segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Carpir não adianta...( a propósito de cinco comentários de cronistas do semanário "expresso").

Li os comentários. Pareceram-me todos escritos por carpideiras. Os convidados do último "expresso da meia-noite" não choraram dessa maneira. Espantoso, nota-se o mesmo denominador comum naqueles ilustres jornalistas. Deixam pairar implicitamente: a preferência que tudo continuasse na mesma. Mais, indiciam um naco de saudade das trafulhices dos governos PS. Extraordinário, gostavam dos PEC e dos respectivos chorrilhos de mistificações. Talvez nos labirintos de argumentos e análises contraditórias encontrassem a felicidade e audiências. Como o colega dr. Rebelo de Sousa, querem que o Estado poupe e gaste ao mesmo tempo. A transparência do objectivo e a simplicidade do método anunciados deixa-os confusos: finalidade= pagar; metodologia=poupar. O estado está falido, rotunda e completamente falido. Concordo, quanto à necessidade de cortar ainda mais: fundações, institutos, presidência da república, viagens supérfulas (incluindo as de jornalistas para cobrir visitas) gabinetes, etc. Só que não chega...Sem dúvida, porque a dor será excruciante, não há analgésico capaz de a suavizar; brutal, mas verdade. Se a situação tivesse sido encarada há mais tempo, teria sido menos difícil? Sem dúvida. Algumas observações são pertinentes, como aquela sobre a tolice da abolição da gravata. Agora, por favor, não escamoteiem a realidade...Teriam ficado contagiados pela viscosidade do eng. Sócrates? Aí sim à indignação!...contra esses governos anteriores é que os "indignados" deveriam estar a clamar!
A crise financeira nacional é, ao mesmo tempo, simples e muito complicada. A frase é contraditória, porque o diagnóstico é fácil: estruturalmente Portugal não tem dinheiro e nenhuma instituição privada ou governamental isolada, sem cobertura, estaria disponível para continuar a emprestar; porém, são muito complexos os métodos, remédios ou terapêuticas, para encarar a situação e encontrar um caminho para a solucionar. Como o governo foi obrigado a recorrer ao apoio internacional para que o País não caísse em queda livre no abismo da insolvência, o conhecido trio das instituições internacionais impôs um programa, cuja preocupação mais evidente é reduzir drasticamente a despesa. Qualquer uma. E dentro do prazo de dois anos. Assim, constitui discussão extemporânea, neste momento, estar a discorrer os caminhos para a redução, pois é evidente diminuir a despesa do estado implica cortes de vencimentos e, devido às suas obrigações de soberania e sociais, aumento dos impostos. Foi, basicamente, esse plano o que o Primeiro-Ministro anunciou. No entanto, poderá ser sempre discutível se deveria ser mais ali e menos acolá. Inegável é a constatação que o Governo actual tem uma tarefa hercúlea pela frente.      

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