segunda-feira, 5 de março de 2012

Continuidade sinónimo de estabilidade...( sobre a vitória de Vladimir Putin nas eleições presidenciais russas)

Será a continuidade sinónimo de estabilidade na Rússia? Naquelas terras percorridas por ventos glaciares não é fácil prever. Podem às vezes congelar, mas o espírito russo, onde se misturam as tenacidades eslava, nórdica e tártara, não deve ser menosprezado. A Alemanha nazi descobriu tarde essa realidade e os russos só pararam em Berlim. Hoje, entendem-se bem. Longe vão os tempos do hipócrita pacto Molotov-Ribentrop. Depois, à população russa interessa-lhe copiar o estilo de vida ocidental, na melhor tradição de Pedro I e Catarina II, cognominados "grandes". Não pretende hostilizar a Europa Ocidental. Esta está, nos tempos que correm, mais preocupada em evitar a falência. Os EUA disfarçam, até porque as agências financeiras são americanas, contudo estão também corroídos por problemas financeiros: à semelhança do velho e sempre encantador ocidente europeu gastam muito e poupam pouco (caso para perguntar, onde está a ética protestante de Max Weber?). Agora, reconheça-se que Vladimir Putin soube misturar os ingredientes: na melhor tradição russa/bolchevista manipula os preceitos constitucionais para se eternizar no poder, juntando a essa sua habilidade os conhecimentos adquiridos durante a sua estadia como funcionário do KGB na então RDA, a qual muito mais próxima do mundo capitalista lhe terá revelado a importância da sociedade de consumo. Resultou um bom neto do seu avô, o qual foi cozinheiro do casal Lenine e de outros dirigentes comunistas. Pareceram sempre bem alimentados.Vladimir Putin dedica-se, com igual sucesso, à culinária política, fortalecendo a dieta popular graças às receitas das vendas de petróleo e gaz natural. Os cozinhados têm-lhe trazido vitórias...até quando?
Bem e na presente conjuntura, não parecem muito prováveis críticas oficiais contundentes ao processo de eleição presidencial do actual czar de todas as rússias por parte de Washington, Londres ou Berlim. Prevalecerá a máxima pragmática, "já que não consegues livrar-te dele, o melhor é continuar a negociar com ele...".

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