sábado, 30 de julho de 2011

União...mas não tanto...(a propósito de um artigo de Henrique Cardoso "Os povos europeus querem uns Estados Unidos da Europa?", publicado no semanário "Expresso".)

Muita gente parece aspirar à "federação europeia", segundo o modelo americano. A CEE/UE, após o desaparecimento da União Soviética, deixou de ter inimigo directo; as treze colónias, constituintes dos Estados Unidos em 1776, tinham o adversário comum, a Inglaterra, no interior das fronteiras, disposto a utilizar todos os meios para conservá-las. Portanto, tempos e origens díspares...A Alemanha, nos finais da centúria passada com a "construção europeia", baseada no "medo comum"soviético, alcançou, no contexto europeu,o que a Prússia visou em território alemão (partindo das terras da família Hoenzollern) no século XIX com a Zollverein. Adenauer, Brandt, Schmidt, Khol e Merkel realizaram, de forma gradual e pacífica, o sonho de Bismarck de indiscutível supremacia alemã no ocidente da Eurásia, que a sanguinária paranóia de Hitler intentou de maneira catastrófica. A globalização e respectiva competitividade favorecem os mais poderosos e capazes. Assim, na UE a ascendência alemã é, no presente, inevitável (a sede do BCE em Frankfurt não é por acaso). Assim, é estulto pensar, que a capital da possível Europa federada não seria, de facto, Berlim, como já transparece. Com enormes dívidas por pagar, compreende-se o apelo a"federação/eurobonds, etc". Estes artifícios, tornariam, parece, a dívida menos pesada. Pagariam todos "europeus". Talvez. Porém, será preferível não receber 13º e 14ºmeses ou, simbolicamente, sentir que Lisboa não é capital?Eventuais ilusões, certo?! Agora, sardinha assada é muito melhor que sauerkraut com salsicha, tenho a certeza.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Optimismo (a propósito de declarações do Ministro da Educação sobre a avaliação dos professores)

O Ministro da Educação é, na verdade, um matemático, pois assume que cada problema tem uma solução lógica. Só assim se explica a seu optimismo axiomático. Parece basear-se nas seguintes premissas: o ministério pretende a avaliação, as escolas querem colaborar no esforço avaliador, os professores desejam ser avaliados e os organismos representativos dos diferentes grupos de pressão ligados ao sistema educativo (sindicatos, associações de pais, autarquias, etc) anseiam por um sistema para avaliar de maneira justa os docentes. Todos esforçar-se-iam, nesta canícula, em obter dentro do prazo anunciado (mais ou menos no início do próximo ano lectivo) uma solução consensual, aprovando o teorema, perdão, a proposta ministerial...Mas mesmo para os leigos da abstração matemática, evidencia-se que o número de variáveis permite ensaiar múltiplas simulações, meditar, talvez, em inúmeras equações, pensar em possíveis derivadas e antecipar eventuais corolários. Certamente, o Professor Nuno Crato terá já na algibeira o algoritmo capaz de introduzir a racionalidade necessária na abordagem das diferentes opiniões e subsequentes debates. Desse modo, conseguirá, após processo escolástico irrepreensível, a fórmula consensualmente avaliadora almejada por todos...Pois é, como a história recente prova acerca deste assunto será conveniente juntar álgebra e bioquímica. Os números não chegarão...e as reações químicas serão de uma natureza que a própria biologia dificilmente explicará. Assim é a política...portanto, boa sorte.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Pequeno balanço (sobre a acção do novo MNE, na sequência das suas declarações sobre a crise na Líbia).

O Ministro dos Negócios Estrangeiros(MNE) errou ao enviar um Embaixador reformado a representar Portugal na proclamação da independência da República do Sul do Sudão. Inócuas as afirmações gerais sobre a importância da Língua Portuguesa e a respectiva prioridade- todos os titulares disseram o mesmo. O primeiro périplo de viagens pelos países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa(CPLP) bem escolhido...passo apressado e decidido, abraços calorosos e constantes...talvez o Dr.Portas já conhecesse os interlocutores, antes das visitas. Nota-se vontade em transmitir a imagem de azáfama dinâmica e bem disposta. A diplomacia ontem e hoje faz-se devagar, apesar do avião e da "net". Atenção às respostas argumentativas, o público e os jornalistas habituam-se. Aconselha-se menos verbosidade. Porém, a energia e boa disposição são recomendáveis. Tardias as declarações sobre a Líbia. Mencionou interesses portugueses em território líbio...mas, que se saiba, o muito pouco de português lá existente não "residia" em Bengazi, sim em Tripoli, ainda controlada pelo facínora do Kadafi...Adequada a ida a Lima para assistir à tomada de posse do novo Presidente peruano(diplomatas reformados, mesmo ex-Ministros enviam-se para ocasiões meramente protocolares com pouco ou nenhum significado político). Portanto, a acção do novo MNE pauta-se, até ao momento, pela correcção quanto baste. A procissão ainda vai no adro. O MNE terá dinheiro? Em austeridade é útil ter presente, que política externa é cara e não dá votos...

terça-feira, 26 de julho de 2011

Conselho (a propósito de mais algumas declarações do Dr. Vítor Gaspar, Ministro das Finanças).

Dr. Vítor Gaspar mantenha-se discreto. A administração do silêncio é arte subtil. Aliás, a longa estadia em Bruxelas proporcionou-lhe um bom treino, pois lá ser-se calado é artifício hábil e insistentemente praticado. Não seja como o seu colega dos Assuntos Parlamentares, que não se cala, além de ter uma Secretária de Estado não se percebe para quê.Talvez para evidenciar que é um cavalheiro, quando entra e sai nas portas da Assembleia da República- reconheça-se, gesto que fica bem...O Dr. Teixeira de Santos falava demais no seu estilo buliçoso e afirmativo; o Dr. Vítor Santos com o seu tom pausadamente irritante é menos apelativo, portanto vai começar a maçar mais cedo. Depois, dever-se-ia preocupar, sobretudo, em diminuir a despesa do estado, eliminando sinecuras e redundâncias institucionais a começar no seu próprio Ministério. Nesse aspecto o seu antecessor tinha já dado um bom exemplo ao fundir duas direcções-gerais...para quando essas reduções de departamentos?Ajudaria. Certamente, as folhas de salários emagreceriam. Claro está, o governo só tem uma Caixa Geral de Depósitos para colocar amigos e aí terá mandado o PM...a máquina do estado terá de ser reduzida a todos os níveis. Não bastará fundir serviços. Acabem-se institutos, fundações, gabinetes e observatórios. Com os apertos orçamentais, a maioria deverá ter dinheiro para pagar salários, a gasolina do veículo do chefe e pouco mais, nada sobrando para as funções para as quais foram criadas...para não falar das viagenzitas a Bruxelas e arredores.

domingo, 24 de julho de 2011

Parabéns (a propósito da notíca sobre o jovem vencedor português das olimpídas de matemática).

Parabéns a Miguel Martins dos Santos pelo magnífico prémio alcançado. E felicitações aos outros participantes portugueses, que também conseguiram muito bons lugares. Se as análises, críticas e, sobretudo, resultados de exames correspondem à realidade escolar portuguesa, conclui-se então que os prémios recebidos são fruto, indubitavelmente, do talento e muito trabalho individual dos jovens concorrentes aquelas olimpíadas. Pode-se, eventualmente, argumentar que todos os exames têm algo de aleatório e há, como em muitas coisas da vida, o factor sorte. Porém, todos os concorrentes de mais de cem países puderam beneficiar dessas variáveis. Portanto, sublinhe-se que Hermes/Mercúrio, (diz-se ser o deus da matemática) o feliz mensageiro do Canto II dos Lusíadas, inspirou e reconheceu, sem rebuço, o talento e esforço de Miguel dos Santos e colegas. O Ministro da Educação faz bem em recebê-los no aeroporto. São exemplos muito positivos e igualmente importantes para se vencer a crise. Já que a menção à obra do Poeta Camões surgiu, recorde-se que o seu tempo, o século XVI e a centúria anterior, correspondem à época dos feitos extraordinários de Portugal, que só foram possíveis, porque a Ciência, o Saber eram praticados de maneira sistemática, onde "a terra acaba e o mar começa...". Matemática, etimologicamente, envolvia os conceitos de "conhecimento, estudo e aprendizagem". Depois de milénios, nem o significado mudou e, de certeza, nem o esforço necessário para alcancá-los se alterou.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Sensatez (a propósito de declarações do PM português a seguir a uma Cimeira dos países da zona EURO).

O PM foi sensato: continuar a aplicar, com o mesmo empenho, as medidas acordadas com o trio das instituições financeiras internacionais. A menor taxa de juro e o tempo mais alargado para pagar os empréstimos não deverão constituir motivo para esmorecer o esforço governamental em diminuir a despesa e, de maneira decidida, cortar tentáculos ao estado. O começo da reforma das leis laborais e os primeiras fusões de organismos no Ministério da Economia são sinais positivos.Os imprescindíveis e dolorosos aumentos dos preços dos transportes públicos também. Porém, não basta.Vai ou não haver"orçamento rectificativo"? Quando é que o mastodôntico Ministério das Finanças começa em dieta? E a Agricultura, Ambiente, etc demonstra maior aceleração em iniciar a eliminação de instituições redundantes, que polvilham o respectivo organigrama? Não chega cortar as gravatas...E na "cultura", que tal acabar com umas "fundaçõesitas"e pôr o dinheiro em bolsas e iniciativas culturais concretas? E enfrentar a rede das empresas municipais, acabando com Juntas de Freguesia e talvez mesmo Câmaras? A decisão sobre as receitas do"imposto extraordinário" cobrado nas Regiões Autónomas reverter para o orçamento geral é uma decisão acertada, apesar da atitude melíflua do açoreano Dr. César. As pessoas percebem e aceitam estas medidas, porque o Governo se mostra coerente e decidido nas acções.Todavia, o Ministro das Finanças já falou demais ao afirmar que será uma única vez o recurso aquele tipo de "imposto extraordinário"...infelizmente duvida-se..

Reacções Britânicas (acerca de excertos de comentários publicados na imprensa inglesa respeitantes às medidas tomadas na Cimeira extraordinária dos países do EURO).

As reacções dos jornais ingleses estão correctas, em especial, a do Financial Times. Espera-se que os britânicos aprendam com o que se passa no continente, pois as suas finanças estão também em péssimas condições. Até é bom que não tenham o euro, se não seria mais uma amargura na vida financeira dessa coisa chamada "eurozon". Seria ainda interessante observar se Merkel, Sarkozy e Cameron se conseguiriam entender, a três, acerca de "planos de resgate"...os contribuintes ingleses, por tradição, teriam menos paciência que os alemães demonstram. Bem se sabe, que bancos da Alemanha estão bem enfronhados na dívida grega e, talvez, seja também por isso que a Chanceler alemã demonstra certa maleabilidade. Agora, Atenas portar-se-á melhor? Duvida-se...A Grécia portou-se sempre como um parente pobre europeu, julgando que as "tias" europeias é que lhe devem pagar os vícios. Assim, é fundamental que Portugal tenha um comportamento assertivo e poupe e volte a poupar e pague, quanto antes, o que tem de pagar. Os sinais do Governo vão nesse sentido. Espera-se que o prolongamento do tempo para o pagamento dos empréstimos garantidos pelo trio das instituições internacionais e a baixa da taxa do juro não crie ilusões de se pensar que será possível, afinal, não cortar radicalmente nas despesas. A propósito, estas novas nomeações para a administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) não auguram nada de bom...ainda por cima os vencimentos são obscenos..."não basta a mulher de César ser séria, precisa também de parecer"....

sábado, 16 de julho de 2011

Dívida/Desvalorização (sobre uma notícia relativa a afirmações do Presidente da República, considerando conveniente a desvalorização do EURO...)

O Presidente da República foi o principal responsável pela nossa entrada no EURO. O desabafo referido na notícia significará arrependimento? O Dr. Cavaco Silva gosta de ser considerado um economista competente. Porém, a sua capacidade de previsão escasseava, quando era PM. Os actuais problemas económico-financeiros do País enraízam-se nesse período. Graças sobretudo aos fundos europeus, foi um "fontista". E entusiasmado embarcou no euro. O grande Fontes Pereira de Mello já tinha falecido, quando a borrasca financeira se abateu sobre Portugal, uma das razões remotas para a trágica queda da monarquia...Ao contrário, o Dr. Silva contempla a crise da sua serôdia majestade presidencial e para seu gáudio comenta em público...desvalorização talvez minorassse desequílibrios, mas não serviria de cura às finanças portugueses. Portugal tem que poupar e pagar! Durante os Governos do PS, o PR foi muito parco a comentar...Depois,a Alemanha com os seus históricos fantasmas inflacionistas, dificilmente consentiria em proceder ou provocar uma desvalorização, até porque lá as coisas parecem estar bem....indicadores macro-económicos alemães, com as exportações à frente, mostram saúde robusta. O euro teria sido mais positivo para a economia portuguesa se Governos tivessem respeitado a disciplina orçamental e afastado o Estado da vida económica. Os Drs Siva e Barroso e os Engs Guterres e Sócrates fizeram o contrário e endividaram-se entusiasticamente..."se cá nevasse fazia-se cá ski", não é verdade Dr. Cavaco Silva?

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Ensino Primário (a propósito dos maus resultados nos exames de Português e Matemática do 9º ano).

A massificação do ensino intensificada nos anos 60 e 70 do século passado piorou, em termos gerais, a qualidade das escolas. Atenção, não é defeito haver a possibilidade efectiva de cada vez maior número de crianças e adolescentes terem acesso a mais escolaridade (muito pelo contrário). Fenómeno e resultados semelhantes passaram-se, praticamente, em toda a Europa. Burocracia, escolas e professores não estavam preparados. As máquinas estatais reagiram tarde e mal, pois estavam alheadas do crescimento demográfico, das promessas dos políticos e, sobretudo, das aspirações dos cidadãos em procurar dar aos filhos melhores oportunidades. Ontem e hoje, o fulcro da questão da aquisição do saber, que é cumulativo, está no "princípio". Este acontece na "escola primária". Os critérios de exigência a todos os níveis baixaram, a começar pelas próprias famílias- na sua grande maioria, apenas se preocupavam ou preocupam-se se os filhos passam os anos e se nada lhes acontece. Por outro lado, a qualidade e a quantidade de conhecimentos parece que diminuiram, assim como os critérios de comportamento...saber ler, escrever e a tabuada deixou de ser o essencial...as crianças não podiam ser "traumatizadas". Depois, o ensino passou a ser campo para todo o género de experiências... Aliás, não sei se aquela teoria, que fez escola, que corrigir erros ortográficos constituía factor inibidor da criatividade dos petizes não continuará em vigor...espero bem que não, até porque é de incompreensível utilidade...

domingo, 10 de julho de 2011

Um novo Estado em África.

Releve-se a proclamação da Independência da República do Sul do Sudão. Rara e arduamente, os países africanos têm encontrado soluções para as linhas fronteiriças impostas pelas potências coloniais europeias, no século XIX, sobretudo, a partir da Conferência de Berlim de 1884 - esta trouxe, em última análise, consequências nefastas para Portugal, apesar do seu Governo ter sido um dos promotores. Com a multiplicidade de grupos étnicos aquele novo estado está longe de se basear numa nação homogénea. Contudo, a generalidade da respectiva população rejeitava, talvez desde sempre, a integração política no norte sudanês. Reprimidos, primeiro, pelas administrações anglo-egípcias e, após a independência do Sudão em 1956, por regimes dominados pelo islamismo, os povos "nilotas" conseguiram, finalmente, criar uma entidade independente. Apesar do petróleo, a prosperidade não está assegurada. Como outros países perto mostram, o "ouro negro" não é sinónimo de riqueza geral e de felicidade para a maioria dos seus habitantes. O novo Governo português demonstrou-se insensível ao que se passaria em Juba. Fez-se representar por um Embaixador reformado, que não tem, que se saiba, qualquer cargo. Mal. Do Ministério dos Negócios Estrangeiros com Ministro, três secretários e uma subsecretária de estado, ninguém estava disponível?! Talvez o calor, mencionado pelo velho diplomata, afastou os actuais jovens titulares políticos da diplomacia portuguesa?! E a falta de visão também...um país novo, em África, a precisar de tudo...francamente.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Opinião (a propósito de um artigo de opinião escrito pelo Embaixador português em Paris no jornal económico "Les echos" e, por sua vez, mencionado no semanário "Expresso")

O Sr. Embaixador Seixas da Costa escreveu um artigo. Curioso, um diplomata em funções a fazê-lo. Ecoou, bem, nos "Echos" a opinião geral acerca da recente e incompetente avaliação da agência financeira Moody's das perspectivas financeiras portuguesas. Normal a referência à incapacidade europeia. Aliás, foi Secretário de Estado dos Assuntos Europeus em Governo PS. Ajudou a rever um tratado...quantos mais até ao último, o de Berlim/Lisboa?  Durante todas aquelas negociações houve alguma proposta para a criação de uma "agência financeira"...europeia?! Seria positivo? Porém, não há. Os problemas da chamada União Europeia (UE) são parecidos com aqueles, que provocaram a dissolução do negócio familiar do jornal, onde escreveu, até chegar à multinacional "Pearson Group"...pois é, mas fica bem a indignação... expressa em Paris, melhor ainda. Espera-se que tenha algum eco aí. Nesta página já teve. Nada adianta...As três grandes "avaliadoras" existentes são americanas. Privadas. É a grande vantagem. Respondem a accionistas e subscritores.Valem o que valem...Não se comovem com sacrifícios de portugueses ou de outros. Emoção, ali, apenas os lucros.Todavia, fica bem ao Embaixador da Costa, relevar o estoicismo nacional com a alusão subreptícia à Grécia. Os homólogos em Washington e Londres irão escrever para jornais similares, o Wall Street Journal e o Financial Times? Não se aconselha, pois primeiro Portugal necessita de recuperar credibilidade. Esta conquista-se e não através de artigos ou desabafos.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Portugal-EUA (por ocasião dos festejos dos 235 anos da Independência dos Estados Unidos da América.)

As relações entre Portugal e os Estados Unidos da América são antigas. Antes da independência da única super-potência actual, Cabrilho,talvez português, explorou a costa californiana no século XVI.Também a primeira Sinagoga e respectivo cemitério judeus em território norte-americano teriam sido fundados por judeus de origem portuguesa em Rhode Island (séc.XVII), cujos capitais foram importantes no desenvolvimento da caça e indústria baleeiras em Massachusetts. Residem ainda nesses dois belos Estados imensos portugueses e luso-descendentes. Depois, por exemplo, o Abade Correia da Serra, alentejano de Serpa era amigo de Thomas Jefferson, o 3º Presidente norte-americano e principal autor da célebre Declaração de Independência e até há um famoso "pistoleiro" do "faroeste" americano, algures nos Dakotas e de origem açoriana. E falando de independência, não esquecer que o brinde à respectiva"Declaração" foi efectuado com o velho e venerável Vinho Madeira, segundo se diz, o preferido do General Georges Washington, principal herói da Guerra da Independência e 1º Presidente da República americana.Tudo indica ainda, que Portugal foi o primeiro estado neutral a reconhecer "de jure" a independência dos Estados Unidos, apesar da aliança com a Inglaterra. Assim, o Oceano Atlântico não constituiu um imenso mar de separação entre as duas nações;antes elo de amizade, cuja permanente continuidade, em termos simbólicos, está representada nas comunidades portuguesas residentes naquele país tão tão vasto e multifacetado e na utilização da base aero-naval portuguesa das Lages da verdejante Ilha Terceira.

Incompetência...(a propósito da descida para valores muito negativos da avaliação efectuada pela agência financeira Moody's sobre a dívida portuguesa).

O Sr. Eng. Faria de Oliveira está indignado.Tem razão. Porém, não adianta. Nitidamente, a agência financeira Moody's está a tentar apoiar todos aqueles especuladores, que perderam dinheiro, muito dinheiro, em 2007. Em grande parte essas perdas resultaram de avaliações mal feitas de empresas como aquela. Catalogaram péssimos produtos financeiros com seus triplos "AAA", seduzindo instituições e investidores individuais em continuar a pôr montantes muito consideráveis em investimentos de lixo, meramente especulativos, que se desmultiplicavam em espécies apelidadas de "subprimes". E depois viu-se... Ao baixar avaliações(ratings), impondo a subida de juros para eventuais emissões de obrigações, está a querer atrair investidores, sobretudo asiáticos, para que os "amigos", mais tarde, melhor negoceiem e com maiores lucros em mercados chamados "secundários" e afins. Os bancos americanos, alemães, suiços e luxemburgueses, por exemplo, precisam, muito rapidamente, de "metal sonante/cash" - os vasos circulatórios financeiros estão com falta de "oxigénio", até porque não está fácil recuperar das perdas sofridas. Portugal, entre outros países, em consequência de más opções políticas de anos, está mesmo a jeito para contribuir para que "portfolios" (carteiras de obrigações e acções) se componham. Não há muito a fazer. Há que aturar isto estoicamente e que sirva de lição...A Moody's, fundada em 1909 por um tal John Moody, não previu o "crash"de 1929, nem os "bubles" dos finais do século passado, nem, obviamente, o descalabro de 2007/08...assemelha-se ao Governo do Eng. Sócrates, ou seja, é incompetente.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Irrelevante....(a propósito do pedido de renúncia de deputado do Dr. Fernando Nobre)

O Dr. Fernando Nobre, finalmente, tomou consciência da sua irrelevância política. Depois de uma candidatura à presidência, através da qual ajudou a garantir a vitória à primeira volta do actual Presidente da República, pretendia um lugar de destaque para 2015/16. Entretanto, iria procurando colocar uns indefectíveis em posições importantes, à semelhança do que fez na AMI. Por aquilo que se assistiu, durante a campanha eleitoral, o Dr. Nobre é um deserto de ideias com um "pensamento político(?)" de atroz vulgaridade, ao nível da ignara conversa de café de bairro... Não se sabe o que o Dr. Passos Coelho viu na personagem e quem ganhou com isso em Lisboa foi o CDS-PP...ainda bem. Espera-se que o actual Primeiro Ministro demonstre destreza idêntica a governar Portugal, semelhante à rápida e elegante solução encontrada para a Presidência da Assembleia da República. Quanto ao Dr. Nobre há, infelizmente, por esse mundo fora muitas tragédias, onde a AMI pode ser útil e assim conseguir toda a projecção que deseja...após as férias, porque não o Sudão?! As últimas notícias dessa região são francamente pessimistas, a situação humanitária deverá agravar-se, até porque o conflito de décadas entre norte e sul naquele imenso país e, mesmo nesta última região, as tribos e facções estão prontas para se matarem. De facto o petróleo não parece trazer felicidade...agora, não há dúvidas o Parlamento Português está mais feliz sem o presidente da AMI e a sua vaidade e ambição despropositadas e balofas.

Presidente...(s) (sobre declarações do Presidente da República e do Dr. Mário Soares acerca da crise e tomadas de medidas do novo Governo, que tem menos de um mês).

Tal como um dos seus antecessores, o actual Presidente da República parece o "profeta da desgraça". Será porque se trata do seu segundo mandato e, portanto, já não poderá ser reeleito ou é devido ao facto do Primeiro Ministro ser do mesmo partido? Talvez uma combinação dos dois factores. Evidente é a similitude entre os anúncios da desgraça do Dr. Mário Soares e o tom "eu bem avisei..." do Dr. Cavaco Silva. Ambos mostraram-se muito mais cautelosos e parcos em palavras, quando as luminárias do PS estavam no poder. Agora, pretendem assumir-se como "oráculos de delfos", anunciando, agoirentos, a realidade sombria...pois é, mas não adianta nada. Pelo contrário, as pessoas, além das dificuldades que passam e irão continuar a ter, certamente agravadas, não necessitam de ficar também deprimidas. Não é aconselhável a euforia tonta do desespero; porém, talvez fosse preferível um discurso positivo, sublinhando que uma vez saneadas as contas públicas e controlado o descalabro financeiro, há possibilidades de haver uma vida económica equilibrada, alicerçada em bases mais saudáveis, se não houver, de novo, excitações despesistas de aumentos extemporâneos de funcionários,"expos 98", "euros de futebol" e "altas velocidades". Inversamente, o projecto do novo aeroporto deverá ser retomado assim que possível, potenciando a situação geográfica do País: "...onde a terra acaba e o mar começa..".Os Srs. Presidentes ajudariam se estivessem  calados...porque não vão de férias para o Algarve...

segunda-feira, 4 de julho de 2011

La gauche caviar ( a propósito da notícia que o ex-Presidente do FMI, o francês Strauss-Khan poderá ser acusado em França de mais uma tentativa de violação...).

Bem, Monsieur Strauss-Khan é melhor ficar pelos Estados Unidos. Em França, corre o risco de ser acusado por metade das famílias"chic"da "gauche-caviar" de violar ou tentativa de violação. "En Paris de France" nunca seria algemado e as acusações apresentadas com todas as "excuses". Assim, só será um candidato socialista viável, em 2019 ou 2020. Talvez, no futuro, a libido esteja mais calma ou já completamente "chéché". O Monsieur le President Sarkozy, o qual terá sido a "éminence grise" por detrás dessa "conspiration" digna dos romances de Alexandre Dumas(pai), até vai ser pai da sua terceira mulher legitíma... "la terrible direita légaliste et hypocrite!"...LA FRANCE, como o General DeGaulle gostava de acentuar, sofre da sua habitual "malaise social"...a carne sempre foi "faible" no hexágono. Louis XIV (este não tem fama de ser de "gauche", porém nunca se sabe) e Monsieur Mitterrand que o digam, para não falar do Henry IV, que se deixou corromper com uma missa para a ascender ao trono francês... "histoires" fabulosas daquele "magnificent" país... enquanto se discute o Sr. Khan ninguém pensa no défice francês, no "crescimento" anémico da economia francesa. Bem, sempre se poderá arranjar mais um "marriage" monaguesco ou dentro da "famille Sarkozy", pois, além do sempre "young" Prince Albert II, há, parece, jovens casadoiros/as em ambas famílias. Sim, a Família Real britânica não poderá ficar com o monopólio das atenções, afinal a França... é "La FRANCE" e há sempre um esparguete com trufas e um "bon vin"...