quarta-feira, 27 de outubro de 2010

“Em casa onde não há pão....”(a propósito da ruptura das negociações entre Governo e PSD sobre o projecto de Orçamento de Estado de 2011).

Pois é, agora discute-se quem provocou a ruptura nas negociações? A resposta parece óbvia: o PM. Quando o Ministro das Finanças interrompeu as conversas com o seu interlocutor do PSD foi para a Presidência do Conselho de Ministros acompanhado pelo Ministro dos Assuntos Parlamentares.Estiveram aí horas. Aguardavam a decisão do chefe, Sr. Eng. José Sócrates. Porém, trata-se de aspecto irrelevante. De facto importante, é a situação financeira do País, cada vez mais insustentável. Face a essa realidade incontornável, não há dúvidas  a responsabilidade pertence ao Governo e respectivo PM. Não foi a crise internacional. Esta teve o efeito de catarse. Apenas. As causas gerais encontram-se no despesismo e no “novo-riquismo”, que os aparelhos de estado e instituições públicas adoptaram ao longo de mais de uma década, reflectidos em altas velocidades grandiloquentemente espúrias. O desejo de grandeza baseada na vacuidade de projectos irrealistas trouxe o descalabro, beneficiando sobretudo grupos de interesse, que gravitam em torno dos aparelhos de estado. Depois só nos resta os olhares de comiseração ou sobrolhos franzidos dos nossos parceiros e ironia ou desdém mal disfarçados de outros países e credores. É assim, como o ditado, “casa onde não há pão...”, estamos já a salivar a côdea dura, o miolo só lá fora e está cada vez mais caro.   

1 comentário:

  1. A crise teve impacto. Foi o tal catarse. Enfim, a única solução para Portugal, pobre e na periferia, seria o surgimento de uma nova liderança. Mas até nisso estamos como na Europa. Basta ver que a Europa através da ESA, ao contrário dos outros membros do projecto espacial internacional, está relutante em manter o financiamento até 2020. Para além da falta de dinheiro, subsiste a falta de visão.

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