quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O Apocalipse e o dr. Nicolau Santos (a propósito de comentários daquele director do semanário "expresso" sobre a situação provocada pelo anúncio de um referendo na Grécia relativo ao plano de resgate financeiro proposto pela UE).

Talvez por estar tão, compreensivelmente, enervado, o dr. Nicolau Santos nem sequer usou a sua imagem de marca, o "papillon"- o vulgar lacinho, que a minha mãe gostava de me pôr, quando era pequenino. Ao contrário, apresentou-se de negro e solene, tipo anarco-sindicalista, profetizando o fim do mundo, como nós o conhecemos. Assim, a alternativa ao EURO é anarquia ou guerra?! E eu que o julgava um pacato jornalista. Essa visão apocalíptica resultará, certamente, de mais uma consulta aos astros...?!De que hemisfério? De facto a situação é séria; e, concordo, prende-se muito com a falta de líderes. Porém, a questão não é "europeia"; antes nacional. Foram e continuam a ser as lideranças nacionais a falhar, incapazes de dizer, no presente, a verdade aos seus cidadãos e, no passado, competiram para melhor aldrabar/ultrapassar o tecto orçamental dos 3% face ao PIB. A Grécia merece ajuda. Contudo, o apoio não pode ser incondicional e, evidentemente, o referendo peca por muito tardio. Aliás, um transeunte grego dizia isso a uma televisão. Atenas perdeu o sangue-frio. No entanto, como reconheceu, cinicamente, o sr. Sarkozy as consultas democráticas são legítimas. Pior é que bancos alemães e franceses (para não falar em portugueses) arriscam-se a perder tudo o que enterraram no olímpico despesismo helénico. Agora, o sr. Papandreou joga tudo naquele plebiscito, incluindo o futuro político e a sua vida no país dos seus antepassados. Deu-lhe uma de Péricles, do género pedragulho no patanal da UE.

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