segunda-feira, 4 de abril de 2011

Síria...

Se na Síria a implantação da democracia ocorresse, poder-se-ia falar, então, num "renascimento" geral árabe. É o significado de "Baas" o partido laico, que governa em Damasco e já deteve o poder em Bagdad. Nunca houve colaboração profícua, entre o sírio alouita (ramo xiita) Hafez al Hassad e o iraquiano sunita Saddam Hussein. O primeiro desprezava e temia o segundo. Nem o ódio a Israel foi capaz de os unir efectivamente. País vasto de pouca população e parcos recursos, a Síria, a antiga terra dos Arameus, é palco de mais um movimento pró-democracia. O regime procura conservar o poder, reprimindo a população; ao mesmo tempo, para estrangeiro ver e, talvez, para dividir a classe média, esboçou gestos de abertura. O actual presidente sabe: democracia corresponderá à perda do poder por parte da minoria alouita, que o sustenta. Cristãos e sunitas jovens e outros estão cansados de um regime retrógado e corrupto. A Síria devido à sua situação geo-estratégica sempre foi território charneira naquela região do mundo. Sabiam-no os antigos egípcios, romanos e o Império dos Omíadas. Sem petróleo e sem apoio de aviações ocidentais, não será fácil para os manifestantes triunfarem. Parece que as forças armadas ainda não intervieram e, portanto, não se desgastaram. Só as polícias. Será que a persistência dos sírios será capaz de igualar a dos egípcios? No Egipto o regime era mais benigno.O partido "Baas" atraiçoou, há muito, os seus princípios e, como no Iraque, transformou-se numa enorme máquina repressiva.

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