Vários clientes de uma das mercearias do meu bairro ficaram deveras surpeendidos pelo espírito de empreendedorismo do Sr. Silva, o sexagenário proprietário daquele prestigiado estabelecimento comercial. Em resumo, o homem está preocupado com tantos cortes e consequentes possibilidades de calotes dos seus habituais clientes (alguns até são drs!), pelo que já decidiu ir abrir uma mercearia fina, algures no norte de África, seguindo o conselho do dr. Portas, que tem toda a razão, quanto à necessidade da internacionalização de Portugal. E como ele disse na última intervenção televisiva, a propósito da morte do ditador líbio, o investimento lá fora conserva os postos de trabalho cá dentro, a sua mulher e filha poderiam continuar trabalhar ali, enquanto ele tentava a sorte...agora, está indeciso entre a Tunísia, Egipto ou Líbia. Está mais inclinado para o último, porque deverá transformar-se numa "sociedade inclusiva" - não sabendo exactamente o que isso significa, soou-lhe bem e como o dr. Portas mostrou ter essa esperança, o Sr. Silva acredita nessa visão ecuménica. Já tem uns caixotes de conservas de atum, caixas de vinhos, fardos de presuntos de Lamego, etc. Agora, vai telefonar para o embaixador em Tripoli para falar com ele, porque o dr. Portas disse que a embaixada reabriu e estava à disposição de todos os homens de negócios. Ficou ainda mais animado com a notícia sobre uma grande fortuna líbia depositada na CGD, depreendendo que o crédito deve ser fácil de obter ...
Acho que o segredo para o sucesso seria o Sr. Silva organizar uma parceria publico-privada, com o apoio da empresa municipal Lispolis (Associação para o Pólo tecnológico de Lisboa), de modo a melhorar a gestão da Câmara de Tripoli e espalhar os conhecimentos únicos portugueses na área da multiplicação de empresas municipais.
ResponderEliminar