quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Soberania (a propósito de declarações de S.A.R. D. Duarte Pio sobre o facto da crise afectar a soberania portuguesa).

S.A.R. D. Duarte tem razão. A crise ameaça inequivocamente a Soberania. Como a de qualquer outro Estado, hoje como no passado, a soberania de Portugal não é absoluta. O relacionamento entre os estados faz-se de inter-dependências e estas condicionam, interna e internacionalmente, as decisões dos respectivos governos. Nenhum está isolado no universo. Porém, a actual fragilidade extrema política-financeira do País retira-lhe a pouca autonomia ainda existente e poder negocial. O consequente desprestígio internacional torna-se incontornável. Dificulta a afirmação e a projecção de Portugal no mundo. Não há participação no Conselho de Segurança ou proclamação do Fado como Património Imaterial da Humanidade ou golos do Ronaldo capazes de resgatar a triste e vil imagem de uma Nação aflita e afligida, cuja qualidade de vida irá baixar, nos próximos anos. A única alternativa é trabalhar, poupar e aprender, para sempre, que não vale a pena viver-se acima das possibilidades, porque ninguém paga por nós as nossas contas. A réstea de soberania/autonomia é importante. Gera espaço de manobra para a defesa dos nossos interesses específicos, que não são os mesmos de espanhois, franceses, alemães, brasileiros ou angolanos. Defender um super-governo económico europeu é ser-se ignaro ou não ter consciência histórica sobre Portugal e a Europa. Provocaria ainda a completa subalternização portuguesa aos labirínticos,bizantinos e pouco competentes burocratas de Bruxelas, marionetes de Berlim.

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