sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

A entrevista...(a propósito de uma entrevista do MNE Paulo Portas à RTP1, em 15/12/2011).

A entrevista do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros pareceu uma sessão de campanha pré-eleitoral. A entrevistadora, mais deliciada só pelo facto de estar ali do que com o entrevistado e as respostas, deixou este último deambular pelo mundo da propaganda. Continua líder do CDS. Porém, o que é que o Dr. Paulo Portas faz, de efectivo, no governo? Parece que é MNE com a responsabilidade do AICEP e cheio de entusiasmo com aquela coisa da "diplomacia económica". Freneticamente, visitou não se sabe quantos países e, de acordo com as suas próprias palavras, os que foram especificamente mencionados são mais relevantes do que outros...Certamente, vendo o programa estavam apenas os representantes das "relevâncias". Os outros não. Francamente, as palavras importam e para um MNE contam a duplicar, sobretudo se o estado se encontra em situação frágil. Outro detalhe, releve-se a participação numa sessão do Conselho de Segurança das Nações Unidas, mas não é fundamental para  
Portugal, principalmente com a nossa História de mais de 868  anos, como foi sublinhado. Depois, o "slogan" internacionalização ou expansão no estrangeiro assegura postos de trabalho no próprio país não é verificável. Trata-se de argumento falacioso. Constata-se muitas vezes o contrário. Portanto, cuidado com frases feitas. E não é automático que o eventual êxito internacional de uma economia produza riqueza na própria terra de origem dos investidores. Falar verdade implica, igualmente, ponderar-se
sobre possíveis mistificações. Economia, mercados, trabalho e lucro não são conceitos ou realidades harmoniosas. A recente crise comprova e de que maneira a existência de contradições.
Mais uma observação: lembre-se do segundo 2º Mandamento: " não evocarás o nome...". Pois é, a evocação do patriotismo é salutar, contudo em excesso torna-se fastidioso, vulgariza-se o conceito de dever e Pátria e ninguém acredita que a ambição pessoal e o gosto pelo exercício do poder não sejam também fortes motivações para qualquer político, no passado como hoje em dia...
Ao contrário do dr. Passos Coelho, parece que o dr. Paulo Portas perdeu capacidades e talento ao chegar ao poder...é pena.

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