sábado, 30 de julho de 2011

União...mas não tanto...(a propósito de um artigo de Henrique Cardoso "Os povos europeus querem uns Estados Unidos da Europa?", publicado no semanário "Expresso".)

Muita gente parece aspirar à "federação europeia", segundo o modelo americano. A CEE/UE, após o desaparecimento da União Soviética, deixou de ter inimigo directo; as treze colónias, constituintes dos Estados Unidos em 1776, tinham o adversário comum, a Inglaterra, no interior das fronteiras, disposto a utilizar todos os meios para conservá-las. Portanto, tempos e origens díspares...A Alemanha, nos finais da centúria passada com a "construção europeia", baseada no "medo comum"soviético, alcançou, no contexto europeu,o que a Prússia visou em território alemão (partindo das terras da família Hoenzollern) no século XIX com a Zollverein. Adenauer, Brandt, Schmidt, Khol e Merkel realizaram, de forma gradual e pacífica, o sonho de Bismarck de indiscutível supremacia alemã no ocidente da Eurásia, que a sanguinária paranóia de Hitler intentou de maneira catastrófica. A globalização e respectiva competitividade favorecem os mais poderosos e capazes. Assim, na UE a ascendência alemã é, no presente, inevitável (a sede do BCE em Frankfurt não é por acaso). Assim, é estulto pensar, que a capital da possível Europa federada não seria, de facto, Berlim, como já transparece. Com enormes dívidas por pagar, compreende-se o apelo a"federação/eurobonds, etc". Estes artifícios, tornariam, parece, a dívida menos pesada. Pagariam todos "europeus". Talvez. Porém, será preferível não receber 13º e 14ºmeses ou, simbolicamente, sentir que Lisboa não é capital?Eventuais ilusões, certo?! Agora, sardinha assada é muito melhor que sauerkraut com salsicha, tenho a certeza.

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