domingo, 13 de novembro de 2011

E o rídiculo...( a propósito de uma manifestação de militares na Baixa de Lisboa para protestar contra os cortes de ordenados semelhantes às de todos os empregados do Estado).

A História Militar Portuguesa é gloriosa. Esse passado foi construído ao longo de séculos por homens de coragem e enorme capacidade de sacrifício. Agora, desde 1974/75, que os militares não se deixavam manipular por centrais sindicais e pelo PCP, como está a acontecer. Nesses idos anos setenta, poderia haver a desculpa do serviço militar obrigatório, da fragilidade das instituições ou mesma a sua ausência,de ilusões antigas reprimidas durante dezenas de anos e ideias novas mal assimiladas. Hoje em dia, nenhuma dessas variáveis existe a não ser na cabeça de uns velhos exaltados, cuja nostalgia pela confusão e a necessidade quase mórbida de televisões e jornais de os fazer ressuscitar, dá a sensação de alguma importância sobre uma manifestação inconsequente. Os actos corajosos, a temeridade, o amor à Pátria podem acontecer de novo, porque os homens são capazes de enorme generosidade, em qualquer época. Todavia, a História nunca se repete. Exactamente como os trabalhadores das companhias de transportes, que as greves só contribuem para depauperar mais as respectivas empresas, as manifestações de militares têm apenas como resultado o seu próprio desprestígio. Ridículo. Lamentável. Os militares portugueses, no quadro geral da sociedade portuguesa da actualidade, continuam a constituir uma minoria privilegiada. Já o foram mais, é verdade. Simplesmente, não há dinheiro. A obrigação patriótica é viver com essa realidade, se é que o patriotismo tem ainda valor.

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