quinta-feira, 30 de junho de 2011

Início (a propósito da notícia sobre a criação de um imposto extraordinário sobre o subsídio de Natal, durante a apresentação do Programa de Governo PSD-CDS).

Não pode constituir surpresa a cobrança do imposto sobre o"subsídio de Natal". De extraordinário só o nome. Inevitável e não será apenas este ano. No próximo, de uma ou outra forma, será igualmente cobrado. Talvez logo sobre o 13º mês e nem imagino a atribuição do nome, possivelmente "imposição excepcional"...os portugueses em geral (não são os únicos) trabalham, em média, cerca de 11 meses por ano e recebem 14. O aumento do IVA deve estar a chegar. Agora, o anúncio daquela "nova" e reforçada contribuição foi efectuado com inusitada delicadeza, em tom de contrição, antes do pecado. Arrepiar caminho do consumismo desenfreado, deverá, certamente, implicar alguma indulgência. Interessante o tom humilde e didático como o novo Ministro das Finanças dialogou, hoje, com os deputados. Parecia um velho escolástico, procurando explicitar o mistério da "revelação" acerca da imperiosa necessidade de vasculhar mais os bolsos rotos dos contribuintes. Porém, não conseguiu converter os gentios da esquerda, enquanto os membros do seu capítulo ficaram deliciados com a homilia de tanta sageza. Assim, tivemos um debate considerado por alguns como "morno". Faltou a crispação dos últimos 6 anos. Pois é, o Dr. Vítor Gaspar assemelhou-se a um "valium" com efeitos sudoríficos sobre os outros. Estranha combinação. Todavia, os 11 ministros e a exagerada quantidade dos 35 secretários de estado não adormeçam. Têm pouco tempo e o País está bem acordado. E a audiência na próxima vez já não ficará surpreendida...

terça-feira, 28 de junho de 2011

Afinal pouco muda (sobre a tomada de posse de 35 Secretários de Estado).

Todos os sinais eram positivos, até ontem. Parecia que PSD-CDS pretendiam, de facto, demonstrar a possibilidade de se governar bem e em contenção. Afinal, não. Secretaria de estado do turismo para quê? E da juventude e desportos servirá para alguma coisa? No ministério dos negócios estrangeiros o Dr. Paulo Portas rodeia-se de três secretários de estado e uma subsecretária de estado. Certamente, pretende ter uma espécie de vigilante ou super-chefe de gabinete para controlar uma instituição com um orçamento muito curto para as "necessidades" e, talvez, também os diplomatas, os quais, que se saiba, nem costumam ser muito reinvidicativos. Haverão menos 6 membros de governo em comparação com o anterior. Poupança diminuta e, sobretudo, nada augura de positivo para a eficiência...o ministro adjunto tem um secretário adjunto e o ministro dos negócios estrangeiros tem um secretário de estado e uma subsecretária de estado adjuntos!? Mas de quantos adjuntos necessita o Dr. Portas?!  E o Primeiro Ministro, cujos tentáculos da presidência abrangem, como sempre, áreas tão vastas da chamada "sociedade civil"?! Será que o ministro da educação não poderia ocupar-se, ele próprio, da "ciência", para que raio é necessária uma secretaria de estado? O ministro da defesa,com tanto chefe e subchefe do estado-maior para que é que necessita de um secretário de estado? Para se sentir mais importante? Portugal terá, novamente, quase um membro de governo adstrito a cada "corporação"/"grupo de pressão" significativos. Lamentável...

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Tempestade...(a propósito de um artigo abordando a possibilidade das condições da economia mundial agravarem-se devido à inflação na China e na Índia, problemas nos EUA consequência da dívida pública e estagnação no Japão).

Quando os navegadores portugueses no século XVI criaram as condições para a globalização, nunca chamaram "perfeitas" às tempestades. Contudo, aprenderam a reconhecê-las e a procurar evitá-las. Tinham saber. Muitos anos passaram e Portugal caiu nas mãos de maus comandantes. Não foram avisados face aos augúrios das péssimas condições atmosféricas e desfraldaram ainda mais as velas, provocando o naufrágio financeiro actual. A ignorância e a imprudência pagam-se caro. Se os sinais estão correctos, os actuais timoneiros em Lisboa mostram-se prevenidos e, sobretudo, prontos para enfrentar os maus tempos. Estes estão aí para ficar, durante algum tempo. Interessante na notícia, o facto da Europa/União Europeia (UE) estar ausente como interveniente relevante na vaga previsão da metereologia económica. Pois é, referem-se China, Japão, Índia e EUA, ou seja as centenas de milhões de europeus e respectivos Governos parecem contar pouco como actores de primeiro plano num mundo, onde a decisão situa-se cada vez mais a oriente. Quando a Sra. Hilllary Clinton assumiu funções viajou primeiro na direcção do Pacífico e só depois visitou as costas do Atlântico, que para ela, americana, são ainda orientais. Após a primeira década do presente milénio, confirma-se o que os últimos 50 anos do anterior prognosticavam, o ocaso europeu. Para este nosso belo País, poderá ser uma oportunidade se, como antigamente, nos "regimentos" da navegação constarem instruções prudentes e objectivos audaciosos. Conciliar ambos, eis a questão..

domingo, 26 de junho de 2011

Entrevista (a propósito da entrevista do cronista/comentador Pulido Valente publicada na revista do semanário Expresso, em 25/06/2011).

A entrevista é ao cronista Pulido Valente. Para não variar, é caustico e céptico. Fica bem manter, como agora se diz, "o perfil". No entanto, não deveria ter abandonado o projecto da biografia de Eça de Queiroz. Assim, poder-se-ía comparar com aquela escrita por Maria Filomena Mónica, há poucos anos. Ambos andaram por Inglaterra. O Eça um inequívoco "estrangeirado", mesmo antes de sair do País, é um autor que se coaduna com o citado comentador, desdenha os portugueses, contudo está seduzido por Portugal. Contradições da "alma lusitana". Aliás, o Dr. Correia Guedes sofre dessa "virose" bem portuguesa de ter capacidade para produzir e actuar muito mais. Certamente, devido à bonomia do clima, gastronomia e costumes em geral deste nosso "canto à beira-mar" tem obra curta, porém, reconheça-se, interessante e, muito importante, bem escrita. Agora, talvez se tivesse ficado pelas terras húmidas da velha Albion se visse obrigado a produzir mais, a aprofundar melhor alguns assuntos; ou talvez não...nunca se saberá. Daquilo que conheço de Pulido Valente lamento apenas a leitura de um artigo/análise, publicado, há alguns anos, no Diário de Notícias sobre o 25 de Abril. Depois, há umas obras apressadas, mas de qualquer maneira interessantes. Quanto à Europa, seduzida e abandonada por Zeus, está velha, desgastada e desacreditada. Todavia, no mundo não há melhor recanto para se viver. Portanto e apesar de decadente deverá ser preservada...claro está, precisa de ser vivificada.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Parabéns e Felicidades (sobre a tomada de posse do XIX Governo Constitucional - coligação PPD/PSD-CDS/PP).

Parabéns ao novo Primeiro Ministro (PM). Mostrou capacidade de decisão em formar uma equipa pequena. Felicitações aos novos Ministros, têm curricula sólidos e a maioria não precisaria de fazer parte de governos para se projectar; pelo contrário, arriscam bastante. Não serão populares. Talvez só possam ser membros de Governo uma vez. A tarefa é muito árdua. Porém, não necessitam de inventar. Precisam antes de consistência e persistência. E expliquem e voltem a explicar. Utilizem a chamada "opinião pública". As pessoas entendem, se houver razões sérias, argumentos claros e exemplos dignos. O facto de haver apenas onze ministros e um PM significa, de imediato, grande poupança. Espera-se que o número de secretários de estado seja igualmente reduzido e nos escolhidos seja privilegiada a capacidade técnica e administrativa e actuem de maneira eficiente. Muita governação vai estar dependente dos respectivos desempenhos e, inversamente à maioria dos antecessores, as sombras dos seus ministros não irão protegê-los. Estarão muito mais expostos. Ao contrário do passado, deverão deixar de ser centros de gestão e conspiração de clientelas e veículos para empregar inúteis. Na função pública há bons funcionários, onde devem ser recrutados a maioria dos assessores e adjuntos. Núcleos duros afectos ao titular devem ser reduzidos. Se as coisas começarem a correr menos bem, serão os primeiros a cair...Poupar e voltar a poupar terá que ser o verbo a conjugar todos os dias, várias vezes ao dia. Assim, haverá sucesso.

sábado, 18 de junho de 2011

A opção Fernando Nobre II (a propósito de uma entrevista do dr. António Capucho ao DN e a possibilidade daquele candidato do PSD à Assembleia da República não ser eleito).

A eleição ou não do dr. Fernando Nobre para Presidente da Assembleia da República é, no contexto actual, absolutamente secundária. Se o dr. Passos Coelho conseguir que a personagem seja eleita obtém uma vitória moral; se não, livra-se de um estorvo e a imagem perante o País sai incólume. Haverá analistas a apontar falta de pulso no partido, desprestígio, etc. Porém, os Portugueses em geral estarão pouco atentos ou preocupados com a Presidência da Assembleia da República, exceptuando os comentadores habituais, os quais têm, aliás, essa obrigação. Depois, o dr. Nobre, insisto, constitui figura irrelevante, apesar do número de votos obtidos, nas últimas eleições presidenciais - mais de cem já seriam uma vitória e até obtêve algumas dezenas de milhares, pelo que já desfrutou dos seus 15 minutos de fama...Há pessoas, como o Sr. Manuel Alegre ou como aquele médico, que não compreendem que são fenómenos momentâneos, consequência de circunstâncias específicas. São artistas de um só "single". Vendem bem uma vez e acabou. Após esse primeiro sucesso, ficarão sempre pelo meio ou, mais frequentemente, pelo fim da tabela dos mais vendidos. O dr. Capucho, político experiente, deveria, agora, estar calado ou então abrir a boca apenas para apelar aos militantes do seu partido e restantes pessoas para se mostrarem solidárias com os objectivos difíceis e muito árduos de alcançar do próximo Governo. Não se percebe a poluição parlamentar de alguém que recusou ser candidato a deputado, os ares de Cascais até são saudáveis, ou não?

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Interessante II (continuidade do mesmo assunto do comentário anterior sobre uma notícia publicada no Expresso, em 15/06/2011).

Alguém disse que a religião é o ópio do povo. Marx ou Engels? Nenhum dos dois...? Pouco importa. Porém, é curioso verificar que a alienação através da religião atinge quer os crentes quer os não crentes. Para os primeiros constitui justificação transcendental ou dogmática de uma realidade mal compreendida ou apenas um acto de fé profundo e pessoal; para os segundos, a razão maléfica da ignorância insidiosa dos indivíduos, do não progresso das sociedades e a eternização do domínio de castas. O fenómeno religioso, têve, tem e terá sempre relevância e a sua expressão representa um conjunto complexo de motivações pessoais e sociais. Antes da religião existiam os homens e, já agora, para não ofender susceptibilidades,diga-se também as mulheres- graças a Deus!! E a humanidade organizou-se em sociedades. Estas, por múltiplos motivos, criaram a religiosidade organizada. A má condição das mulheres naquele grupo de países, tão diverso, deve pouco, genericamente, a práticas religiosas. Passe a redundância simplista, cada sociedade tem os costumes religiosos que merece, melhor, que é capaz de criar com base nas condições materiais e espirituais, que tem à sua disposição em cada momento da sua história. Aos nossos olhos ocidentais pedantes parece bem procurar explicar a violência contra as mulheres através de justificações transcendentais...na maior parte das vezes ela resulta da frustração, miséria e ganância. Lá como cá. A metafísica é posterior, assim como as generalizações fáceis.

Interessante I (a propósito de comentários enfatizando vectores religiosos como causa muito relevante para as vidas muito difíceis das mulheres em países considerados os piores no mundo numa lista elaborada pela fundação americana Thomson Reuters)

Interessante como uma simples lista elaborada por uma fundação degenerou em conversa sobre "religião". De acordo com os Evagelhos, Jesus salvou uma mulher, considerada de "má vida", de ser apedrejada. Preceitos introduzidos por Maomé, no século VII na península arábica, contribuíram para melhorar, nessa época, o estatuto das mulheres. Todos os países referidos na notícia têm em comum, a vastidão, a multiplicidade étnica e, em muitas regiões, condições socio-económicas deploráveis. Além destas variáveis, os aparelhos de estado são fracos ou inexistentes. Depois, muitas das sociedades tradicionais remotas têm sido atingidas por cataclismos naturais e humanos em conjunto com um aumento demográfico desproporcionado em relação aos recursos naturais de que dispõem ou têm capacidade técnica e recursos próprios para explorar. Some-se ainda, centros urbanos paupérrimos e caóticos, nos quais a violência impera. Portanto, a complexidade das situações de miséria não resulta de fenómenos religiosos, antes da degradação rápida das condições de vida e da erosão de valores tradicionais, os quais reagem ricocheteando de forma exarcebada, porque ameaçados. Estas razões gerais, contudo, não devem contribuir para ofuscar a especificidade das realidades locais, pois as causas de abusos no Congo nada terão a ver com o que se passa, por exemplo, na Índia. Certamente, a vida das mulheres naqueles países são péssimas; as dos homens também estão longe de ser razoáveis; e as das crianças serão terrívelmente sombrias.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Votos de Emigrantes Portugueses (a propósito da confusão suscitada pelos votos de emigrantes no Rio de Janeiro).

Esta situação demonstra o desajustamento da lei eleitoral portuguesa. Se não há impedimento legal, todos os portugueses, maiores de dezoito anos, podem votar. Para residentes em território nacional o recenseamento é obrigatório e para emigrantes voluntário. Depois, um neto, bisneto, trineto ou tetraneto de portugueses pode votar (podendo só um dos ascendentes ser de origem portuguesa), contribuindo para eleição de deputados sem nunca ter estado em Portugal, falar português ou sequer ter pago qualquer imposto ou taxa ao erário público de Portugal. A mesma rotina na eleição para a Presidência da República. Há qualquer coisa de absurdo nesta permissividade. Um residente temporariamente no estrangeiro deverá ter todo o direito a votar. Parece correcto: um português vivendo fora,que contribua para as finanças portuguesas tenha a possibilidade de ser eleitor. Agora, não faz sentido que um qualquer luso-descendente, que só procurou obter a nacionalidade portuguesa por mera conveniência de ter um passaporte português/União Europeia goze dos mesmos direitos políticos de um morador, por exemplo, de Abrantes, Chaves, Olhão ou ainda da Ilha do Corvo. Assim, ter 4 deputados eleitos directamente pela emigração é absurdo e duvido que contribua para aproximar as tão elogiadas comunidades portuguesas no estrangeiro ao nosso país. Já compararam o número potencial desses eleitores e os votos recebidos? Talvez a abstenção ronde os 90%, há anos, ou não? Não haja ilusões e complexos e sim coragem para alterar a lei...

A opção do Dr. Fernando Nobre (a propósito das divergências entre PSD e CDS sobre a escolha do Dr. Fernando Nobre para Presidente da Assembleia da República por parte do líder do primeiro partido).

Compreende-se a posição do dr. Passos Coelho. Fica-lhe bem. Certamente, já se arrependeu do convite ao dr. Fernando Nobre. Não lhe rendeu muitos votos. Paciência. A personagem política dr.Nobre é um bocadinho para o trágico-cómico. Ânsia de fama e projecção pessoais parecem evidentes. Terá solucionado o problema do arrendamento da sede da sua candidatura à Presidência da República? E perdoe-me a sinceridade, apesar muito viajado, como diria o meu avô, tem sempre um ar e discurso parolos. O dr. Paulo Portas tomou a posição coerente. Mais, clarificou as águas, contribuindo para não diluir o seu partido em impulsos juvenis e oportunistas do seu colega de coligação. Seria elegante, que o dr. Nobre anunciasse, de imediato, que não será candidato a Presidente da Assembleia da República. Porém, o homem, pelo que tem mostrado, não tem essa capacidade de humildade. O voto dos deputados será secreto e terá de haver uma maioria absoluta para ser eleito, pelo que se se mantiver na corrida para tal cargo animará jornais e canais televisivos de notícias, sobretudo se não conseguir eleger-se. Em caso da provável derrota, manter-se-á no Parlamento? Bem, constituiu ainda um alívio perceber-se que não irá para o Governo; o dr. Nobre, até será um excelente médico, contudo dá ideia de não entender de mais nada. Caso de especialização, acontece. Importante, constitui o facto do PSD e CDS concordarem em discordar sobre o assunto e a coligação governamental estar firme. Cognac é cognac...Governo é Governo, muito bem!

terça-feira, 14 de junho de 2011

A pressa (a propósito das notícias sobre a formação do Governo e a celeridade pedida pelo Presidente da República).

Afinal que pressa tem o Presidente da República? São quatro (os "verdes" são vermelhos matizados) os partidos parlamentares e são necessários dois dias para receber os respectivos líderes?! Quando é sabido que a maioria de deputados (PSD-CDS) para um Governo maioritário e estável está alcançada?!Francamente, ao menos os actores, sobretudo o principal que é Presidência da República, deveriam mostrar-se mais afoitos e deixarem-se de jogos gongóricos, permitidos pela actual constituição, concebida e aprovada em outras eras. O Palácio de Belém nem tem traça barroca. Se fosse em Queluz, onde o rococó é bem visível, ainda se percebia este cerimonial do entra e sai...Depois, somos capazes de ter de perder mais tempo por essa invenção absurda de deputados portugueses eleitos "pelo resto do mundo". Quem mantém essa monstruosidade deveria pagar os impostos, que a esmagadora maioria dos potenciais eleitores residentes na Europa e nos outros quatro continentes (e não digo seis ou sete porque, que se saiba, não há esquimós ou pinguins de origem portuguesa...e daí é melhor não apostar, pois posso enganar-me) não paga, mas tem direito a voto. Há certas ideias, que numa determinada altura podem parecer justas e generosas. No entanto, o tempo, pai da experiência e da sabedoria, demonstra que não são razoáveis. Se recenseado o emigrante deve votar, mas por correspondência. Não faz sentido, no século XXI, estas Tordesilhas escleróticas. Numa monarquia constitucional não seriam necessários aqueles simulacros fastidiosos.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Governo.

A equipa governamental deverá ser muito reduzida, poucos ministros e secretários de estado e os respectivos gabinetes pequenos -para estes devem ser, sobretudo, cooptados funcionários públicos. Não são necessários mais de 30 membros. Deixo as seguintes sugestões: a)poupar, poupar e poupar; b) celeridade a cumprir, efectivamente, as metas programáticas impostas pelo trio das instituições financeiras internacionais; c) já este ano, aos mais bem pagos funcionários públicos, dar apenas parte do 14º mês e, em 2012, deixar de atribuir a todos esse subsídio de Natal, à excepção daqueles que tenham mais que dois filhos menores; d) em cada ministério, deverá ser apenas autorizada uma fundação ou instituto dependente, directa ou indirectamente, do orçamento do Estado e, mesmo nesses casos, fazer depender a sua continuidade futura de uma análise, em cada dois anos, dos seus resultados, face aos estatutos e objectivos - o ideal, no entanto, é acabar praticamente com todos; e) as viagens ao estrangeiro da maioria dos governantes, com excepção de Bruxelas/Luxemburgo, são inúteis - nem sequer vale a pena ir aos PALOP, pois todos já foram repetida e exaustivamente visitados e com eles assinados acordos sobre todas as matérias e assuntos. Basta a equipa do MNE viajar, quando necessário. Se a adminstração estatal central for capaz de ser rigorosa e austera, então, talvez, em 2014 tenhamos um País mais próspero e o prestigío internacional de Portugal restaurado. Será muito árduo e impopular

A Dra. Ana Gomes (a propósito das declarações dessa eurodeputada sobre o Presidente do CDS-PP).

A dra. Ana Gomes decidiu nas vésperas de um novo Governo Português e no dia de uma importante reunião do seu partido fazer afirmações sobre o líder do CDS-PP, o Dr. Paulo Portas. Não se referiu a possíveis políticas. Ofendeu. Não lançou avisos sobre eventuais opções financeiras. Insultou. Não se disponibilizou para trabalhar pelo seu País no Parlamento Europeu. Denegriu Portugal. Ontem, a dra. Gomes mostrou a sua mediocridade como política, certamente igual à sua carreira profissional, enquanto funcionária diplomática. Deve gozar de péssima fama no Ministério dos Negócios Estrangeiros. Pelos vistos, só conseguiu subir e projecção devido ao compadrio. Aliás, antes de se dedicar a tempo inteiro à política, houve um percurso profissional, se tivesse demonstrado alguma qualidade efectiva no exercício das suas funções nunca adoptaria aquele tipo de comportamento indigno. Então, aquela insinuação acerca dos serviços secretos é de uma profunda e estúpida ignorância. Inspira-se, não há dúvidas, nos chamados "livros de aeroporto" ou nas revistas "sociais", que deve folhear (duvido que leia o que quer que seja) nas viagens entre Lisboa-Bruxelas ou Estrasburgo. Aquela ainda deputada europeia mostrou tudo aquilo que uma pessoa séria e honesta não é. Revelou mau perder, mau carácter e, sobretudo, a personalidade de uma mulher frustrada e infeliz, ansiando apenas projecção. Correspondeu exactamente à sua cara e à sua imagem: são muito feias. A dra. Assunção Cristas reagiu de forma adequada e digna.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Obrigação. (sobre o anúncio que o Presidente da República convidou o líder do PSD para formar Governo, em consequência dos resultados das eleições legislativas de 5 de Junho).

O Presidente da República não fez mais que a sua obrigação. Aliás, mostrou mais rapidez que o habitual. E tomou a iniciativa. Algo raro, para quem tem privilegiado a atitude majestática, os recados subreptícios, as mensagens electrónicas e as subtilezas epistemológicas da política palaciana. Mais uma vez a fortuna sorriu-lhe. O resultado eleitoral está de acordo com o seu principal objectivo: afastar o Eng. Sócrates do poder. Porém, é importante não esquecer, que o Prof. Cavaco Silva é dos principais culpados políticos da actual situação do País: a sua inércia no Verão de 2010- calculista, pois estava em fim de mandato e a pensar em recandidatura- tornou inevitável a continuidade no poder de um Governo minoritário e incapaz, contribuindo para uma maior degradação das finanças públicas. O próximo Governo, se quiser servir adequadamente Portugal, vai ter uma actuação muito difícil e impopular. Portanto, é relevante que tome posse o mais cedo possível e, desde o início, assuma as imprescindíveis medidas drásticas, por forma a conter e a controlar os problemas financeiros. Assim, talvez dure os quatro anos e, no último ano e meio do respectivo período governamental, consiga apresentar-se como honesto e eficaz, sobretudo mostrar sucesso face à conjuntura actual, que o conduziu ao poder. O Dr. Passos Coelho, na sua vida política, é semelhante ao actual Chefe de Estado, tem sorte.Também partilha a mesma origem de província. Para bem de Portugal, espera-se que tenha mais talento, firmeza e determinação.

Eis os que partem...e os que chegam...( a propósito dos resultados das eleições legislativas de 5 de Junho).

Daqueles que partem pouco se sabe, assim como dos que chegam. Do Dr. Fernando Nobre eleito pelo PSD, sabe-se algo, sobretudo a ânsia de protagonismo e as suas intervenções confusas e, algumas vezes, idiotas, durante a última campanha eleitoral para as presidenciais. Um erro do Dr. Passos Coelho. Será que vai mesmo para a Presidência da Assembleia da República? Se essa ideia se mantiver nas cabeças dos dirigentes social-democratas, espera-se que o CDS-PP os faça pagar um preço caro pelo respectivo apoio ou abstenção. Presume-se, até pela quantidade de ex-futuros ministros dos Governos Sócrates, que a qualidade fundamental dos novos eleitos seja a fidelidade ao líder do respectivo partido. Possivelmente, terão algum talento político, que o País desconhece...se os restantes forem semelhantes aos eleitos pelo PS e ao Dr. Nobre nada se augura de bom para a melhoria da qualidade parlamentar. Bem, talvez a pianista Ana Canavilhas possa tocar alguns prelúdios como introdução aos debates, pois para isso e ensinar música parece ter algum talento. Como Ministra foi tão inútil como a respectiva pasta e a sua atitude permanentemente artística, como estivesse sempre em palco, tornou a personagem desengraçada e enjoativa, lástimável para uma mulher bonita. Não tenho dúvidas que resulta da fealdade das péssimas políticas dos Governos Sócrates. Este parte. Espera-se que para sempre. Ontem à noite, aquela longuíssima ária de despedida teve tanto de desafinada como de patética..nem acerta na hora da despedida.