quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

A entrevista (a propósito de uma entrevista ao PM português à SIC e subsequentes comentários).

A entrevista do PM à SIC nada têve de especial: entrevistadores mal preparados com observações disparatadas; entrevistado procurou responder com elegância, revelando pouco do que realmente pensa. A seguir, os comentadores também pouco inspirados e mal informados, a repetir as habituais banalidades metafísicas sobre a Europa. Quando, por acaso, tocaram em problemas concretos lamentaram-nos enunciando alternativas quiméricas ou vituperando personagens. Não há dúvida, ali para os lados de Carnaxide, a Sra. Merkel é odiada e o Sr. Sarkozy desprezado. E enquanto o dr. Sousa Tavares, sagaz, questionava o éter como é que se sai da crise...!?Francamente, não através da culinária. Isso já se sabe, assim como toda a gente é capaz de saber como é que se chegou a esta situação. Agora desconhece-se outra receita para além da austeridade. Poupar, pagar e não gastar e voltar a amealhar e não dispender, é a única metodologia capaz de funcionar na cozinha dos pobres. Não há cozinheiro Roosevelt, Keynes, "new deal", "eurobonds" ou BCE que cozinhe de graça. Mais, ainda está por inventar o ingrediente capaz de dar sabor sem trabalho e aroma sem dinheiro. Infeliz e dramaticamente, a mistela requentada das finanças públicas provoca enjoos, eventuais vómitos à mistura com muito mal-estar, com a possível agravante: arrisca-se a empestar o ar e a ficar estagnado a pairar se os ventos vindos de fora não arejarem com fluidez os espaços pestilentos das dívidas. Esta é a triste realidade e consequêmcia de se viver de propaganda, como, mais uma vez, ficou patente (e não aparente) através de mais uma promessa fracassada como o projecto da Nissan em Aveiro.
No seguimento dos doutos comentários ouvidos, quando é que se interioriza: Europa nunca rimou com "solidariedade" e muito menos com "caridade". Todavia, União Europeia (UE) casa bem com "poder", "negócio", "centro comercial", "conversa" e "interesse". Portanto, quem pode manda, como a Alemanha ou resiste, como o Reino Unido. Se se pensar assim, ninguém, no mínimo, se ilude.

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