quarta-feira, 20 de outubro de 2010

I Orçamento 2011: “Inevitável e necessário”.


 Há dias, utilizando as habituais contundência e redundância, o Sr. Primeiro Ministro (PM) de “coração apertado” referiu-se mais uma vez ao orçamento 2011 e considerou-o, enfaticamente, “inevitável e necessário”. Eventual necessidade, só pode ser resultante da incompetência governamental em seguir um rumo de rigor e coerência. Actuação impossível, pois afasta-se da inauguração semanal com o seu lastro de espectáculo. A última euforia consistiu na instalação de uma base operacional permanente em Lisboa de uma companhia aérea de “baixo custo”, o que foi visto como uma demonstração de confiança no futuro do País (não foi tão barato, pois beneficiou de vários incentivos governamentais). Depois na Assembleia da República a Comissão Parlamentar de Finanças produzirá, certamente, outro documento. Nas contas, como nas leis, os detalhes fazem a diferença. Quanto à inevitabilidade, só o estertor do actual Governo é que torna tal fatalismo evidente. Antes da sua tristeza cardíaca, o Sr. PM dizia publicamente que não governaria com projectos orçamentais dos outros e quando estava em Nova Iorque ameaçou demitir-se (bem compreendo a forte tentação de ficar naquela grande cidade, até nem teria grandes dificuldades, como se viu, em fazer-se entender...). Afirmações sempre em tom agastado e determinado, talvez, para esconder a falta de conteúdo e pressionar opositores. Gosta de drama o Sr. Eng. Sócrates. Hoje, a sua outra face, o Ministro da Presidência (que raio de cargo) afirmou que está pronto a negociar à porta fechada com a oposição...francamente... haja paciência!

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