sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Não é o primeiro caso...(sobre uma notícia relativa à deportação de uma família portuguesa do Canadá.

Não é o primeiro caso passado em terras (re)descobertas pelos quase lendários irmãos Corte-Real. Quase de certeza não será, infelizmente, o último. Se está correcta a notícia, a situação arrasta-se desde 2001. Pouco provável haver resposta positiva ao "pedido de clemência" dessa inutilidade chamada secretaria de estado das comunidades portuguesas. Criaria sério precedente. Bem, o problema ficaria com os canadianos.Como tantos outros emigrantes portugueses (outras nacionalidades também), a família em causa, primeiro procurou jogar na sorte, depois, mal aconselhada, nas prerrogativas da lei canadiana para refugiados (demonstra desonestidade- de Portugal, procurar refúgio de quê?) e, por fim, num processo de legalização humanitária, presume-se baseado nas raízes familiares, entretanto criadas. Estará o MNE português disposto a interceder em todos os casos semelhantes, os quais, no fundo, desprestigiam o próprio País? Tratar-se-á apenas de uma questão de humanidade? Não haverá muito oportunismo e aldrabice? O advogado mencionado aconselhou aqueles estratagemas? Quanto cobrou? Portugal também tem leis contra a imigração ilegal. E a emigração portuguesa nunca têve nada de excepcional. Conforme os casos e opções poderá ser motivo para tristeza ou de alegria. Lamentável ver esperanças e projectos familiares fracassados. Antigamente, poderia haver a desculpa do desconhecimento. Nos dias que correm, não há falta de recursos e meios para obter informações. As pessoas são responsáveis pelos seus actos. Face à lei canadiana mentiram e, desde 2001, conscensiosamente.
Todo este quadro revela ainda, de forma inequívoca, como é dispensável um secretário de estado das comunidades. Poupe-se e acabe-se com essa redundância.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

E mais um Kim...(a propósito da morte do ditador norte-coreano).

E mais um Kim morreu. Segue-se o Kim III. De acordo com as tendências da História será o último. Não há dinastia assente na tirania, mesmo comunista, com mais de três monarcas...Porém, nunca se sabe. Ainda por cima o putativo tirano é jovem e o actual e aparente dueto senhor da Coreia do Norte (Cha, o tio por afinidade e Re o general comandante das forças armadas norte-coreanas) mantêem a situação controlada. Os norte-coreanos continuarão hermeticamente fechados para o mundo, na melhor tradição mao-stalinista. Pior, entalados entre Rússia, China e Coreia do Sul estão condenados a não partilhar a crescente prosperidade dos vizinhos e a receber migalhas miseráveis da ajuda internacional, inspirada no medo nuclear. A Coreia do Norte trata-se de uma espécie em vias de extinção. Aliás, talvez os norte-coreanos ganhassem bastante dinheiro (devem precisar e muito de divisas) explorando esse exotismo. Organizariam visitas turísticas, promovidas com títulos: "saiba o que é viver sob o ar puro comunista" ou  "o estado omnipresente"  ou  "conheça o último verdadeiro inferno comunista" ou ainda  "aprenda a chorar convulsivamente de alegria". Assim e face à crise, os europeus poderiam ter férias únicas e baratas. Conseguir-se-ia também, sem grandes estratégias didácticas,valorizar o menosprezado regime demo-liberal ocidental, o acto de votar e a escolha de gente capaz e responsável para governar .Certamente, seria pedagógico para alguns políticos portugueses e não só...

sábado, 24 de dezembro de 2011

Os maquinistas...(sobre a greve dos maquinistas da CP, durante o fim-de-semana do Natal de 2011).

Os maquinistas da CP, coitados, não pensam. Passam a vida a conduzir máquinas, cuja principal característica é andarem para a frente em dois carris paralelos. Daí perceber-se a pequenez de espírito do respectivo sindicato. Falta visão periférica. Parecem-se com aqueles cavalos ou asnos, utilizando duas viseiras para não se assustarem ou se distraírem, durante as corridas. Enterram mais a companhia, prejudicando os mais pobres e os mais velhos, para os quais, sobretudo nesta época do ano, o comboio constitui o transporte principal, juntando famílias na quadra natalícia. Nada disso os demove ou comove. Como também não importam as decisões dos Tribunais. Relevante é apenas o chamado direito à greve e a interpretação sindical. Depois, ganham muito bem, pois somam mais três dias de greve a outros, neste último trimestre. Como não recebem e, pelos vistos, não precisam, quer dizer que são ricos. Esta greve constitui, até pelo momento escolhido, uma inequívoca provocação. Um acto de simples e estúpida arrogância. O governo e a CP deveriam estar já a formar desempregados a guiar comboios, começando a despedir os actuais maquinistas...Seria bom que tal fosse possível, como o Presidente Reagan fez aos controladores aéreos americanos grevistas, nos anos 80 do século passado. Substituiu-os por militares...E financeiramente o País está em situação debilitante e a CP falida... Reles e vergonhosa a atitude destes trabalhadores. Esperam-se despedimentos na sequência dos processos disciplinares.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Futurologia...(a propósito dos comentários do editor de economia do semanário "Expresso" criticando a decisão do Governo Português em vender 21,35% das acções da EDP a uma companhia chinesa).

O dr. Nicolau Santos continua a fazer futurologia...Certamente, no seu tempo a Faculdade de Economia ou Instituto seguiu cadeiras especiais de necromancia ou astrologia. Se a companhia chinesa oferecia mais dinheiro e a China constitui um dos maiores mercados mundiais em constante crescimento, porque carga de água não deveria o Governo Português vender à melhor oferta?! De certeza que brasileiros ou alemães seriam melhor para o futuro? Está isso escrito na estrela polar ou no cruzeiro do sul?! Revelação do espírito dos natais passados ou dos vindouros?! E depois a tão falada internacionalização da economia não passará também pelo incremento da respectiva diversidade? Aliás, a tão glosada globalização não passa em muito pela China? Evidentemente, a decisão pode ser um risco a longo prazo, assim como seria qualquer outra opção. Simplesmente, as condições de mercado no futuro irão,  talvez, esclarecer essa dúvida ou outras. Portanto, não se critique a decisão com base em preconceitos, que nos anos sessenta se sintetizava no chamado "perigo amarelo". Criticado deve ser o percurso que trouxe Portugal ao caminho compulsivo da obrigação de uma venda por imperativo de efectuar pagamentos a credores. Eventualmente, o negócio revelar-se-ia em qualquer caso a melhor escolha. Porém, de todo o enquadramento anterior, constata-se a imposição do trio das instituições internacionais ligadas à assistência financeira. Mais, não reside a oriente a tão apregoada liquidez das abstracções chamadas "mercados"? No fundo, o dr. Nicolau Santos pensa como aquele duo de brilhantes socialistas: as dívidas não são para ser pagas, mas geridas ou dever dinheiro equivale a oportunidade para ameaçar ou chantangear quem emprestou aos Estados.  

Se os futebolistas profissionais...(a propósito da proposta do eurodeputado do PSD Paulo Rangel para a criação de uma agência de apoio a portugueses desempregados que pretendam emigrar, na sequência de uma sugestão do PM, segundo a qual professores sem emprego poderiam ir trabalhar para países lusófonos).

Se os futebolistas profissionais emigram e se isso é encarado com naturalidade, não escandaliza se outros portugueses optem pela mesma solução. Mas o PM não deve apresentar essa opção como saída para os desempregados (mais, os países lusófonos mencionados oferecem más condições de trabalho). Primeiro, transmite a ideia que o governo não tem solução para o desemprego e nem sequer a procura; segundo, num país tão desertificado torna-se mais um convite ao abandono; por último, comunica-se desalento a muitas pessoas já desencorajadas ou mesmo desesperadas, num país envelhecido. E não há que criar qualquer agência. Dever-se-ia acabar com aquela secretaria de estado (chama-se das comunidades, não é?!) existente no MNE; qualquer organismo seria inútil, como são as secretarias de estado da cultura, turismo ou juventude, por exemplo. De uma vez por todas, não cabe ao Estado sugerir, dirigir ou paternalizar as pessoas. Estas devem ser responsáveis pelas suas vidas e, hoje em dia, não há falta de fontes de informação para se ponderar uma decisão, antes de ser tomada. Como todos os países da Europa, sem excepção, Portugal sempre têve emigrantes espalhados pelos continentes, umas vezes mais outras menos, conforme as épocas. Ter ofertas de emprego seria preferível. Porém, o aumento do desemprego constitui, infelizmente, a tendência actual. Hoje, emigrar para os europeus difere, em muito, da aventura do século XIX ou dos percursos sinuosos de meados do XX, em consequência da proliferação e fácil acesso a meios rápidos de circulação e de comunicação: avião, rádio, telemóveis, televisão e "net". O mundo, cada vez mais, toma a forma de uma imensa e complexa aldeia. Importa, contudo, sublinhar a obrigação do Estado e respectivo governo: proporcionar condições de segurança, justiça, liberdade, bem-estar e progresso para os seus cidadãos.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

A entrevista...(a propósito de uma entrevista do MNE Paulo Portas à RTP1, em 15/12/2011).

A entrevista do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros pareceu uma sessão de campanha pré-eleitoral. A entrevistadora, mais deliciada só pelo facto de estar ali do que com o entrevistado e as respostas, deixou este último deambular pelo mundo da propaganda. Continua líder do CDS. Porém, o que é que o Dr. Paulo Portas faz, de efectivo, no governo? Parece que é MNE com a responsabilidade do AICEP e cheio de entusiasmo com aquela coisa da "diplomacia económica". Freneticamente, visitou não se sabe quantos países e, de acordo com as suas próprias palavras, os que foram especificamente mencionados são mais relevantes do que outros...Certamente, vendo o programa estavam apenas os representantes das "relevâncias". Os outros não. Francamente, as palavras importam e para um MNE contam a duplicar, sobretudo se o estado se encontra em situação frágil. Outro detalhe, releve-se a participação numa sessão do Conselho de Segurança das Nações Unidas, mas não é fundamental para  
Portugal, principalmente com a nossa História de mais de 868  anos, como foi sublinhado. Depois, o "slogan" internacionalização ou expansão no estrangeiro assegura postos de trabalho no próprio país não é verificável. Trata-se de argumento falacioso. Constata-se muitas vezes o contrário. Portanto, cuidado com frases feitas. E não é automático que o eventual êxito internacional de uma economia produza riqueza na própria terra de origem dos investidores. Falar verdade implica, igualmente, ponderar-se
sobre possíveis mistificações. Economia, mercados, trabalho e lucro não são conceitos ou realidades harmoniosas. A recente crise comprova e de que maneira a existência de contradições.
Mais uma observação: lembre-se do segundo 2º Mandamento: " não evocarás o nome...". Pois é, a evocação do patriotismo é salutar, contudo em excesso torna-se fastidioso, vulgariza-se o conceito de dever e Pátria e ninguém acredita que a ambição pessoal e o gosto pelo exercício do poder não sejam também fortes motivações para qualquer político, no passado como hoje em dia...
Ao contrário do dr. Passos Coelho, parece que o dr. Paulo Portas perdeu capacidades e talento ao chegar ao poder...é pena.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Palavras interessantes...(a propósito das declarações do vice-presidente parlamentar do PS, afirmando que o governo português não deveria pagar as dívidas).

Palavras interessantes para um deliquente juvenil proferir, após lauto jantar bem regado com vinho de Castelo Branco- cidade e néctar regional mereceriam outra dignidade. Sobressai ainda, através do discurso eloquente e desassombrado, acefalia política de Pedro Nunes dos Santos. Evidencia-se igualmente a excelente selecção para deputados por parte dos socialistas. Lamentam-se também os restantes convivas, pois se a sala de tão brilhante ágape não era grande e arejada, a flatulência discursiva intoxicou, mais, os cérebros já toldados dos convivas. O homem em causa é vice-presidente da bancada parlamentar do PS. Este partido estêve no poder seis anos chefiado por um eng. que disse, há poucos dias, que a dívida não era para ser paga. Portanto, a enfermidade psiquiátrica contagia-se. No PS começa no topo e vai proliferando pelos outros escalões. Comprova-se esse diagnóstico através da reacção minimalista do presidente da bancada do partido rosa, tentando reduzir a meras figuras de estilo as declarações alarves de um colaborador próximo. Porém, atenção: os bancários alemães e franceses devem estar a tremer. E só agora perceberam porque é que o ex-PM Sócrates está a viver em Paris...entretanto, o PR francês já mandou a polícia verificar se o referido português paga as contas...e os portugueses tinham tão boa fama em França. Há, no entanto, uma forma de canalizar a energia de um tão sagaz e ilustre socialista: é ligá-lo à electricidade ou dá luz ou faz-se luz...

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

A entrevista (a propósito de uma entrevista ao PM português à SIC e subsequentes comentários).

A entrevista do PM à SIC nada têve de especial: entrevistadores mal preparados com observações disparatadas; entrevistado procurou responder com elegância, revelando pouco do que realmente pensa. A seguir, os comentadores também pouco inspirados e mal informados, a repetir as habituais banalidades metafísicas sobre a Europa. Quando, por acaso, tocaram em problemas concretos lamentaram-nos enunciando alternativas quiméricas ou vituperando personagens. Não há dúvida, ali para os lados de Carnaxide, a Sra. Merkel é odiada e o Sr. Sarkozy desprezado. E enquanto o dr. Sousa Tavares, sagaz, questionava o éter como é que se sai da crise...!?Francamente, não através da culinária. Isso já se sabe, assim como toda a gente é capaz de saber como é que se chegou a esta situação. Agora desconhece-se outra receita para além da austeridade. Poupar, pagar e não gastar e voltar a amealhar e não dispender, é a única metodologia capaz de funcionar na cozinha dos pobres. Não há cozinheiro Roosevelt, Keynes, "new deal", "eurobonds" ou BCE que cozinhe de graça. Mais, ainda está por inventar o ingrediente capaz de dar sabor sem trabalho e aroma sem dinheiro. Infeliz e dramaticamente, a mistela requentada das finanças públicas provoca enjoos, eventuais vómitos à mistura com muito mal-estar, com a possível agravante: arrisca-se a empestar o ar e a ficar estagnado a pairar se os ventos vindos de fora não arejarem com fluidez os espaços pestilentos das dívidas. Esta é a triste realidade e consequêmcia de se viver de propaganda, como, mais uma vez, ficou patente (e não aparente) através de mais uma promessa fracassada como o projecto da Nissan em Aveiro.
No seguimento dos doutos comentários ouvidos, quando é que se interioriza: Europa nunca rimou com "solidariedade" e muito menos com "caridade". Todavia, União Europeia (UE) casa bem com "poder", "negócio", "centro comercial", "conversa" e "interesse". Portanto, quem pode manda, como a Alemanha ou resiste, como o Reino Unido. Se se pensar assim, ninguém, no mínimo, se ilude.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Nada tem de surpreendente...( no seguimento da notícia que o Brasil ultrapassou o Reino Unido e passou a ser a 6ª economia mundial).

Nada tem de surpreendente brasileiros ultrapassarem ingleses. A surpresa é porque é que levaram tantos e tantos anos. No final do século XIX, antes do Império ser substituído por um ignóbil regime republicano, as terras brasileiras apresentavam índices de desenvolvimento equiparáveis aos dos Estados Unidos. Os Braganças souberam contribuir para a instalação de uma monarquia constitucional, a qual permitiu mais de sessenta anos de paz interna, progresso económico geral, liberdade política, social e de imprensa. Nesse período, através de três conflitos militares com vizinhos, o Império Brasileiro afirmou-se como a grande potência da América do Sul. A própria abolição da escravatura (motivadora da conspiração e do golpe militar que derrubou o Imperador) aconteceu de forma evolutiva. O fado brasileiro a partir do afastamento da Dinastia de Bragança foi cada vez mais triste e não houve carnaval, título mundial de futebol, bossa nova ou samba, que fosse capaz de fazer esquecer que o país era pobre e sem esperança, apesar de rico e enorme. Agora, parece que, como diz a cantiga de Chico Buarque, o Brasil "...vai cumprir o seu destino...". Oxalá. Talvez a imposição da lei e da ordem e, esperemos, como diz a bandeira brasileira, o progresso nas favelas do Rio de Janeiro, seja o símbolo que o desenvolvimento vai, no futuro, abranger todas as camadas sociais. Para Portugal é bom saber que o seu filho maior e mais acarinhado continua cheio de vitalidade e está atingir a maturidade.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Compreende-se...(a propósito das declarações do PM português na sequência da Cimeira da UE de 08/12/2011).

Compreende-se a atitude cautelosa do PM português. Juntou-se à maioria. Face à dependência económica-financeira, tornar-se-ia incómoda outra posição. A prudência e recitação do "credo europeísta" assentam bem ao momento. Também mencionar "menor denominador comum" sobre o acordo intergovernamental aceite pela maioria, soando como crítica aqueles (ex:Reino Unido) que não permitiram uma revisão efectiva do Tratado de Lisboa, cai bem junto do eixo "merkosy" e transmite o sinal correcto aos chamados"mercados". Assim, o posicionamento discreto do chefe de governo adequou-se à conjuntura. Porém, o dr. Passos Coelho deveria, já,  mandar os Ministérios das Finanças e Estrangeiros, analisar cenários e acertar posições para as negociações, as quais franceses e alemães quererão acelerar, considerando os seus próximos períodos eleitorais. Aliás, 2012, será "o ano de todas as eleições": Rússia, França, Alemanha (parciais) e EUA. Essa coincidência não será negativa para o nosso País, continuando a seguir-se com rigor as actuais políticas de austeridade. Deveriam mesmo ser endurecidas erradicando-se mais institutos, fundações, observatórios e secretarias de estado (na defesa, nos assuntos parlamentares, nos negócios estrangeiros, na educação, turismo e cultura, são apenas exemplos). Quanto mais se cortar nos tentáculos do estado melhor para a economia, finanças, actuais e futuras gerações portuguesas. Portugal mais equilibrado, gastando menos, verá  crescer a sua capacidade de afirmação internacional e, consequentemente, aumentará as respectivas capacidades e margens de negociação com outros Estados.

E assim é...(acerca das primeiras conclusões da Cimeira da UE em 08/12/2011).

E assim é, a UE concordou em discordar. Habitual. A Britânia não cedeu. A libra, a Commonweatlh e a City dão-lhe espaço de manobra para resistir à determinação prussiana. Quando o duo Schroder e Chirac, em 2003/04, não respeitaram os 3% do Pacto de Estabilidade, o eixo Berlim-Paris não pensou em novos tratados ou em soluções alternativas minimalistas intergovernamentais. Certo, a crise era outra. Agora, ainda não se sabem os detalhes. Confirma-se porém, que os orçamentos dos países EURO deverão ser obrigatória e previamente aprovados por Bruxelas. Claro, por elegância, não se meciona Berlim. A Comissão passa a supervisionar. Esse processo pesará de forma determinante nas discussões orçamentais anuais para governos e parlamentos nacionais. Implicará a apresentação do projecto de orçamento antes do Verão? E aprovação parlamentar será antes ou depois de um qualquer grupo de burocratas europeus conceder a benção contabilística? A burocracia europeia mandará mais que os deputados eleitos pelas populações? Bem, para a Alemanha estas dúvidas não existem, porque o seu peso económico e político determinarão, em última instância, as orientações de todos os outros parceiros. Portugal deve e muito. É incontornável a sua dependência do mercado europeu/alemão. Impossível evitar a aceitação desse provável acordo intergovernamental. Moral: a incompetência e a trafulhice conduziram-nos a esta situação de completa e compulsiva subalternização. Não constitui alívio saber que não somos os únicos.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Bem...(sobre a atitude do PM britânico em não querer aceitar de qualquer maneira o noticiado desejo franco-alemão em rever o actual Tratado da UE).

O PM britânico tem razão em tomar uma posição de princípio de reserva face à anunciada alteração estatutária das regras da União Europeia (UE). Os Acordos entre Estados não devem ser alterados ao sabor de conveniências ou incompetências e de maneira voluntarista, sobretudo, se jogam com as soberanias das respectivas Nações. Aliás, que se saiba, nenhum dos actuais governos europeus foi eleito com mandato para transferir para Bruxelas/Berlim mais nacos da soberania dos povos, que os elegeram. De acordo com as afirmações da Chanceler alemã e as notícias projecta-se isso mesmo. Depois, durante o processo negocial torna-se imprescindível ponderar com o devido cuidado as suas consequências, quer a nível interno de cada país quer para o complexo sistema decisório das instituições europeias. O deputados da Assembleia da República Portuguesa deveriam estar especialmente atentos, a começar por aqueles que compõem a maioria. Mais, um novo Tratado é desnecessário e redundante para haver disciplina orçamental e coordenação económica para enfrentar a presente crise financeira. Todos esses mecanismos já existem. O mau exemplo de desrespeito pelo esquecido pacto de estabilidade começou em Paris e Berlim. A memória não deve ser assim tão curta....Na actualidade, qualquer observador mais atento verificará que, à excepção da Espanha, são monarquias (algumas não integram o EURO) os países europeus institucionalmente mais estáveis e que melhor resistem ao descalabro financeiro.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O silêncio é de ouro...dr. Portas (a propósito de declarações do Ministro dos Negócios Estrangeiros sobre a possibilidade de haver negociações para um novo tratado europeu no seguimento de declarações da Chanceler alemã).

A sra. Merkel possivelmente confidenciou ao dr. Paulo Portas o que a mais ninguém disse. Portanto, o actual MNE português já sabe da necessidade de um forte consenso nacional, face à provável negociação e aprovação(?), teutonicamente imperativa, de um novo tratado europeu. Quase certo, não se chamará"de Berlim", pois os europeus, não se importando que os alemães mandem, não gostam que se saiba...ou o dr. Portas pensará, maquiavelicamente, que lançando o alerta aos portugueses para o cenário de negociações duras, conseguirá criar espírito de resistência face ao cinismo franco-alemão!? Pois é...e depois quem pagará as contas? Dr. Paulo Portas, um conselho: calma e caldos de galinha, como diria a minha avó. Não se precipite. Ainda nada há. Entretanto não se antecipe. Como diz o sinal: pare, escute e olhe e só depois...fale,se tiver que ser. Não precisa de mostrar, que é mais esperto que os outros. Só que é mais inteligente...e cauteloso. Muitas vezes ganha-se mais em silêncio. Na verdade pelos discursos, quase simultâneos, do duo dinâmico "merkozy", não se sabe o que ambos querem e, sobretudo, se o dueto cantará afinado. Será difícil:francês e alemão sempre tiveram a tendência para a desafinação. Nunca cantaram em uníssono. Mais o sr. Sarkozy terá eleições em breve. Será reeleito? Talvez...E a sra. Merkel? O tempo eleitoral não joga a favor dos dois e de um novo tratado europeu. E todos os países do EURO necessitam de dinheiro "para ontem"...o novo tratado estará pronto...quando?

Sra. Merkel e a união orçamental europeia ( a propósito de declarações da Chanceler alemã no Parlamento alemão sobre a unidade orçamental europeia e subsequente necessidade de rever o Tratado europeu existente)

Em 1957, assinou-se o Tratado de Roma, criando o "Mercado Comum"; em 1986, entrou em vigor o Acto Único Europeu; em 1992, o Tratado de Maastricht instituiu a UE; em 1997, o Tratado de Amesterdão, continuando pelas túlipas, procurou melhorar o anterior; em 2001, não se consagrou uma constituição europeia, mas o Tratado de Nice; e em 2007, rubricou-se o Tratado de Lisboa. Das mais de 3 décadas para a primeira grande alteração constitucional, vai-se passar para uma média de 4 anos...Atenção, apenas o anúncio. Em várias ocasiões as aprovações pelos povos foi vergonhosamente tirada a ferros. A democracia saiu desprestigiada. A produção de um novo texto vai demorar. Não é fácil fazer a tradução do alemão para outras línguas. Depois, alguém sabe o que vai, de facto, na cabeça da sra. Merkel? É certo, de 6 membros, em 54 anos, passou-se para 27 países. Entretanto, cada vez mais, a UE assemelha-se a um conjunto de "Bundeslander", os estados federados alemães. A chamada  "disciplina prussiana" ou a mentalidade da Alemanha ex-comunista vai estender-se à restante Europa? As Nações médias e pequenas, como Portugal, foram, com tanto tratado, perdendo poder de decisão e influência no seio da amálgama lesgislativa em que sempre se traduziram aqueles acordos supra-nacionais. Agora, tudo isto, porque a maioria dos europeus gasta mais do que pode?! Para que serviram as constantes reuniões do BCE, dos Ministros das Finanças e as Cimeiras? Note-se:a Alemanha de hoje nada tem a ver com a de Kant, Bach ou mesmo Bismarck...

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Soberania (a propósito de declarações de S.A.R. D. Duarte Pio sobre o facto da crise afectar a soberania portuguesa).

S.A.R. D. Duarte tem razão. A crise ameaça inequivocamente a Soberania. Como a de qualquer outro Estado, hoje como no passado, a soberania de Portugal não é absoluta. O relacionamento entre os estados faz-se de inter-dependências e estas condicionam, interna e internacionalmente, as decisões dos respectivos governos. Nenhum está isolado no universo. Porém, a actual fragilidade extrema política-financeira do País retira-lhe a pouca autonomia ainda existente e poder negocial. O consequente desprestígio internacional torna-se incontornável. Dificulta a afirmação e a projecção de Portugal no mundo. Não há participação no Conselho de Segurança ou proclamação do Fado como Património Imaterial da Humanidade ou golos do Ronaldo capazes de resgatar a triste e vil imagem de uma Nação aflita e afligida, cuja qualidade de vida irá baixar, nos próximos anos. A única alternativa é trabalhar, poupar e aprender, para sempre, que não vale a pena viver-se acima das possibilidades, porque ninguém paga por nós as nossas contas. A réstea de soberania/autonomia é importante. Gera espaço de manobra para a defesa dos nossos interesses específicos, que não são os mesmos de espanhois, franceses, alemães, brasileiros ou angolanos. Defender um super-governo económico europeu é ser-se ignaro ou não ter consciência histórica sobre Portugal e a Europa. Provocaria ainda a completa subalternização portuguesa aos labirínticos,bizantinos e pouco competentes burocratas de Bruxelas, marionetes de Berlim.

sábado, 26 de novembro de 2011

Deutschland uber alles...( a propósito do projecto franco-alemão de um novo pacto europeu/UE).

A seguir ao 25 de Abril, a entrada na CEE passou a ser desígnio nacional e o único rumo capaz de dar estabilidade ao regime democrático e progresso socio-económico. Mais, os portugueses seriam tão ricos como os prósperos povos europeus. Dizia-se: estaríamos finalmente na Europa (como se andássemos pelo continente asiático). Nunca, até há poucos meses, a população portuguesa se consciencializara, que a CEE, agora, UE, trata-se, essencialmente, de um grande centro comercial. Porém, aí por algures dos idos anos de 2007/08, ficou insolvente. Existiram diversas falências resultantes de diferentes variáveis. Todavia, a Alemanha (sensatamente segundo os contribuintes alemães) não quer assumir o total da dívida e, mesmo pagando alguma coisa, fá-lo aos soluços. E sob condições. Portanto, teremos no futuro próximo maior disciplina prussiana. A anafada sra. Merkel alcança através da sua teimosia, o que os exércitos do intelectual Frederico II, do tenebroso Hitler ou a força de vontade de Khol não conseguiram: pôr a Europa toda a cantarolar  "Deutschland uber alles", hino, aliás, composto por um austríaco (Haydn). Assim, dentro de algum tempo, haverá mais um arremendo de tratado. Do fado de Lisboa passa, talvez, a "minuet" francês ao gosto de Salzburg para que o ritmo alemão seja "rafiné" com melodia austríaca...seria de bom tom. Vários "violino di spalla", a começar pelo dr. Barroso, estão já,afanosamente, afinando a orquestra. Os portugueses, esses, vão continuar pagando e chorando... e a tentar não desafinar.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Um bom boneco...(a propósito de um "cartoon" publicado no semanário "expresso" sobre a greve geral do dia anterior e onde um pé aparece a esmagar uma tartaruga triste decorada com a bandeira portuguesa).

De facto a greve esmaga a sociedade portuguesa. Esta,  hoje em dia, é uma pobre e timorata tartaruga. Não consegue escapar às atitudes demagógicas e reaccionárias de sindicalistas, cujo objectivo na vida é ter projecção política e televisiva e não o bem-estar dos trabalhadores e respectivas famílias, interessando-se nada pelo País em geral. Aliás, importa contrariar essa ideia patrioteira que o PCP apregoa, colado à CGTP e já a controlar a UGT, que as greves são uma resposta adequada à intervenção das instituições financeiras internacionais em Portugal. Portanto, favoráveis à independência ou soberania nacionais.Muito pelo contrário, movimentos grevistas cretinos e inúteis como o de ontem, só empobrecem a economia portuguesa, agravando dependências, nomeadamente a financeira. Na actual conjuntura a única forma de aliviar o peso da Comissão Europeia e FMI sobre o governo de Lisboa é trabalhar e poupar, pois só poupando e trabalhando mais, será possível ir criando empregos e reequilibrar contas públicas e privadas. Mais, constitui demagogia fácil falar-se em crescimento económico. Na realidade, não há condições para se crescer este ano ou no próximo e será muito difícil a situação alterar-se em 2013. Depois, tudo depende de condicionalismos externos. Quanto melhor Portugal souber adoptar uma atitude discreta, melhor. Não há qualquer vantagem em ter noticiários internacionais a relevar incidentes cabotinos provocados por uns quaisquer energúmenos com agendas estúpidas ou inconfessáveis.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Afinal os portugueses estão ricos...(sobre a greve geral convocada pela CGTP e UGT contra as políticas de austeridade do governo PSD-CDS).

Surpresa...surpresa! Afinal os portugueses estão ricos. O Estado paga bem. Apesar dos cortes de salários mensais e no subsídio de Natal, a maioria dos funcionários da administração estatal e das empresas públicas aderiu à greve ou assim clamam sindicatos. Conclusão: se depois das reduções impostas pelo governo, aquela boa gente, voluntária e conscienciosamente, dispensa um dia de vencimento é porque está bem na vida. Quem não parece estar nada mal são os dirigentes sindicais. Alguns apresentam ar bem robusto e anafado; agora, trabalham muito, pois desgasta imenso dar entrevistas às televisões e controlar através de telemóvel os piquetes de greve. Os nossos credores podem estar descansados, pois há muito dinheiro no País para pagar as dívidas. Se assim não fosse, como se compreenderia que as pessoas ligadas à aviação civil, a maioria bem paga em comparação com a restante população, fizesse greve? Aí está mais uma fonte de receita, creio que as Finanças poderão voltar a cortar para que as dívidas diminuem nas companhias públicas, há muito falidas. A propósito, Sr. PM compreende-se a ironia da alusão à "mobilização", porém não há razão para descontração. A cretinice e inutilidade deste movimento grevista são gritantes. Contudo, o problema socio-mental do laxismo/despesismo da sociedade portuguesa (como por toda a Europa)mantém-se e influenciam atitudes e de que maneira. Aproveitam-se homens profundamente retrógados como os sindicalistas portugueses. A população deve ser sensibilizada para a necessidade de mudar de atitudes. E talvez hajam outras reinvidicações mais pertinentes e adequadas capazes de melhorar a qualidade de vida das famílias, passíveis de ser aplicadas sem necessidade de recurso a greves...isso fica para outra altura.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Auto-comiseração...(sobre a greve geral marcada pelas principais centrais sindicais para 24/11/2011).

Evidente, a greve é um direito, mas trabalhar um dever. O País está em situação económico-financeira muito grave. Portanto, ou emigramos todos ou trabalhamos para recuperar. Quem fizer greve amanhã serve, objectivamente, os interesses do PCP e do BE. Ao contrário do que pensam os iluminados líderes sindicalistas, os grevistas só contribuem para o Estado poupar dinheiro. É menos um dia de salários. Pois é. Mais, interessa a imagem que os portugueses projectam lá para fora. Não há qualquer vantagem em se parecer grego. A vida está difícil para a maioria das famílias?! Claro e, infelizmente,vai ficar pior, antes de começar a melhorar. Agora, não existe alternativa para a equipa governamental. Aliás, os cortes nos gastos ainda deveriam ser maiores: algumas câmaras municipais, juntas de freguesia, secretarias de estado (cultura, turismo, assuntos parlamentares, por exemplo) e muitas instituições públicas já deveriam estar encerradas.Teria sido muito bom e útil, que personalidades como o dr. Soares tivessem falado com a mesma veemência, quando ficou patente como os anteriores governos PS esbanjavam em incompetências e trafulhices os dinheiros públicos. Aí sim, as greves seriam motivadas pelo bem comum e solidariedade social, significando uma tomada de posição face ao desleixo e mistificação do eng. Sócrates e apaniguados, os quais formam grande parte da actual bancada parlamentar socialista. Amanhã, a greve geral será apenas um momento de auto-comiseração e contributo para uma depressão nacional..nada mais.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

E agora Espanha ( no seguimento de um artigo publicado no semanário "expresso" na sequência da vitória do PP nas eleições gerais e as perspectivas económicas sombrias para Espanha).

Quando o anterior governo de Lisboa estava ainda em estado de negação, já o seu homólogo de Madrid aplicava programas de austeridade no sector público. Como o artigo refere, a Espanha não cresce...pois é, na UE são raros os países a apresentar crescimento efectivo. As economias estão anémicas. Os glóbulos vermelhos são escassos e envelhecidos, assim como os investimentos capazes de gerar emprego. Os europeus começaram a gostar cada vez mais de trabalhar pouco,  a poupar menos e a gastar muito. Porém, os chamados e famigerados "mercados" na sua gulodice arriscam-se a matar as "próprias patas", que produzem os ovos de ouro. Estes são os juros e os estados europeus lá iam pagando. Entretanto, o dinheiro fácil esgotou-se, quando os esquemas financeiros de inspiração americana mostraram os seus limites de crédito fácil e ilimitado. Uma enorme massa de pequenos devedores deixou de poder pagar. Tiveram mais olhos que barriga como os respectivos estados e o mesmo pode acontecer agora aos ameaçadores "mercados". A sofreguidão pode-os fazer engasgar...O eixo Bruxelas/Berlim ainda não percebeu: precisa de mostrar argúcia. E não necessita de mudar quaisquer tratados. Apesar desta constatação, os espanhois vão sofrer ainda bastante. O novo PM é galego, o que é positivo. Terá sorte? Infelizmente e à semelhança dos finais do século XVI, obviamente por diferentes razões, o que se passa na economia em Espanha tem forte repercussão em Portugal...e não é apenas o preço da gasolina.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O GLORIOSO DIA DE 1 DEZEMBRO DE 1640 (a propósito da possível eliminação de alguns feriados nacionais).

Se as opiniões expressas em meios de informação contarem, tudo indica que será, mal, sacrificado o feriado da "Restauração da Independência de Portugal", celebrado, em 1 de Dezembro, em honra e memória desse GLORIOSO DIA de 1640, a aclamação como REI DE PORTUGAL de D. João IV. Terminou assim o longo e sombrio período de 60 anos de domínio espanhol. Na actualidade, mais do que nunca, deveria ser mantido esse feriado com celebrações apropriadas. O País precisa de alento e heróis, apesar do triste regime republicano em que se vive, há mais de 100 anos: primeiro comandado por facínoras, depois chefiado por gente cinzenta e retrógada e, nas últimas quatro décadas, governado quase sempre por incompetentes e trafulhas, que parecem ter gosto especial em pôr o resto da Europa a mandar por eles em assuntos nacionais. No contexto do século XVII, constate-se e admire-se a coragem extraordinária demonstrada pelos portugueses em 1640. E, ainda mais notável, a perseverança e a capacidade de resistir e manter a Independência reconquistada com Monarca Português, herdeiro da Grandiosa Casa Real de Avis. Na época, o fenómeno português não constituiu caso único. Todavia, a reconquista efectiva da Independência e a subsequente manutenção de um Estado Autónomo/Independente tratou-se de uma quase exclusividade portuguesa. Por exemplo, porque é que não desaparecem os feriados municipais (como o 13 de Junho em Lisboa) e são comemorados durante o fim-de-semana mais próximo da data. Há factos felizes e incontornáveis na vida das Nações. A RESTAURAÇÃO é, indubitavelmente, um deles na já longa História de Portugal.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Decisões correctas, mas...(sobre o anúncio do encerramento de embaixadas e vice-consulados por parte do MNE Paulo Portas).

Evidentemente, justifica-se fechar aquelas embaixadas, nas actuais circunstâncias. Os vice-consulados o que são e para que servem? Certamente para nada. Alguém sabia da sua existência? De qualquer maneira os cidadãos portugueses também não têm cidadania europeia? Aliás, porque não fechar também alguns dos consulados mencionados na notícia? Hoje em dia, que se saiba, nenhum português pode ser expulso de qualquer país europeu (UE) se por acaso não tiver, durante uns dias, os seus documentos em ordem. Mais, aqueles que residem em França e Alemanha, por exemplo, estão integrados, há décadas e a maioria da descendência quanto muito quer saber de Portugal para vir cá passar curtas férias. Só não se percebe a abertura da embaixada no Qatar. Este país, sabe-se, tem dinheiro inversamente proporcional à sua população, cerca de  300 mil habitantes. Pretende-se que o Emir compre dívida portuguesa? Já terá comprado? Investimentos? Mas não há outras embaixadas próximas nos Emiratos Árabes Unidos e na Arábia Saudita? Para quê essa redundância na península arábica? Mistérios diplomáticos...Agora, parece ser essencial a abertura de outras na América Latina e também na Ásia. Mais uma vez o dr. Portas tem razão. Quando? Há dinheiro? Nesta legislatura, pode querer dizer 2015, ou não? E a tão apregoada internacionalização da nossa economia? Bem, espero que se tenha presente que a diplomacia de Portugal não pode ficar reduzida à venda de sardinha ou Vinho do Porto...

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Se as contas estão certas...(a propósito de um comentário feito por "8oo..." na página "on-line" do expresso, relativo ao crescente endividamento do País, durante os governos do dr. Cavaco Silva e eng. Sócrates.)

Se as contas de "8oo..." estão certas, dever-se-á sublinhar que o PM Cavaco Silva endividou ainda mais o País, quando jorravam os milhões de Bruxelas, em consequência do "Acto Único Europeu", de 1986. Também parece ser legítima a ideia, que foram apenas o conjunto de razões eleitorais e da vontade de permanecer no poder, o que norteou a classe política portuguesa. Infelizmente, não está sózinha e agora, até pelo preço que estamos a pagar, sabe-se da tonta frivolidade dos principais protogonistas europeus. Copiámos maus exemplos. Era fácil, mas saiu caro. Por esta soma de razões, o PR não deveria ter efectuado esta viagem ou outra qualquer. Poupar, poupar...!Há muitos outros meios, talvez mais baratos e, de certeza, mais eficazes para captar investimento estrangeiro. Por outro lado, se os emigrantes portugueses não investem mais em Portugal é porque não querem. Foram ridículos os desabafos para as televisões sobre a burocracia portuguesa de alguns deles. É caso para perguntar: não há obstáculos burocráticos a ultrapassar e múltiplos departamentos nos EUA a contactar, quando se quer, por exemplo, construir um empreendimento imobiliário? É só chegar de escavadora e picareta e aqui vais disto?! Aliás, as personagens reconheceram que tiveram lucro nos negócios em Portugal. Portanto, a "coisa" correu bem...Os emigrantes são importantes. Todas as nações europeias têm milhões de emigrantes. A História mostra que Portugal não constitui excepção.

domingo, 13 de novembro de 2011

E o rídiculo...( a propósito de uma manifestação de militares na Baixa de Lisboa para protestar contra os cortes de ordenados semelhantes às de todos os empregados do Estado).

A História Militar Portuguesa é gloriosa. Esse passado foi construído ao longo de séculos por homens de coragem e enorme capacidade de sacrifício. Agora, desde 1974/75, que os militares não se deixavam manipular por centrais sindicais e pelo PCP, como está a acontecer. Nesses idos anos setenta, poderia haver a desculpa do serviço militar obrigatório, da fragilidade das instituições ou mesma a sua ausência,de ilusões antigas reprimidas durante dezenas de anos e ideias novas mal assimiladas. Hoje em dia, nenhuma dessas variáveis existe a não ser na cabeça de uns velhos exaltados, cuja nostalgia pela confusão e a necessidade quase mórbida de televisões e jornais de os fazer ressuscitar, dá a sensação de alguma importância sobre uma manifestação inconsequente. Os actos corajosos, a temeridade, o amor à Pátria podem acontecer de novo, porque os homens são capazes de enorme generosidade, em qualquer época. Todavia, a História nunca se repete. Exactamente como os trabalhadores das companhias de transportes, que as greves só contribuem para depauperar mais as respectivas empresas, as manifestações de militares têm apenas como resultado o seu próprio desprestígio. Ridículo. Lamentável. Os militares portugueses, no quadro geral da sociedade portuguesa da actualidade, continuam a constituir uma minoria privilegiada. Já o foram mais, é verdade. Simplesmente, não há dinheiro. A obrigação patriótica é viver com essa realidade, se é que o patriotismo tem ainda valor.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Cargos e responsabilidade...(a propósito de uma entrevista concedida pelo PR Cavaco Silva à CNN, por ocasião de uma visita aos EUA.)

Sobre o binómio gastos e benefícios desta viagem do PR estamos conversados. Agora, é profundamente triste ver e ouvir o chefe de estado português a defender em televisão internacional um "governo económico europeu". Também a Presidente da Assembleia da República, no outro dia, advogou a mesma solução. Em termos práticos, o que estes titulares dos mais altos cargos da hierarquia do Estado parecem propor é manter os lugares, mas passar as responsabilidades da governação para Berlim/Bruxelas. Desse modo, o Parlamento português controlaria o quê? E o Governo resultante de eleições gerais legislativas em Portugal, o que seria? Mero executante e, portanto, irresponsável pela efectiva governação económico-financeira do País? Então o que restaria? Certamente, apenas as bizarras secretarias de estado da juventude e desporto e do turismo?! Na actualidade, a margem de manobra dos estados europeus, designadamente de países como o nosso, é muita estreita. Com a incompetência das últimas equipas governamentais mais reduzida ficou. A prova indesmentível desse facto está no programa acordado internacionalmente para reestruturação financeira nacional. No entanto, ainda reside em Lisboa alguma capacidade de decisão, apesar de reconhecidamente ténue; bem ou mal, os técnicos internacionais ainda andam por cá a analisar as nossas contas e não, pelos mesmos motivos, algures na Europa central. Depois, avançar ou defender esse tipo de teses, quando Portugal está em posição tão frágil, sem poder negocial é querer passar a responsabilidade para a Sra. Merkel? Será essa a intenção!?
O controlo e a responsabilização pelos dinheiros públicos dos portugueses e respectivas contas, incluindo eventuais compromissos internacionais, devem ser obrigação exclusiva dos Governos de Portugal. Esta regra não pode ser negociável. A incompetência e trafulhices de sucessivos governos não devem constituir desculpa para se passar para o estrangeiro a condução ou gestão da globalidade das finanças públicas portuguesas. Sublinhe-se ainda que os nossos interesses não são sempre coincidentes com os da Alemanha, França, Países Baixos, Itália, etc, etc. Poderão convergir. Todavia, o encontro pontual não significa perpétua simetria. E basta de tentivas de fuga, falsas desculpas para não se pagar aquilo que se deve. Se fosse alemão perceberia perfeitamente a relutância do meu governo em assumir mais obrigações; sobretudo rejeitaria tentivas indirectas para comprometer a globalidade do orçamento alemão para contribuir para os pagamento dos excessos de despesismo dos outros países, que pretendem viver eternamente de crédito. 
As actuais propostas no sentido do reforço do "governo económico europeu" significam tentivas de muitos políticos em encontar alibis, como já o fazem sobre tantas matérias do dia-a-dia, dizendo que a "Europa" assim obriga, além de quererem pôr outros a pagar o que nós gastámos...
Haja ao menos decoro, já que se esvaiu o orgulho.   

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Greves (sobre o anúncio de greves, a primeira das quais no sector dos transportes).

A greve para ter efeito teria que ser um último recurso utilizado com muita parcimónia. Os sindicatos ao recorrer a greves deveriam também tomar em atenção a ambiência política. As greves anunciadas no sector dos transportes, na actual conjuntura, só servem para estragar mais a imagem das empresas falidas. Não preenchem, minimamente, aqueles dois critérios. E, de forma objectiva, são instrumento de propaganda do PCP e do BE, partidos políticos apenas interessados em criar dificuldades ou provocar histeria. Depois, em ambiente de crescentes dificuldades para os mais pobres, os trabalhadores dessas companhias (motoristas, cobradores, revisores, fiscais, maquinistas,etc) só lhes dificultam a vida. Mais, ao contrário do que pensam, contribuem, em termos práticos, para diminuir os prejuízos de exploração comercial, porque as administrações vão poupar em ordenados. Os grevistas não são pagos. Portanto, os administradores ineptos, acomodados e mesmo coniventes com situações de más gestões poderão, talvez, apresentar melhores resultados, no final do ano. Estas greves de nada servem e se pretendem impressionar os funcionários do FMI, do BCE ou da comissão europeia, cujas visitas foram anunciadas para esta semana, estão redondamente enganados. Os Portugueses são mais inteligentes, que os gregos. Perceberão, depressa, que movimentos grevistas a nada conduzem. Na actualidade, apenas prejudicam o País. No caso dos transportes aceleram ainda mais degradação das respectivas empresas.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Mais uma viagem...(sobre o anúncio publicado no semanário "expresso" de mais uma viagem do PR aos EUA).

Sobre o anúncio de mais uma viagem à América do Norte ocorre perguntar (porque somos nós a pagar)quantas pessoas irão acompanhar o PR? Antes, talvez valesse a pena questionar a respectiva utilidade, pois o País está em austeridade e a razão evocada "visita anual às comunidades" poderia ser à Extremadura espanhola, onde tantos portugueses trabalham sazonalmente. É mais perto e sairia bem mais barato. Por favor, aconselhem a mulher do sr. PR a não querer ser mais engraçada que o marido, como se viu hoje na televisão, quando o dr. Cavaco Silva disse que um cavalo já falava português e a sra respondeu, dizendo que o animal falava flamengo...diálogo presidencial edificante. Desde logo, presume-se uma vitória diplomática portuguesa se o PR americano estiver com o homólogo português, por exemplo, 35/40 minutos, não? (este detalhe da meia-hora é de um profundo amadorismo de quem passou a informação para os jornais). Depois porque é que vão dois membros do governo? Claro, um é do CDS e o outro PSD...o PR e os americanos gostam de ecletismo partidário. A comunidade portuguesa no estado de New-York é pouco relevante; em New Jersey tem alguma importância; mas é essencial em Massachusetts, onde se prevê que, na próxima semana, um luso-americano seja eleito mayor de New Bedford. Aliás, aquele estado e Rhode Island deveriam ser paragem obrigatória para qualquer visita governamental portuguesa, sobretudo se o objectivo é estar com emigrantes portugueses na América. Finalmente, não é pelo facto do PR e MNE irem aos EUA, que os americanos vão começar investir mais no nosso país...não se criem tontas ilusões.

G20 (na continuidade de um artigo do semanário "expresso" sobre a reunião dos G20).

Através dos "índices"apresentados é muito discutível para não dizer impossível, que os 20 países mencionados representem, de facto, os mais "ricos" ou os mais "desenvolvidos"... que critérios? Este ano, o próprio local escolhido pela França acentuou a característica cinematográfica ou televisiva de desfile "no tapete vermelho" para as  "estrelas", quere-se dizer chefes de estado ou governo presentes. De facto, assemelhou-se ao Festival de Cannes, espécie de "oscares" europeus, que se realizam todos os anos naquela cidade (?) mediterrânica francesa, à semelhança do que se passa em Hollywood. Claro, beleza ou  "glamour"  não houve, perdoem a presidente do Brasil, a PM da Austrália ou a Chanceler alemã... De conteúdo útil parece que nada transpirou, a não ser a estupefacção pela tragédia grega, em três actos. Foi ainda interessante constatar a arrogância do actual Presidente americano, que tendo uma economia meio esfarrapada (dívidas públicas, balanças desiquilibrdas, etc, etc), recomendou aos europeus a necessidade de remendarem as deles...ele que cedeu, quase completamente, à oposição republicana para conseguir ter um orçamento para assegurar a continuidade do funcionamento da respectiva burocracia e programas sociais. Surpreendeu: os americanos, nestas ocasiões, costumam ser mais modestos, até para evitar o ímpeto de arrogantes de que muitas vezes (na maioria das quais de forma injusta) são catalogados. Enfim, mais uma inutilidade internacional aconteceu e a crise continua.

Cristiano Ronaldo: PARABÉNS!!! (a propósito da entrega da "bota de ouro", a segunda ganha por Cristiano Ronaldo).

Cristiano Ronaldo: ambição, concentração, competividade, velocidade, impecável respeito pela equipa, espírito de sacrifício, capacidade física incrível, habilidade técnica e criatividade indiscritivelmente estonteantes e pontapé forte e espontâneo, eis o futebolista mais completo e espectacular da actualidade. Não há, hoje em dia, jogador profissional de futebol, que reúna tantas qualidades e mais contribua para o espectáculo. Incomparável. Orgulhoso. É português nascido na Madeira e ainda por cima parece ser de enorme humanidade na forma como reage e como aparenta gostar e gozar a vida. O troféu de mais golos marcados durante um campeonato reflecte essa excelência, alcançada pela segunda vez, em duas "ligas" diferentes. E não será o último. Extraordinário. PARABÉNS!!!

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Palavras sensatas (a propósito das declarações do PM Passos Coellho sobre a crise grega/europeia devido ao anúncio da realização de um referendo pelo seu homólogo de Atenas...)

As palavras do PM foram sensatas. De facto, não há vantagem em Portugal ser confundido com a Grécia. Depois o "nosso referendo"ocorreu, há quase seis meses, quando foram realizadas eleições gerais antecipadas. Nessa ocasião, o Povo Português deu a esmagadora maioria aos partidos, que subscreveram o acordo/programa com o trio das instituições internacionais fiadoras dos empréstimos, visando a reestruturaração das finanças portuguesas. Certo também o apelo à coesão nacional. Ontem, o momento e o lugar foram adequados; ao contrário do que se passou na capital do Paraguai, quando a ocasião e a cidade foram mal escolhidos para "desabafos" sobre "reajustamentos". O MNE mostrara-se igualmente sensato na Venezuela(Caracas?), quando interrogado acerca da questão grega (engraçado o Dr. Portas- acompanhado(?) pelo Secretário de Estado das Comunidades e mais não sei quantos empresários -continua no seu frenesim de repetir circuitos e métodos seu antecessor e do eng. Sócrates. Será que vão, desta vez, chover os tais "cerca" de não sei quantos milhões de petrodólares venezuelanos? - bolívares não interessam. Os barcos dos estaleiros de Viana do Castelo já vão a caminho? A propósito quem pagou a ida daqueles patrões? E dos jornalistas? Um repórter era da RTP no Brasil, pelo que a estação estatal enviou outra ao Rio de Janeiro para fazer mais uma reportagem ridícula sobre o "caso Duarte Lima"!? Sr.MNE isto não é uma "gordura" do estado? Apenas excrescência?). Dr. Paulo Portas: a coerência entre as afirmações na oposição e a prática governamental em relação aos custos/benefícios de tais iniciativas!?
Evidentemente,  a utilidade destas viagens são muito discutíveis. Como deverá ter acontecido com o incompetente PM anterior e respectivos membros governamentais, talvez se possa adivinhar que se tentou também convencer os venezuelanos a comprar dívida pública portuguesa- os governos do presidente Hugo Chavez, segundo consta, foram, há uns anos atrás, muito generosos com a Argentina, durante a enorme crise financeira que assolou aquele país. Caracas continua ainda a mostrar solidariedade militante com Cuba e muito boa-vontade face aos vizinhos caribenhos. A região do caribe não implicará muito dinheiro para o tesouro venezuelano, até porque a influência "boliviriana" poderá ser exercida através do petróleo. Para uma Argentina, hoje em dia, duvida-se que a Venezuela tivesse as mesmas possibilidades, pois o actual chefe de estado venezuelano depauperou as reservas monetárias do seu país (ainda existirão? até são capazes de existir algumas, atendendo ao preço do petróleo nos últimos anos).
A tonta redundância da tão apregoada "diplomacia económica" pode-se fazer com viagens governamentais. Agora, para negócios e exportações a sério e fluidas nunca  deverão ter chegado e, variadas vezes até poderão atrapalhar, sobretudo porque se criam falsas ilusões em empresários e na opinião pública em geral...(a Venezuela parece ser, aliás, um bom exemplo do fracasso desse tipo de iniciativas, porque todos os governantes portugueses e venezuelanos dizem, insistentemente, a mesma coisa e a balança comercial bilateral como está? Com tanta viagem, conversas e promessas, as trocas luso-venezuelnas já deveriam ter números muito significativos.Quase de certeza que continuam irrelevantes.) 

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O Apocalipse e o dr. Nicolau Santos (a propósito de comentários daquele director do semanário "expresso" sobre a situação provocada pelo anúncio de um referendo na Grécia relativo ao plano de resgate financeiro proposto pela UE).

Talvez por estar tão, compreensivelmente, enervado, o dr. Nicolau Santos nem sequer usou a sua imagem de marca, o "papillon"- o vulgar lacinho, que a minha mãe gostava de me pôr, quando era pequenino. Ao contrário, apresentou-se de negro e solene, tipo anarco-sindicalista, profetizando o fim do mundo, como nós o conhecemos. Assim, a alternativa ao EURO é anarquia ou guerra?! E eu que o julgava um pacato jornalista. Essa visão apocalíptica resultará, certamente, de mais uma consulta aos astros...?!De que hemisfério? De facto a situação é séria; e, concordo, prende-se muito com a falta de líderes. Porém, a questão não é "europeia"; antes nacional. Foram e continuam a ser as lideranças nacionais a falhar, incapazes de dizer, no presente, a verdade aos seus cidadãos e, no passado, competiram para melhor aldrabar/ultrapassar o tecto orçamental dos 3% face ao PIB. A Grécia merece ajuda. Contudo, o apoio não pode ser incondicional e, evidentemente, o referendo peca por muito tardio. Aliás, um transeunte grego dizia isso a uma televisão. Atenas perdeu o sangue-frio. No entanto, como reconheceu, cinicamente, o sr. Sarkozy as consultas democráticas são legítimas. Pior é que bancos alemães e franceses (para não falar em portugueses) arriscam-se a perder tudo o que enterraram no olímpico despesismo helénico. Agora, o sr. Papandreou joga tudo naquele plebiscito, incluindo o futuro político e a sua vida no país dos seus antepassados. Deu-lhe uma de Péricles, do género pedragulho no patanal da UE.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Novo método...(a propósito do anúncio da realização de um referendo na Grécia sobre o plano para o pagamento da respectiva dívida internacional acordado em Bruxelas e onde foi perdoado cerca de metade do seu montante global)

Agora não se paga, referenda-se. Quem tem dívidas já sabe, faz como os gregos, organiza um referendo em casa para saber se a família concorda com a imprescindível austeridade face aos ávidos credores. Se o resultado for "não", paga-se nada. É a perspectiva do anunciado acto de referendar um acordo internacional alcançado no final de uma madrugada na cinzenta e burocrática Bruxelas. A Sra. Merkel deve-se ter engasgado ao pequeno-almoço e o Sr. Sarkozy atrapalhou-se a mudar a fralda da sua pimpolha franco-italiana. E o contribuinte alemão já está neste momento com vontade zurzir em gregos, chamando nomes à sua Chanceler. A China(onde se foi pedir dinheiro), confusa, consulta Confúcio, pois nem Marx ou Mao explicam esta arte de bem referendar...no fundo só o ateniense Péricles poderia esclarecer e esse viveu no século IV A.C. O próximo encontro do chamado G7 será uma óptima ocasião para Berlim mostrar capacidade de liderança europeia e fazer um desenho para americanos entenderem os tortuosos e helénicos caminhos da UE para saldar dívidas. Só palavras não devem chegar. Entretanto, o FMI estará já a meditar se não deverá impor como condição prévia um "não" à possibilidade de referendos, antes de conceder empréstimos. O anúncio plebiscitário do greco-americano Papandreou instalou a confusão. Não há filósofo socrático capaz de explicar. Talvez só mesmo o velho dramaturgo Aristófanes possa descrever a situação através de uma comédia.Terá a Grécia aberto a porta para sair do EURO?! Que grande corrente de ar, pois já haviam janelas abertas...

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Verdade...?! ( sobre a notícia que a UE estava a pedir dinheiro emprestado à China e à Índia na sequência do anúncio das medidas financeiras da Cimeira de 26/10/2011).

A Europa redescobriu o oriente e o sul. Não para vender ópio ou escravos. A União Europeia (UE)pretende comprar a mais poderosa droga: dinheiro. Sim, porque é com o "vil metal", dourado ou virtual, que se mantêem as sociedades europeias consumistas, preguiçosas e, sobretudo, envelhecidas e, ainda, os seus respectivos políticos medrosos e narcisisticamente inebriados pelos reflexos das suas imagens televisivas...Os chineses não estão propriamente mais viçosos; contudo têm muita gente e pretendem, um dia, gozar esse "bem-estar". Portanto, no seu próprio interesse irão continuar a emprestar, porém com parcimónia e garantias. Aliás, com um exemplo bem recente, não querem, certamente, a repetição do que se passou com os bancos, que concederam os empréstimos à Grécia. Acabaram por perder 50% dos montantes emprestados e nem receberão os respectivos juros...(a propósito, não é nada que a maioria não merecesse- administraram deploravelmente o dinheiro e investimentos dos seus depositantes e accionistas, na última década...). Agora, é motivo de estupefacção: como é que a UE,  a região mais rica do mundo, com mais de 500 milhões de habitantes, precisa de recorrer, de mão estendida, à China ou ao Brasil a pedir dinheiro. Dinheiro!! Já estou a ver um chefe de qualquer quadrilha de uma favela do Rio de Janeiro telefonar ao seu gestor de conta em S. Paulo: "Cara, essa tal de Merkel é de confiança...? Paga mesmo?...e depois explica-me em que carnaval seu "Merkosy", o tal de francês da Bruna com ar de fuinha gastou tanta guita...?". Como cantaria, há mais de trinta anos, o poeta e cantor Chico Buarque " deixem passar a banda...", até porque o contribuintes europeus, entre os quais os portugueses, vão continuar a pagar.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Pecado...compensa?! (a propósito da decisão do países EURO em perdoar 50% da dívida grega...).

Bem, quem, aparentemente, melhor sai do drama financeiro europeu é quem mais pecou. A ecuménica caridade cristã despoletada esta madrugada tem o acentuado cunho de predestinação luterana e o dom salvífico ortodoxo. Os países católicos, entre os quais Portugal, em pleno purgatório orçamental, são louvados pelas suas penitências, enquanto um terceiro, onde está o Vaticano, é ameaçado com o pior do inferno de Dante. Perante a ameaça de queda nas profundezas infernais o resignado PM italiano apresentou um acto de contrição. Agora, os gregos já não falam de crise grega, mas apenas da europeia. Entretanto, lá para a Atenas sempre mal agradecida e, hoje em dia, nada disposta à introspecção platónica ou à escolástica pós-aristotélica, tipo "deves, tens que pagar", vituperam-se os alemães, clamando que Berlim já tem a caminho uma brigada de "panzers"disfarçados de eurocratas. A sra. Merkel, complacente, insiste na "regra de ouro" do rigor orçamental. Recorde-se: a mesma existe, no mínimo desde 1995, reiterada em 1999, deveria ter sido sempre pedra angular da Zona EURO... Só que não houve um único estado, incluindo a Alemanha, que não a tivesse já violado, por este ou aquele motivo. Bom, Grécia e Itália sempre a desconheceram: as suas integrações na moeda única resultaram de grandes criatividades contabilísticas, que seriam motivo de orgulho filosófico em qualquer ágape platónico ou de admiração artístista na Florença dos Medici. Entretanto,todos os contribuintes EURO continuarão a ver, a ouvir e... a pagar.

domingo, 23 de outubro de 2011

Coitados...( no seguimento da notícia que o PR tinha emitido uma opinião no "facebook" sobre a urgência dos líderes europeus encontrarem com urgência solução para a crise financeira, durante a Cimeira do fim-de-semana).

Coitadinhos da sra. Merkel e do sr. Sarkozy assustaram-se. E vão entrar na ordem... Assim e depois deste aviso solene do PR Cavaco Silva, vão ter a próxima reunião à porta aberta para que o nosso "actual velho do Restelo" não fique zangado. Ele foi claro, nada de bastidores! A França e a Alemanha estavam mesmo à espera destas instruções do dr. Cavaco...e até se diz nos labirínticos corredores de Bruxelas, que a Chanceler alemã, não tendo "net" quando se soube da mensagem do homem natural de Boliqueime pediu ao sempre solícito presidente da Comissão, dr. Barroso, que lhe narrasse, "ipsis verbis", a mensagem daquela sempre ouvida personalidade europeia e portuguesa; meio envergonhada, como o seu português está um pouco enferrujado, exigiu, de imediato, um interprete...Esta do "facebook" é indubitavelmente presidencial. Mais, consta ainda que o sr. Sarkozy até logo telefonou à mulher a dizer que não poderia ajudá-la a mudar as fraldas da pimpolha, nos próximos dias, porque estaria a resolver a crise, por imperativo do PR português. Agora, perante a pergunta sobre os resultados de tanta cimeira, o dr. Cavaco dirá aos jornalistas, como tantas vezes disse : "eu já vos tinha dito...eu não disse que não havia mais tempo a perder, etc". E o dr. Rebelo de Sousa ou o dr. Pacheco Pereira (que par!) não deixarão de dizer, que a Europa não pode ignorar o PR. Podemos dormir descansados: a Europa vai entrar na ordem como o ex-PM Sócrates entrou, a mando do "facebook" do dr. Cavaco Silva...

Muito bem! ( aprpósito de uma entrevista na SIC à Dra. Isabel Jonet, Presidente da Federação dos Bancos Alimentares).

Nada adianta à Senhora Dra. Isabel Jonet dizer-lhe que tem toda a razão. Todavia, sublinho: a clarividência das suas palavras é exemplar. Seria não só bom, como muito útil, que o Presidente da República, a Presidente da Assembleia da República e o Primeiro Ministro dissessem, em alto e bom som, que é preciso acabar com a "sociedade do encosto" (como se sabe não é exclusiva de Portugal, mas uma doença endémica em toda Europa...). De forma geral e por motivos eleitorais os políticos não têm a coragem de fazer tais afirmações e, muito menos, tomar medidas e executá-las de forma consistente e sistematizada contra a inércia e o parisitismo. Muitas vezes, mesmo em democracia, os líderes nacionais europeus assemelham-se a ditadores, que compram populações através de benesses que nutrem o vício da preguiça...Concordo em absoluto: o monstro do estado tem que desaparecer, deve deixar de assombrar a nossa sociedade...para isso (e mais uma vez disse-o) seria necessário mudar mentalidades... e a responsabilização das pessoas, do governo e do estado é, de facto, essencial...
Muito bem!

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O meu merceeiro e o dr. Portas (a propósito de declarações do MNE na sequência da morte do ditador líbio).

Vários clientes de uma das mercearias do meu bairro ficaram deveras surpeendidos pelo espírito de empreendedorismo do Sr. Silva, o sexagenário proprietário daquele prestigiado estabelecimento comercial. Em resumo, o homem está preocupado com tantos cortes e consequentes possibilidades de calotes dos seus habituais clientes (alguns até são drs!), pelo que já decidiu ir abrir uma mercearia fina, algures no norte de África, seguindo o conselho do dr. Portas, que tem toda a razão, quanto à necessidade da internacionalização de Portugal. E como ele disse na última intervenção televisiva, a propósito da morte do ditador líbio, o investimento lá fora conserva os postos de trabalho cá dentro, a sua mulher e filha poderiam continuar trabalhar ali, enquanto ele tentava a sorte...agora, está indeciso entre a Tunísia, Egipto ou Líbia. Está mais inclinado para o último, porque deverá transformar-se numa "sociedade inclusiva" - não sabendo exactamente o que isso significa, soou-lhe bem e como o dr. Portas mostrou ter essa esperança, o Sr. Silva acredita nessa visão ecuménica. Já tem uns caixotes de conservas de atum, caixas de vinhos, fardos de presuntos de Lamego, etc. Agora, vai telefonar para o embaixador em Tripoli para falar com ele, porque o dr. Portas disse que a embaixada reabriu e estava à disposição de todos os homens de negócios. Ficou ainda mais animado com a notícia sobre uma grande fortuna líbia depositada na CGD, depreendendo que o crédito deve ser fácil de obter ...

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Reflectindo (sobre a morte do ditador líbio Khadafi).

Khadafi insere-se na longa lista de ditadores surgidos após os colapsos dos impérios coloniais nos escombros da II Guerra Mundial. No mundo árabe a maioria não apareceu logo a seguir às independências, como nos novos estados da África negra. Tomaram o poder na sequência da fraqueza das oligarquias tradicionais. Estas combateram os domínios otomano e europeu, falhando, no entanto, em estabelecer laços com as populações muito pobres - os povos indiferentes não se reviam nos projectos nacionais, cujas fronteiras haviam sido desenhados algures na Europa, segundo arbítrios coloniais. Assim, as recém-criadas forças armadas nacionais constituíram-se como verdadeiros alfobres de ditadores e das suas élites. Esses conjuntos de oficiais, com falta de raízes nacionais, mal educados e mal treinados pelos europeus, julgando-se iluminados e talvez inspirados no exemplo turco de Ataturk, deixaram-se seduzir por doutrinas sincréticas, que misturavam a heterogeneidade de um grandioso passado árabe (pan-arabismo), a crença no progresso económico ocidental (admiração pela tecnologia e conforto) e ainda em vagas ideias de cariz socialista (ataque aos previligiados e repartição mais equitativa da riqueza). Resistiram a essa epidemia os Reinos saudita, marroquino e hachemita, cada um por razões específicas, porém com as mesmas características essenciais de alicerçar as respectivas legitimidades num misto de história, religião e representatividade étnica. O "nasserismo" ou partidos "baath" (renascimento) têm esses denominadores comuns. Já a egípcia "irmandade mulçumana", mais antiga (anos vinte do século XX), representa outro tipo de ideologia, tradicionalista, inspirada em leituras e interpretações islâmicas (na sua génese rejeitava a influência da civilização ocidental, considerando-a fonte de corrupção e, consequentemente, propunha-se ser a sua alternativa). O torcionário Kadhafi foi um abdominável expoente daquele primeiro sincretismo e o que mais durou, pois bastante jovem chegou ao poder e a Líbia é quase só deserto...Resta o clã sírio Assad..e, depois, se verá...

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Os drs. C. Silva concordam ( sobre declarações do PR relativas à proposta do orçamento gerla do Estado para 2012, durante um congresso de economistas).

Os drs C.Silva(PR) e C. Silva(CGTP) concordam. Perante esta confluência de opiniões o sr. Sousa(PCP), comovido, nem quis comentar. O actual Chefe de Estado, desprendido de eleições, pretendeu tomar uma atitude olímpica, que tanto gosta, falando para a esquerda e para a direita sem nada de novo acrescentar, mas pondo em causa a política orçamental do governo, crucial na actual conjuntura. Em resposta, o Ministério das Finanças devia reduzir ao máximo o dinheiro da presidência, para erradicar, por exemplo, comitivas presidenciais de 30 pessoas aos Açores (neste arquipélago não há médicos nem hospitais nem telefones, pois o casal presidencial levou clínico privativo; e as viagens e estadias das mulheres de assessores/conselheiros quem pagou? O erário público?); ou ainda, para que não se repita o que se passou quando houve a Cimeira Ibero-Americana no Estoril: devido à distância, a presidência da república instalou-se no novo e luxuoso hotel dessa localidade...(que saloice!) Isto traz à lembrança, as acções familiares do BPN e a permuta/venda de uma vivenda no Algarve, temas da última campanha presidencial. O Dr. Sá Carneiro ao pretender alcançar uma maioria, um governo e um presidente projectava a criação de forte solidariedade entre os orgãos da república de forma a conseguir introduzir as reformas, que considerava imprescindíveis. O momento que o País atravessa impunha exactamente essa coesão. O dr. Cavaco Silva com as afirmações hoje proferidas, levianamente, contribuiu para a divisão entre Portugueses.

Ansiedade...(a propósito da notícia- mais tarde desmentida pela Alemanha- que Paris e Berlim tinham chegado a acordo prévio para aumentar muito substancialmente o "fundo de resgate europeu")

A letargia do dinheiro instalou-se. Há cerca de 4/5 anos, parecia brotar em roles,inesgotável. Inebriados nessas cascatas de liquidez, governos e pessoas embebedaram-se em dívidas. Mais, nessas modorras preguiçosas, quase comatosas, recorreram à agiotagem internacional institucionalizada, buscando financiamentos salvíficos para pagar empréstimos anteriores e ganharem eleições. À Islândia, Irlanda, Grécia, Portugal, Espanha, Bélgica, Itália, etc chegaram as ressacas. Dolorosas. Cruéis. No quadro geral, são irrelevantes as causas específicas de cada um dos inebriamentos. A intoxicação perdura. Estarão os pacientes lúcidos? O aumento do "Fundo Europeu de Estabilidade Financeira" (a UE nunca inventa nomes simples), que não é mais do que um colchão virtual, esperançosamente muito espesso, de EUROS promete ser como que um conjunto enorme de bilhas de oxigénio, onde os países endividados poderão recorrer em caso de ansiedade aguda. O controle dos fornecimentos ficará em Berlim-Bruxelas, via Frankfurt. Aquelas conspícuas entidades, contraditoriamente etéreas e vorazes, chamadas de "mercados", cujos desígnios fazem estremecer os mais experimentados eurocratas e respectivos patrões políticos, ficariam assim acalmadas. O dinheirinho estaria sempre assegurado, descansando os tartufos da finança internacional. E passariam a ter comportamentos mais cordatos. Depois, haverá um governo económico europeu...Estremunhados, acordamos e ouve-se o dr. Passos Coelho a falar alemão...sonho ou pesadelo?

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

E uma vez mais (sobre mais uma opinião do subdirector do semanário "expresso").

O dr. Nicolau Santos, presumo, deve ser economista. Agora, vai para além da economia e recorre aos astros. Portanto, trata-se de um astrólogo-economista. Não se sabe de onde consegue retirar conclusões do "memorando" quantitativamente tão lapidares. As contas eram outras de um governo muito glosado pela capacidade em multipicar dívidas subterrâneas. Aliás, numa crónica escrita, há bastantes meses(não me lembro do número do "expresso"), anunciava o que a verdadeira austeridade poderia implicar. Porém, dessa vez recorreu, provavelmente, ao tarô. Nesta gravação vai até à necrologia, espécie de epitáfio do artigo, hoje reproduzido nesta sempre interessante página. Desta vez admire-se a não citação do (supõe-se) colega de licenciatura, actual PR ou a dra Ferreira Leite. Não me lembro também desta sua insistente visão apopléctica, quando os governos eram liderados pelo eng. Sócrates. As críticas eram comedidas e cordatas. Será que está com medo das suas próprias receitas dispersas em diferentes ocasiões e ao longo do tempo? Parece aquele estereótipo, o qual depois de muito ameaçar, no momento da verdade, volta-se para os amigos e diz  "segurem-me, porque senão eu bato-lhe...". Pois é, este governo decidiu bater mesmo na dívida. E doi e vai doer mais. Não tem alternativa. Não é para alcançar um milagre económico. Sim, para pagar dinheiro emprestado. Relevem-se os detalhes. Contudo, o mais importante é devolver credibilidade a Portugal; objectivo que não será conseguido com mezinhas...

Carpir não adianta...( a propósito de cinco comentários de cronistas do semanário "expresso").

Li os comentários. Pareceram-me todos escritos por carpideiras. Os convidados do último "expresso da meia-noite" não choraram dessa maneira. Espantoso, nota-se o mesmo denominador comum naqueles ilustres jornalistas. Deixam pairar implicitamente: a preferência que tudo continuasse na mesma. Mais, indiciam um naco de saudade das trafulhices dos governos PS. Extraordinário, gostavam dos PEC e dos respectivos chorrilhos de mistificações. Talvez nos labirintos de argumentos e análises contraditórias encontrassem a felicidade e audiências. Como o colega dr. Rebelo de Sousa, querem que o Estado poupe e gaste ao mesmo tempo. A transparência do objectivo e a simplicidade do método anunciados deixa-os confusos: finalidade= pagar; metodologia=poupar. O estado está falido, rotunda e completamente falido. Concordo, quanto à necessidade de cortar ainda mais: fundações, institutos, presidência da república, viagens supérfulas (incluindo as de jornalistas para cobrir visitas) gabinetes, etc. Só que não chega...Sem dúvida, porque a dor será excruciante, não há analgésico capaz de a suavizar; brutal, mas verdade. Se a situação tivesse sido encarada há mais tempo, teria sido menos difícil? Sem dúvida. Algumas observações são pertinentes, como aquela sobre a tolice da abolição da gravata. Agora, por favor, não escamoteiem a realidade...Teriam ficado contagiados pela viscosidade do eng. Sócrates? Aí sim à indignação!...contra esses governos anteriores é que os "indignados" deveriam estar a clamar!
A crise financeira nacional é, ao mesmo tempo, simples e muito complicada. A frase é contraditória, porque o diagnóstico é fácil: estruturalmente Portugal não tem dinheiro e nenhuma instituição privada ou governamental isolada, sem cobertura, estaria disponível para continuar a emprestar; porém, são muito complexos os métodos, remédios ou terapêuticas, para encarar a situação e encontrar um caminho para a solucionar. Como o governo foi obrigado a recorrer ao apoio internacional para que o País não caísse em queda livre no abismo da insolvência, o conhecido trio das instituições internacionais impôs um programa, cuja preocupação mais evidente é reduzir drasticamente a despesa. Qualquer uma. E dentro do prazo de dois anos. Assim, constitui discussão extemporânea, neste momento, estar a discorrer os caminhos para a redução, pois é evidente diminuir a despesa do estado implica cortes de vencimentos e, devido às suas obrigações de soberania e sociais, aumento dos impostos. Foi, basicamente, esse plano o que o Primeiro-Ministro anunciou. No entanto, poderá ser sempre discutível se deveria ser mais ali e menos acolá. Inegável é a constatação que o Governo actual tem uma tarefa hercúlea pela frente.      

domingo, 16 de outubro de 2011

Preocupação correcta...em Tunes? (a propósito de protestos do MNE português contra o alegado plano iraniano em assassinar o embaixador saudita nos EUA).

Bom, é útil saber-se: o nosso MNE está preocupado com as ameaças terroristas internacionais. E manifesta o veemente protesto...em Tunes? A quem? Segundo a literatura de divulgação, quando um Governo protesta chama o Embaixador do país contra o qual quer protestar e diz-lhe  "duas ou três verdades". Supõe-se então, que o representante iraniano em Lisboa foi chamado ao Palácio das Necessidades? Ou não?!  Só protestámos na Tunísia do alto das colinas da orgulhosa e sempre vencida Cartago? Será que foi um diplomata português ao Ministério iraniano protestar...bem, se foi assim, constituirá o mais adequado no âmbito dos cânones diplomáticos? Parece que o dr. Paulo Portas anda a exercer a nova vocação de caixeiro viajante, surgida após assumir as novas funções. Constata-se pelas muito breves declarações a um canal de televisão- desta vez, deu a ideia que foi num jardim. Marrocos, Tunísia...?Tudo sítios nunca visitados por este MNE (em4/5 meses não tem parado muito no respectivo gabinete...deve ser para poupar no ar condicionado...) Porém, repetida e exaustivamente visitados por antecessores; o anterior andava sempre por lá. E já ameaçou que não irá parar, pois vai para a América Latina. Conclusão óbvia: os departamentos do ministério dos negócios estrangeiros perdem os dossiers. Portanto, quando o novo o ministro chega, pobrezinho, tem que renovar a volta ao mundo, porque já nada se sabe do passado...tudo isto, agora, em nome dessa redundância intitulada  "diplomacia económica". Será que o orçamento do MNE aumentou?

sábado, 15 de outubro de 2011

A austeridade...( a propósito de ideias do dr. Paulo Portas sobre "austeridade" e " ser austero")

A austeridade não é ciência, metodologia ou panaceia exotérica; sim resultado de um conjunto de medidas, obrigando à contenção e mesmo à contracção de gastos. Ser austero é uma atitude (a propósito, caro MNE, um dos seus secretários de estado anda num frenesim de viagens, não tantas como na anterior encarnação, porém há, na mesma, manifesta sofreguidão. Recomende-lhe que não precisa de ir a todas, até porque ele já lá estêve...).E o comportamento de um governo avalia-se com o tempo. De facto, as viagens em económica, o menor número de carros, etc, demonstram que a actual equipa governamental preocupa-se com a imagem e em ter parcimónia nos gastos. Correctíssimo. Contudo, segundo consta nas profundezas da chamada "net", membros do actual governo pediram subsídios de habitação...; aparentemente, nas suas declarações de rendimentos constariam casas próprias em Lisboa. Importa não esquecer a máxima: "não basta ser sério, é também preciso parecer". Portanto dr. Portas seria, talvez, útil começar por explicitar o conceito "austero" aos seus colegas, nomeadamente àqueles que partilham o Palácio das Necessidades. A propósito, como irá o MNE conciliar a ainda maior do que a habitual escassez de dinheiro com a diplomacia económica, visando a expansão das exportações?Com selectos jantares como aquele em Londres, que as televisões mostraram o pouco número de convidados? Lembrou aqueles momentos relevantes, como os aniversários, das sociedades recreativas...Participaram membros da "City"? O Embaixador conhece algum? Presumivelmente os habituais representantes da emigração!? Positiva a ida a Marrocos, pois trata-se do nosso segundo vizinho. Haja, no entanto, prudência nas intimidades e, sobretudo, nas promessas ou compromissos assumidos. Como o seu antecessor e anterior PM  andaram por aí há pouco tempo (não me lembro das datas) já devem ter assinado ou re-inventado todos os acordos bilaterais possíveis e alguns mesmo só imagináveis, pelo não vale a pena estar  assinar mais...todas as áreas devem estar mais que cobertas por várias camadas de papelada....

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A mensagem, não o discurso. (sobre a declaração do PM relativa às linhas gerais da proposta de orçamento do estado, 2012)

A mensagem do PM Português foi correcta. E felicito-o por ter assumido publicamente e em primeira mão o anúncio de medidas tão duras. Talvez seja coragem política. Não tenho dúvidas que se trata, sobretudo, de sentido de responsabilidade. É implacável o conteúdo geral acerca do orçamento 2012. Profundamente desagradável. Robustamente recessivo. Porém, concorda-se: não há alternativa. Se algumas das propostas tivessem sido avançadas, há quatro/três anos, o País nem precisaria do actual apoio internacional. Agora, não basta anunciar.Torna-se imperioso executar adequada e cuidadosamente. Os Portugueses vão ser cada vez mais obrigados a poupar. Depois, tacticamente está bem engendrado. Apesar de continuar em posição muito débil, o Estado Português passa a ter, face à conjuntura internacional e, em especial, no seio da UE, algum lastro negocial para em futuro próximo, talvez, tentar negociar o alargamento do prazo, se tal for conveniente. E foi ainda importante, que tudo isto tivesse sido publicitado, antes do próximo dia 23, quando está prevista a adiada reunião europeia. Os próximos dois anos vão ser muito dolorosos. Espera-se que valha a pena. Agora, caro dr. Passos Coelho, o recorte literário do discurso é fraco e excessivamente longo. Solicite aos seus colaboradores mais atenção e, principalmente, talento...se não contrate alguém melhor. De facto, o momento mereceria algo com uma escrita mais...robusta. A própria imagem, a começar pela gravata de luto...votos de pêsames...nem tanto...

Não tem razão.( a propósito dos comentários de Nicolau Santos, director-adjunto do "expresso" relativos ao anúncio das linhas gerais do orçamento do estado 2012).

O dr. Nicolau Santos falou, porém não acertou. O governo português tem que, imperativamente, cumprir as suas obrigações internacionais. Sem essa afirmação de vontade, o País ficaria em situação muito fragilizada. Seríamos os gregos ocidentais e não Portugueses. Depois, as afirmações do dr. Cavaco Silva são esfíngicas. Mais, o PR deveria ter comentado, discursado tanto como faz agora, quando o governo era PS (recorde-se que o actual Chefe de Estado iniciou o primeiro mandato a elogiar de modo efusivo o eng. Sócrates, numa época em que os impostos aumentaram todos para fazer baixar o défice até 3%, enquanto a despesa continuava também a crescer alegremente!? Pagavamos esta contraindo empréstimos ou adiando o respectivo pagamento). Quanto à drª Ferreira Leite o recato e bom gosto obrigá-la-iam a estar, de maneira discreta, em silêncio ou a apoiar o Governo. A sua passagem pelas finanças ficou marcada pela frase do seu PM (o fugitivo dr. Durão Barroso) "o país estava de tanga" e por todos os truques orçamentais, que contribuiram para adiar soluções, o que foi praticado pelos governos seguintes. Dr. Nicolau Santos nenhum Estado deve negociar em momento tão pouco propício. Já bastou o anterior governo, que procurou protelar tudo...basta de mistificações com dinheiro. Deve-se, paga-se. As linhas do orçamento anunciadas pelo PM são muito duras. Todavia, mostram capacidade de liderança e inequívoca vontade de mudar o rumo da administração financeira do Estado. Oxalá tenha sucesso.


Positivo...talvez...mas (acerca do anúncio da descida dos juros relativos à dívida portuguesa).

Assim como uma andorinha não faz a Primavera, as descidas referidas na notícia são sinais positivos, que o bom tempo poderá chegar; mas não deixam adivinhar quando. Constituem pirilampos, alumiando a escuridão de noite tempestuosa, sem lua. Os juros continuam excessivamente altos. As administrações de fundos, os chamados "CEO" dos investidores institucionais como bancos, os mandatários das agências estatais (por exemplo do oriente com excesso de liquidez), no seu conjunto, representam grande percentagem daquilo a que se chama, hoje em dia, "mercados", estão na expectiva, salivando gulosamente, face às possíveis garantias de cobertura financeira, que os países EURO vão confirmar, dentro de dias...A UE deveria aproveitar para reflectir se o actual modelo socio-económico, baseado naquilo a que se chama "estado social", garantista e despesista, que desresponsaliza cidadãos e governos, não deveria ser alterado. Em termos práticos e para sustentar a situação, adivinha-se: os europeus vão continuar afogados em impostos e o BCE e outros bancos centrais da Europa, mesmo sem ser EURO, persistirão em imprimir dinheiro. Se a produção de bens, nem o respectivo valor aumentarem, até quando se poderá manter este rumo? Continuar-se-á a comprar  "made in china" ou noutro lugar e, depois, o dinheiro em excesso ali existente volta à Europa ou à América como forma de financiar dívidas públicas e bancárias? E os juros? Asiáticos a enriquecer à espera das regalias sociais europeias e os europeus a empobrecer, regalando-se em mordomias da providência estatal?

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Nada é eterno...(a propósito de afirmações do sociólogo António Barreto acerca da possibilidade de Portugal poder deixar de ser um um estado independente, segundo o modelo actual...)

Desconheço em detalhe o passado do dr. Barreto. Hoje, talvez,  possa parecer "profeta da desgraça". Contudo, é evidente a indescritível incompetência da maioria dos governos, desde 1985/86 (início do desafogo financeiro com a entrada na CEE). Pioraram com o passar do tempo. E nos últimos 6/7 anos chegou-se ao cúmulo do País ser governado por néscios trafulhas. As políticas, afirmações e decisões provam essa corrosiva realidade. Portugal só acordou há pouco tempo, quando acabou a embriaguez do dinheiro fácil. Importa não se entrar em estado comatoso e também evitar-se histerismos trágicos. Sem recursos financeiros suficientes, completamente dependente da vontade de outros em querer emprestar dinheiro, além de humilhante, retira autonomia de decisão e, sobretudo, faz definhar uma Nação, mesmo com quase 900 anos de História. Portanto, é útil reflectir e ter a consciência, que nada é eterno. Parafraseando o Poeta: governos fracos fazem fraca a forte gente. E não devem ser outros, europeus ou americanos, a esforçarem-se por nós, nem pagar as nossas contas e saldar as nossas dívidas. Aliás, nem estão interessados. O que se gasta, se já não está pago, paga-se sempre e, por causa dos
juros, quanto mais cedo se pagar, melhor.Toda a gente sabe: país endividado, país penhorado. Ninguém engalfinhado em penhoras consegue ter liberdade ou autonomia de decisão...até já há funcionários da Comissão em Portugal para ajudar a aplicar o plano do "memorando"...e a França e a Alemanha incham de importância.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Eixo franco-americano! E o franco-alemão?! (a propósito de contactos do Presidente francês com o americano sobre a crise financeira/dívida europeia, logo após mais um encontro franco-alemão).

Tão amigos que nós somos...o "nós", são os Presidentes americano e francês. Ambos têm eleições à porta. Convém-lhes que cimeiras  "g qualquer coisa", tête-à-tête, encontros bilaterais, "dates", etc, funcionem em termos de impacto na opinião pública. Necessário é parecer que se faz alguma coisa e das conferências de imprensa resultem mensagens inequívocas de vontade e eventuais planos genericamente ambíguos para alimentar meios de informação, os quais são irredutíveis glutões robustos. Monsieur Sarkozy e Frau Merkel reuniram-se. Talvez a chanceler alemã esteja com ciúmes destas intimidades entre o Elysée e a White House ou, quem sabe, se tenha antecipado ao "Freund" francês e já tivesse telefonado ao "friend" Obama...O que é evidente, é que os outros 25 membros da UE devem estar a ler, ouvir e ver estas notícias todas. Bem, é possível que " the special relationship" tenha já funcionado (duvida-se) e Washington comunicado a London alguma coisa sobre aquelas intimidades transatlânticas, que não passaram primeiro pelo 10 Downing Street. Porém, os restantes países do EURO devem estar com as orelhas a arder e a engolir em seco e, representando o papel de maridos enganados, serão os últimos a saber. Pois é... e a realidade é que, neste momento, a Estados como Portugal nem é conveniente protestar ou, delicadamente, fazer qualquer observação acerca dessa situação...estamos a dever e dependentes da boa-vontade daquele trio, há quem lhe chame troika...

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Eleições na Madeira.

Provavelmente, a última vitória eleitoral regional do dr. Alberto Jardim. A população madeirense não têve vergonha e votou em quem a envergonha. Talvez, no fundo, se sentisse algo envergonhada, pois bastante mais de 40% nem sequer foi votar (caso haja correcção no recenseamento). Tratou-se da mais baixa participação dos madeirenses em actos eleitorais. Estão cansados como acontece com o demagogo líder regional. O dr. Jardim, durante a campanha, deixou, de repente, de ameaçar com a independência. Ontem, porém, demarcou-se inequivocamente do PSD nacional. Este, através de um discurso longo e aborrecido clamou, humildemente, vitória. O CDS-PP, igualmente, pautou as suas intervenções eufóricas e longas pela repetição, pretendendo alcancorar o respectivo chefe regional em herói nacional. Exagerou. O PCP seguiu o mesmo exemplo e o dr. Louça não se sabe se está cada vez mais patético ou pateta...felizmente, que o BE está-se reduzindo à sua insignificância. O PS continuou a pagar a desgraçada incompetência dos governos do eng. Sócrates... A vida para os madeirenses vai ficar muito mais difícil e não haverá alguém capaz de a safar: fez-se luz e toda a gente reparou que  "o rei-Jardim-vai nu" ,ou seja, estão a dever muito dinheiro a toda a gente. Já não há empréstimos, nem dentro nem para lá da "Pontinha". E o dr.Jardim, terá grande desfaçatez, mas a região vai pagar, como o continente, incluindo juros dos disparates. Certo, certo é que a Madeira continuará deslumbrante.

Pela enésima vez (a propósito de mais um encontro entre o Presidente francês e a Chanceler alemã).

O relacionamento Sarkozy-Merkel será casamento ou prenúncio de divórcio?! Certamente, é uma daquelas relações à moderna, nem é uma nem é outra e ninguém sabe para que serve. Pois é, Berlim fica mais distante de Paris que Bona. Mas, reconheça-se, mantêm-se ambos dentro do espírito europeu, quando não se sabe o que fazer, alteram-se as escrituras, conhecidos como tratados...o próximo a cair será o de Lisboa, depois de Nice, Amesterdão, Maastricht, etc. Aborrecido, para não dizer dramático, é o facto de Portugal andar metido neste barulho pelos piores motivos. Portanto, não basta o Governo Português ser sério, precisa, inapelavelmente, também de o parecer. Como se vê, hoje, pelo banco Dexia, afinal não é apenas o sul ou os chamados (países) PIGS, que estão em maus lençóis ou detêm a exclusividade de administrações ganaciosas e perniciosas. Agora, atenção: se um eventual plano se traduzir em arrastar Portugal para o chamado "default" ou reescalonamento da dívida parece evidente, que será uma fórmula para escamotear realidades mais profundas e justificar pagamentos a grandes entidades financeiras. Revela ainda, a total incapacidade dos orgãos reguladores dos países europeus em actuar preventivamente, como aconteceu nos EUA. As leis e regulamentos existiam ou existem, porém a conivência e promiscuidade entre fiscalizadores e prevaricadores conduziram as poupanças/dinheiro de milhões de pessoas a esta terrível situação de mesmo bancos enormes europeus correrem, na prática, o risco de insolvência. Sim, porque o dinheiro dos impostos ou dos bancos não brotaram expontaneamente...

sábado, 8 de outubro de 2011

Bastonário ...só a bastão (a propósito de declarações do bastonário da ordem dos médicos sobre a dívida portuguesa).

O dr. José Manuel Silva pretende rivalizar com o seu homólogo dos advogados: dizer o óbvio para concluir disparate. Se as capacidades como médico internista são semelhantes àquelas que denota, enquanto economista...bem, então estamos conversados e coitados dos doentes. O bastonário da ordem dos médicos disse que o País estava na bancarrota, evidente. Concluiu que não haverá capacidade para se pagar, perdoe-me, só de bastão! Que buracos? Da sua universidade? Do seu hospital? Homem desembuche, concretize...Bem, talvez sofra da virose da pesporrência. Ataca pessoas que chegam a lugares de destaque. É doença comum em Portugal e não há vacina; pelo contrário, os sintomas agravam-se, pois veja-se o que se passa com o chefe da corporação dos advogados, cada vez está pior, coitadinho...Talvez se desconheça e o dr. Silva tenha concebido um "poster" (conforme o seu curriculum inventou vários) sobre a "bancarrota", surto epidémico ocidental provocado pelas bactérias da incompetência e da ganância. Da primeira, os Portugueses estão em terapia e, de momento, com muitos suores e febres altas, está controlada; quanta à segunda, por agora, parece disfarçadamente ausente, contudo, como qualquer endemia, pode regurgitar. Aliás, a "pesporrência" pode constituir um sintoma colateral, relativamente benigno do mesmo fenómeno bacteriológico, atingindo aqueles que se excedem para se auto-projectarem na conquista dos 15 minutos de fama...Mesmo em Pombal, dr. Silva, há buracos mentais que só à bastonada...!