terça-feira, 22 de maio de 2012

Previsões...(a propósito de umas previsões económicas pessimistas, desta vez da OCDE).

Se a economia percorresse caminhos apontados por previsões as crises económicas nunca aconteceriam. Os economistas saberiam adoptar com antecedência terapias para evitar bacilos e poderiam ainda minorar efeitos de possíveis situações infecciosas.Não é assim. Os factos comprovam-no. O actual secretário-geral da OCDE visitou Portugal, quando o estertor do governo PS do PM Sócrates era já evidente, consequência de políticas incompetentes e trafulhices com contas e números. Essa personagem anunciou então, que os "PEC" eram mais do que suficientes, não havendo necessidade de assistência internacional. Viu-se e nota-se. Agora, a mesma organização prevê, ao contrário daquela tola visita, dias ainda mais sombrios do que os actuais. Gosta de ser do contra. Caso para perguntar o que fazem os técnicos da embaixada portuguesa junto da OCDE?! Pelos vistos o dr. Ferro Rodrigues, ex-secretário-geral do PS e seu actual deputado continua a mandar por lá, ou não? Portanto, o que a OCDE diz vale o que vale e contribui para que, uma vez mais, economia rime com alquimia e "previsão económica" seja expressão homóloga a "oráculos da desgraça". Entretanto, o PS fala como se nenhuma responsabilidade tivesse da presente situação crítica do País. Os socialistas portugueses, hipocritamente, insistem num qualquer anexo como se um papel fizesse surgir do éter económico, através de um eventual exorcismo exotérico, "emprego e crescimento".

segunda-feira, 21 de maio de 2012

O dr. Miguel Relvas (a propósito de um artigo do semanário "expresso" acerca de comentários e notícias que o ministro dos assuntos parlamentares teria pressionado e ameaçado uma jornalista do jornal "público"...)

No dr. Miguel Relvas nota-se a todo o momento como adora poder e projecção. Ser ministro constituiu a sua ambição. Assume com visível prazer a tarefa no governo de "arreda" ou "cilindro triturador" de oposições. Mais, adora ser centro das atenções e fala e torna a falar, conseguindo aparecer no noticiário generalista e a comentar nos canais de informação várias vezes no mesmo dia. Energia e desfaçatez não lhe faltam. Trata-se de um palrador extraordinário e de uma notável máquina de perdigotos. Incansável. Evidentemente, nesta história da jornalista inadmissível seria se, de facto, a ameaçou com alguma coisa repeitante à vida privada da senhora, seja o que fôr. Pressionar jornalistas faz parte das suas funções. Quanto aos jornais e outros meios de informação não venham pregar moral ou fazerem-se de inocentes sobre notícias, pressões, declarações, comentários, editoriais...aliás, vê-se o título afirmativo desta notícia contradiz o seu próprio conteúdo, pois no "seu corpo/texto" diz-se que o comentador da TVI (Marcello Rebelo de Sousa) só em último caso defende o afastamento do ministro. Estes artigos tendo como centro desentendimentos  do dr. Relvas tornam, mais uma vez evidente, a promiscuidade entre governos e meios de informação. É assim em Portugal como em todo o mundo. Situações destas acontecem, quando personagens, andando muito embrulhadas umas com as outras, alguém fica ao frio e não gosta. Constipa-se e por vingança pretende contagiar outros. No desenvolvimento da novela ainda não se percebeu, exactamente, quem é que ficou destapado a fungar e a tossir. Provavelmente, nunca se saberá. Entretanto, o PS e a restante esquerda mais os guardiões da pretensa moralidade jornalística, além de pedirem em uníssono a "cabeça política" do ministro em causa, possivelmente, insistirão em inquérito parlamentar. No intervalo entre o final da época futebolística nacional e o europeu será uma eventual distração da visita das três instituições, que garantem o empréstimos financeiros internacionais. O dr. Relvas está apenas a colher o que semeou. Se sair do governo nada se perde.

domingo, 20 de maio de 2012

G8 + Grécia

Talvez muitos parolos gregos estejam, tontamente, satisfeitos pelo seu país constituir foco de atenção na cimeira dos G8. Porém, deveriam estar envergonhados. A sra. Merkel falou bem, se a Grécia pretende continuar na zona EURO tem que cumprir as suas obrigações. As ideias apregoadas pelo sr. Hollande (a pensar na França) estão a fomentar a ilusão: alguém salvaria, mais uma vez, Atenas, como acontece desde que a Grécia entrou na então CEE e, depois, conseguiu incluir-se, fraudelentamente no EURO (como a Itália - engenharia orçamental/financeira com a cumplicidade interesseira dos parceiros). Falso. Ninguém vai safar os gregos da escolha: cumprir ou sair da moeda única. Ajeitou-se, contudo, o tema ao sr. Obama. Paternal, o actual presidente dos EUA, aproveitou para dizer umas banalidades sobre crescimento e emprego ao som do "frére jacques" do sr. Hollande. Convém-lhe a cantiga em ano de eleições. Dar conselhos sentimentais aos avós europeus da nação americana cai bem e projecta a imagem de "homem de estado". Eleva o ego nacional americano. Até o sr. Cameron, de maneira indirecta, espetara, dias antes, umas farpas aos alemães a propósito dos problemas gregos ao pretender mostrar-se solidário, quando o Reino Unido não faz parte do EURO. As economias americana e britânica estão muito mal e a alemã, ao contrário, bem. Importa estar-se atento. Todavia, aquela não é "guerra" portuguesa. Portugal não é a Grécia, nem a França. Deverá continuar no mesmo rumo de austeridade para evitar dramas maiores. Fora do EURO a tragicomédia grega passará a simples tragédia, à maneira da "Antígona" de Sófocles e,  se no final, ninguém sai vencedor, serão os gregos os maiores perdedores.
Crescimento, emprego e, com se diz agora, "desenvolvimento sustentado", só poderão ser alcançados com uma carga fiscal bastante menor. Esta, actualmente, sufoca pessoas e famílias e a economia portuguesa no seu conjunto, desmotivando o investimento estrangeiro e sufocando as tão propaladas pequenas e médias empresas. Reconheça-se, no entanto, não será possível diminuir impostos nos tempos mais próximos, pois existe a obrigação de baixar o endividamento geral nacional. E regular o pagamento da dívida constitui, sem qualquer dúvida, a principal prioridade nestes tempos árduos.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

"Merkhollande II"

Está à vista: a "merkhollande", em substância, pouco ou nada se distinguirá da "merkosy". Os cortes dos salários, a reposição da idade da reforma para alguns casos e o imposto sobre as grandes fortunas são apenas gestos simbólicos a pretender marcar a diferença. E só devem passar a ser lei depois das legislativas. Aliás, são tomadas apenas a pensar no próximo acto eleitoral, que os socalistas querem ganhar com maioria absoluta. A partir daí já não terão alibis. Então ver-se-á o Governo francês, durante e imediatamente após o EURO 2012, tomar as medidas mais duras de austeridade. Não há alternativa. Claro está, tudo sob o "manto diáfono" da retórica pró-europeia do "crescimento e emprego". Discurso também muito conveniente para a chanceler Merkel, atendendo às eleições gerais do próximo ano. Aliás, o Governo alemão não hesitará em aumentar salários, pois a respectiva economia permitirá essa ousadia. Talvez o único país europeu a sentir-se confortável para o fazer. Os franceses, não tenham dúvidas, vão continuar a "apertar o cinto"...Agora se a Grécia sair do EURO, o que se torna cada vez mais uma possibilidade (ainda não é inevitável), será bastante difícil, mesmo para a Alemanha, continuar, a curto prazo, na mesma rota de prosperidade. Assim, quer franceses, quer alemães terão sérios problemas e a aparente paz no seio da "merkhollande" poderá implodir, expondo as diferenças franco-alemãs de conciliação difícil. Portugal nada ganhará com qualquer crise...Ao governo português interessa a maior estabilidade possível para poder não sofrer com os reflexos de uma crise europeia (terá repercussões para além da Europa) resultante da saída da Grécia da chamada "moeda única". Toda esta situação deixa transparecer como todos os dirigentes europeus dos anos 90 do século passado e do início deste milénio andaram ocupados com o supérfulo e esqueceram o essencial, que consiste no bem-estar dos povos que os elegem. As facturas da imprudência,  inépcia e trafulhices governativas continuarão a ser cobradas, como os portugueses estão a pagar de forma tão dura.

terça-feira, 15 de maio de 2012

"Merkhollande"

Vai-se ficando a saber quem são os protogonistas desse novo país das maravilhas chamado "merkhollande". Hoje será institucionalizado. Une quase todos os germânicos. Os mais romanizados a ocidente e os outros. Os alemães iluminados pela luz civilizacional mediterrânica mais tarde, mostraram-se, contudo, seus zelosos seguidores. Dividiram o mundo cristão ocidental, criando o protestantismo (inspirado em interpretações de obras do Bispo de Hipona, antiga localidade romana situada na presente Argélia). Os srs Hollande e Ayrault não têm experiência governativa. Não constitui problema. O segundo sabe alemão. Governará à alemã, controlando a despesa pública.?! Indícios da sua administração em Nantes parecem-no desmentir. Se o sr. Hollande não conseguir fazer compreender à Sra. Merkel os seus projectos de crescimento e emprego, o sr. Ayrault traduz para alemão os pensamentos do seu presidente, não é verdade?...Tarefa ciclópica e complexa. Controlar o orçamento francês, não diminuir impostos para pagar o serviço da dívida e, ao mesmo tempo, impulsionar a economia à custa do estado não será fácil explanar a alguém como a chanceler alemã formada em física-química, ciências onde os números contam muito e a retórica nada. Dificilmente o "esprit français" ajudará: a sra. Merkel não frequentou as mesmas escolas superiores elitistas do sr. Hollande. Mais, consequência da herança protestante paterna, a sra. Merkel pensará como Max Weber na "ética protestante"...os seus interlocutores franceses têm princípios éticos católicos...pois é ...está-se, portanto, perante uma "merkollande" inequivocamente ecuménica, mas não existe João XXIII... Sua Santidade Bento XVI é alemão...Não há nada a favor de Paris?!...Oh la la...il ya toujours les fromages brie et camembert, n'est ce pas?

terça-feira, 8 de maio de 2012

As eleições francesas III

Como estão amigos, os srs. Sarkosy e Hollande. Bonito, sim senhor. Fica bem. Só não se viram os dois a oscular-se, hábito tão francófono. Todavia, não há razões para franceses e restantes europeus descansarem perante o sinal apaziguador. Se a promessa de renegociação do chamado "acordo orçamental" europeu do presidente-eleito, durante a campanha eleitoral, visaria projectar a imagem de uma França afirmativa e mais influente na cena internacional, a sua anunciada ida à Alemanha, ao que se diz, no dia imediato à sua tomada de posse como chefe-de-estado, desmente, na prática, esse objectivo. Visita, além de prematura, consolida a imagem de superioridade da sra. Merkel e do seu país face aos seus primos francos. Quando o presidente francês corre para o colo alemão, parecendo pedir benção e conforto... ou será já um acto de contrição em relação a algumas afirmações "plus méchants" da campanha eleitoral? Compreensível, contudo não se reconhem à bonacheirona chanceler alemã sentimentos maternais. A monarquia francesa sempre lutou contra a supremacia do Sacro-Império Romano-Germânico...portanto, Richelieu, o primeiro artífice do moderno estado francês, assim como sucessores seus devem estar a revolver-se nas tumbas perante a precipitação do sr. Hollande em cair no regaço (reconfortante?) da aparentemente sempre disponível chefe de governo alemã. Institucionalizar-se-á a sociedade "merkhollande" com sede em Berlim, como acontecia com a sua predecessora "merkosy".

domingo, 6 de maio de 2012

As eleições francesas II

A vitória do sr. Hollande não é um bom presságio para os franceses. Cria ilusões. Não desapareceram as dívidas da França com a vitória socialista. Pensaram os franceses que seria preciso mudar de Presidente para que tudo continuasse na mesma? A "esquerda" será obrigada a tomar as medidas mais austeras. Sem desculpas. E a França não difere de outros países. De facto, a tão falada e odiada (com toda a razão)austeridade não é fatalidade, antes necessidade. O recém-eleito presidente francês talvez acredite que pode encontrar dinheiro para pôr em prática "políticas económicas de crescimento", seja lá o que isso fôr, no início na segunda década do século XXI. Porém, encontrar quantias para investir e continuar a pagar as dívidas, preservando, ao mesmo tempo, o muito desgastado "modelo social europeu" (leia-se estado previdência) seria proeza assinalável. O dinheiro para investimento estatal terá que ser pedido emprestado e para pagar os défices, reformados e serviços sociais não se poderão baixar impostos. São estes últimos e a sua respectiva administração o cerne da questão em Portugal, França e por toda a restante UE. Para a economia crescer de maneira sustentada tornam-se necessários recursos financeiros...pois é, mas as pessoas e empresas asfixiam em impostos e taxas para sustentar burocracias pesadas e redudantes de serviços e cargos.Na actualidade sobra quase nada para obras públicas,bolsas de formação,manutenção de serviços de saúde e de educação...Croissance?! Comment?

sexta-feira, 4 de maio de 2012

As eleições francesas.

As próximas eleições francesas são importantes: as presidenciais, neste Domingo e as legislativas,em Junho próximo. Complementam-se. Em ambas as sondagens dão vantagem aos socialistas. O discurso do sr. Hollande não augura nada de bom, nomeadamente a ideia da renegociação do "acordo orçamental europeu" (mais uma redudância bruxelense). Se cada novo governo europeu decidir renegociar, sem consenso dos parceiros, o que os seus antecessores concordaram meses antes, a confusão na UE aumenta. E coitadinhos dos "mercados", não há psiquiatra que os acuda com tantos nervos...Porém, alvez o que os franceses mais gostam acerca daquele objectivo balofo do candidato socialista é o facto de assumir a oposição à supremacia alemã. De facto, se o Monsieur Sarkosy perder (derrota longe de certa) será, sobretudo, por causa da sua intimidade política com a sra. Merkel, perante a qual a França se sente subalternizada. Com"Merkosy" ou "markollande", a Alemanha será sempre incontornável. Francos e todos os povos germânicos são produtos das terras frias e sombrias dos "nibelungos"... O sr. Bayrou é um sobrevivente e segue as projecções a pensar no repasto, após as legislativas. Deveria reler o seu "Henry IV". Este rei foi ousado, pois concluiu, sem rebuço, que Paris valia uma Missa. Todavia, nem o primeiro monarca bourbon conseguiu unir os seus súbditos católicos e protestantes, nem o anúncio da intenção de voto do ex-cadidato centrista contribuirá para uma maior unidade francesa...