terça-feira, 1 de novembro de 2011

Novo método...(a propósito do anúncio da realização de um referendo na Grécia sobre o plano para o pagamento da respectiva dívida internacional acordado em Bruxelas e onde foi perdoado cerca de metade do seu montante global)

Agora não se paga, referenda-se. Quem tem dívidas já sabe, faz como os gregos, organiza um referendo em casa para saber se a família concorda com a imprescindível austeridade face aos ávidos credores. Se o resultado for "não", paga-se nada. É a perspectiva do anunciado acto de referendar um acordo internacional alcançado no final de uma madrugada na cinzenta e burocrática Bruxelas. A Sra. Merkel deve-se ter engasgado ao pequeno-almoço e o Sr. Sarkozy atrapalhou-se a mudar a fralda da sua pimpolha franco-italiana. E o contribuinte alemão já está neste momento com vontade zurzir em gregos, chamando nomes à sua Chanceler. A China(onde se foi pedir dinheiro), confusa, consulta Confúcio, pois nem Marx ou Mao explicam esta arte de bem referendar...no fundo só o ateniense Péricles poderia esclarecer e esse viveu no século IV A.C. O próximo encontro do chamado G7 será uma óptima ocasião para Berlim mostrar capacidade de liderança europeia e fazer um desenho para americanos entenderem os tortuosos e helénicos caminhos da UE para saldar dívidas. Só palavras não devem chegar. Entretanto, o FMI estará já a meditar se não deverá impor como condição prévia um "não" à possibilidade de referendos, antes de conceder empréstimos. O anúncio plebiscitário do greco-americano Papandreou instalou a confusão. Não há filósofo socrático capaz de explicar. Talvez só mesmo o velho dramaturgo Aristófanes possa descrever a situação através de uma comédia.Terá a Grécia aberto a porta para sair do EURO?! Que grande corrente de ar, pois já haviam janelas abertas...

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