quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Futurologia...(a propósito dos comentários do editor de economia do semanário "Expresso" criticando a decisão do Governo Português em vender 21,35% das acções da EDP a uma companhia chinesa).

O dr. Nicolau Santos continua a fazer futurologia...Certamente, no seu tempo a Faculdade de Economia ou Instituto seguiu cadeiras especiais de necromancia ou astrologia. Se a companhia chinesa oferecia mais dinheiro e a China constitui um dos maiores mercados mundiais em constante crescimento, porque carga de água não deveria o Governo Português vender à melhor oferta?! De certeza que brasileiros ou alemães seriam melhor para o futuro? Está isso escrito na estrela polar ou no cruzeiro do sul?! Revelação do espírito dos natais passados ou dos vindouros?! E depois a tão falada internacionalização da economia não passará também pelo incremento da respectiva diversidade? Aliás, a tão glosada globalização não passa em muito pela China? Evidentemente, a decisão pode ser um risco a longo prazo, assim como seria qualquer outra opção. Simplesmente, as condições de mercado no futuro irão,  talvez, esclarecer essa dúvida ou outras. Portanto, não se critique a decisão com base em preconceitos, que nos anos sessenta se sintetizava no chamado "perigo amarelo". Criticado deve ser o percurso que trouxe Portugal ao caminho compulsivo da obrigação de uma venda por imperativo de efectuar pagamentos a credores. Eventualmente, o negócio revelar-se-ia em qualquer caso a melhor escolha. Porém, de todo o enquadramento anterior, constata-se a imposição do trio das instituições internacionais ligadas à assistência financeira. Mais, não reside a oriente a tão apregoada liquidez das abstracções chamadas "mercados"? No fundo, o dr. Nicolau Santos pensa como aquele duo de brilhantes socialistas: as dívidas não são para ser pagas, mas geridas ou dever dinheiro equivale a oportunidade para ameaçar ou chantangear quem emprestou aos Estados.  

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