sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Verdade...?! ( sobre a notícia que a UE estava a pedir dinheiro emprestado à China e à Índia na sequência do anúncio das medidas financeiras da Cimeira de 26/10/2011).

A Europa redescobriu o oriente e o sul. Não para vender ópio ou escravos. A União Europeia (UE)pretende comprar a mais poderosa droga: dinheiro. Sim, porque é com o "vil metal", dourado ou virtual, que se mantêem as sociedades europeias consumistas, preguiçosas e, sobretudo, envelhecidas e, ainda, os seus respectivos políticos medrosos e narcisisticamente inebriados pelos reflexos das suas imagens televisivas...Os chineses não estão propriamente mais viçosos; contudo têm muita gente e pretendem, um dia, gozar esse "bem-estar". Portanto, no seu próprio interesse irão continuar a emprestar, porém com parcimónia e garantias. Aliás, com um exemplo bem recente, não querem, certamente, a repetição do que se passou com os bancos, que concederam os empréstimos à Grécia. Acabaram por perder 50% dos montantes emprestados e nem receberão os respectivos juros...(a propósito, não é nada que a maioria não merecesse- administraram deploravelmente o dinheiro e investimentos dos seus depositantes e accionistas, na última década...). Agora, é motivo de estupefacção: como é que a UE,  a região mais rica do mundo, com mais de 500 milhões de habitantes, precisa de recorrer, de mão estendida, à China ou ao Brasil a pedir dinheiro. Dinheiro!! Já estou a ver um chefe de qualquer quadrilha de uma favela do Rio de Janeiro telefonar ao seu gestor de conta em S. Paulo: "Cara, essa tal de Merkel é de confiança...? Paga mesmo?...e depois explica-me em que carnaval seu "Merkosy", o tal de francês da Bruna com ar de fuinha gastou tanta guita...?". Como cantaria, há mais de trinta anos, o poeta e cantor Chico Buarque " deixem passar a banda...", até porque o contribuintes europeus, entre os quais os portugueses, vão continuar a pagar.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Pecado...compensa?! (a propósito da decisão do países EURO em perdoar 50% da dívida grega...).

Bem, quem, aparentemente, melhor sai do drama financeiro europeu é quem mais pecou. A ecuménica caridade cristã despoletada esta madrugada tem o acentuado cunho de predestinação luterana e o dom salvífico ortodoxo. Os países católicos, entre os quais Portugal, em pleno purgatório orçamental, são louvados pelas suas penitências, enquanto um terceiro, onde está o Vaticano, é ameaçado com o pior do inferno de Dante. Perante a ameaça de queda nas profundezas infernais o resignado PM italiano apresentou um acto de contrição. Agora, os gregos já não falam de crise grega, mas apenas da europeia. Entretanto, lá para a Atenas sempre mal agradecida e, hoje em dia, nada disposta à introspecção platónica ou à escolástica pós-aristotélica, tipo "deves, tens que pagar", vituperam-se os alemães, clamando que Berlim já tem a caminho uma brigada de "panzers"disfarçados de eurocratas. A sra. Merkel, complacente, insiste na "regra de ouro" do rigor orçamental. Recorde-se: a mesma existe, no mínimo desde 1995, reiterada em 1999, deveria ter sido sempre pedra angular da Zona EURO... Só que não houve um único estado, incluindo a Alemanha, que não a tivesse já violado, por este ou aquele motivo. Bom, Grécia e Itália sempre a desconheceram: as suas integrações na moeda única resultaram de grandes criatividades contabilísticas, que seriam motivo de orgulho filosófico em qualquer ágape platónico ou de admiração artístista na Florença dos Medici. Entretanto,todos os contribuintes EURO continuarão a ver, a ouvir e... a pagar.

domingo, 23 de outubro de 2011

Coitados...( no seguimento da notícia que o PR tinha emitido uma opinião no "facebook" sobre a urgência dos líderes europeus encontrarem com urgência solução para a crise financeira, durante a Cimeira do fim-de-semana).

Coitadinhos da sra. Merkel e do sr. Sarkozy assustaram-se. E vão entrar na ordem... Assim e depois deste aviso solene do PR Cavaco Silva, vão ter a próxima reunião à porta aberta para que o nosso "actual velho do Restelo" não fique zangado. Ele foi claro, nada de bastidores! A França e a Alemanha estavam mesmo à espera destas instruções do dr. Cavaco...e até se diz nos labirínticos corredores de Bruxelas, que a Chanceler alemã, não tendo "net" quando se soube da mensagem do homem natural de Boliqueime pediu ao sempre solícito presidente da Comissão, dr. Barroso, que lhe narrasse, "ipsis verbis", a mensagem daquela sempre ouvida personalidade europeia e portuguesa; meio envergonhada, como o seu português está um pouco enferrujado, exigiu, de imediato, um interprete...Esta do "facebook" é indubitavelmente presidencial. Mais, consta ainda que o sr. Sarkozy até logo telefonou à mulher a dizer que não poderia ajudá-la a mudar as fraldas da pimpolha, nos próximos dias, porque estaria a resolver a crise, por imperativo do PR português. Agora, perante a pergunta sobre os resultados de tanta cimeira, o dr. Cavaco dirá aos jornalistas, como tantas vezes disse : "eu já vos tinha dito...eu não disse que não havia mais tempo a perder, etc". E o dr. Rebelo de Sousa ou o dr. Pacheco Pereira (que par!) não deixarão de dizer, que a Europa não pode ignorar o PR. Podemos dormir descansados: a Europa vai entrar na ordem como o ex-PM Sócrates entrou, a mando do "facebook" do dr. Cavaco Silva...

Muito bem! ( aprpósito de uma entrevista na SIC à Dra. Isabel Jonet, Presidente da Federação dos Bancos Alimentares).

Nada adianta à Senhora Dra. Isabel Jonet dizer-lhe que tem toda a razão. Todavia, sublinho: a clarividência das suas palavras é exemplar. Seria não só bom, como muito útil, que o Presidente da República, a Presidente da Assembleia da República e o Primeiro Ministro dissessem, em alto e bom som, que é preciso acabar com a "sociedade do encosto" (como se sabe não é exclusiva de Portugal, mas uma doença endémica em toda Europa...). De forma geral e por motivos eleitorais os políticos não têm a coragem de fazer tais afirmações e, muito menos, tomar medidas e executá-las de forma consistente e sistematizada contra a inércia e o parisitismo. Muitas vezes, mesmo em democracia, os líderes nacionais europeus assemelham-se a ditadores, que compram populações através de benesses que nutrem o vício da preguiça...Concordo em absoluto: o monstro do estado tem que desaparecer, deve deixar de assombrar a nossa sociedade...para isso (e mais uma vez disse-o) seria necessário mudar mentalidades... e a responsabilização das pessoas, do governo e do estado é, de facto, essencial...
Muito bem!

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O meu merceeiro e o dr. Portas (a propósito de declarações do MNE na sequência da morte do ditador líbio).

Vários clientes de uma das mercearias do meu bairro ficaram deveras surpeendidos pelo espírito de empreendedorismo do Sr. Silva, o sexagenário proprietário daquele prestigiado estabelecimento comercial. Em resumo, o homem está preocupado com tantos cortes e consequentes possibilidades de calotes dos seus habituais clientes (alguns até são drs!), pelo que já decidiu ir abrir uma mercearia fina, algures no norte de África, seguindo o conselho do dr. Portas, que tem toda a razão, quanto à necessidade da internacionalização de Portugal. E como ele disse na última intervenção televisiva, a propósito da morte do ditador líbio, o investimento lá fora conserva os postos de trabalho cá dentro, a sua mulher e filha poderiam continuar trabalhar ali, enquanto ele tentava a sorte...agora, está indeciso entre a Tunísia, Egipto ou Líbia. Está mais inclinado para o último, porque deverá transformar-se numa "sociedade inclusiva" - não sabendo exactamente o que isso significa, soou-lhe bem e como o dr. Portas mostrou ter essa esperança, o Sr. Silva acredita nessa visão ecuménica. Já tem uns caixotes de conservas de atum, caixas de vinhos, fardos de presuntos de Lamego, etc. Agora, vai telefonar para o embaixador em Tripoli para falar com ele, porque o dr. Portas disse que a embaixada reabriu e estava à disposição de todos os homens de negócios. Ficou ainda mais animado com a notícia sobre uma grande fortuna líbia depositada na CGD, depreendendo que o crédito deve ser fácil de obter ...

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Reflectindo (sobre a morte do ditador líbio Khadafi).

Khadafi insere-se na longa lista de ditadores surgidos após os colapsos dos impérios coloniais nos escombros da II Guerra Mundial. No mundo árabe a maioria não apareceu logo a seguir às independências, como nos novos estados da África negra. Tomaram o poder na sequência da fraqueza das oligarquias tradicionais. Estas combateram os domínios otomano e europeu, falhando, no entanto, em estabelecer laços com as populações muito pobres - os povos indiferentes não se reviam nos projectos nacionais, cujas fronteiras haviam sido desenhados algures na Europa, segundo arbítrios coloniais. Assim, as recém-criadas forças armadas nacionais constituíram-se como verdadeiros alfobres de ditadores e das suas élites. Esses conjuntos de oficiais, com falta de raízes nacionais, mal educados e mal treinados pelos europeus, julgando-se iluminados e talvez inspirados no exemplo turco de Ataturk, deixaram-se seduzir por doutrinas sincréticas, que misturavam a heterogeneidade de um grandioso passado árabe (pan-arabismo), a crença no progresso económico ocidental (admiração pela tecnologia e conforto) e ainda em vagas ideias de cariz socialista (ataque aos previligiados e repartição mais equitativa da riqueza). Resistiram a essa epidemia os Reinos saudita, marroquino e hachemita, cada um por razões específicas, porém com as mesmas características essenciais de alicerçar as respectivas legitimidades num misto de história, religião e representatividade étnica. O "nasserismo" ou partidos "baath" (renascimento) têm esses denominadores comuns. Já a egípcia "irmandade mulçumana", mais antiga (anos vinte do século XX), representa outro tipo de ideologia, tradicionalista, inspirada em leituras e interpretações islâmicas (na sua génese rejeitava a influência da civilização ocidental, considerando-a fonte de corrupção e, consequentemente, propunha-se ser a sua alternativa). O torcionário Kadhafi foi um abdominável expoente daquele primeiro sincretismo e o que mais durou, pois bastante jovem chegou ao poder e a Líbia é quase só deserto...Resta o clã sírio Assad..e, depois, se verá...

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Os drs. C. Silva concordam ( sobre declarações do PR relativas à proposta do orçamento gerla do Estado para 2012, durante um congresso de economistas).

Os drs C.Silva(PR) e C. Silva(CGTP) concordam. Perante esta confluência de opiniões o sr. Sousa(PCP), comovido, nem quis comentar. O actual Chefe de Estado, desprendido de eleições, pretendeu tomar uma atitude olímpica, que tanto gosta, falando para a esquerda e para a direita sem nada de novo acrescentar, mas pondo em causa a política orçamental do governo, crucial na actual conjuntura. Em resposta, o Ministério das Finanças devia reduzir ao máximo o dinheiro da presidência, para erradicar, por exemplo, comitivas presidenciais de 30 pessoas aos Açores (neste arquipélago não há médicos nem hospitais nem telefones, pois o casal presidencial levou clínico privativo; e as viagens e estadias das mulheres de assessores/conselheiros quem pagou? O erário público?); ou ainda, para que não se repita o que se passou quando houve a Cimeira Ibero-Americana no Estoril: devido à distância, a presidência da república instalou-se no novo e luxuoso hotel dessa localidade...(que saloice!) Isto traz à lembrança, as acções familiares do BPN e a permuta/venda de uma vivenda no Algarve, temas da última campanha presidencial. O Dr. Sá Carneiro ao pretender alcançar uma maioria, um governo e um presidente projectava a criação de forte solidariedade entre os orgãos da república de forma a conseguir introduzir as reformas, que considerava imprescindíveis. O momento que o País atravessa impunha exactamente essa coesão. O dr. Cavaco Silva com as afirmações hoje proferidas, levianamente, contribuiu para a divisão entre Portugueses.

Ansiedade...(a propósito da notícia- mais tarde desmentida pela Alemanha- que Paris e Berlim tinham chegado a acordo prévio para aumentar muito substancialmente o "fundo de resgate europeu")

A letargia do dinheiro instalou-se. Há cerca de 4/5 anos, parecia brotar em roles,inesgotável. Inebriados nessas cascatas de liquidez, governos e pessoas embebedaram-se em dívidas. Mais, nessas modorras preguiçosas, quase comatosas, recorreram à agiotagem internacional institucionalizada, buscando financiamentos salvíficos para pagar empréstimos anteriores e ganharem eleições. À Islândia, Irlanda, Grécia, Portugal, Espanha, Bélgica, Itália, etc chegaram as ressacas. Dolorosas. Cruéis. No quadro geral, são irrelevantes as causas específicas de cada um dos inebriamentos. A intoxicação perdura. Estarão os pacientes lúcidos? O aumento do "Fundo Europeu de Estabilidade Financeira" (a UE nunca inventa nomes simples), que não é mais do que um colchão virtual, esperançosamente muito espesso, de EUROS promete ser como que um conjunto enorme de bilhas de oxigénio, onde os países endividados poderão recorrer em caso de ansiedade aguda. O controle dos fornecimentos ficará em Berlim-Bruxelas, via Frankfurt. Aquelas conspícuas entidades, contraditoriamente etéreas e vorazes, chamadas de "mercados", cujos desígnios fazem estremecer os mais experimentados eurocratas e respectivos patrões políticos, ficariam assim acalmadas. O dinheirinho estaria sempre assegurado, descansando os tartufos da finança internacional. E passariam a ter comportamentos mais cordatos. Depois, haverá um governo económico europeu...Estremunhados, acordamos e ouve-se o dr. Passos Coelho a falar alemão...sonho ou pesadelo?

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

E uma vez mais (sobre mais uma opinião do subdirector do semanário "expresso").

O dr. Nicolau Santos, presumo, deve ser economista. Agora, vai para além da economia e recorre aos astros. Portanto, trata-se de um astrólogo-economista. Não se sabe de onde consegue retirar conclusões do "memorando" quantitativamente tão lapidares. As contas eram outras de um governo muito glosado pela capacidade em multipicar dívidas subterrâneas. Aliás, numa crónica escrita, há bastantes meses(não me lembro do número do "expresso"), anunciava o que a verdadeira austeridade poderia implicar. Porém, dessa vez recorreu, provavelmente, ao tarô. Nesta gravação vai até à necrologia, espécie de epitáfio do artigo, hoje reproduzido nesta sempre interessante página. Desta vez admire-se a não citação do (supõe-se) colega de licenciatura, actual PR ou a dra Ferreira Leite. Não me lembro também desta sua insistente visão apopléctica, quando os governos eram liderados pelo eng. Sócrates. As críticas eram comedidas e cordatas. Será que está com medo das suas próprias receitas dispersas em diferentes ocasiões e ao longo do tempo? Parece aquele estereótipo, o qual depois de muito ameaçar, no momento da verdade, volta-se para os amigos e diz  "segurem-me, porque senão eu bato-lhe...". Pois é, este governo decidiu bater mesmo na dívida. E doi e vai doer mais. Não tem alternativa. Não é para alcançar um milagre económico. Sim, para pagar dinheiro emprestado. Relevem-se os detalhes. Contudo, o mais importante é devolver credibilidade a Portugal; objectivo que não será conseguido com mezinhas...

Carpir não adianta...( a propósito de cinco comentários de cronistas do semanário "expresso").

Li os comentários. Pareceram-me todos escritos por carpideiras. Os convidados do último "expresso da meia-noite" não choraram dessa maneira. Espantoso, nota-se o mesmo denominador comum naqueles ilustres jornalistas. Deixam pairar implicitamente: a preferência que tudo continuasse na mesma. Mais, indiciam um naco de saudade das trafulhices dos governos PS. Extraordinário, gostavam dos PEC e dos respectivos chorrilhos de mistificações. Talvez nos labirintos de argumentos e análises contraditórias encontrassem a felicidade e audiências. Como o colega dr. Rebelo de Sousa, querem que o Estado poupe e gaste ao mesmo tempo. A transparência do objectivo e a simplicidade do método anunciados deixa-os confusos: finalidade= pagar; metodologia=poupar. O estado está falido, rotunda e completamente falido. Concordo, quanto à necessidade de cortar ainda mais: fundações, institutos, presidência da república, viagens supérfulas (incluindo as de jornalistas para cobrir visitas) gabinetes, etc. Só que não chega...Sem dúvida, porque a dor será excruciante, não há analgésico capaz de a suavizar; brutal, mas verdade. Se a situação tivesse sido encarada há mais tempo, teria sido menos difícil? Sem dúvida. Algumas observações são pertinentes, como aquela sobre a tolice da abolição da gravata. Agora, por favor, não escamoteiem a realidade...Teriam ficado contagiados pela viscosidade do eng. Sócrates? Aí sim à indignação!...contra esses governos anteriores é que os "indignados" deveriam estar a clamar!
A crise financeira nacional é, ao mesmo tempo, simples e muito complicada. A frase é contraditória, porque o diagnóstico é fácil: estruturalmente Portugal não tem dinheiro e nenhuma instituição privada ou governamental isolada, sem cobertura, estaria disponível para continuar a emprestar; porém, são muito complexos os métodos, remédios ou terapêuticas, para encarar a situação e encontrar um caminho para a solucionar. Como o governo foi obrigado a recorrer ao apoio internacional para que o País não caísse em queda livre no abismo da insolvência, o conhecido trio das instituições internacionais impôs um programa, cuja preocupação mais evidente é reduzir drasticamente a despesa. Qualquer uma. E dentro do prazo de dois anos. Assim, constitui discussão extemporânea, neste momento, estar a discorrer os caminhos para a redução, pois é evidente diminuir a despesa do estado implica cortes de vencimentos e, devido às suas obrigações de soberania e sociais, aumento dos impostos. Foi, basicamente, esse plano o que o Primeiro-Ministro anunciou. No entanto, poderá ser sempre discutível se deveria ser mais ali e menos acolá. Inegável é a constatação que o Governo actual tem uma tarefa hercúlea pela frente.      

domingo, 16 de outubro de 2011

Preocupação correcta...em Tunes? (a propósito de protestos do MNE português contra o alegado plano iraniano em assassinar o embaixador saudita nos EUA).

Bom, é útil saber-se: o nosso MNE está preocupado com as ameaças terroristas internacionais. E manifesta o veemente protesto...em Tunes? A quem? Segundo a literatura de divulgação, quando um Governo protesta chama o Embaixador do país contra o qual quer protestar e diz-lhe  "duas ou três verdades". Supõe-se então, que o representante iraniano em Lisboa foi chamado ao Palácio das Necessidades? Ou não?!  Só protestámos na Tunísia do alto das colinas da orgulhosa e sempre vencida Cartago? Será que foi um diplomata português ao Ministério iraniano protestar...bem, se foi assim, constituirá o mais adequado no âmbito dos cânones diplomáticos? Parece que o dr. Paulo Portas anda a exercer a nova vocação de caixeiro viajante, surgida após assumir as novas funções. Constata-se pelas muito breves declarações a um canal de televisão- desta vez, deu a ideia que foi num jardim. Marrocos, Tunísia...?Tudo sítios nunca visitados por este MNE (em4/5 meses não tem parado muito no respectivo gabinete...deve ser para poupar no ar condicionado...) Porém, repetida e exaustivamente visitados por antecessores; o anterior andava sempre por lá. E já ameaçou que não irá parar, pois vai para a América Latina. Conclusão óbvia: os departamentos do ministério dos negócios estrangeiros perdem os dossiers. Portanto, quando o novo o ministro chega, pobrezinho, tem que renovar a volta ao mundo, porque já nada se sabe do passado...tudo isto, agora, em nome dessa redundância intitulada  "diplomacia económica". Será que o orçamento do MNE aumentou?

sábado, 15 de outubro de 2011

A austeridade...( a propósito de ideias do dr. Paulo Portas sobre "austeridade" e " ser austero")

A austeridade não é ciência, metodologia ou panaceia exotérica; sim resultado de um conjunto de medidas, obrigando à contenção e mesmo à contracção de gastos. Ser austero é uma atitude (a propósito, caro MNE, um dos seus secretários de estado anda num frenesim de viagens, não tantas como na anterior encarnação, porém há, na mesma, manifesta sofreguidão. Recomende-lhe que não precisa de ir a todas, até porque ele já lá estêve...).E o comportamento de um governo avalia-se com o tempo. De facto, as viagens em económica, o menor número de carros, etc, demonstram que a actual equipa governamental preocupa-se com a imagem e em ter parcimónia nos gastos. Correctíssimo. Contudo, segundo consta nas profundezas da chamada "net", membros do actual governo pediram subsídios de habitação...; aparentemente, nas suas declarações de rendimentos constariam casas próprias em Lisboa. Importa não esquecer a máxima: "não basta ser sério, é também preciso parecer". Portanto dr. Portas seria, talvez, útil começar por explicitar o conceito "austero" aos seus colegas, nomeadamente àqueles que partilham o Palácio das Necessidades. A propósito, como irá o MNE conciliar a ainda maior do que a habitual escassez de dinheiro com a diplomacia económica, visando a expansão das exportações?Com selectos jantares como aquele em Londres, que as televisões mostraram o pouco número de convidados? Lembrou aqueles momentos relevantes, como os aniversários, das sociedades recreativas...Participaram membros da "City"? O Embaixador conhece algum? Presumivelmente os habituais representantes da emigração!? Positiva a ida a Marrocos, pois trata-se do nosso segundo vizinho. Haja, no entanto, prudência nas intimidades e, sobretudo, nas promessas ou compromissos assumidos. Como o seu antecessor e anterior PM  andaram por aí há pouco tempo (não me lembro das datas) já devem ter assinado ou re-inventado todos os acordos bilaterais possíveis e alguns mesmo só imagináveis, pelo não vale a pena estar  assinar mais...todas as áreas devem estar mais que cobertas por várias camadas de papelada....

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A mensagem, não o discurso. (sobre a declaração do PM relativa às linhas gerais da proposta de orçamento do estado, 2012)

A mensagem do PM Português foi correcta. E felicito-o por ter assumido publicamente e em primeira mão o anúncio de medidas tão duras. Talvez seja coragem política. Não tenho dúvidas que se trata, sobretudo, de sentido de responsabilidade. É implacável o conteúdo geral acerca do orçamento 2012. Profundamente desagradável. Robustamente recessivo. Porém, concorda-se: não há alternativa. Se algumas das propostas tivessem sido avançadas, há quatro/três anos, o País nem precisaria do actual apoio internacional. Agora, não basta anunciar.Torna-se imperioso executar adequada e cuidadosamente. Os Portugueses vão ser cada vez mais obrigados a poupar. Depois, tacticamente está bem engendrado. Apesar de continuar em posição muito débil, o Estado Português passa a ter, face à conjuntura internacional e, em especial, no seio da UE, algum lastro negocial para em futuro próximo, talvez, tentar negociar o alargamento do prazo, se tal for conveniente. E foi ainda importante, que tudo isto tivesse sido publicitado, antes do próximo dia 23, quando está prevista a adiada reunião europeia. Os próximos dois anos vão ser muito dolorosos. Espera-se que valha a pena. Agora, caro dr. Passos Coelho, o recorte literário do discurso é fraco e excessivamente longo. Solicite aos seus colaboradores mais atenção e, principalmente, talento...se não contrate alguém melhor. De facto, o momento mereceria algo com uma escrita mais...robusta. A própria imagem, a começar pela gravata de luto...votos de pêsames...nem tanto...

Não tem razão.( a propósito dos comentários de Nicolau Santos, director-adjunto do "expresso" relativos ao anúncio das linhas gerais do orçamento do estado 2012).

O dr. Nicolau Santos falou, porém não acertou. O governo português tem que, imperativamente, cumprir as suas obrigações internacionais. Sem essa afirmação de vontade, o País ficaria em situação muito fragilizada. Seríamos os gregos ocidentais e não Portugueses. Depois, as afirmações do dr. Cavaco Silva são esfíngicas. Mais, o PR deveria ter comentado, discursado tanto como faz agora, quando o governo era PS (recorde-se que o actual Chefe de Estado iniciou o primeiro mandato a elogiar de modo efusivo o eng. Sócrates, numa época em que os impostos aumentaram todos para fazer baixar o défice até 3%, enquanto a despesa continuava também a crescer alegremente!? Pagavamos esta contraindo empréstimos ou adiando o respectivo pagamento). Quanto à drª Ferreira Leite o recato e bom gosto obrigá-la-iam a estar, de maneira discreta, em silêncio ou a apoiar o Governo. A sua passagem pelas finanças ficou marcada pela frase do seu PM (o fugitivo dr. Durão Barroso) "o país estava de tanga" e por todos os truques orçamentais, que contribuiram para adiar soluções, o que foi praticado pelos governos seguintes. Dr. Nicolau Santos nenhum Estado deve negociar em momento tão pouco propício. Já bastou o anterior governo, que procurou protelar tudo...basta de mistificações com dinheiro. Deve-se, paga-se. As linhas do orçamento anunciadas pelo PM são muito duras. Todavia, mostram capacidade de liderança e inequívoca vontade de mudar o rumo da administração financeira do Estado. Oxalá tenha sucesso.


Positivo...talvez...mas (acerca do anúncio da descida dos juros relativos à dívida portuguesa).

Assim como uma andorinha não faz a Primavera, as descidas referidas na notícia são sinais positivos, que o bom tempo poderá chegar; mas não deixam adivinhar quando. Constituem pirilampos, alumiando a escuridão de noite tempestuosa, sem lua. Os juros continuam excessivamente altos. As administrações de fundos, os chamados "CEO" dos investidores institucionais como bancos, os mandatários das agências estatais (por exemplo do oriente com excesso de liquidez), no seu conjunto, representam grande percentagem daquilo a que se chama, hoje em dia, "mercados", estão na expectiva, salivando gulosamente, face às possíveis garantias de cobertura financeira, que os países EURO vão confirmar, dentro de dias...A UE deveria aproveitar para reflectir se o actual modelo socio-económico, baseado naquilo a que se chama "estado social", garantista e despesista, que desresponsaliza cidadãos e governos, não deveria ser alterado. Em termos práticos e para sustentar a situação, adivinha-se: os europeus vão continuar afogados em impostos e o BCE e outros bancos centrais da Europa, mesmo sem ser EURO, persistirão em imprimir dinheiro. Se a produção de bens, nem o respectivo valor aumentarem, até quando se poderá manter este rumo? Continuar-se-á a comprar  "made in china" ou noutro lugar e, depois, o dinheiro em excesso ali existente volta à Europa ou à América como forma de financiar dívidas públicas e bancárias? E os juros? Asiáticos a enriquecer à espera das regalias sociais europeias e os europeus a empobrecer, regalando-se em mordomias da providência estatal?

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Nada é eterno...(a propósito de afirmações do sociólogo António Barreto acerca da possibilidade de Portugal poder deixar de ser um um estado independente, segundo o modelo actual...)

Desconheço em detalhe o passado do dr. Barreto. Hoje, talvez,  possa parecer "profeta da desgraça". Contudo, é evidente a indescritível incompetência da maioria dos governos, desde 1985/86 (início do desafogo financeiro com a entrada na CEE). Pioraram com o passar do tempo. E nos últimos 6/7 anos chegou-se ao cúmulo do País ser governado por néscios trafulhas. As políticas, afirmações e decisões provam essa corrosiva realidade. Portugal só acordou há pouco tempo, quando acabou a embriaguez do dinheiro fácil. Importa não se entrar em estado comatoso e também evitar-se histerismos trágicos. Sem recursos financeiros suficientes, completamente dependente da vontade de outros em querer emprestar dinheiro, além de humilhante, retira autonomia de decisão e, sobretudo, faz definhar uma Nação, mesmo com quase 900 anos de História. Portanto, é útil reflectir e ter a consciência, que nada é eterno. Parafraseando o Poeta: governos fracos fazem fraca a forte gente. E não devem ser outros, europeus ou americanos, a esforçarem-se por nós, nem pagar as nossas contas e saldar as nossas dívidas. Aliás, nem estão interessados. O que se gasta, se já não está pago, paga-se sempre e, por causa dos
juros, quanto mais cedo se pagar, melhor.Toda a gente sabe: país endividado, país penhorado. Ninguém engalfinhado em penhoras consegue ter liberdade ou autonomia de decisão...até já há funcionários da Comissão em Portugal para ajudar a aplicar o plano do "memorando"...e a França e a Alemanha incham de importância.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Eixo franco-americano! E o franco-alemão?! (a propósito de contactos do Presidente francês com o americano sobre a crise financeira/dívida europeia, logo após mais um encontro franco-alemão).

Tão amigos que nós somos...o "nós", são os Presidentes americano e francês. Ambos têm eleições à porta. Convém-lhes que cimeiras  "g qualquer coisa", tête-à-tête, encontros bilaterais, "dates", etc, funcionem em termos de impacto na opinião pública. Necessário é parecer que se faz alguma coisa e das conferências de imprensa resultem mensagens inequívocas de vontade e eventuais planos genericamente ambíguos para alimentar meios de informação, os quais são irredutíveis glutões robustos. Monsieur Sarkozy e Frau Merkel reuniram-se. Talvez a chanceler alemã esteja com ciúmes destas intimidades entre o Elysée e a White House ou, quem sabe, se tenha antecipado ao "Freund" francês e já tivesse telefonado ao "friend" Obama...O que é evidente, é que os outros 25 membros da UE devem estar a ler, ouvir e ver estas notícias todas. Bem, é possível que " the special relationship" tenha já funcionado (duvida-se) e Washington comunicado a London alguma coisa sobre aquelas intimidades transatlânticas, que não passaram primeiro pelo 10 Downing Street. Porém, os restantes países do EURO devem estar com as orelhas a arder e a engolir em seco e, representando o papel de maridos enganados, serão os últimos a saber. Pois é... e a realidade é que, neste momento, a Estados como Portugal nem é conveniente protestar ou, delicadamente, fazer qualquer observação acerca dessa situação...estamos a dever e dependentes da boa-vontade daquele trio, há quem lhe chame troika...

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Eleições na Madeira.

Provavelmente, a última vitória eleitoral regional do dr. Alberto Jardim. A população madeirense não têve vergonha e votou em quem a envergonha. Talvez, no fundo, se sentisse algo envergonhada, pois bastante mais de 40% nem sequer foi votar (caso haja correcção no recenseamento). Tratou-se da mais baixa participação dos madeirenses em actos eleitorais. Estão cansados como acontece com o demagogo líder regional. O dr. Jardim, durante a campanha, deixou, de repente, de ameaçar com a independência. Ontem, porém, demarcou-se inequivocamente do PSD nacional. Este, através de um discurso longo e aborrecido clamou, humildemente, vitória. O CDS-PP, igualmente, pautou as suas intervenções eufóricas e longas pela repetição, pretendendo alcancorar o respectivo chefe regional em herói nacional. Exagerou. O PCP seguiu o mesmo exemplo e o dr. Louça não se sabe se está cada vez mais patético ou pateta...felizmente, que o BE está-se reduzindo à sua insignificância. O PS continuou a pagar a desgraçada incompetência dos governos do eng. Sócrates... A vida para os madeirenses vai ficar muito mais difícil e não haverá alguém capaz de a safar: fez-se luz e toda a gente reparou que  "o rei-Jardim-vai nu" ,ou seja, estão a dever muito dinheiro a toda a gente. Já não há empréstimos, nem dentro nem para lá da "Pontinha". E o dr.Jardim, terá grande desfaçatez, mas a região vai pagar, como o continente, incluindo juros dos disparates. Certo, certo é que a Madeira continuará deslumbrante.

Pela enésima vez (a propósito de mais um encontro entre o Presidente francês e a Chanceler alemã).

O relacionamento Sarkozy-Merkel será casamento ou prenúncio de divórcio?! Certamente, é uma daquelas relações à moderna, nem é uma nem é outra e ninguém sabe para que serve. Pois é, Berlim fica mais distante de Paris que Bona. Mas, reconheça-se, mantêm-se ambos dentro do espírito europeu, quando não se sabe o que fazer, alteram-se as escrituras, conhecidos como tratados...o próximo a cair será o de Lisboa, depois de Nice, Amesterdão, Maastricht, etc. Aborrecido, para não dizer dramático, é o facto de Portugal andar metido neste barulho pelos piores motivos. Portanto, não basta o Governo Português ser sério, precisa, inapelavelmente, também de o parecer. Como se vê, hoje, pelo banco Dexia, afinal não é apenas o sul ou os chamados (países) PIGS, que estão em maus lençóis ou detêm a exclusividade de administrações ganaciosas e perniciosas. Agora, atenção: se um eventual plano se traduzir em arrastar Portugal para o chamado "default" ou reescalonamento da dívida parece evidente, que será uma fórmula para escamotear realidades mais profundas e justificar pagamentos a grandes entidades financeiras. Revela ainda, a total incapacidade dos orgãos reguladores dos países europeus em actuar preventivamente, como aconteceu nos EUA. As leis e regulamentos existiam ou existem, porém a conivência e promiscuidade entre fiscalizadores e prevaricadores conduziram as poupanças/dinheiro de milhões de pessoas a esta terrível situação de mesmo bancos enormes europeus correrem, na prática, o risco de insolvência. Sim, porque o dinheiro dos impostos ou dos bancos não brotaram expontaneamente...

sábado, 8 de outubro de 2011

Bastonário ...só a bastão (a propósito de declarações do bastonário da ordem dos médicos sobre a dívida portuguesa).

O dr. José Manuel Silva pretende rivalizar com o seu homólogo dos advogados: dizer o óbvio para concluir disparate. Se as capacidades como médico internista são semelhantes àquelas que denota, enquanto economista...bem, então estamos conversados e coitados dos doentes. O bastonário da ordem dos médicos disse que o País estava na bancarrota, evidente. Concluiu que não haverá capacidade para se pagar, perdoe-me, só de bastão! Que buracos? Da sua universidade? Do seu hospital? Homem desembuche, concretize...Bem, talvez sofra da virose da pesporrência. Ataca pessoas que chegam a lugares de destaque. É doença comum em Portugal e não há vacina; pelo contrário, os sintomas agravam-se, pois veja-se o que se passa com o chefe da corporação dos advogados, cada vez está pior, coitadinho...Talvez se desconheça e o dr. Silva tenha concebido um "poster" (conforme o seu curriculum inventou vários) sobre a "bancarrota", surto epidémico ocidental provocado pelas bactérias da incompetência e da ganância. Da primeira, os Portugueses estão em terapia e, de momento, com muitos suores e febres altas, está controlada; quanta à segunda, por agora, parece disfarçadamente ausente, contudo, como qualquer endemia, pode regurgitar. Aliás, a "pesporrência" pode constituir um sintoma colateral, relativamente benigno do mesmo fenómeno bacteriológico, atingindo aqueles que se excedem para se auto-projectarem na conquista dos 15 minutos de fama...Mesmo em Pombal, dr. Silva, há buracos mentais que só à bastonada...!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Haverá consequências...?! (ainda sobre o dr. Alberto João Jardim).

Haverá alguma consequência ou desgosto, de facto, se os os madeirenses não impuserem a derrota eleitoral do dr. Alberto João Jardim? Haverá pena que a Madeira, ao longo de mais de trinta anos, tenha sido governada pelo mesmo homem e respectivos apaniguados?! Haverá consciência por parte da população madeirense sobre a maneira como está a ser assim exposta ao mundo, pelos piores motivos. Haverá ideia do nível do palavreado, da tremenda e estúpida demagogia daquela mesma personagem política, revoltando estômagos e ofendendo inteligências?! Haverá tristeza face à degradação de um homem como o "Alberto Jordão", atingindo um nível tão baixo?! Haverá aflição que a sua memória, tão ligada à sua terra, na História de Portugal fique algures entre o festivaleiro das inaugurações sempre bem regadas com álcool e a do cacique local arruaceiro e caceteiro, clamando pelos piores instintos dos seus conterrâneos?!
A própria figura histriónica do madeirense dr. Alberto João Jardim é profundamente patética...Não provoca piedade, sim repulsa!
Agora, haverá desculpa para que o Presidente da República não se tenha já referido ao assunto, qualificando o comportamento e afirmações do dr. Jardim como indignas de uma campanha eleitoral e de um Conselheiro de Estado, função desempenhada por inerência pelo o Presidente do Governo Regional?!

Parabéns! (sobre a atribuição do Prémio Nobel da Paz 2011).

Parabéns às três mulheres, que ganharam o Prémio Nobel da Paz: Ellen Johnson Sirleaf, Leymah Gbowee e Tawakel Karman. O Comité responsável pela selecção fez uma boa escolha. Além de políticas ou activistas dos direitos humanos, as três senhoras premiadas são mães (pelo menos uma até já é avó), o que lhes dá uma dimensão e projecção humanas ainda mais profundas.Todas sofreram (ou ainda vivem/sofrem) momentos muito difíceis nos seus países, dos mais pobres do mundo e, contudo, foram, cada uma à sua maneira, capazes de fazer a diferença.Todavia, sublinhe-se que nenhuma corresponde à realidade ou à imagem das mulheres dos seus países. Constituem excepção pela educação e, possivelmente, ambiente, onde foram criadas. Assim, não deixa de ser notável as respectivas vidas até ao momento, pois devem ter tido mais que uma oportunidade para se distanciarem das realidades nacionais ou regionais, que as motivaram a tomar posições públicas e a defender ideais de respeito pelos direitos humanos e paz. São excelentes exemplos. Espera-se que sejam inspiradoras para outras mulheres, contribuindo para a introdução de mudanças nas suas sociedades, quer na política quer ao nível da sociabilidade. Os países ocidentais sabem bem da importância dos movimentos femininos ao longo da História na consolidação dos direitos das pessoas. Na África Ocidental ou no Iémen o caminho ainda será muito longo, mas, note-se, está sendo percorrido. Talvez estes "Nóbeis da Paz" ajudem para que o percurso se torne mais curto.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Redundância (sobre um comentário de uma redactora do "expresso" relativo ao discurso do PR em 5 de Outubro).

Este comentário da sorridente redactora principal do "Expresso" Luísa Meireles constitui um mero eco, como o discurso a que se refere. Explicitando, como os seus colegas da televisão: o entrevistador faz as perguntas, o questionado responde, o mesmo repórter traduz as respostas para o público, pois a maioria dos prováveis espectadores não percebeu o português do entrevistado e, depois, em estúdio o apresentador, também jornalista, faz a síntese da "peça", acabada de ser transmitida...Assim, consegue-se obter, em "poucos" minutos, três versões do mesmo evento. Hoje, não se tratou de entrevista. Apenas um longo e monótono monólogo presidencial, com a agravante do dr. Cavaco Silva ser um mau orador. Conforme a citada redactora, como o eventual colega no estúdio procurando interpretar sinteticamente, houve as acções de "alertar" e de "avisar"do Presidente...só não se percebe, se foi o "alerta" que serviu para "avisar" ou se se foi o "aviso" que pretendeu "alertar". De facto, assim como a cerimónia na Praça do Município com políticos cumprimentando-se e osculando-se efusivamente revelou-se um daqueles momentos públicos irrelevantes, também o discurso do Chefe de Estado não foi mais que a repetição aborrecida de lugares comuns gerais e redundantes. Se o dr. Cavaco Silva tivesse dito estar sol e deveríamos todos utilizar protector solar, tratar-se-ia de "aviso" ou "alerta"?!Pois é...só que "dívida" não rima com "crescimento", este, contudo, pode já rimar com "pagamento"...não é verdade? Cumprimentos...

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

5 de Outubro de...1143.

Depois de mais uma oratória presidencial repetitiva, sublinhando que o País vai mal e precisa de mudar de hábitos, demonstra-se, inapelavelmente, que o centenário regime republicano continua como começou: péssimo. Interessante constatar que um dos principais actores do pós-25 de Abril, o actual presidente, que foi chefe de governo durante dez anos, esqueceu-se de fazer o seu "acto de contrição" político e dizer em voz alta e bom som "mea culpa". Também indubitavelmente evidente é que a "república portuguesa" mostra uma notória incapacidade para cuidar de maneira correcta e eficiente da "res publica" dos Portugueses. Só enquanto houve ditadura, o actual regime republicano conseguiu governar Portugal com alguma estabilidade, à custa de vergonhosa repressão política e sufocando cultura e mentalidades. A democracia dos últimos 37 anos, sem dúvida, trouxe progresso material, arejando, ao mesmo tempo, mentes e hábitos; porém, esgotou-se num paradigma europeu, ele próprio desgastado, que olha para os governos portugueses como fantasiosos incapazes sequer para equilibrar orçamentos...Portanto, no 5 de Outubro prefiro celebrar o sucesso da Conferência de Zamora de 1143, onde, inequivocamente, o nome de Portugal se afirmou. A recordação dessa data e os mais de 868 anos de História dão algum sentido à inexorável necessidade da austeridade socio-económica para se alcançar a recuperação financeira do País...ao contrário de monótonos discursos de presidentes.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Sérvia (a propósito da visita do PM sérvio a Portugal).

A Sérvia, por culpa própria e, talvez, mais em consequência das seus vizinhos imperiais foi dos países europeus, cuja população mais sofreu. Não há muitas semelhanças com Portugal. Provavelmente a similitude mais evidente entre sérvios e Portugueses, para além da simpatia e algum fatalismo, é o facto de ambos os Povos deverem a ninguém as respectivas identidades nacionais e independências. Apesar do feroz domínio Otomano, durante mais de trezentos anos (a rebelião sérvia era uma endemia político-militar constante e de muito difícil controle para a "sublime porta") as populações sérvias conseguiram manter-se fiéis às suas tradições e língua. Foram mesmo a luz inspiradora para os restantes povos eslavos da região balcânica. Assim, o lugar da Sérvia é no seio da Europa, designadamente da UE e mesmo da NATO. A questão do Kosovo e, eventualmente, a influência russa irão certamente atrasar as adesões...E de facto, considerando a dimensão e localização, a Sérvia é um daqueles países, onde investidores e exportadores portugueses deveriam procurar fazer negócios, até aproveitando muito do dinheiro europeu, que vai lá entrando. Portanto, eis uma visita útil, possivelmente promissora, registando-se a atitude e palavras certas do PM Português. Agora, estarão os competentes departamentos portugueses devidamente sensibilizados e a Embaixada em Belgrado apetrechada para corresponderem...?

Outra vez...(sobre mais um comentário na SIC do dr. Sousa Tavares).

O dr. Sousa Tavares anda a acertar pouco, além do aspecto desmazelado, não se sabe se é porque é adepto do FC Porto ou porque julga que marca a diferença de quem está acima das mundanidades. Certo, certo é o facto de demonstrar que sabe pouco e reflecte menos. Não há outra solução para as dívidas, grega, portuguesa, irlandesa, etc se não pagar. Pagamentos muito dolorosos, sobretudo quando as próprias "jóias das famílias" têm que ser vendidas. Daí salários têm que descer, gastos com serviços sociais diminuir drasticamente, investimentos públicos quase desaparecer, etc. Não há alternativa, pois o dinheiro que parecia ser inesgotável e barato, servindo para manter o esquema: pede-se emprestado ali para pagar acolá e daqui para lá, em espirais de juros...evaporou-se. Não através de "enredos" de filmes americanos, mas sim devido ao facto da ganância ter andado de mãos dadas com o desleixo e incompetência das administrações, serviços e fiscalizações estatais. As leis até existiam... e atenção, quando se acusa os EUA de culpa directa ou indirecta no descalabro das finanças internacionais, reconheça-se que foi o país que mais rapidamente reagiu, quer tomando medidas adequadas, quer acusando e julgando alguns dos responsáveis por esquemas fraudulentos...Austeridade rima com dificuldade. A culpa da crise portuguesa é fundamentalmente resultado das péssimas opções dos Portugueses, em especial dos respectivos Governos e destes destacam-se os que foram chefiados pelo incompetentíssimo eng. Sócrates...

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Tribunal Constitucional... (ainda a propósito do caso dr. Isaltino Morais).

Dever-se-ia inquirir, antes demais, sobre a razão da demora dos solenes meretíssimos membros do Tribunal Constitucional em pronunciarem-se sobre o caso do dr. Isaltino Morais. Conclusão lógica, os curricula académicos, aparentemente, impressionantes dos Juízes daquela redundância da nossa actual e carunchosa Constituição parecem apenas servir: primeiro, para revelar falta de sensibilidade; segundo, para tornar evidente a respectiva ausência de informação relativa aos temas candentes da nossa sociedade, designadamente a corrupção; terceiro, para levantar dúvidas sobre a própria utilidade de tal instituição; e, por último, para germinar eventuais suspeitas aleivosas sobre pessoas que mereceriam respeito, pois a inércia e silêncio arrogantes e inexplicáveis implicam o direito à desconfiança, mesmo em relação a possíveis idoneidades...(como já não bastasse a vergonha do que se passou no Centro de Estudos Judiciários). A decisão do Tribunal Constitucional sobre a matéria em causa deveria ter sido tomada em uma semana, se tanto...Se a Constituição é a fonte e paradigma das leis do País, aquele Tribunal deveria projectar a imagem de seriedade, saber, equílibrio e capacidade decisão eficaz e célere...este tipo de escândalos corroem mais as sociedades, que as crises económicas...
O que se tem passado com o caso do Presidente da Câmara de Oeiras (que parece não ser único...), a começar pelo próprio indivíduo enquanto figura pública, é profundamente desgastante para o regime, instituições e governos. Enraíza na generalidade das pessoas: a lei não é igual para todos; todas as habilidades para ganhar dinheiro são válidas, assim como tem legitimidade qualquer subterfúgio para contornar, abusar ou escapar às decisões/sentenças dos Tribunais. O dinheiro, contactos e influências importam, sobre o restante abre-se um inquérito e dá-se o direito das mesmas personagens continuarem a exercer os respectivos cargos públicos, mesmo depois de condenados nas três instâncias judiciais por corrupção directamente ligada ao exercício das suas funções políticas.  

E os gregos à grega (sobre a dívida grega e mais um reunião dos Ministros das Finanças da UE).

Há muitos anos, mesmo antes do EURO, que a Europa da actual UE e não só, sabia que nada de estatístico ou contabilístico vindo da Grécia correspondia à realidade. Esqueceram-se das tragédias e deixaram-se embalar nas comédias, como aquele filme americano qualquer coisa como "...my greek wedding". O velho "zorba" era passado. E vai daí, desataram a emprestar-lhes dinheiro com o ortodoxo argumento "perdoamos porque não sabem aquilo que fazem..." Os gregos viveram no seu Olimpo do disparate e até organizaram uns Jogos Olímpicos...Porém, surgiu a filoxera/míldio americano chamado de "subprime" e como uma praga informática corroeu poupanças e investimentos, num ápice. De repente, a película começou a intitular-se "a minha vida em ruínas..."; não do género galhofeiro, mas sim dramático. Os gregos já não reberiam o 15º mês, porque já não havia mais dinheiro para lhes emprestar. Espanto, era necessário que a Grécia começasse a pagar sem recorrer ao esquema: recebece-se dos alemães para dar aos franceses e vice-versa,etc. Contudo, tudo com juros... Agora, até a Sra. Merkel ameaçou propor essa esquisitice da  "perda de soberania". Vão enviar  "panzers"  como na II Guerra Mundial? Mais uma reunião de Ministros das Finanças para responder pela enésima vez à questão: pagamos ou não pelos gregos? Atendendo ao envolvimento, até à medula, de bancos da Alemanha e França, vamos todos pagar. Os portugueses não serão excluídos dessa generosidade. E é melhor estarmos calados, pois quem deve...teme...

sábado, 1 de outubro de 2011

E uma vez mais ...(ainda sobre o caso do dr. Isaltino Morais).

O que aconteceu ao dr. Isaltino Morais deveria ter acontecido. O presidente do Conselho de Oeiras já foi julgado, recorreu e nas três instâncias foi sempre considerado culpado. Escandalosamente gritante é a preguiça, ineficiência e incompetência do tribunal constitucional: espera a tradução da constituição para latim para se pronunciar sobre algo, que só um ordenamento jurídico sebenticamente garantista permite. Os contribuintes portugueses pagam tudo isso a começar pelos desmandos e abusos, provados em Tribunal, do anafado sr.Isaltino. Este tem dinheiro, contactos e talvez amigos que lhe permitem a utilização, até à exaustão, de todos os meandros, vielas e grutas do sistema jurídico/judiciário. Não vi qualquer comentador advogado referir-se ao desleixo, lentidão e indiferença de um tribunal, cuja matéria, para juízes com tanta experiência, pós-graduações e doutoramentos, poderia ter sido decidida em 24 horas. Partindo do princípio que todos leram a Constituição: a resposta era sim ou não se o Tribunal de Oeiras deveria ter, obrigatoriamente, aceite o pedido para um julgamento com júri...depois, quando é que a defesa apresentou, de maneira formal, essa contestação? Os Tribunais existem para servir o povo. Este tem que sentir defendido pela Justiça equibrada, cega e inapelável como as esculturas, relevos e outras imagens, que a representam nos edifícios, onde estão instalados os Tribunais...o tribunal constitucional com a sua falta de sensibilidade e inércia contribuiu para provar a sua própria inutilidade.