sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Farsa?!...Circo!?

 Governo e PSD, com aparato, rompem as negociações. Nesses mesmos momentos, o Ministro das Finanças, após ler um comunicado (pareceu ser a primeira vez que o estava a ver) afirma-se, enfaticamente, inflexível face a exigências daquele partido. No dia a seguir, o PM em Bruxelas, de maneira suave e apaziguadora, diz que os mesmos interlocutores se aproximaram. Em Lisboa, o Ministro da Presidência repete a mesma ideia, acrescentando aquela observação tão arguta, que as aparências iludem. Traduzindo do “politiquês”, era preciso estarem longe para ficarem mais perto. Em síntese, uma farsa.O Parlamento passou a ser um teatro. Os Professores Teixeira dos Santos e Catroga farsantes de uma rábula de revista. Conscientes ou não que estavam a desempenhar aqueles papéis, representaram magnificamente, até porque os juros da dívida pública portuguesa aumentaram de imediato. Infelizmente, a conclusão parece evidente:o grande prestidigitador Eng. Sócrates, o ilusionista Dr. Silva Pereira e o palhaço rico Ministro das Finanças planeiam transformar em circo a discussão e a provável aprovação do projecto de orçamento de 2011. Local: a Assembleia da República e, hoje, em Belém decorre a promoção final do espectáculo com o Conselho de Estado. Será que todos os actores secundários e figurantes estão contentes? Mas som, luz, cor e malabaristas não devem faltar.O habitual circo de natal já chegou à cidade. Os bilhetes são caros e pagam todos os contribuintes.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

“Em casa onde não há pão....”(a propósito da ruptura das negociações entre Governo e PSD sobre o projecto de Orçamento de Estado de 2011).

Pois é, agora discute-se quem provocou a ruptura nas negociações? A resposta parece óbvia: o PM. Quando o Ministro das Finanças interrompeu as conversas com o seu interlocutor do PSD foi para a Presidência do Conselho de Ministros acompanhado pelo Ministro dos Assuntos Parlamentares.Estiveram aí horas. Aguardavam a decisão do chefe, Sr. Eng. José Sócrates. Porém, trata-se de aspecto irrelevante. De facto importante, é a situação financeira do País, cada vez mais insustentável. Face a essa realidade incontornável, não há dúvidas  a responsabilidade pertence ao Governo e respectivo PM. Não foi a crise internacional. Esta teve o efeito de catarse. Apenas. As causas gerais encontram-se no despesismo e no “novo-riquismo”, que os aparelhos de estado e instituições públicas adoptaram ao longo de mais de uma década, reflectidos em altas velocidades grandiloquentemente espúrias. O desejo de grandeza baseada na vacuidade de projectos irrealistas trouxe o descalabro, beneficiando sobretudo grupos de interesse, que gravitam em torno dos aparelhos de estado. Depois só nos resta os olhares de comiseração ou sobrolhos franzidos dos nossos parceiros e ironia ou desdém mal disfarçados de outros países e credores. É assim, como o ditado, “casa onde não há pão...”, estamos já a salivar a côdea dura, o miolo só lá fora e está cada vez mais caro.   

terça-feira, 26 de outubro de 2010

De novo o projecto de Orçamento 2011....indefinição.



A chamada cimeira Governo/PSD demonstra: o PM não confia no seu grupo parlamentar para conseguir alcançar uma plataforma mínima comum com o principal partido da oposição para se ter um orçamento para 2011; o líder dos social-democratas desconfia, que dando o seu aval para a aprovação geral, os socialistas, de seguida, não cedam em nada de substancial na Comisssão de Finanças do Parlamento. E os deputados eleitos pelos portugueses assistem como meros espectadores a tudo isto na sua própria casa. Porém, os negociadores devem estar a gostar, pois já tiveram, talvez, cerca de vinte horas de reuniões, desde sábado passado. Tudo isto cheira a naftalina e revela provincianismo. O IVA não poderá baixar; provavelmente, encontra-se algum espaço de manobra nas deduções fiscais no âmbito do IRS. Infelizmente, a situação é demasiado grave. Assim, porque não começam por erradicar cinco ministérios e os respectivos ministros e secretários de estado supérfulos, como “ambiente”, “cultura”, “ciência e ensino superior”, “economia” e “presidência”. Bastam dois subsecretários de estado atentos e aplicados para supervisionar todas aquelas áreas. Depois então eliminem os institutos públicos desnecessários ou redundantes. Se não querem obrigar este Governo a demitir-se, entendam-se... perante tanta conversa e tão pouca acção, os augúrios internacionais são cada vez mais sombrios.     

domingo, 24 de outubro de 2010

A Fundação Champalimaud.

A “Fundação D. Anna Sommer Champalimaud e Dr. Carlos Montez Champalimaud”, resultante da vontade expressa e do dinheiro do seu fundador, o empresário António Champalimaud, criou uma obra notável dedicada ao estudo do cancro e das neurociências. Os edificios situam-se em Pedrouços, não muito longe da Torre de Belém - local magnífico e pleno de evocações históricas. Daí, do Tejo, em busca de rotas incógnitas, partiu a Armada comandada por Vasco da Gama, que descobriu o Caminho Marítimo para a Índia. 512 anos depois dessa ocasião transcendente para a História de Portugal e do Mundo, seria extraordinário que a nova instituição tivesse o mesmo êxito científico para bem da Humanidade e prestígio português. Aquela viagem marítima, do final do século XV, foi extremamente árdua e, para muitos, trágica. Para os cientistas a trabalhar naquelas instalações, as tarefas serão, certamente, muito complexas, difíceis e, em vários momentos, dramáticas. Sugere-se então, como forma de inspiração, o conhecimento do significado histórico da área. Mais, saibam como Lisboa, a cidade do céu azul cristalino, que o belo conjunto arquitectónico procura captar, está tão profundamente ligada à evolução do saber no Renascimento. A partir de Portugal, lendas e superstições foram ultrapassadas e mitos desmontados. Assim o novo “O “Centro de Investigação para o Desconhecido” seja capaz  a partir da ciência transformar a ignorância em cura. São os meus votos de sucesso.                 

Demagogia (a propósito de um discurso do PM no Norte de Portugal).

Não, Sr. PM: o projecto de orçamento para 2011 é demonstração clara da inércia, da cobardia e da incompetência. Reflecte ainda inequivocamente o seu fracasso completo, enquanto Chefe de Governo.Está há mais de seis anos no poder  e os factos eram indesmentíveis. Negou-os a si próprio e enganou o país com a conivência dos seus ministros e do antigo Governador do Banco de Portugal. Se pretende ser determinado e servir os Portugueses apresente a sua demissão. Esse sim, seria um acto corajoso e talvez contribuísse para que Portugal ultrapassasse, de maneira menos conturbada, a situação actual.Seja coerente: cumpra a ameaça que fez em Nova-Iorque e demita-se. Já agora, aproveite a boleia do seu amigo Presidente Hugo Chavez e vá para a Venezuela. Aí poderá constatar, estudar e analisar como uma sucessão de governos e élites corruptas, mergulhadas na sua própria cobiça, conduziram aquele país até à demagogia e depravação da actual “república boliviriana”. Felizmente não temos petróleo. Os Portugueses não vão permitir que o Sr. José Sócrates tenha oportunidade de criar em Portugal uma versão mitigada do fenómeno venezuelano.         

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

"estado social"?! (a propósito dos cortes de "abonos de família")

Possivelmente, famílias vão sentir falta do dinheiro do abono; ou talvez não, porque os montantes mensais não são significativos. Dependerá. Por outro lado, o corte evidencia o desmantelamento da generalização do já gasto  "estado providência", cujos tentáculos invadiram todos os sectores sociais. Agora, chamar-lhe  "estado social" ecoa a “estado autoritário”. No mínimo, reflecte o paternalismo de uma classe política para a qual o exercício do poder reduz-se à distribuição de benesses (por mais magras que sejam) e não em  criar melhores condições de segurança, justiça, bem-estar e progresso socio-económico para a população em geral. Indubitavelmente, o Estado tem que ter uma componente social relevante apoiando pessoas ou regiões desfavorecidas. Todavia, nunca se deveria  alimentar a “subsídio-dependência”, à maneira da distribuição do "pão e circo" na Roma antiga para contentar as "massas", tentando perpetuar-se no poder. Claro está, quando a continuidade da existência do actual modelo asfixiante parece evidente, o PS no Governo pretende reforçá-lo na Constituição...quem paga? Provavelmente, a  intenção é apenas embalsamar para a posteridade uma "espécie em vias de extinção”...

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

II Orçamento 2011: A propósito da oposição.


PCP e BE com os comportamentos habituais, de há décadas, anunciam a hecatombe e, ao mesmo tempo, prometem o paraíso. A direita pretende não mostrar ansiedade em alcançar o poder. Eleições legislativas estão a muita distância. Primeiro, é preciso assegurar a reeleição do actual PR. Daí os líderes do PSD e CDS não assumirem a ruptura com o actual Governo. É ainda útil, que o PS assuma a responsabilidade pela situação actual. Evidentemente, as contas do orçamento têm importância, assim como os credores e países parceiros UE/EURO. Todavia, este frenesim diário de afirmações contraditórias já anunciam uma longa campanha eleitoral. Reconheça-se o espírito de luta do Sr. Eng. Sócrates: ainda braceja, apesar da inexorável corrente da incompetência o arrastar para uma provável derrota.O Dr. Passsos Coelho pretende libertar-se dos atavismos do PSD, personificados nos respectivos “barões” e projectar-se como uma figura conscenciosa. Já o Dr. Paulo Portas, articulado, apresenta alternativas relativas à manta de retalhos, que constitui o projecto de orçamento 2011. Entretanto, os meios de informação deliciam-se com esta fartura de episódios. Todos reconhecem  as dificuldades acrescidas que os portugueses deverão enfrentar, nos próximos anos. No entanto, à boa maneira portuguesa desunidos estamos de acordo... E como sabemos aritmética bastam dois para se obter três... a proposta de orçamento de 2011 é o projecto da nossa discórdia irrisória...

I Orçamento 2011: “Inevitável e necessário”.


 Há dias, utilizando as habituais contundência e redundância, o Sr. Primeiro Ministro (PM) de “coração apertado” referiu-se mais uma vez ao orçamento 2011 e considerou-o, enfaticamente, “inevitável e necessário”. Eventual necessidade, só pode ser resultante da incompetência governamental em seguir um rumo de rigor e coerência. Actuação impossível, pois afasta-se da inauguração semanal com o seu lastro de espectáculo. A última euforia consistiu na instalação de uma base operacional permanente em Lisboa de uma companhia aérea de “baixo custo”, o que foi visto como uma demonstração de confiança no futuro do País (não foi tão barato, pois beneficiou de vários incentivos governamentais). Depois na Assembleia da República a Comissão Parlamentar de Finanças produzirá, certamente, outro documento. Nas contas, como nas leis, os detalhes fazem a diferença. Quanto à inevitabilidade, só o estertor do actual Governo é que torna tal fatalismo evidente. Antes da sua tristeza cardíaca, o Sr. PM dizia publicamente que não governaria com projectos orçamentais dos outros e quando estava em Nova Iorque ameaçou demitir-se (bem compreendo a forte tentação de ficar naquela grande cidade, até nem teria grandes dificuldades, como se viu, em fazer-se entender...). Afirmações sempre em tom agastado e determinado, talvez, para esconder a falta de conteúdo e pressionar opositores. Gosta de drama o Sr. Eng. Sócrates. Hoje, a sua outra face, o Ministro da Presidência (que raio de cargo) afirmou que está pronto a negociar à porta fechada com a oposição...francamente... haja paciência!

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Incompetência=república das bananas

Já tivemos o Presidente da Comissão com apelos patrióticos ao consenso entre Governo e oposição, apesar de ter abandonado Portugal numa situação difícil, enquanto PM. Hoje, o Embaixador dos Estados Unidos teceu comentários dando a entender que as autoridades americanas estavam a trabalhar em conjunto com as nossas sobre o orçamento!? No Luxemburgo, os Ministros das Finanças concordaram em controlo europeu sobre os orçamentos dos países EURO. Em síntese, o mundo está preocupado com o nossso descalabro financeiro e de mais três países europeus. Solidariedade? Caridade? Apenas interesse: recusa em continuar a financiar o nosso défice e ter a certeza que continuamos a pagar aos nossos credores, cujas sedes multinacionais se situam em países como a Alemanha ou os EUA. E têm razão para tal preocupação. Conforme desabafos do Sr. Eng. Sócrates, continuaríamos, alegremente, a pedir emprestado e a construir “TGVES”. A incompetência deste Governo e antecessores são os responsáveis desta situação degradante. Para que serviu Portugal ser eleito para o Conselho de Segurança das NU, se nem sequer o Parlamento Português terá autoridade efectiva de decisão sobre o dispêndio do dinheiro resultante da cobrança de impostos nacionais? Aliás, ficámos ainda mais expostos internacionalmente e inundados por sentenças paternalistas sobre a vida político-económica nacional. Parafraseando o Poeta: Governos fracos fazem fraca a forte gente...

sábado, 16 de outubro de 2010

Melhor: para quê um Ministério do Ambiente?

A política de ambiente deve ser geral e transversal. Hoje em dia, não faz sentido promover a agricultura e as pescas, ou construir casas, estradas, barragens, TGV e aeroportos, ou incentivar o turismo, sem pensar nas consequências ambientais. Há institutos técnicos, que servem para emitir pareceres e poderão fiscalizar, de maneira independente, projectos e os seus impactos. E, sobretudo, a legislação terá que ser clara e os tribunais expeditos para dirimir eventuais conflitos. Os grupos de pressão são importantes, mas não justificam a criação de ministérios, como é o do "ambiente". Modas não devem ser sustentadas pelos contribuintes. Seria avisado analisar as missões dos institutos mencionados -alguns já tiveram outras denominações - e verificar se não é possível extinguir alguns. Aproveita-se e erradica-se o Ministério do Ambiente. Para nada serve. E, por exemplo, nomeia-se um subsecretário de estado num dos outros ministérios com competências na mesma área. Poupava-se tempo e dinheiro. Porém, diminuia-se a possibilidade de distribuir cargos e mordomias

De Drama a Comédia: Orçamento de Estado para 2011.


Ontem, às 23.22H, quando os noctívagos começaram a sair para jantar qualquer coisinha, o Ministro das Finanças entregou na Assembleia da República a proposta de Orçamento de Estado (OE) para 2011. Depois, supõe-se, deve ter ido cear qualquer coisinha, talvez ao Bairro Alto, ou não?. Esta manhã (Sábado, 16/10/2010), ao pequeno almoço tardio, o mesmo membro do Governo frustrou as expectativas ao adiar uma conferência de imprensa, prevista para as 10.00H. Ficou para depois do almoço, que terá de ser leve. Poderá provocar alguma indisgestão. É a emoção do PREC de 1974/75, ao seu melhor estilo?! Ou apenas azia? O Governo do Sr. Eng. Sócrates conseguiu transformar em comédia o drama da apresentação do projecto de OE. Registe-se a competência. Os mercados internacionais ficaram mais esclarecidos. Assim, não há eleição para Conselho de Segurança que nos safe. De certeza, que nunca seríamos eleitos para um Conselho de Administração de qualquer empresa respeitável. Sr. PM não é preciso que o seu Ministro das Finanças esteja disponível 24H, basta nas horas do expediente...

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Dr. Barroso não lhe fica bem...

Não fica bem ao Dr. Barroso fazer apelos patrióticos. Em 2002, foi eleito PM de Portugal - mandato de 4 anos. Em 2004, abalou para Bruxelas, para Presidente da Comissão Europeia. Quando partiu, talvez a "tanga" (a expressão é dele) estivesse menos indecorosa (duvido) do que no momento da sua tomada de posse. Na realidade, a economia e finanças públicas portuguesas continuavam muito frágeis. E abandonou o País e um cargo de poder efectivo, por uma função cheia de fatuidade. Ilude-se quem pensa que chefiar a Comissão Europeia implica, de facto, mandar. Mesmo a influência é reduzida. O Dr. Barroso é um instrumentista em orquestra pouco afinada.Os maestros residem em Berlim, Paris e Londres. Escolheu uma posição mais confortável e muito melhor remunerada. As eventuais opiniões ou tomadas de posição só têm que seguir as notas musicais aprovadas pela orquestra de câmara alargada de 27, liderada pelos solistas residentes naquelas capitais. Em Bruxelas, a melodia dilui-se na cacofonia burocrática e, depois, é fácil culpar os músicos nacionais por possíveis desafinações.
O Eng. Sócrates  desculpabiliza-se. O Dr. Barroso abandonou. Grande sentido de responsabilidade e patriotismo...estamos conversados. Portugal merece mais e muito melhor!

Extraordinário! (sobrevivência e salvamento dos mineiros chilenos).

É quase inexplicável a afortunada sobrevivência dos mineiros às primeiras derrocadas. Também é incrível a persistente vontade em encontrar sobreviventes, após os terríveis aluimentos. Admire-se depois, a capacidade dos trabalhadores em manterem-se solidários, apesar do espaço tão limitado a que estavam sujeitos. Registe-se a atitude das autoridades chilenas ao mobilizar todos os recursos disponíveis para salvá-los e apoiar as respectivas famílias. Louve-se a capacidade dos meios humanos e técnicos de engenharia em resgatar as vítimas, evitando tragédia maior. Note-se ainda a solidariedade internacional, quer das autoridades de diversos países quer dos meios de informação. Milagre, sorte, talvez... Indubitável é mesmo o facto de se tratar de uma série de acontecimentos com gente humilde numa região remota e pobre do Chile, constituindo exemplo de determinação, coragem e sucesso. A Humanidade ainda é capaz de se surpreender a si própria de uma maneira positiva.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Prestigiante...e pouco mais.

 

De facto a diplomacia portuguesa está de parabéns. Mais uma vez tinha um objectivo e alcançou-o. Poucos se lembrarão da nossa última passagem pelo CS das N.U. O lugar é prestigiante e pouco mais. Para que o país conseguisse uma maior projecção era necessário que a situação socio-económico interna fosse saudável e que os actuais dirigentes tivessem um maior peso internacional. Como nenhuma destas duas variáveis está minimamente garantida nos próximos dois anos, ganhamos algum prestígio no âmbito de um sistema internacional a necessitar de grandes reformas. Assenta nos mesmos alicerces criados nos finais da II Guerra Mundial. Registe-se o gesto elegante do Canadá, ao retirar-se felicitou publicamente Portugal e a Alemanha.

domingo, 10 de outubro de 2010

Afinidades.

O Presidente venezuelano e o PM português têm em comum o fascínio da imagem e da acção. Vão à televisão e logo agem. Bem, os perfis, na aparência, até são contrastantes: o primeiro é moreno, volumoso e colorido; o segundo, pálido, ossudo e cinzento. Depois, o venezuelano gosta de vitimar os seus adversários; o português prefere fazer de vítima perante os seus opositores. Contudo, ambos muito recentemente desafiaram a oposição a correr com eles. Assim, na determinação são equivalentes e semelhantes na capacidade para conduzir os respectivos países à bancarrota. De maneira mais precisa, o Sr. Eng. Sócrates já conduziu Portugal praticamente à falência; o Sr. Coronel Chavez esforça-se, mas ainda não fez completamente o mesmo à Venezuela, porque os poços de petróleo são profundos. Porém, já não há dúvida as crianças dos dois países partilham esse mini- prodígio da tecnologia informática- o "canaima/magalhães". Bem, só nos resta aguardar que o buliçoso Presidente da Venezuela esteja com o seu amigo de coração apertado, o PM português, em Lisboa, depois das visitas que fará à Rússia, Bielorússia e Irão. É simpático para Portugal ser incluído num périplo tão exoticamente interessante.

Sobre a entrevista do Professor Carrilho à SIC Notícias.

O Professor Manuel Maria Carrilho no jornal das 9 da SIC Notícias de maneira sibilina e corrosiva constatou a ignorância do actual Governo em geral e, em especial, do PM. Considerou ser prejudicial a adopção de computadores na escola para crianças muito novas, criticando a distribuição dos “Magalhães”. Mais, foi contundente ao explicitar a diferença entre “certificação” e “qualificação”. Disse ainda haver “deslumbramento” e excessivo “culto de imagem” por parte da equipa governamental, parecendo querer, sobretudo, relevar essa forma de agir no Chefe do Governo. Concordo. Acrescento ainda o evidente “novo-riquismo”, quer nas atitudes do PM e dos seus ministros quer nas políticas seguidas, como se pantenteia na insistência no TGV – este último aspecto é particularmente grave, porque conduziu o país à actual situação. De facto, “convicção” sem substância e“determinação” sem objecto, talvez sirvam para ganhar eleições e manter pessoas e partidos no poder; porém, revelam vacuidade, quando as circunstâncias são adversas. Parabéns ao Professor Manuel Maria Carrilho pelo seu desassombro.

Sobre a entrevista do Professor Carrilho à SIC Notícias II

Na mesma entrevista o Professor Carrilho, como Embaixador na UNESCO, assumiu a sua total discordância com a opção política do Governo português em apoiar, no ano passado, o candidato egípcio para Director-Geral daquela organização internacional. Enfatizou, jamais votaria num candidato, que se declarara pronto a queimar todos os livros israelitas depositados em bibliotecas egípcias. Contudo, as instruções acabaram por ser seguidas, pois um dos outros funcionários depositou o voto em nome de Portugal, conforme fora decidido em Lisboa. Mostrou-se ainda ofendido pela forma como soube, recentemente, que não iria continuar no cargo.
O primeiro aspecto deste caso é a escolha de Carrilho para Embaixador. Perante o deserto de personalidades que os partidos políticos se vêm transformando, nomeadamente o socialista, não há muitos (e se os há, andam muito escondidos) militantes com o “perfil” (como agora se diz) articulado e “culto” do mencionado professor universitário de filosofia. Ficava bem um intelectual em Paris. Ainda por cima, enquanto foi Ministro da Cultura passeou-se pelo festival de Cannes com o realizador Manuel de Oliveira e pareceu manter relações cordiais com o seu homólogo gaulês da época ou com instituições culturais francesas. Depois da sua fracassada candidatura à Câmara Municipal de Lisboa, o Secretário-Geral do PS e PM mostrava a sua magnamidade ao escolhê-lo para aquela função apagada, mas prestigiante. Esperava, certamente, que o Professor se mostrasse agradecido. Por outro lado, transformava a capital francesa numa espécie de lar de reformados do seu partido, pois o Professor Carrilho juntava-se ao seu camarada e ex-Secretário-Geral Dr. Ferro Rodrigues, actual Chefe da Missão na OCDE e ainda ao ex-Secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Embaixador Seixas da Costa junto do Eliseu. Eram ex-colegas do actual PM no primeiro Governo Guterres e mereciam essa prova de consideração. Salazar tinha feito o mesmo com o Embaixador Marcello Mathias, assim como vários governos constitucionais pós-25 de Abril de 1974. Paris é sempre Paris e não interessa que a actual maioria francesa e o Presidente de França não sejam socialistas - um detalhe sem importância.
Todavia, o PM ou o Ministro de Negócios Estrangeiros subestimaram o carácter inconformista de Carrilho e perante o assunto mais importante, que poderia surgir a um Embaixador de Portugal na UNESCO, o verniz estalou. O embróglio resultou, no fundo, da “imagem” projectada pelo Professor Carrilho e o fascínio que provocou no Governo. O “deslumbramento” pode ter consequências, mesmo diplomáticas: ninguém acredita que Portugal na UNESCO tenha saído prestigiado junto dos outros países membros. Não foi o Chefe de Missão português a exercer o direito de voto do seu Estado num momento tão importante para aquela organização das Nações Unidas. Pormenor de alguma importância no contexto da candidatura portuguesa a um lugar não-permanente do Conselho de Segurança, cuja primeira votação está prevista para o dia 12 deste mês.

Sobre a entrevista do Professor Carrilho à SIC Notícias III

Ocorre depois um segundo aspecto: a opção político-diplomática portuguesa pelo candidato a Director-Geral. Porquê o Ministro da Cultura egípcio Faruq Hosny, figura nada consensual e controversa, sobretudo no seio do grupo ocidental? O Egipto, Sudão, Kowait e Líbia apoiavam-no e Portugal, pelos vistos, juntou-se-lhes. Logo que se soube da sua candidatura houve reacções muito negativas de diferentes meios e não apenas conotados com a causa judaica. Hosny tentou retratar-se das afirmações, que proferira num aceso debate parlamentar no Cairo. Contudo, o esforço não valeu de muito e acabou por perder para a candidata búlgara Irina Bokova. Presume-se que dos 9 candidatos iniciais, entre os quais a austríaca Benita Ferrero-Waldner (então Comissária para as Relações Externas da Comissão da UE e ex-Ministra dos Negócios Estrangeiros da Austria) era mais conveniente o egípcio para as autoridades portuguesas . Desconhece-se os motivos específicos da opção por um natural do país da esfínge. Considerando que as relações comerciais bilaterais com qualquer daqueles países africanos e do Médio Oriente são irrelevantes, deduz-se que não foram razões de natureza económica. Talvez mais um esforço, tantas vezes tentado, para captar capitais árabes. Igualmente, Portugal nunca manteve relações político-diplomáticas próximas com nenhum dos citados estados proponentes da candidatura egípcia e até teve o cuidado de não disponibilizar tropas, durante a primeira Guerra do Golfo, que libertou o Kowait em 1991. Parece que o nosso PM, como o seu homólogo italiano, entende-se bem com o líder líbio, Coronel Kadhafi. Nada se regista, felizmente, em relação ao Sudão. Assim, o posicionamento português só se pode entender à luz da sua campanha para membro não-permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Dessa maneira, juntou-se aos países em vias de desenvolvimento ou, como se dizia antigamente, ao “terceiro-mundo”. Interessante, após 36 anos de democracia, um Governo socialista adopta a via, que nos meados dos anos setenta chegou a estar na moda e a ter alguns defensores no seu seio e noutros partidos de esquerda em Portugal: a “via terceiromundista”. Não sabemos quantos compromissos de voto de membros das Nações Unidas se obteve entre os países arábes e outros apoiantes de Faruq Hosny. E a Assembleia da República esteve, que se saiba, alheada destas manobras. Entretanto, o Governo do Eng. Sócrates comprometeu-se com um candidato capaz de no seu Parlamento, em pleno século XXI, propor um auto-de-fé para se defender de outros fanáticos. Notável pragmatismo português, que deverá ter impressionado os membros do mais relevante areópago mundial em Nova Iorque. Talvez se possa, em breve, avaliar se foi lucrativa tamanha habilidade diplomática .



Sobre a entrevista do Professor Carrilho à SIC Notícias IV.


Voltando ainda ao Professor Carrilho, compreende-se a sua posição de princípio. No entanto, já é mais difícil entender a sua disponibilidade em continuar nas mesmas funções e a servir o mesmo Governo, durante mais um ano. Se as instruções originais violavam tanto a sua consciência, porque não pediu logo a demissão?! É professor universitário, não é diplomata de carreira. E após o incidente, porque é que  o Ministério dos Negócios Estrangeiros o manteve no lugar durante todo este tempo e o PM demorou a tomar a decisão? A UNESCO deixou de ser importante? A consciência do actual Governo português em projectar uma imagem de prestígio e coerência internacionais de acordo com a História do País está patente na forma como se mostrou zeloso apoiante de um candidato desprestigiado junto de importantes círculos de opinião pública e meios de informação ocidentais. Era mais relevante conseguir a simpatia da Líbia e do Sudão. No fundo tudo é negociável para as actuais autoridades portuguesas. Esquecem-se que a política internacional já não pode ser conduzida como no século XIX, quando as frequentes manobras de bastidores não tinham consequências visíveis. Essa notável flexibilidade é comparável à capacidade de acomadação filosófica de Manuel Maria Carrilho. Princípios para quê? E depois Paris tem outro encanto...

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Na China nada é celestial - Prémio Nobel da Paz.

O Império Celestial, com mais de cem séculos, só se abriu ao exterior, há cerca de trinta anos. Atendendo ao seu imenso território e enorme população, a abertura teve um impacto muito significativo. A actual globalização e China são duas faces da mesma moeda. Estão intrinsecamente ligadas. As potências ocidentais ficaram seduzidas pelo crescimento económico chinês. E alicerçadas num aparente e irredutível  pragmatismo preferem olvidar os valores democráticos e os direitos humanos (tão importantes para outras regiões do mundo), face aos herdeiros de Deng Xiaoping. As autoridades chinesas estão conscientes dessa atitude pragmática das passadas duas décadas e têm procurando expandir a sua esfera de influência, nomeadamente em áreas marítimas limítrofes. O Japão e as Filipinas vêm sentindo essa pressão político-militar.

Todavia, os países do ocidente tecnologicamente desenvolvidos demonstram, nos últimos tempos, menor grau de tolerância em relação à arrogância da República Popular da China. A sua insistente manipulação cambial e monetária, mantendo a respectiva moeda subavaliada, assim como os salários chineses artificialmente baixos, distorcem o valor de trocas comerciais, contribuindo para o aumento dos défices comerciais dos seus principais parceiros económicos. A maioria destes últimos, já antes da crise, apresentavam contas muito desequilibradas. O Congresso dos Estados Unidos projecta legislação para enfrentar o problema da manutenção artificial de câmbios desiguais relativamente ao dólar. Depois, a recente conferência promovida pelo FMI para abordar as questões cambiais parece não ter produzido consensos ou resultados.

Não sei se foi propositado por parte do Comité Nobel norueguês, que gosta de provocar controvérsia. Contudo e naquele contexto, é muito oportuna a atribuição do Prémio Nobel da Paz a um dissidente chinês. Aumenta ainda a consciência entre as autoridades chinesas, que a exportação de bens manufacturados implica também a importação de todo o tipo de ideias e não apenas tecnologia. Aliás, já devem estar bem cientes dessa realidade, considerando a crescente existência de novos e complexos problemas sociais, principalmente nas suas cidades.Claro, as pobres empresas norueguesas e, talvez, suecas com negócios na China são capazes de sofrer algumas dificuldades acrescidas. Mas, que se saiba, os chineses não são apreciadores de bacalhau, a não ser, eventualmente, alguns dos muitos que vivem em Portugal. Portanto, a saudável economia petrolífera norueguesa não corre riscos. O aparente monolitismo chinês não é ameaçado, porém fica incomodado. A realidade chinesa nunca foi celestial, até porque o azul nunca foi a cor favorita. No passado, os imperadores preferiram, como no presente os actuais dirigentes comunistas, o vermelho.

Infelizmente, a mulher do nobel chinês ainda vai ter que esperar para ver o marido sair da prisão. A China não é Myanmar e portanto Liu Xiabo deverá aguardar menos tempo que Aung San Suu Kyi pela liberdade; no entanto muito mais tempo para que os direitos políticos e civis democráticos passem a fazer parte do quotidiano chinês. E para isso acontecer será necessário um novo e muito diferente Confúcio.
        

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Explicações pouco claras

A Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa rejeitou os candidatos portugueses para uma vaga de Juiz no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem. O primeiro organismo emana dos Parlamentos nacionais. Tem legitimidade inequívoca, ao contrário da amálgama constituída pelo Parlamento Europeu da UE, onde os deputados são escolhidos em eleições fantamasgóricas. Explicação: não seriam bons. O deputado português Mota Amaral constata o facto, referindo que a notícia já se sabia, há duas emanas?! E menciona a oportunidade de renovar a candidatura em Dezembro. O Governo indigna-se perante a decisão, afirmando a seriedade de todo o processo de escolha. O Bastonário da Ordem dos Advogados também vocifera a sua indignação, considerando uma Professora de Coimbra e uma das candidatas rejeitadas como uma grande jurista e especialista em direito penal. Há algo que não bate certo: a) as autoridades e os candidatos portugueses não estudaram bem a lição, certamente por julgarem "favas contadas"....b) talvez vários países e os seus respectivos deputados estejam a retaliar contra posicionamento semelhante tomado por entidades portuguesas, em passado recente; c) possivelmente todo o processo de selecção português foi, em termos formais, correcto e informalmente uma grande combinação, (o que não seria surpreendente no nosso país na actualidade), que não resultou, porque a fase da preparação correu mal. É desprestigiante para o Governo português o que se passou, independentemente de se saber se foi esta ou aquela razão ou um conjunto de várias a provocar aquele desfecho. Para Portugal é triste constatar, que já nem sequer sabemos preparar em condições candidaturas para organismos internacionais. Será que se fez o trabalho diplomático? Os procedimentos de selecção foram bem analisados? Temos as quotas e contas nacionais em dia no Conselho da Europa e neste importante Tribunal?Pois é: era bom o Governo explicar. A indignação parece nada adiantar e depois este tipo de reacção... é de "país terceiromundista", ainda se diz assim? Mas parecemos...e Portugal não merece!

Guiné-Bissau, estabilizar...o quê?

Como outros estados espalhados pelo mundo a viabilidade e até a existência da Guiné-Bissau enquanto entidade política autónoma, é uma ficção. Os seus próprios dirigentes não o pretendem. Se querem, demonstram o contrário. A única possibilidade de sobrevivência digna e não pária da Guiné-Bissau entre as outras nações seria a aposta inequívoca, sem qualquer hesitação, na herança portuguesa. Esta resulta da história colonial e os seus dirigentes, muito ligados ainda ao passado, no fundo, rejeitam-na. Depois, apostar na Língua e Cultura Portuguesas dá trabalho, pouco dinheiro e exige muita paciência. De forma geral, as intervenções internacionais têm servido para perpetuar no poder os mesmos dirigentes, muitas vezes evitando (de maneira humana, reconheça-se) massacres e a selecção natural pela vitória do mais forte, histórica e habitualmente coincidente com o mais brutal. E no território guineenese o islamismo incrementa a influência em conjunto com todo o tipo de traficantes. O primeiro factor não implica necessariamente o segundo, porém na Guiné-Bissau, sobretudo nos últimos anos, têm andado a par. A Guiné-Bissau é um caso de diluição de uma ideia resultante do estertor do mundo colonial, cuja ficção acabou com a independência, em 1975. Com ou sem colonialismo, não é caso único. O mais recente é o Kosovo e não é em África...

Tratamento

Ontem, por ocasião das comemoração da proclamação da república, os mais altos dignatários estiveram todos a condizer. A começar pela cor das gravatas. Os discursos também, apelando à ponderação e à responsabilidade. Pois a população em geral, a menos responsável pela situação, é quem paga as contas. E o o Sr. PM tem "apertos de coração"...O melhor remédio contra doenças coronárias é a combinação de dieta e exercício. O Governo com mais de 50 membros é obscenamente obeso. Que tal uma dieta e diminuir o respectivo número?! Seria, aliás, uma forma de Ministros e Secretários de Estado fazerem algum exercício. Já faziam muito pouco. Agora, sem investimento público, farão ainda menos (felizmente, diga-se de passagem, mesmo quando procuram fazer algo são desmentidos por si ou pelo Ministros das Finanças, às vezes no próprio dia). Não terá que ter "apertos no coração". Está a velar pela saúde dos membros do seu partido. Só estão a ganhar peso. E um partido saudável é importante para a democracia. Sr. PM demita-os. Será bom para a saúde deles e, sobretudo, para o país. Já viu que sentido de responsabilidade! Que ponderação
...!

Passado e Presente, 06/10/2010

Passado e Presente

O regime republicano tem uma centena de anos e numa época de crise nenhum discurso foi capaz de encontrar algo de inspirador na I República e nos seus dirigentes. Apenas os ideais. Estes podiam ser republicanos ou monárquicos. Não constituíam monopólio dos primeiros. Mesmo na educação, o ideário visando o incremento do ensino público estava longe de ser monopólio republicano. Há várias tentivas de reformas do sistema de ensino, durante a monarquia constitucional, até antes de 1850. Aliás, o próprio presidente das comemorações reconheceu a incapacidade republicana em realizar os seus objectivos. Passados cem anos voltámos a estar numa encruzilhada. Não foi a crise internacional que provocou, de maneira repentina, o endividamento galopante do país. Foi a arrogância do "novo-riquismo" de sucessivos governos, sobretudo socialistas e republicanos, que para se perpetuarem no poder gastaram mais do que tinham. Mentiram descaradamente nas últimas eleições ao Povo Português, ocultando a situação das contas públicas. A responsabilidade, Sr. PM, começa exactamente pelo Governo e há pelo menos seis anos. Os republicanos de hoje são tão incompetentes como os de 1910.

O TGV que merecemos...

.03.10.2010

O Sr. PM tem uma coragem notável e um jogo de palavras assombroso (ou será desfaçatez?). Não tem dúvidas. Portanto, existe. Não pára, não escuta e não olha...segue enfrente como um comboio de alta velocidade. Ele é o TGV português, muito ar e pouca terra. Sem saber os portugueses já cá tinham o comboio de alta velocidade. A razão deste prodigioso fenómeno foi o poderoso choque tecnológico do primeiro Governo. É até mais barato, pois é movido por uma imaginação vertiginosa. Tal e qual o D. Quixote defendendo a sua Dulcineia, o investimento público, montado num orçamento cheio de buracos; claro, o Sancho Teixeira dos Santos no seu burrico chama-o, de vez em quando, à realidade. Então juntos, inventam "PECS" (Programas Especiais de Cobrança), para que Portugal continue a ocupar a box de um dos burros europeus. E depois a Sra. Merkel, sorridente, deixa-nos zurrar, obedientemente baixinho, nos Conselhos Europeus