprios governos), que podem ser identificadas como algumas razões objectivas para que haja cada vez menos portugueses. Não bastará,agora, bater no peito e dizer "mea culpa"...

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Os líderes...(a propósito de mais uma cimeira da UE em Bruxelas)

Os líderes europeus, quais? Actualmente, há apenas uma, chama-se Angel Merkel e não é qualquer anjo, apesar do nome poder indicar o contrário. Aliás, os alemães precisam de tudo, menos atitudes angélicas. Toda a gente "lhes quer ir ao bolso"...parecem ser os únicos europeus ricos. Até não são, mas lá parecer, parecem. Para falar verdade, aquilo em Berlim também não está grande coisa...no mundo do capitalismo ocidental nada está muito bem. Porém, na UE existem, no mínimo, 5 presidentes permanentes (conselho, comissão, parlamento europeu, tribunal de justiça e banco central europeu) e não se sabe quantos vice-presidentes, comissários, directores-gerais, deputados, etc. Em termos práticos, quanto mais falida a UE, mais crescem os respectivos altos cargos; não se consegue chegar a acordo, aumenta-se o número de reuniões a todos os níveis e, depois, convenientemente, apresentam-se umas vagas conclusões para assunto de telejornais. Entretanto, os orgãos de soberania nacionais,eleitos pelas populações de cada país, são cada vez mais reduzidos a caixas de ressonância irrelevantes. Importaria que o cidadão europeu reparasse que a burocracia europeia, além de regulamentos redundantes e inúteis, está a tornar-se insidiosamente perigosa, pois quem irá vigiar, avaliar e, talvez, aprovar orçamentos resultantes dos nossos impostos, será gente, algures num qualquer gabinete bruxelense, que nem sequer fala português...Entretanto, com ou sem Bruxelas, não há alternativa à austeridade...

sábado, 14 de janeiro de 2012

A resposta...(a propósito de declarações do ministro de assuntos parlamentares sobre a decisão das agências de avaliação/classificação financeiras em baixar de nível a capacidade financeira de nove países da zona euro, incluindo Portugal).

A resposta tem de ser portuguesa. Essa atitude de se remeter para a abstracção "europa" responsabilidades de fazer face a obstáculos, conduziu Portugal a crescente dependência de instâncias internacionais e à acefelia de governantes e instituições, afogadas em mecanismos burocráticos da União Europeia(UE). Não se age, há anos. Espera-se e reage-se apenas e sempre em função de chamados estímulos "europeus", os quais não podem ser controlados por portugueses. As análises das agências financeiras de avaliação/classificação traduzem opiniões sobre o óbvio e representam interesses que não são nossos. O actual governo em resultado do acordo internacional, prossegue, de forma geral, as políticas de austeridade correctas. Todavia, parece estar a perder ímpeto: as recentes e escandalosas nomeações, o estúpido arrastar de negociações na chamada concertação social, onde se insiste em querer misturar "azeite e água", o adiar das imprescindíveis reestruturações nas autarquias em conjunto com declarações infelizes de altos-responsáveis, incluindo o PM,  parecem indicar já cansaço, quando a tarefa mal começou. O único caminho económico-financeiro viável para a recuperação a médio/longo prazo continua a ser aquele, que tem sido trilhado, até agora. Porém, importa não perder energia e determinação. A curto prazo, qualquer alternativa de afouxamento, afundaria mais o País e traria maior miséria aos portugueses. Nos tempos mais próximos, a atitude correcta não dará simpatias nem votos ao governo. A tarefa continua a ser muito árdua. Contudo se os governantes actuais e os membros relevantes dos partidos, que os apoiam, têm algum sentido do devir da História sabem não haver tempo para hesitações. Infelizmente, a forma como alguns notáveis próximos do PM têm sido  recompensados, releva que não existe qualquer perspectiva histórica ou consciência patriótica da parte dessa gente, só vaidade e ganância por posições de prestígio e ordenados chorudos.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Tem razão....(a propósito de um artigo de opinião escrito no semanário "expresso" sobre a atribuição de subsídios de dois institutos públicos à filha do dr. Braga de Macedo para realizar uma exposição na capital moçambicana).

Tem razão o autor dos comentários e as observações estão efectuadas de forma correcta. Porém, legitimamente, insinuantes, pois paga impostos. Este dr. Braga de Macedo não é o mesmo que estêve, há uns anos, envolvido num qualquer esquema de subsídios comunitários para a agricultura por causa de uma propriedade no Alentejo? E por esse motivo teria sido demitido de Ministro das Finanças pelo então PM dr. Cavaco Silva? E depois, já sem o cargo, não se sentava na primeira fila das conferências do actual PR (ainda chefe de governo e líder do PSD), tirando, atenta e veneradamente apontamentos? Bem, reconheça-se a transparência, porque, não há pouco tempo, propôs em conferência de imprensa, que os serviços de informação e segurança da república fossem utilizados na internacionalização da economia e na captação de investimento estrangeiro, tudo devida e directamente coordenado pelo PM....Sem dúvida com tantas ideias, funções e mais um programa na TVI24 deve ser talentoso.... do pai, o Professor Borges de Macedo, reconhece-se uma obra notável e incontornável como historiador (já o avô deixou obra importante)...dele nada me ocorre, a não ser a recente nomeação (mais uma ) para o orgão de supervisão da EDP. Deve ter um Phd tirado algures. Pelos vistos o dr. Macedo trata-se de um progenitor atento e extremoso...Nã, a crónica ecoa apenas rumores, fantasias, está eivada de inveja, a autora da brilhante exposição na antiga Lourenço Marques nunca recebeu qualquer apoio de instituições oficiais e, finalmente, não tem culpa de ser filha daquele pai, não é verdade!?

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Mas é que há...(sobre declarações do dr. Santos Pereira, ministro da economia, relativas ao "franchising" do pastel de nata).

Mas é que há com cada pastel em Portugal: nata, feijão, cerveja, etc e as pasteladas do dr. Álvaro Santos Pereira...apesar de português, resultou de um "outsourcing" canadiano. De facto, era muita "idea and sand" para as terras dos quase lendários irmãos Corte-Real. Assim, o dr. Passos Coelho trouxe-o para o cargo ministerial, cuja única função, até hoje, consiste em empatar. Portanto, um humorista impõe, evidentemente, uma outra graça à burocracia económica. Bem, talvez lance um "franchising" de pastéis. Já se está a ver aquelas cabeças económicas efervescendo com receitas do "portuguese custard pie". Porém, internacionalização sem discriminações. Aliás, o ecumenismo do dr. Portas nunca deixaria que tal ocorresse. Se houver lançamento internacional do pastel de nata, haverá de todos os outros. Claro, com uma excepção. E esssa seria o "portuguese pastel de bacalau", quero dizer "cod pastel" ou será "pastel cod" (não pode ser custard)...?! Espécie protegida. Bem se sabe que os brasileiros já o abastardaram e chamaram-lhe "bolinho de bacalhau", que também é muito bom. Contudo, como não conseguiram dar-lhe a forma única do nosso nacionalíssimo, perdão, "very portuguese pastel of bacalau", arredondaram-no. Aqueles, como herdaram um país enorme, adoram os diminutivos. Se há terra onde o "inho" fica bem é no Brasil. E é verdade, ainda existe o pastel de "massa tenra", quere-se dizer de "tender mass"...valha-nos a santa paciência, perdão "patience".

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Estas ocorrências...(a propósito das notícias publicadas acerca da influência da maçonaria resultante de denúncias de ambições de um ex-chefe dos serviços de informação).

Estas ocorrências com "lojas maçónicas" demonstram, sobretudo, a fraqueza de pessoas e instituições. A maçonaria em Portugal sempre foi empolada. O mito criado no século XVIII, como organização secreta defensora de valores "liberais", anti-Igreja e anti-antigo regime (absolutismo) criaram-lhe uma aurea de mistério idealista. Muito mais tarde, o execrável assassínio de El-Rei D. Carlos e a subsequente tragédia nacional, contribuíram para a criação de uma espécie de folclore de poder ao seu redor. A tacanhez do regime salazarista contribuiu para que essa mitologia bacoca chegasse aos dias de hoje. Havia monárquicos e republicanos maçãos, como talvez haja ainda. E todos os indícios apontam, que a conspiração, que vitimou aquele notável Monarca, envolveu indivíduos rancorosos e despeitados (monárquicos e republicanos), porque não conseguiam alcançar legitimamente o poder. O facto de pertecerem ou não à maçonaria constituiu a variável menos relevante naquele muito nefasto drama, prelúdio da infeliz chegada ao poder de facínoras, os quais, durante dezasseis anos, conduziram o País à ruína e à ditadura. Aliás, alguns dos apoiantes do Rei utilizavam também  "avental" como distintivo. Era então chique, sinal de prestígio e, em parte, uma espécie daquilo a que se chama "gauche chic", hoje em dia.
Algo, no entanto, vale a pena apontar: ao longo da história, prova-se que, todo e qualquer o tipo de organização secreta existiu, sempre, para tentar ser um factor de influência ou tráfico de favores. E procura, inevitavelmente, condicionar governos ou outros orgãos de poder. Se o conseguem ou não, depende da capacidade dos seus membros e da força e transparência das instituições.
Agora, se as pessoas pretendem usar avental ou guardanapos, não apenas para cozinhar, ninguém tem nada a ver com isso. Não há razão para medos. Deixem as teorias de conspiração para os romances de Dan Brown e similares.
Depois, para muitas pessoas, é importante integrar qualquer coisa de misterioso. Dá-lhes um sentimento de grandeza e cumplicidade. Se se sentem felizes em orar para um altar com um olho espalmado num triângulo, porque não?! Há coisas bem piores...  

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

A notícia escasseia...(sobre um artigo publicado no "expresso" acerca de um discurso do MNE Portas, por ocasião de um "seminário diplomático").

A notícia escasseia quanto a detalhes. Não parecem ser más ideias. Nem novas. Apenas recicladas. Necessidades de afirmação de um político pretendendo apresentar algo de novo. Agora, há dinheiro, por exemplo para "roadshows"? De quê? Sardinha assada, fogareiro, tintol e rancho foclórico de emigrantes?Depois, "business plan"obrigatório para embaixadas? Todas? Só o termo em inglês assusta. Será consequência de algum acordo ortográfico luso-anglo/saxónico? Está-se mesmo a ver o embaixador em Washington a aproveitar as primárias americanas para um "portuguese barbecue" (sardinhada) algures em Las Vegas, promovendo o excelente tinto do Dão com "majoretes" e "bandas"naquela "disneyland"...Daqui a umas décadas será interessante estudar "planos de negócio" propostos pelos embaixadores portugueses em,por exemplo, Adis-Abeba, Abuja ou Helsínquia e saber como foram (diplomaticamente) flagelados pelo MNE por não conseguirem alcançar as metas de venda de chinelos "made in Portugal". Ainda, será curioso ver a figura do embaixador português em Londres pitorescamente vestido de xadrês e com um taco de golfe ao pé do Buckingham Palace a distribuir folhetos promovendo aquele "sport"no Algarve. Dos velhos manuais sobre diplomacia ressalta a ideia, que a prática diplomática alicerça-se na realidade geopolítica do estado e sulca rotas de oportunidade de forma atenta e discreta... e aguardam-se as imagens no "twiter" e no "facebook" dos alegres "portuguese roadshows around the world".

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Portugal está no EURO...(a propósito da notícia no semanário "expresso" sobre o facto da sociedade que controla a "jerónimo martins" ter efectuado uma operação financeira a partir da qual a maioria do capital passou a estar baseado nos Países Baixos).

Portugal está no EURO, integra"o mercado único"europeu e é parceiro na União Europeia (UE). Comprometeu-se assim, com um conjunto de direitos, deveres e, eventuais, benefícios. Neste quadro geral transeuropeu, uma empresa portuguesa ou maioritariamente controlada por portugueses tem toda a legitimidade de tomar uma decisão, tendo em vista aumentar lucros ou por outro motivo de gestão. No passado o dinheiro raramente conheceu fronteiras. Hoje em dia, na UE deixaram, teoricamente, de existir para pessoas e bens. Quando se fala de internacionalização da economia, refere-se a isto mesmo e não à redundância falaciosa intitulada"diplomacia económica". No caso abordado na notícia parece não implicar desaparecimento de emprego no País. Por outro lado, a "jerónimo martins", actualmente, é uma multinacional do retalho, até pelos seus interesses na Polónia. O governo português se quer, no futuro, evitar este tipo de decisões deve aliviar (e em muito) a carga fiscal e mantê-la consistente, não só para as empresas, mas sobretudo para os cidadãos. Evidentemente, nos dois a três próximos anos, tal não será possível. Contudo, o caminho deve apontar nesse sentido. Seria mais saudável e positivo para toda a gente e para a economia, se por exemplo em vez de se receber 13º e 14º meses, as pessoas, no futuro, pagassem bastante menos IVA, IRS, IRC, EMI, etc. Isso sim, deveria ser a aspiração ou o conselho, por exemplo do Presidente da República no seu discurso de "Ano Novo", em vez de abstracções vagas e obstrusas como "políticas de crescimento e emprego..."

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

"Portugal é maior que a crise..." (a propósito do discurso de Ano Novo do PR, 01/01/2012).

"Portugal é maior do que a crise em vivemos", concorda-se e enfatiza-se é muito, mas muito maior. Os governantes têm sido ora fracos, ora incompetentes ora trafulhas, ou tudo isso ao mesmo tempo, como o último governo do PS. Parafraseando novamente o Poeta  "governos fracos fazem fraca a forte gente". Pois é. Bem, quanto à "agenda para o crescimento e emprego" trata-se de conversa presidencial" politicamente correcta", para os comentadores profissionais sublinharem. Os actuais níveis de impostos e cargas fiscais não permitem crescer e gerar emprego de forma sustentada a uma economia com a dimensão da portuguesa. Portanto, espera-se que, depois da imprescindível austeridade/estabilização financeira, haja capacidade de decisão para diminuir a arrecadação do estado. Antes, o Sr.PR deveria era ter constatado a imperiosa necessidade de reduzir mais a máquina estatal (secretarias de estado da cultura, turismo, juventude, assuntos parlamentares, fundações, institutos, etc deveriam ser erradicadas, assim como câmaras municipais). E já agora, apelar aos partidos para a relevância de se efectuar uma verdadeira revisão da lei base nacional, apagando as excrescências socializantes e excessivamente programáticas da constituição, cortando, ao mesmo tempo, no número de deputados. Teria sido ainda elegante anunciar a diminuição do número de pessoas a trabalhar para a presidência da república e a não realização de viagens ao estrangeiro. Responsável pelas imagens anteriores ao discurso? Da presidência? Das televisões? Parecia que o dr. Cavaco Silva se estava a recandidatar...Não são apenas dois mandatos? Francamente, em qualquer caso, como se dizia antigamente, muito foleiras.