sábado, 30 de abril de 2011

Sem saída. (ainda sobre declarações de Khadafi, pretendendo assumir-se como interlocutor válido perante a França e os EUA).

O comportamento do coronel Khadafi sempre foi ora de grande agressividade ora errático e sempre viscoso. Face aos outros países árabes e africanos pautou os seus discursos em tons agressivos ou com grandiloquência balofa, procurando sempre intimidar. Perante o ocidente, vagueou as suas simpatias e posições, conforme as épocas, entre a ameaça e as promessas calorosas. Dispondo de muito dinheiro e uma população, até há pouco tempo, subjugada e amorfa, comprava projecção e prestígio com os seus "petrodólares" e promessas de projectos internos de obras públicas. A Europa (e Portugal embarcou igualmente nessa miragem) e os EUA deixaram-se seduzir por um Kadhafi recauchutado, aparentemente benigno e apenas excêntrico. Porém, a viscosidade e a paranoia subsistiram sempre. Nunca o abandonaram. Demonstra-o as constantes declarações contraditórias e a guerra fratricida, que persiste na Líbia. A NATO não poderá reduzir a sua intervenção aos bombardeamentos. Vai ter que por tropas no terreno. As últimas afirmações do ditador líbio e a entrevista da sua filha, há dias, ao New York Times, parecem comprovar a irredutibilidade da família. Seria bom, que o caso líbio servisse de lição às potências ocidentais, no sentido de não voltarem a ser seduzidos por facínoras, que mais tarde se revelam não só prejudiciais, mas também muito mais caros em derrubar. O coronel Kadhafi está encurralado. Não tem saída. Ele sabe-o. Seria útil que a NATO não prolongasse a sua agonia para bem, sobretudo, da Europa.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Já se viu e ouviu...(sobre a entrevista de 26/04/2011 do Eng. Sócrates à TVI).

O Eng. Sócrates de tanto repetir um discurso político cheio de falsidades, contradições e distorções acabou por acreditar nas suas próprias invenções. Notável. O ar e o tom, ora de convicção quanto ao chamado PEC 4º como plano miraculoso, ora de indignação face a adversários que prejudicam os seus propósitos de salvação nacional e ainda a ingénua abertura ao diálogo e a Governos de coligação, são do melhor, que a comédia portuguesa jamais produziu. É a re-invenção do "Pátio das Cantigas: Oh, Evaristo tens cá disto...?". E não é que tem mesmo e chama-se Eng. Sócrates. De facto, só a mercearia de uma personagem arrogante e pantomineira como o "Evaristo" poderia apresentar um produto com as características do actual PM português: humilde e afinado na UE; politicamente escorregadio e contorcionista, quando fala dos adversários; prestidigitador solícito e vítima, no momento em que se dirige aos eleitores. O drama é que o País não é uma película. O enredo cinematográfico transmitido hoje pela TVI já se repetiu uma quantidade enorme de vezes. Os resultados estão à vista: Portugal à beira da insolvência, dependente do apoio financeiro externo, desprestigiado e, sobretudo, os portugueses condenados a sofrer a descida do respectivo nível de vida, nos próximos anos. Deixe-se o Eng. Sócrates iludir-se a si mesmo. Evite-se a ilusão. E a 5 de Junho de 2011, daqui a 38 dias, haverá a oportunidade de o afastar para sempre da Chefia do Governo. Um pouco mais de paciência....

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Os discursos. (a propósitos dos discursos dos ex-Presidentes e do actual Presidente da República por ocasião das cerimónias do 37º Aniversário do 25 de Abril de 1974).

Os três ex-presidentes e o actual falaram bem. Condignadamente. Consensuais nas mensagens. Contudo, no palanque,esqueceram que, sem excepção, já tiveram responsabilidades governamentais: o General Ramalho Eanes, principalmente, na estabilização político-social pós-25 de Abril,contribuindo para o regresso dos militares aos quartéis e, depois, numa aventura partidária confusa e de triste memória; o Dr. Mário Soares, sobretudo, na implantação do regime e na adesão à CEE; o Dr. Jorge Sampaio como líder da oposição, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa e aquele que mais contribuiu para o Eng. Sócrates chegar a PM; e o Dr.Cavaco Silva como o político, que mais tempo foi Chefe de Governo e, portanto, decisivo na entrada no EURO e em todas as outras políticas inerentes à adesão à CEE/UE.Nenhum é inocente, nem(reconheça-se) declararam inocência.Todavia, têm evidentes responsabilidades, face à actual situação económico-financeira do País, sobretudo porque deveriam ter falado muito mais cedo.Tinham essa obrigação política e moral. Talvez, se tivessem sido assertivos e claros, o Eng. Sócrates já não fosse PM. Antes, adoptaram uma atitude contemplativa ou majestática. Pois é, a República dá direito à ausência. A Monarquia não. O Rei é sempre o Chefe de Estado. Além destes factos, gosto pouco da unanimidade. Foram "ideias unânimes", que nos fizeram aceitar, preguiçosamente, quase tudo o que provinha da burocrática Bruxelas. E aí os Portugueses contam pouco. Ficámos, agora, à mercê de Berlim/Frankfurt/Washington. Não de Belém ou S. Bento.

25 de Abril SEMPRE!!

Hoje, comemora-se os 37º Aniversário do 25 de Abril de 1974. A organização das comemorações na Presidência foi condigna e significativa a ideia de convidar os anteriores Presidentes a tomar parte activa na cerimónia. Parabéns ao Senhor Presidente da República. A Revolução dos Cravos, como ficou mundialmente conhecida, constituiu um dos momentos mais importantes da História de Portugal. Como qualquer facto histórico muito relevante numa Nação multisecular, é incomparável. Não importa, de facto, se foi mais ou menos decisivo, que outros do passado. Os militares que tiveram a coragem e a capacidade de realizar o 25 de Abril de 1974, podem estar contentes consigo próprios. E a prova simbólica do seu sucesso esteve exactamente retratada hoje em Belém. Apesar da crise económico-financeira, diferenças, rivalidades e antagonismos, mesmo entre os quatro Chefes de Estado constitucionais, foi possível vê-los juntos e às mulheres, assim como se sentaram na mesma plateia os principais protagonistas políticos da actualidade. Independentemente de todos os defeitos, as instituições funcionam. Antes daquela data, o regime salazarista/marcelista atrofiava e amordaçava o País. A estabilidade era amorfa e o povo em geral considerado de menoridade. Após 25 Abril de 1974, foram repostas as liberdades de expressão e de associação, bases essenciais da Democracia. Valeu a pena, nem que seja só por ter proporcionado essa possibilidade. Não conheço regime democrático perfeito. O nosso também é imperfeito, cabendo aos portugueses melhorá-lo.

Diálogo. ( a propósito de afirmações do Papa sobre a Líbia, por ocasião do Domingo de Páscoa).

Sua Santidade o Papa Bento XVI tem toda a razão. Contudo, é impossível dialogar nesta conjuntura.
O regime líbio é torcionário. A população, há muito, perdeu confiança em qualquer simulacro de orgão de poder líbio. Depois, o sistema implantado na Líbia construíu-se ao redor de um homem, cuja paranoia hiperbólica, traduzida em caprichos e alimentada pelo dinheiro do petróleo, não oferece uma base mínima de confiança. Os chamados "rebeldes" pretendem exactamente erradicar tudo aquilo, que a família Khadafi simboliza de corrupção, repressão e arbitrariedade irracional. Aliás, muito do que motiva as populações do Magreb ao Médio Oriente é o desespero da pobreza e a ausência de alternativas socio-económicas, a existência de élites corruptas enquistadas, há décadas, no poder e, ao mesmo tempo, ver o progresso de outras nações. A globalização não é apenas económico-financeira, é também cultural, ideológica e consumista. A China e a Índia, sendo casos completamente diferentes- ambas com enormes populações-, têm evitado erupções sociais incontroláveis, em grande parte consequência da capacidade em aumentar o bem-estar dos respectivos povos. Para a generalidade dos árabes tem sido escassa a melhoria das condições de vida, sobretudo nos países mais populosos. Dialogar com o estômago meio vazio e sem liberdade é, talvez, pedir demasiado a milhares de pessoas confinadas em centros urbanos caóticos e insalubres.Tragicamente, muitas mortes ocorrerão, antes do triunfo do diálogo.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Fantasias. (a propósito da opinião de um colaborador do semanário "Expresso", defendendo um consenso nacional alargado como base negocial com as instituições financeiras internacionais).

O tempo é inexorável. Quando o Governo Português, empurrado ou não pelo Dr. Teixeira dos Santos, decidiu solicitar o apoio do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do recém-criado Fundo Europeu de Estabilização Financeira(FEEF) já era tarde para movimentos centrípetos. É preciso assegurar o pagamento dos ordenados da Função Pública, dos Serviços Sociais, dos juros da dívida, etc. Por outras palavras, o País estava e continua a estar, financeiramente, com a "corda na garganta". Estabelecer um plano conjunto para negociar com credores?! Estes só querem ter a certeza, que o Ministério das Finanças português paga tudo e segundo a calendarização acordada. E só aquelas instituições internacionais dão garantias da chegada do dinheiro de forma viável e um pouco menos dolorosa para os contribuintes. Mais, o Eng. Sócrates esforçou-se para invabializar qualquer diálogo. O Presidente da República prefere, que os assessores enviem recados electrónicos e manobras e sussurros nas sombras dos corredores. O PCP e respectivos satélites, assim como BE adoptam o protesto histriónico e inconsequente. Os governantes envolvidos na negociação estão mais preocupados em criticar as atitudes ou declarações dos partidos da oposição à direita. Finalmente, apela-se, em excesso, a "consensos". Neste momento, o único razoável é assegurar, de facto, o afastamento do poder do PS e do Eng. Sócrates. Depois e tradicionalmente: dois portugueses, três opiniões...fantasias...

Compromisso minimalista. (a propósito de uma "moção-compromisso nacional" promovida para subscrição pelo semanário Expresso e subscrita por uma série de personalidades dos mais variados sectores, nomeadamente por ex-Presidentes da República).

Esta declaração de intenções tem 6 anos de atraso. Melhor, 15 anos. Antes dos finais dos anos noventa do século passado, a maioria destas personalidades, que desde 25 de Abril de 1974 e algumas mesmo antes, detêm lugares proeminentes na vida socio-político-económica do País, já poderiam ter alertado para a sucessão de erros financeiros ou adoptado este tipo de atitude. A maioria não o fez. Pelo contrário, directa ou indirectamente beneficiaram. Esses senhores nunca conseguiram efectuar a revisão profunda e adequada da Constituição... pois é, como diria a minha avó: "em casa roubada trancas à porta". Mais deixaram "malandros" entrar. Sim, o Dr. Barroso, o Eng. Sócrates e respectivos acólitos cresceram e multiplicaram-se, durante o tempo que muitos dos mais conhecidos promotores desta "moção" ocuparam lugares de poder. Nutriram e apadrinharam mediocridades, deixando-as herdar os lugares de chefia do Estado. E mesmo agora, ao pedirem unidade e ao pretenderem fomentar o consenso político, não mostram a coragem de apontar clara e univocamente para os culpados da situação financeira gravíssima, que Portugal atravessa. Os principais responsáveis são o actual PM e o respectivo partido. Assim, entendo esta proposta de compromisso como um acto de contrição de alguns dos seus mais destacados subscritores. Compreendo, "mais vale tarde que nunca". Não sou amigo ou companheiro de caminho de qualquer deles. Portanto, não subscrevo.Votarei. Aliás, não me sinto com o direito de procurar condicionar a votação dos milhões de Portugueses.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Os egoísmos europeus da Presidência da República. (acerca de uma notícia relativa a uma mensagem publicada no sítio electrónico da Presidência da República).

O actual Presidente da Repúbblica (PR) foi Primeiro Ministro (PM), creio, durante 12 anos. Aliás, assumiu a Chefia do Governo, pouco tempo após a adesão de Portugal à CEE. Descobriu, agora, os "egoísmos nacionais"?! Então, todas as medidas aplicadas pelos seus Governos na Agricultura, Pescas, Ambiente, Moeda, Indústria, etc, resultaram do altruísmo do Srs. Mitterrand, Khol, Delors e Sra. Thatcher?! As Nações podem ser generosas; os Estados são capazes, de forma pontual, tomar atitudes solidárias; um conjunto de Governos nunca será portador de generosidade. Talvez, se houver receptividade das respectivas opiniões públicas e quase nunca há. A História demonstra-o exaustivamente. O Prof. Cavaco Silva pretende passar por ingénuo ou quer apelar à clemência da Sra. Merkel e do Sr. Sarkozy? O seu ex-pupilo, o Dr. Barroso, nada conta. Não está na altura de Portugal falar em ideais europeus. De momento, fica mal. Devemos dinheiro a toda a gente. E depois, a solidariedade merece-se e os Governos do Eng. Sócrates não inspiram bondade alguma. Um pormenor: o "facebook" pode ser "giro", "fresco", porém não fica bem à dignidade da Chefia do Estado "passar a vida" a enviar mensagens electrónicas indirectas. Portugal não é apenas constituído pelas classes médias urbanas. Há idosos e locais sem "net". Por favor, Sr.PR explique-se, não evoque a página electrónica da Presidência. O cargo é unipessoal e os portugueses elegeram-no para o Sr. os representar e falar para eles. Não para lerem algures súmulas escritas por assessores. Com a sua dicção, bem sei, é mais fácil ler...mas mesmo assim.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Palavras sensatas. (a propósito das declarações do Presidente do CDS-PP, após o encontro com os representantes das instituições internacionais que estão a negociar as condições do empréstimo a Portugal).

O Dr. Paulo Portas pode ter feito aquelas declarações apenas com intuito táctico. Mas não são as primeiras no mesmo sentido. O respeito pelo Presidente da República ou pelo PSD talvez vise alcançar dividendos junto da opinião pública. Contudo, o CDS-PP tem procurado, sempre, adoptar uma atitude institucional. As poucas referências ao Governo foram claras e coerentes com anteriores posições. E ao enfatizar, que a soberania é dos portugueses, apontou algo que deveria ser indubitável para todos os partidos. Todavia, o respeito pela soberania nacional não constitui um argumento ou alibi demagógico de justificação para não falar com as instituições internacionais, que podem apadrinhar o empréstimo do dinheiro imprescindível, evitando-se assim que Portugal se precipite, irremediavelmente, no abismo económico-financeiro, à beira do qual os Governos do PS arrastaram o País. Por outro lado, reconheça-se que o CDS-PP com a sua atitude discreta e contida contribui, por um lado, para acalmar o ambiente político num momento particularmente grave para a vida de muitos Portugueses, respeitando-os e, por outro, espelha uma conduta séria de responsabilidade, algo que só dignifica. De facto, as palavras do Dr. Paulo Portas foram reflectidas, apropriadas e sensatas.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Finlândia...(a propósito dos resultados eleitorais finlandeses do dia anterior).

A Finlândia, país de lagos, gelo, renas, independente desde 1917, contando com pouco mais de metade da população de Portugal, têve o desplante de fazer assunto de campanha eleitoral, o possível apoio financeiro ao nosso País, por parte dos países da Zona Euro da União Europeia(UE). Lá como cá, reina o EURO. Foi um partido de características xenófobas, que deu grande relevância ao tema. Por isso, gozou de grande cobertura, designadamente nesta nossa terra feliz e solarenga. Apenas com menos de 1% da segunda formação partidária mais votada, transformou-se na terceira força parlamentar, depois das eleições de ontem. Significa que os finladeses, além de velhos, estão a ficar senis. Sim, a Finlândia tem uma das populações mais envelhecidas da Europa Ocidental e, mesmo assim, faz do chauvinismo motivo de coesão nacional. Notável. No entanto, compreendo a reacção: porque carga de água, um finlandês de mais de 60 anos, que durante seis meses quase não vê luz do dia, tem de contribuir para pagar as despesas provocadas por erros e má administração de um Governo incompetente, a milhares de KM de distância?! Ainda por cima, os Portugueses têm tudo (história, passado glorioso, sol, vinho, praia, etc), o que ele gostaria de ter! Como os finlandeses, muitos outros europeus pensam o mesmo. A solidariedade na UE serve-se a frio e com altos juros. É evidente, a culpa de Portugal passar por estes enxovalhos é dos governos socialistas chefiados pelo Eng. Sócrates. Ter um qualquer lapão preocupado com a dívida portuguesa é triste e não é fado; antes, talvez, a melancólica angústia de Sibelius.

sábado, 16 de abril de 2011

Doutas Opiniões... (a propósito de um debate entre economistas portugueses residentes no estrangeiro sobre a vantagem de Grécia, Irlanda e Portugal actuarem em conjunto, transcrito no semanário Expresso).

Parecem-me bem fundamentadas as opiniões teóricas do "debate". Para ajudar, 10 ideias óbvias: a) o pedido de apoio financeiro internacional (é descabido chamar "ajuda") foi tardio- até aí o Governo foi incompetente; b) estar a negociar e a pedir dinheiro com o pensamento na possibilidade da "reestruturação" da dívida (implica, em termos práticos, não pagar tudo o que se pediu emprestado) só pode contribuir para o endurecimento das condições dos empréstimos e para a não descida dos juros; c) não há outra possibilidade de se vir a pagar o que se deve, entre três a cinco anos, se não se descer oa salários dos portugueses - para se evitar a aplicação deste princípio de modo cego, todos os altos vencimentos da função pública e das chamadas empresas públicas têm de baixar sgnificativamente e múltiplos cargos terão que desaparecer, de facto e de forma muito rápida; d) as privatizações são imperativas; e) as dificuldades que o País vai enfrentar deverão ser ditas e repetidas para, de maneira clara, haver a consciência de que os maus Governos, como os do Eng. Sócrates, são indesculpáveis: gastam mal o dinheiro dos contribuintes e enganam as pessoas; f) a crise internacional não conduziu as finanças portuguesas ao descalabro, sim os maus governantes; g) estamos no "EURO", porém não somos ricos; h) trabalhar mais e gastar menos é a solução; i) o 13º/14º mês, uma ou duas vezes, não serão pagos; j) nada da presente situação é semelhante a outra da nossa História, a não ser a "moralidade": cedo ou tarde paga-se o que se deve.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Imprudência e Ignorância. (sobre a notícia de um processo disciplinar do MNE a um Vice-Cônsul português no Brasil).

Esta notícia não teria nada de especial, se o caso não resultasse da imprudência e ignorância do MNE e do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, o Dr. António Braga. Este deve ter sido o responsável pela escolha do Vice-Cônsul, o qual não tinha a experiência recomendável. Portanto, a opção foi imprudente e agora anda o nome do País envolvido em mais um escândalo em terras brasileiras. E não é o primeiro no Brasil, devido às más escolhas daquele político. Depois, o que se passou é consequência de uma "reforma consular" mal planeada, pior legislada e pessimamente executada.Traduziu desconhecimento sobre o que deve ser um Consulado, um Cônsul e as exigências de Representação de Portugal no estrangeiro e a respectiva e equilibrada adequação às necessidades das Comunidades Portuguesas. Portanto, ignorância. O Dr. Braga quis mudar muito e acabou por alterar pouco para tudo ficar pior. Bom, de facto, não é surpresa, está dentro da média da mediocridade política e incompetência do Governo do Eng. Sócrates. Aliás, nem velar mortos o Dr. Braga é capaz de fazer com o devido respeito, porque foi chocante o aproveitamento mediático que tentou retirar da tragédia em Marrocos, que vitimou turistas portugueses. A hora era de recolhimento e discrição e não de exibição na rua à passagem de carros funerários para aparecer na televisão. Durante seis anos, os contribuintes portugueses pagaram o despesismo de uma reforma confusa e inútil e as viagens provincianas e exibicionistas de mais um político menor.

...passou a ser filósofo!(sobre declarações no Luxemburgo do Dr. Luís Amado, Ministro de Estado e Negócios Estrangeiros).

O Dr. Amado começou por ser comentador inconveniente na ausência do seu chefe, o Eng. Sócrates; depois o profeta da desgraça, distante do seu PM; e,agora, o filósofo da metafísica do evidente, algures no Luxemburgo e, mais uma vez, longe do regaço do líder do PS. A facilidade com que o Dr. Amado apregoa a ética política, dá ideia que não foi Secretário de Estado e Ministro nos últimos Governos do seu partido, durante mais de dez anos. E que não é político, há mais tempo. Pretende passar a mensagem, que não esteve e continua a não estar envolvido e por isso não é um dos principais culpados da situação muito grave em que o País vive, completamente refém da abjecta dependência financeira e política de Bruxelas/Berlim. O Dr. Amado é ainda o nº2 do actual Governo. Se pensa, de facto, o que diz, então demita-se de imediato, vá para casa e fique por lá. Será que os lugares prometidos no sector privado correm o risco de falhar e está, politicamente, a insinuar-se para continuar Ministro (na actual pasta, presume-se) num possível Governo de coligação PSD/PS, um bloco central recauchutado!?...Que desfaçatez! Depois, a ética da política é matéria que desconhece. Se por acaso tivesse os mínimos laivos sobre o assunto, há muito que não seria Ministro no Governo do Eng. Sócrates. Bom, reconheça-se, começou a reflectir...contudo, é reflexão que chega com seis anos de atraso. Deduz-se, é lento no pensamento e não só. É verdade... Esquecia-me...o Dr. Amado é, no fundo, o filósofo do anacronismo...

Reconhecimento...(a propósito dos 50 anos da viagem espacial de Yuri Gagarin).

Há 50 anos, a Humanidade sonhava com a conquista do Espaço. O aparente infinito parecia alcançável...Meio século passou e perdeu-se a ambição. A Exploração Espacial acaba por não ser comparável à Epopeia Portuguesa dos séculos XV e XVI. Os homens e governos do século XX e, ao que parece, desta nova centúria, temem o improvável. Depois, aquela imensa abóboda noctívaga de lusco-fuscos está tão longíqua e preenchida na nossa imaginação pela ideia do indeterminado, de monstros e abismos. Desencoraja os mais audazes.Talvez já tenham nascido o Infante, o Bartolomeu Dias, ou o Vasco da Gama da exploração espacial. Não sabemos. Sim, o corajoso e determinado Gagarin é uma espécie de inspirador Gil Enes da exploração do Espaço e os americanos e russos seguintes comparam-se aqueles outros Navegadores Portugueses, que cumpriram as ordens dos Reis de Portugal, porém sem a fortuna de feitos decisivos. Falta ainda ao Espaço a motivação das "especiarias" para enriquecer e das "almas" para conquistar. Enviam-se satélites e aparelhos não tripulados e da Estação Orbitral já quase não se fala. Os EUA deixaram para a Rússia a tarefa do transporte espacial e a NASA já não transcende no nosso imaginário: o desconhecido sideral pode ser desvendado. E muita coisa notável tem sido alcançada. Todavia, falta o Homem e o Heroi...como disse António Gedeão: " Eles não sabem que sonho é...desembarque em foguetão na superfície lunar..."Talvez o cosmonauta Yuri Gagarin o soubesse...

sábado, 9 de abril de 2011

Patético ou Rídiculo...(a propósito do discurso do Eng. Sócrates na abertura do Congresso do PS).

A Democracia é um sistema extraordinário. Um político pode ser, ao mesmo tempo, patético e ridículo. Ontem, o Eng. Sócrates mostrou uma alarmante patetice, na longa e lamecha oração com que brindou o início da liturgia socialista. Estará senil? Com essa atitude ridicularizou o que deve ser um líder partidário moderno, o qual tem responsabilidades acrescidas, porque é Chefe de Governo, ainda. Vive na "sacrolândia" terra imaginária, onde também passeiam, por exemplo, o lacrimejante Dr. Almeida Santos e a buliçosa Dra.Gomes. Não se tratou de um Congresso partidário, mas sim o início de cerimónias fúnebres, com a fantasmagórica figura do defunto político a proclamar o seu próprio panegírico e, no mesmo momento, a ser auto-elegíaco. Comovente. O Fundo de Estabilidade Financeira Europeu(FEFE) e o Fundo Monetário Internacional(FMI) não vêm a caminho, o País não está na iminência da insolvência e o PS não governa, há cerca de oito anos. Quem tem governado é a direita, PSD e CDS-PP com a conivência da esquerda, PCP e BE. O Eng. Sócrates e o seu partido têm estado irredutivelmente na oposição (como a aldeia do Astérix e Obélix), resistindo, que nem iberos invencíveis, aos avanços de bárbaros alemães comandados pela Dra. Merkel, acompanhada pelo seu carrasco Dr. Barroso. Se a situação de Portugal não fosse tão grave, a fantasia e a raiva contidas no discurso do Eng. Sócrates poderiam ter graça. No presente, contudo, não passou de um delírio ditirâmbico e trágico...tudo, menos o que o País precisa.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Ponderação correcta...(a propósito da tomada de posição do CDS-PP sobre o pedido de apoio financeiro internacional do Governo Português).

O Dr. Paulo Portas, uma vez mais, mostrou atenção, cautela e, principalmente, respeito pelo País e respectivos eleitores. Recusa-se a passar um cheque em branco ao actual Governo. Correcto. Não condiciona as eventuais diligências do Presidente da República, contudo aponta limites. Certo. De facto, em Portugal a soberania é dos portugueses. Não são necessários falsos orgulhos eleitoralistas ou arrogâncias provocatórias do género Eng. Sócrates. Apenas prudência e respeito por quem elege e atribui mandatos. Estes deverão resultar de eleições, para as quais o debate é fundamental para a população portuguesa discernir as diferentes propostas dos vários partidos. Portanto, se o Governo está com problemas sérios de tesouraria poderá recorrer ao apoio externo no quadro dos tratados em vigor. No entanto, porque se trata de um Governo minoritário e de gestão, não tem o direito de exorbitar as suas atribuições. Seria útil, que os restantes partidos, nomeadamente o PSD, mostrassem a mesma capacidade de ponderação, que o CDS-PP acaba de dar provas. Assim, o diálogo com as instituições internacionais, designadamente Comissão, talvez seja mais rápido e profícuo. Hoje, o líder dos social-democratas sublinhou, correctamente: algumas das prováveis medidas a acordar já estão em prática. Contudo, essa observação pertinente deveria ter sido dita ontem, quando procurou falar em tom mais solene aos portugueses, a seguir ao PM. A oportunidade é importante em política. O Dr. Portas sabe-o bem.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Recomendação...(a propósito de comentários do Dr. Nicolau Santos, subdirector do semanário "Expresso").

Dr. Nicolau Santos, por favor, faça essas recomendações ao Eng. Sócrates. Até sei, que não se dão mal. Certamente, já se deram melhor, mas mesmo assim diga-lhe. Recomende. Ameace. Sim, porque de acordo com a entrevista, de ontem, à RTP1, o ainda PM português pretende apresentar-se como o cavaleiro andante da honra do "interesse nacional". Reconheça-se, naquela cabeça, há muito poluída pelos ares urbanos e labirintos de Bruxelas, "nacional" corresponde ao seu "interesse" em continuar no poder a todo o custo. E o seu discurso actual resume-se "eu bem vos avisei, se tivessem aprovado o PEC 4...". Claro, sem mencionar que nem no 15º PEC pararíamos...bem, a não ser que a Srª Merkel dissesse "das ist genug mein Freund Sócrratés". Depois, essa coisa do entendimento entre partidos do "arco governativo", é um bocadinho uma miragem no deserto ou apelar ao "pagode chinês", onde toda gente entra e ninguém se compreende. O Eng. Sócrates é surdo, porém, infelizmente, não é mudo. Ainda por cima fala que se desunha e sempre que a sua boca se abre, cava mais o buraco para enterrar o País, aumentando a distância que o separa dos seus potenciais parceiros. Não foi preciso o Governo cair para haver crise política. Já existia: Eng. Sócrates rima com incompetência, arrogância e leviandade. Bem sei, que se tratam de "rimas brancas". Contudo, nesta presente "ode de desgraça" só me recordo das referências a um trágico poeta grego Xenocles, gozado pelo verrinoso Aristófanes, porque perante a nossa tragédia Sócrates, resta-nos o humor.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

E mais uma vez....

Parafraseando Erasmo de Roterdão: "o Eng. Sócrates talvez mude a pele, mas nunca a alma" ou ainda a possibilidade "o tão absurdo Eng. Sócrates se tornar um hábito". Pois é, o autor do "Elogio da Loucura", no século XVI, alertava já para este tipo de situações. Atenção, o actual PM e o coro das carpideiras do PS vitimizam-se com discursos catastrofistas, mas não mudam. Todas estas notícias relativas à situação financeira do País não têm, infelizmente, nada de inesperado. São, sobretudo, o resultado da incompetência e inépcia dos Governos do Eng. Sócrates. Impôs, durante os dois primeiros anos, aumentos de impostos para reduzir o défice, porém não conseguiu diminuir os gastos do Estado e até aumentou os funcionários públicos para ganhar eleições. O despesismo governamental cresceu sempre. Portanto, a perda de poder de compra e de empregos foram em vão. A "alma" do Eng. Sócrates obriga-o a ficar preso ao poder. É essa a sua natureza. Propositadamente ou por erro de cálculo, provocou a queda do seu Governo. A crise política, mesmo antes, era clara, pois com as finanças públicas em estado tão crítico, um Governo minoritário e arrogante só poderia cair em desgraça. As agências internacionais de avaliação financeira, além de reflectirem a avidez dos chamados "mercados", confrontam-nos com a realidade escamoteada pelo Eng. Sócrates. Talvez aforismos do famoso humanista Erasmo inspirem a afastar para sempre aquela personagem e respectivos companheiros do absurdo. Não nos falte a vontade nesse propósito.

Síria...

Se na Síria a implantação da democracia ocorresse, poder-se-ia falar, então, num "renascimento" geral árabe. É o significado de "Baas" o partido laico, que governa em Damasco e já deteve o poder em Bagdad. Nunca houve colaboração profícua, entre o sírio alouita (ramo xiita) Hafez al Hassad e o iraquiano sunita Saddam Hussein. O primeiro desprezava e temia o segundo. Nem o ódio a Israel foi capaz de os unir efectivamente. País vasto de pouca população e parcos recursos, a Síria, a antiga terra dos Arameus, é palco de mais um movimento pró-democracia. O regime procura conservar o poder, reprimindo a população; ao mesmo tempo, para estrangeiro ver e, talvez, para dividir a classe média, esboçou gestos de abertura. O actual presidente sabe: democracia corresponderá à perda do poder por parte da minoria alouita, que o sustenta. Cristãos e sunitas jovens e outros estão cansados de um regime retrógado e corrupto. A Síria devido à sua situação geo-estratégica sempre foi território charneira naquela região do mundo. Sabiam-no os antigos egípcios, romanos e o Império dos Omíadas. Sem petróleo e sem apoio de aviações ocidentais, não será fácil para os manifestantes triunfarem. Parece que as forças armadas ainda não intervieram e, portanto, não se desgastaram. Só as polícias. Será que a persistência dos sírios será capaz de igualar a dos egípcios? No Egipto o regime era mais benigno.O partido "Baas" atraiçoou, há muito, os seus princípios e, como no Iraque, transformou-se numa enorme máquina repressiva.