sexta-feira, 17 de junho de 2011

Interessante II (continuidade do mesmo assunto do comentário anterior sobre uma notícia publicada no Expresso, em 15/06/2011).

Alguém disse que a religião é o ópio do povo. Marx ou Engels? Nenhum dos dois...? Pouco importa. Porém, é curioso verificar que a alienação através da religião atinge quer os crentes quer os não crentes. Para os primeiros constitui justificação transcendental ou dogmática de uma realidade mal compreendida ou apenas um acto de fé profundo e pessoal; para os segundos, a razão maléfica da ignorância insidiosa dos indivíduos, do não progresso das sociedades e a eternização do domínio de castas. O fenómeno religioso, têve, tem e terá sempre relevância e a sua expressão representa um conjunto complexo de motivações pessoais e sociais. Antes da religião existiam os homens e, já agora, para não ofender susceptibilidades,diga-se também as mulheres- graças a Deus!! E a humanidade organizou-se em sociedades. Estas, por múltiplos motivos, criaram a religiosidade organizada. A má condição das mulheres naquele grupo de países, tão diverso, deve pouco, genericamente, a práticas religiosas. Passe a redundância simplista, cada sociedade tem os costumes religiosos que merece, melhor, que é capaz de criar com base nas condições materiais e espirituais, que tem à sua disposição em cada momento da sua história. Aos nossos olhos ocidentais pedantes parece bem procurar explicar a violência contra as mulheres através de justificações transcendentais...na maior parte das vezes ela resulta da frustração, miséria e ganância. Lá como cá. A metafísica é posterior, assim como as generalizações fáceis.

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