domingo, 25 de setembro de 2011

Cuidado...(a propósito da afirmações do dr. António Borges -FMI/Europa- acerca da possibilidade de investimentos em Portugal dos chamados países BRICS).

Esta ideia de países como Brasil, Rússia, Índia, China ou África do Sul investirem em Portugal não é nova. Por exemplo, recentemente Angola (um potencial "BRIC") através do seu grupo empresarial BIC comprou o BPN- a bom preço, segundo analistas. Pela coincidência no tempo, pode-se deduzir, que a aparente flexibilização no processamento e emissão de vistos angolanos a cidadãos portugueses investindo ou trabalhando em território angolano aconteceu em consequência do êxito daquela transação. Como há muito tempo não se ouvia queixas ou pressões angolanas relativas ao mesmo assunto contra as autoridades portuguesas (antes assunto recorrente em jornais e reportagens televisivas), presume-se que os serviços responsáveis em Lisboa conseguiram contentar os homólogos em Luanda. Daí, parece resultar a seguinte evidência: ao contrário de negócios com empresas dos parceiros tradicionais, o aprofundamento das relações económicas com aqueles países, chamados agora de "emergentes", talvez impliquem também fórmulas de concessão política ou jurídica, até porque muitos dos seus principais grupos económicos estão ainda muito ligados aos aparelhos de estado;  e, variadas vezes, a promiscuidade com interesses menos legítimos não é mera especulação jornalística. Neste âmbito seria curioso analisar os interesses da família Khadafi em Itália e Malta (e, certamente, não só) e o posicionamento desses países da UE face à Líbia...Portanto, prudência, nada de excessivos entusiasmos com eventuais investimentos de paragens exóticas...

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