quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Explicações pouco claras

A Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa rejeitou os candidatos portugueses para uma vaga de Juiz no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem. O primeiro organismo emana dos Parlamentos nacionais. Tem legitimidade inequívoca, ao contrário da amálgama constituída pelo Parlamento Europeu da UE, onde os deputados são escolhidos em eleições fantamasgóricas. Explicação: não seriam bons. O deputado português Mota Amaral constata o facto, referindo que a notícia já se sabia, há duas emanas?! E menciona a oportunidade de renovar a candidatura em Dezembro. O Governo indigna-se perante a decisão, afirmando a seriedade de todo o processo de escolha. O Bastonário da Ordem dos Advogados também vocifera a sua indignação, considerando uma Professora de Coimbra e uma das candidatas rejeitadas como uma grande jurista e especialista em direito penal. Há algo que não bate certo: a) as autoridades e os candidatos portugueses não estudaram bem a lição, certamente por julgarem "favas contadas"....b) talvez vários países e os seus respectivos deputados estejam a retaliar contra posicionamento semelhante tomado por entidades portuguesas, em passado recente; c) possivelmente todo o processo de selecção português foi, em termos formais, correcto e informalmente uma grande combinação, (o que não seria surpreendente no nosso país na actualidade), que não resultou, porque a fase da preparação correu mal. É desprestigiante para o Governo português o que se passou, independentemente de se saber se foi esta ou aquela razão ou um conjunto de várias a provocar aquele desfecho. Para Portugal é triste constatar, que já nem sequer sabemos preparar em condições candidaturas para organismos internacionais. Será que se fez o trabalho diplomático? Os procedimentos de selecção foram bem analisados? Temos as quotas e contas nacionais em dia no Conselho da Europa e neste importante Tribunal?Pois é: era bom o Governo explicar. A indignação parece nada adiantar e depois este tipo de reacção... é de "país terceiromundista", ainda se diz assim? Mas parecemos...e Portugal não merece!

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