sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

E assim é...(acerca das primeiras conclusões da Cimeira da UE em 08/12/2011).

E assim é, a UE concordou em discordar. Habitual. A Britânia não cedeu. A libra, a Commonweatlh e a City dão-lhe espaço de manobra para resistir à determinação prussiana. Quando o duo Schroder e Chirac, em 2003/04, não respeitaram os 3% do Pacto de Estabilidade, o eixo Berlim-Paris não pensou em novos tratados ou em soluções alternativas minimalistas intergovernamentais. Certo, a crise era outra. Agora, ainda não se sabem os detalhes. Confirma-se porém, que os orçamentos dos países EURO deverão ser obrigatória e previamente aprovados por Bruxelas. Claro, por elegância, não se meciona Berlim. A Comissão passa a supervisionar. Esse processo pesará de forma determinante nas discussões orçamentais anuais para governos e parlamentos nacionais. Implicará a apresentação do projecto de orçamento antes do Verão? E aprovação parlamentar será antes ou depois de um qualquer grupo de burocratas europeus conceder a benção contabilística? A burocracia europeia mandará mais que os deputados eleitos pelas populações? Bem, para a Alemanha estas dúvidas não existem, porque o seu peso económico e político determinarão, em última instância, as orientações de todos os outros parceiros. Portugal deve e muito. É incontornável a sua dependência do mercado europeu/alemão. Impossível evitar a aceitação desse provável acordo intergovernamental. Moral: a incompetência e a trafulhice conduziram-nos a esta situação de completa e compulsiva subalternização. Não constitui alívio saber que não somos os únicos.

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