Depois de mais uma oratória presidencial repetitiva, sublinhando que o País vai mal e precisa de mudar de hábitos, demonstra-se, inapelavelmente, que o centenário regime republicano continua como começou: péssimo. Interessante constatar que um dos principais actores do pós-25 de Abril, o actual presidente, que foi chefe de governo durante dez anos, esqueceu-se de fazer o seu "acto de contrição" político e dizer em voz alta e bom som "mea culpa". Também indubitavelmente evidente é que a "república portuguesa" mostra uma notória incapacidade para cuidar de maneira correcta e eficiente da "res publica" dos Portugueses. Só enquanto houve ditadura, o actual regime republicano conseguiu governar Portugal com alguma estabilidade, à custa de vergonhosa repressão política e sufocando cultura e mentalidades. A democracia dos últimos 37 anos, sem dúvida, trouxe progresso material, arejando, ao mesmo tempo, mentes e hábitos; porém, esgotou-se num paradigma europeu, ele próprio desgastado, que olha para os governos portugueses como fantasiosos incapazes sequer para equilibrar orçamentos...Portanto, no 5 de Outubro prefiro celebrar o sucesso da Conferência de Zamora de 1143, onde, inequivocamente, o nome de Portugal se afirmou. A recordação dessa data e os mais de 868 anos de História dão algum sentido à inexorável necessidade da austeridade socio-económica para se alcançar a recuperação financeira do País...ao contrário de monótonos discursos de presidentes.
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