sábado, 31 de março de 2012

Não estiveram em causa...(a propósito da notícia relativa à possibilidade do deputado do CSD-PP Ribeiro e Castro poder ser alvo de processo disciplinar/expulsão por ter votado contra a nova legislação laboral, porque a mesma anula o feriado nacional da RESTAURAÇÃO NACIONAL).

Não estiveram em causa os fundamentos da nova legislação, de acordo com a notícia. A política governamental não seria beliscada. A direcção do CDS-PP não mostrou capacidade negocial, deixando o PSD introduzir no articulado da nova lei laboral a medida meramente simbólica de anulação de feriados. Sem debate geral parlamentar, de maneira subreptícia, erradicou-se o feriado nacional, assinalando a data indelével da Restauração da Independência de Portugal, o 1º de Dezembro de 1640. Os actuais dirigentes centristas, a começar pelo respectivo presidente, demonstraram a mais completa insensiblidade, face a bases do seu próprio partido, a muitos dos seus apoiantes e potenciais votantes. Esses gestos pagam-se caro em eleições. O dr. Portas relevou ausência de escrúpulos e firmeza na defesa de princípios (sim, porque o 1º Dezembro marca a re-fundação de Portugal, a afirmação da sua soberania, enquanto, por exemplo, o 5 de Outubro ou o 25 de Abril, referem-se apenas a mudanças de regime). Deveria, no mínimo, ter exigido um debate no Parlamento em relação ao dia da Restauração Nacional. Assim, revelou-se um político carreirista, acomodado ao governo, descaractirizando o seu próprio partido. Para um jovem dirigente nacional assumir estas causas é marcar a diferença. Inspiram. E sem dúvida, são mais essenciais do que passar por um qualquer caixeiro viajante, como tem pretendido aparecer em muitas ocasiões, como Ministro dos Negócios Estrangeiros. Há princípios que não se vendem ou, sequer, se negoceiam.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Zelo nada inesperado...(a propósito do anúncio que a polícia francesa efectuou rusgas e prendeu fundamentalistas islâmicos).

Zelo nada inesperado, após as tragédias de Toulouse. Mais, há eleições presidenciais francesas em breve. Durante a tentativa de captura do assassino, meios de informação mencionaram que os serviços secretos franceses tinham já referenciado aquele criminoso. Será verdade? Estarão a querer compensar o aparente desleixo anterior? Não bastam rusgas para conter os insidiosos fundamentalistas, que germinam nas sociedades europeias envelhecidas e acomodadas em consumismo de futilidades, parecendo apenas preocupadas em manter privilégios sociais insustentáveis. Evidente, a repressão de fanatismos é policial, mas a sua erradicação talvez passe pela adopção de uma atitude cultural e política assertiva. Importa afirmar os valores fundamentais do sistema político-social ocidental, cujo presente estádio de legalidade e bem-estar não aconteceu de forma espontânea. Construiu-se. Essa afirmação inicia-se nas escolas e não apenas através da proibição do uso do véu. Depois, o imprescindível secularismo do estado, não deve escamotear em nome de relativismos vigentes, o reconhecimento do cristianismo como um dos alicerces das sociedades ocidentais. Diz-se que países e igrejas da Europa contrariaram e muito, ao longo da sua história, a doutrina original cristã. Todavia, é incontornável a sua contribuição na transformação do ocidente actual no espaço do mundo de maior riqueza e tolerância. Assumir a totalidade dessa herança poderá ser um excelente dissuasor de integrismos néscios.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Uma no cravo e outra na ferradura...(no seguimento de mais alguns comentários do subdirector do semanário "expresso" acerca da situação económica portuguesa).

Uma no cravo e outra na ferradura é o essencial deste comentário do dr. Nicolau Santos. Apresenta-se, agora, de forma adequada, pois o lacinho está lá...mas é preto, como as aves de mau agoiro. E o comentário condiz. É agoirento. Fica-se, no entanto, sem se saber o que é isso da "economia real". Deverá haver algum manual de economia neolítica explicando esse conceito. Desconheço. Portanto e por contraponto o descalabro financeiro do país constitui mera "abstração", que não se deveria conter e pôr cobro?! Talvez apenas contrariar levemente?! Entretanto, o Estado continuaria, pelos vistos, a sustentar um pequeno núcleo duro de empresas e sinecuras à custa do endividamento público e privado. Pois é... infelizmente, há mais de duas décadas, que a apelidada "economia real" girava, principalmente, à volta de uma máquina estatal absorvente e infernal, que conduziu o País ao actual abismo financeiro, do qual ainda não se afastou. Reconheça-se, a esse nível ainda existe muito para corrigir. Depois, não há alternativa à austeridade vigente. O desemprego trata-se da consequência mais grave e pungente, de anos de preguiça e, sobretudo, de incompetência irresponsável de governos PS. Os mais notórios e vis foram aqueles chefiadas pelo eng. Sócrates, pela forma como manipularam a informação e insistiram no erro. Representa inequívoca estultícia argumentar com alternativas de "políticas de desenvolvimento", quando se está à míngua...

quarta-feira, 28 de março de 2012

Face a Portugal os angolanos parecem-se...(a propósito do anúncio da possibilidade de Portugal e Angola assinarem um acordo para evitar a "dupla tributação").

Face a Portugal, os angolanos parecem-se bastante com os brasileiros. Pronúncias diferentes, mas há, por vezes, indisfarçáveis notas de complexos anti-lusitanos por parte daqueles nossos filhos e netos dos dois lados do Atlântico sul. Ambos assumem a língua portuguesa. Esta para além de alicerce primordial dos três povos, constitui em Angola, por agora, a base mais forte de identificação e coesão nacionais e no Brasil, a caminho dos duzentos anos de independência, a expressão lídima do seu carácter único e factor incontornável de diferenciação em relação aos restantes países do hemisfério ocidental. Porém, dificilmente compreendem como é que um pai e uma mãe naturais de uma pequena e aparentemente pobre faixa de terra localizada  "onde o mar começa e a terra acaba"  foram capazes de gerar, naqueles imensos e afortunados espaços, nações de tão enorme potencial. Reconheça-se que nós próprios, portugueses, às vezes, também não percebemos a grandeza, a audácia e a perseverança dos nossos antepassados. Desse modo portamo-nos, de forma oportunística, como pais que de tão benévolos passam por tontos. E assim o mundo lusófono dificilmente ultrapassará esse recíproco e estranho complexo de édipo, enquanto cada um continuar em estranha introspecção letárgica em vez de comprender que a junção de esforços, tomando em consideração confluência de interesses, pode potenciar, neste mundo dito global, oportunidades únicas. Portanto, venha daí esse tal acordo (para evitar a dupla tributação) que já vai chegar tarde.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Something dirty...(a propósito de imagens captadas por jornalistas do "Sunday Times", disfarçados de investidores, que reproduzem promessas de um tesoureiro do Partido Conservador britânico de acesso fácil ao PM em troca de choruda contribuição financeira).

Something dirty in her Majesty's Kingdom...a gravação comentada em todo o lado, degrada a imagem de qualquer instituição. A impudente figura central da tramóia é secundária e dispensável. Foi estupidamente imprudente. Contudo, o actual PM inglês necessita de se projectar e de se impor nacional e internacionalmente, sobretudo porque sucedeu ao carismático trabalhista Tony Blair (o sr. Brown enquanto chefe de governo e partido constituiu um interlúdio e será nota de rodapé nos manuais de história). Colaboradores rídiculamente palradores como o tesoureiro partidário filmado por jornalistas matreiros e marotos só desgastam o seu líder e o próprio partido. Certamente, o pobre homem julgava-se a intrigar nos tempos de Disraeli e na sua natural obtusidade não reparou em que época e país vive...talvez já não saia de casa. Porém, na ilha que se estende a partir dos penhacos de Dover, acontecem incidentes daqueles com frequência. Toda a gente se recorda da ruiva e sempre endividada duquesa de iorque a oferecer os seus préstimos para apresentar gente ao ex-marido...pois é, apesar de ingleses, esses dois broncos actores não têm nem a sombra da habilidade para a intriga e maledicência, que a famosa, vingativa e, também, tragicamente infeliz "Lady Di" demonstrou no seu curto "reinado" como a mais célebre das celebridades do seu tempo. Quem se pretende meter nessas cavalarias deveria estudá-la e à sua notável capacidade para manipular os meios de informação sequiosos de escândalos.

domingo, 18 de março de 2012

Por estas e outras razões...( no seguimento da transcrição de afirmações no semanário "expresso" do chefe da PIMCO - considerada a maior empresa financeira mundial a investir em obrigações - à revista "Der Spiegel")

Por estas e outras razões é que as finanças internacionais andam em tão grande confusão...Pôem-se a adivinhar. O sr. El-Erian, nascido em Nova-Iorque, egípcio e também francês disse que Portugal iria necessitar de nova assistência financeira, quando? Em que qualidade fez as afirmações? De ex-burocrata do FMI, de ex-aluno de Oxford e Cambridge (formado em ciências exotéricas? alquimia?) ou de chefe da PIMCO? Talvez de membro do PS ou do PCP ou será do BE? Essa brilhante conclusão resultou de algum estudo ,instinto ou de uma ideia durante o "jogging" sob o céu poluído da Califórnia, debitando-a depois à revista "Der Spigel"?! Pelo menos fica-se a saber que não se devem colocar poupanças na PIMCO. Não oferece confiança um administrador especulando dessa forma. O pobre homem está nervoso. Claro, depois do calote que levou dos gregos, qualquer um estaria. Na verdade não sabe ele nem ninguém, se as finanças portuguesas irão ou não necessitar de qualquer outro programa de assistência (mais dinheiro das instâncias internacionais). A conclusão do egípcio/franco/americano poderá também indicar a existência de gente nos meios financeiros, cuja ambição parece ser que a UE continue no limbo da incerteza e apoquentada com problemas de solvência... ou simplesmente aborrecer os alemães. Da notícia resulta apenas uma parcela do cepticismo internacional a somar ao nosso tradicional pessimismo. Não são as primeiras declarações desse tipo, nem as últimas. E nada adiantam.


N

sábado, 17 de março de 2012

Iniciativa meritória. (a propósito da notícia acerca de uma conferência intitulada "PME - as empresas do futuro", promovida pelo semanário "Expresso" e pelo Banco Popular).

Iniciativa meritória. Mas na pequena gravação reproduzida pelo semanário "expresso" nada existe de novo. Não se formam empreendores nas universidades. Estas devem ser, primordialmente, locais de saber, capazes de corresponder às ambições de formação dos alunos, providenciando ainda um ambiente científico criativo e, ao mesmo tempo, eficiente a ensinar o "velho" ou o "consagrado". Empreender resulta de atitudes e de vontades. O êxito dos investimentos depende desse voluntarismo, da capacidade de financiamento e das condições comerciais encontradas, habitualmente denominadas "mercados". Trata-se de simplificar e generalizar. Porém, as condições básicas referidas aplicam-se quer à mercearia da esquina quer à empresa de alta tecnologia. Evidente, representa mera constatação, cuja finalidade é desmistificar o "acto de investir", o qual não depende de qualquer grau acadadémico. Aliás, o "investidor" pode até ser "tecnologicamente analfabeto", contudo se souber escolher o "negócio", colaboradores e for hábil a vender pode obter sucesso. Fenómenos como Bill Gates ou Steve Jobs não se replicam. Acontecem. Diminuir impostos e desburocratizar (não basta facilitar jurídicamente o estabelecimento de uma empresa para depois estrangulá-la no tempo com regulamentos, licenças e taxas) constitui a melhor forma do Estado apoiar o investimento. Portugal precisa sobretudo disso. E quanto à exportação, vital é o estudo prévio e específico do mercado alvo, prudência e, depois, alguma sorte na escolha do parceiro local.

quinta-feira, 15 de março de 2012

O ministro das finanças (a propósito das declarações do ministro das finanças relativas à possibilidade da reforma do sistema fiscal português).

O ministro das finanças tem razão. É absolutamente necessário alterar o sistema de impostos. Evidente, nas presentes circunstâncias mudanças profundas não podem ser efectuadas. Por enquanto, os cidadãos devem continuar a ser esmifrados pelo Estado. As dívidas públicas acumuladas têm de ser reduzidas. E deixe de se falar na necessidade de "políticas de crescimento" para a economia. Tentativas espúrias de estímulos estatais contribuíram para o endividamento, beneficiando uns com o dinheiro de todos e toda a gente continua a pagar. Note-se, porém, que o dr. Vítor Gaspar não falou em redução da carga fiscal. Prudência? Sem a diminuição do peso do fisco sobre a vida económica nunca haverá "desenvolvimento sustentado" (como agora se diz) em Portugal. Hoje em dia, afogamo-nos no valor dos impostos e taxas: IRS, IRC, EMI, IVA, etc, etc. Até agora, só não se paga pelo ar que se respira e para quê? Há deputados a mais e excesso de membros de governo e respectivos gabinetes! A presidência da república, cuja tarefa relevante é a representação tem uma catadupa de gente e consultores para o PR dizer que o anterior PM o enganou?! A modéstia e o decoro devem caracterizar as instituições políticas portuguesas e os seus representantes. Sistematicamente, revelam-se bem diferentes, arrogantemente vaidosos e estupidamente dispendiosos.  Assim, o aprofundamento das reformas torna-se ainda mais premente. Não são apenas os impostos. A própria Constituição em vigor terá de ser simplificada e deixar de ser um programa governamental bafiento dos anos setenta do século XX. O atavismo institucional republicano de décadas constitui uma das principais razões da nossa decadência.

terça-feira, 13 de março de 2012

Extraordinário!...(a propósito da notícia acerca da possível descoberta de indícios de um fresco de Leonardo da Vinci).

Extraordinário! As técnicas actuais são capazes de desvendar mistérios, trazendo à superfície momentos únicos de passados distantes. O anúncio da descoberta talvez se mostre prematuro, quanto ao que se encontra, de facto, detrás da obra-prima do grande artista e escritor (biógrafo) Vasari. Porém, não deixa de ser fascinante a hipotética possibilidade acerca da existência de vestígios de um dos frescos de Leonardo da Vinci, iniciado há mais de 500 anos. Mais, aquele enorme salão também releva o único momento da História de Arte, onde dois dos seus maiores colossos quase chegaram a trabalhar ao mesmo tempo. Na outra parede, defronte àquela sobre a qual Da Vinci se debruçou (e estragou mais um dos seus trabalhos com os seus experimentalismos) era suposto o genial Miguel Ângelo Buonarroti pintar a Batalha de Càscina, outra vitória florentina, esta de meados do século XIV. De qualquer maneira é legítima a publicidade. Assim, Florença atrairá ainda mais visitantes e a National Geographic Society continuará a ser financiada para prosseguir estes trabalhos multidisciplinares. Georgio Vasari não pertence ao mesmo olimpo supremo, que os seus conterrâneos toscanos Leonardo da Vinci e Miguel Ângelo. Todavia, trata-se de uma figura renascentista incontornável, arquitecto e pintor "maneirista", num século XVI profundamente angustiado pelo movimento da Reforma e o completo oblívio da quimera agostiniana medieval  "A Cidade de Deus". As utopias já eram outras.

A demissão...(sobre o anúncio da demissão do Secretário de Estado da Energia.)

A demissão do Secretário de Estado (SE) da Energia só terá alguma importância se resultar de algum jogo de sombras chinesas. De facto, deixa no ar dúvidas a exoneração do membro do governo, que detinha o controlo político da área energética, pouco tempo depois da "privatização"/venda da (praticamente monopolista) EDP a uma companhia estatal chinesa. Questão legítima, porque as televisões mostraram a euforia dos membros do governo a acotevelar-se nas cerimónias alusivas aquela alienação. Estaria lá o SE demitido? Também emocionado? Feliz? Frustrado? Bem, a maioria do público não lhe conhecia a cara. Portanto, se estêve alegre ou triste, escapou, na ocasião, à notoriedade. Ganhou-a agora. Obteve os seus legítimos 15 minutos de fama. Entretanto, o dr. Álvaro Pereira, o ministro e os outros SEs poderiam ir pelo mesmo caminho: às suas vidas...Acabava-se com o Ministério da Economia, pois não serve para nada. O erro não está em ser, como lhe chamam, um super-ministério; o mal é a sua própria existência. Duas ou três direcções-gerais fariam o mesmo serviço, talvez até de maneira mais eficiente e poupavam-se uns milhões. Aliás, essa poupança ajudaria as tão faladas e, possivelmente, não tão acarinhadas pequenas/médias empresas exportadoras. Os drs. Gaspar, Portas e Relvas dividiriam o espólio que ficasse e teriam ainda mais protogonismo, evitando assim serem, por vezes, ensombrados pelas ingenuidades do simpático emigrante português no Canadá .

sábado, 10 de março de 2012

O ingénuo...( sobre as notícias relativas a um prefácio do PR no volume que a presidência publicou relatando visitas presidenciais a regiões, chamadas de "roteiros").

O ingénuo dr. Cavaco Silva, actual PR, ex-PM e ex-ministro das finanças, professor universitário, ex-funcionário do Banco de Portugal e investidor avisado e lucrativo em acções do BPN, de acordo com ele próprio, deixou-se enganar pelo eng. Sócrates, cuja licenciatura conforme vários testemunhos jornalísticos, foi alcançada à maneira do "vinho a martelo", ex-secretário de estado e ex-ministro de outra luminária socialista chamada Guterres. A trafulhice, ainda conforme o atraiçoado habitante actual do Palácio de Belém, ocorreu quando o segundo era PM. Este terá ocultado as verdadeiras condições das finanças públicas. Quer isto dizer, que o dr. Silva não tem contactos na administração pública, nem acesso a meios electrónicos (internet) na sua casa privada ou no escritório e depois de se reformar deixou de ler ou de entender os boletins do Banco de Portugal. Mais, não leu jornais portugueses e estrangeiros, não ouviu rádios nem viu televisão, talvez só alguma telenovela brasileira. Viveu assim numa autêntica redoma plena de vacuidade; melhor, estava algures em roteiro. Ele e as não sei quantas centenas de funcionários que trabalham na presidência algures no pedestal da inutilidade deixaram-se enganar por um espertalhão, sobre o qual há gente levantando dúvidas relativas ao nível da respectiva literacia. Enredo digno de uma comédia de enganos, onde um pacóvio se deixou enganar por um vigarista. Nada disto é sério, apenas o retrato triste do nosso pantanoso regime republicano.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Um inequívoco exemplo de novo-riquismo (sobre as notícias acerca da empresa pública "parque escolar", formada para fazer obras de renovação nas escolas).

Um inequívoco exemplo do novo-riquismo e desperdício dos governantes portugueses são as primeiras evidências de todas as notícias acerca da "parque escolar". Essa gulosa ostentação visou apenas ganhar eleições. Apesar de na substância não haver algo de verdadeiramente novo, não deixa de ser chocante. Depois, transparece: os governos não confiam na capacidade da administração pública - aspecto curioso, porque não será difícil constatar que  membros de todos os governo esforçaram-se imenso para facilitar a entrada de seus seguidores ou protegidos (as) na administração pública. Portanto, nem muita confiança demonstram nos méritos desses elementos. Não faltam arquitectos e engenheiros no funcionalismo público, contudo criou-se uma entidade à margem, deixando, certamente, muitos funcionários com aquelas qualificações e anos de experiência a lustrar calças e mangas de camisas nas secretárias das repartições. Na constituição da empresa pública em causa (pretensamente com um tipo de gestão  empresarial privada, tendo em vista fazer obras públicas em edifícios públicos, utilizando dinheiro público) releve-se, mais uma vez, a esperteza ou subterfúgio para dificultar o controle legal prévio (Tribunal de Contas?), ao qual está obrigado o Estado. Assim, não será errado pensar, que muitos políticos, quando assumem cargos governamentais, revelam uma estranha vontade em fugir às legislações, códigos e regulamentos criados por eles próprios no Parlamento. Ainda, talvez na "parque escolar" aconteceu o mesmo de outras criações similares: a distribuição de cargos e confortáveis vencimentos a "amigos", apoiando-se empresas de construção amigas. Deste modo, com os dinheiros dos impostos de todos constroem-se as "amizades" de alguns. Façam-se fiscalizações efectivas e acabe-se, de vez, com o regabofe de manobras eleitoralistas e clientelismos à custa do erário público! Pagaremos nós e pagarão os nossos filhos e netos. Aliás, já pagamos e de que maneira....

quinta-feira, 8 de março de 2012

De acordo com a notícia...(a propósito da candidatura ao Congresso dos EUA de um canalizador americano do estado do Ohio, tornado famoso porque uma vez embaraçou Barak Obama )

De acordo com a notícia, nos EUA, a super-potência mundial com mais de 300 milhões de habitantes, um canalizador candidata-se ao seu todo poderoso Congresso. Assume a profissão. Mais, faz dela uma bandeira para conseguir projecção e aproximar-se do potencial eleitorado. Pode ter alguma formação escolar superior alcançada em qualquer escola técnica regional. Não interessa. Pretende, sobretudo, assumir-se como os anglo-saxónicos dizem: um "blue collar". Ao contrário, cá os nossos políticos esfolam-se pelos tratamentos de "engs" ou "drs" ou, como está na moda, "mestres" (na terra da minha avó, "mestres" eram os trabalhadores da construção civil, portanto um "canalizador", para ela, seria um "mestre"). Alcançam títulos universitários em estabelecimentos de duvidosa qualidade, cuja finalidade, para além da legítima ambição de ganhar dinheiro, parece ser (a acreditar nos jornais)  "traficar influências". Porém, a culpa não está apenas nessa "saloice". Reside também na nossa mentalidade, pois pensa-se que só gente com canudo pode governar. Evidentemente, é necessário um eng. para projectar uma ponte ou um dr. para elaborar ou interpretar leis. Todavia, para decidir em que sítio e quando construir qualquer coisa com dinheiros públicos não é essencial um eng., nem um dr. para apontar que matérias a ser legisladas e quais os respectivos contornos principais... concluindo, ainda se vive em Portugal segundo esquemas mentais do tempo do Eça de Queiroz e da mania dos "bacharéis".


segunda-feira, 5 de março de 2012

O preço pedido pelo quadro...(sobre o anúncio da possível venda de um quadro da adolescência de Pablo Picasso por 60 milhões de euros em Inglaterra).

O preço pedido pelo quadro de Pablo Picasso é obsceno. Trata-se de uma obra da adolescência do pintor. Paga-se não a obra, mas a fama do artista. Portanto, não se trata aqui da qualidade intrínseca da pintura, antes o seu valor comercial e gente que necessita de dinheiro. Reconheça-se, a situação não é nova, nem surpreendente. Aliás, Picasso foi talvez o primeiro pintor a melhor utilizar as armas modernas de auto-promoção. Homem astuto, conseguiu manter-se neutral, face às tragédias dos dois conflitos mundiais e à própria guerra civil espanhola. A sua ambiguidade transparece na própria atitude artística: há muito consagrado e plenamente dentro dos circuitos comerciais da rica sociedade consumista ocidental, continuou a cultivar uma atitude retrógada de boémio iconoclasta de alguma pseudo-marginalidade dos anos vinte do século passado. Correspondia dessa maneira à imagem imaginada de um público cada vez mais fascinado por celebridades. Picasso, cujo talento e espírito inovador eram indiscutíveis, constituiu uma espécie de figura de Hollywood da cena artística parisiense. Um ícone da moda, como Yves Saint-Laurent ou Chanel. Nada a criticar, mera constatação. Agora, nem todas as obras criadas por esse andaluz valem os preços atribuídos... e 60 milhões por aquela "menina e a pomba"...só se tivesse na minha posse para receber esse dinheiro...dá sempre jeito...

Continuidade sinónimo de estabilidade...( sobre a vitória de Vladimir Putin nas eleições presidenciais russas)

Será a continuidade sinónimo de estabilidade na Rússia? Naquelas terras percorridas por ventos glaciares não é fácil prever. Podem às vezes congelar, mas o espírito russo, onde se misturam as tenacidades eslava, nórdica e tártara, não deve ser menosprezado. A Alemanha nazi descobriu tarde essa realidade e os russos só pararam em Berlim. Hoje, entendem-se bem. Longe vão os tempos do hipócrita pacto Molotov-Ribentrop. Depois, à população russa interessa-lhe copiar o estilo de vida ocidental, na melhor tradição de Pedro I e Catarina II, cognominados "grandes". Não pretende hostilizar a Europa Ocidental. Esta está, nos tempos que correm, mais preocupada em evitar a falência. Os EUA disfarçam, até porque as agências financeiras são americanas, contudo estão também corroídos por problemas financeiros: à semelhança do velho e sempre encantador ocidente europeu gastam muito e poupam pouco (caso para perguntar, onde está a ética protestante de Max Weber?). Agora, reconheça-se que Vladimir Putin soube misturar os ingredientes: na melhor tradição russa/bolchevista manipula os preceitos constitucionais para se eternizar no poder, juntando a essa sua habilidade os conhecimentos adquiridos durante a sua estadia como funcionário do KGB na então RDA, a qual muito mais próxima do mundo capitalista lhe terá revelado a importância da sociedade de consumo. Resultou um bom neto do seu avô, o qual foi cozinheiro do casal Lenine e de outros dirigentes comunistas. Pareceram sempre bem alimentados.Vladimir Putin dedica-se, com igual sucesso, à culinária política, fortalecendo a dieta popular graças às receitas das vendas de petróleo e gaz natural. Os cozinhados têm-lhe trazido vitórias...até quando?
Bem e na presente conjuntura, não parecem muito prováveis críticas oficiais contundentes ao processo de eleição presidencial do actual czar de todas as rússias por parte de Washington, Londres ou Berlim. Prevalecerá a máxima pragmática, "já que não consegues livrar-te dele, o melhor é continuar a negociar com ele...".

domingo, 4 de março de 2012

Um artigo sensível...(sobre um artigo da jornalista do "expresso" relativo a uma visita ao museu sobre a tragédia do bombadearmento atómico em Nagasaki)

Um artigo sensível e bonito. As bombas atómicas que flageraram as cidades japonesas de Nagasaki e Hiroxima foram dos acontecimentos mais horrorosos da História da Humanidade. Tragicamente assustadores. E de facto a compugida fotografia das crianças fere o nosso âmago de forma dolorosa. Sem palavras, reflecte uma enorme e profunda desolução e, ao mesmo tempo, resistência, cuja fonte parece inexplicável e o desígnio ininteligível. Independentemente da realidade histórica que provocou desenvolvimentos bélicos tão nefastos, sobra sempre a ideia do horror dos conflitos militares e o tenebroso significado da guerra total. Paradoxalmente, foi em grande parte graças ao medo aterrador de uma guerra nuclear, que se conseguiu afastar a deflagração de uma 3ª Guerra Mundial. Como lição, espera-se que permaneça para sempre na Memória da Humanidade a exangue tragédia que se abateu sobre Nagasaki e Hiroxima, em Agosto de 1945...

quinta-feira, 1 de março de 2012

Nesta conjuntura é infelizmente inevitável...(a propósito do anúncio europeu de 14% de projecção para desemprego em Portugal)

Nesta conjuntura é infelizmente inevitável o aumento da percentagem de desempregados. População envelhecida e gente mal qualificada num mundo, onde outras nacionalidades produzem tão bem, melhor ou mais barato que os trabalhadores portugueses, são algumas das razões do número de desemprego tristemente elevado. Mais, constantes políticas erróneas de sucessivos governos trouxeram-nos a este charco. O sufoco do "estado previdência", quase estrangulou a própria Povidência. Cá como na maioria dos países da União Europeia (UE) a manutenção de endividamentos eleitoralistas provocou que a"subsídio-dependência" consumisse os recursos disponíveis e os empréstimos contraídos pelos estados. Tudo se tornou desproporcionalmente caro, em grande parte resultante do peso dos impostos. Irrelevante se Portugal está em primeiro ou terceiro lugares nos níveis de desemprego. Seja qual for a posição, a situação evidencia-se de muito difícil recuperação, quando a economia europeia está anémica e ainda por cima tem que pagar a "agricultura comum", a colossal burocracia em Bruxelas e fornecer meios financeiros aos países do sul (chegará a vez de outros a norte). Contudo, não há alternativa à actual política de austeridade. Para diminuir o número de pessoas no desemprego os impostos devem baixar significativamente.Todavia, há dívidas para pagar. O principal responsável da situação do País é o PS...mas os dirigentes socialistas insistem no eleitoralismo e em críticas bacocas ou demagógicas...