quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Se os futebolistas profissionais...(a propósito da proposta do eurodeputado do PSD Paulo Rangel para a criação de uma agência de apoio a portugueses desempregados que pretendam emigrar, na sequência de uma sugestão do PM, segundo a qual professores sem emprego poderiam ir trabalhar para países lusófonos).

Se os futebolistas profissionais emigram e se isso é encarado com naturalidade, não escandaliza se outros portugueses optem pela mesma solução. Mas o PM não deve apresentar essa opção como saída para os desempregados (mais, os países lusófonos mencionados oferecem más condições de trabalho). Primeiro, transmite a ideia que o governo não tem solução para o desemprego e nem sequer a procura; segundo, num país tão desertificado torna-se mais um convite ao abandono; por último, comunica-se desalento a muitas pessoas já desencorajadas ou mesmo desesperadas, num país envelhecido. E não há que criar qualquer agência. Dever-se-ia acabar com aquela secretaria de estado (chama-se das comunidades, não é?!) existente no MNE; qualquer organismo seria inútil, como são as secretarias de estado da cultura, turismo ou juventude, por exemplo. De uma vez por todas, não cabe ao Estado sugerir, dirigir ou paternalizar as pessoas. Estas devem ser responsáveis pelas suas vidas e, hoje em dia, não há falta de fontes de informação para se ponderar uma decisão, antes de ser tomada. Como todos os países da Europa, sem excepção, Portugal sempre têve emigrantes espalhados pelos continentes, umas vezes mais outras menos, conforme as épocas. Ter ofertas de emprego seria preferível. Porém, o aumento do desemprego constitui, infelizmente, a tendência actual. Hoje, emigrar para os europeus difere, em muito, da aventura do século XIX ou dos percursos sinuosos de meados do XX, em consequência da proliferação e fácil acesso a meios rápidos de circulação e de comunicação: avião, rádio, telemóveis, televisão e "net". O mundo, cada vez mais, toma a forma de uma imensa e complexa aldeia. Importa, contudo, sublinhar a obrigação do Estado e respectivo governo: proporcionar condições de segurança, justiça, liberdade, bem-estar e progresso para os seus cidadãos.

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