segunda-feira, 25 de abril de 2011

Os discursos. (a propósitos dos discursos dos ex-Presidentes e do actual Presidente da República por ocasião das cerimónias do 37º Aniversário do 25 de Abril de 1974).

Os três ex-presidentes e o actual falaram bem. Condignadamente. Consensuais nas mensagens. Contudo, no palanque,esqueceram que, sem excepção, já tiveram responsabilidades governamentais: o General Ramalho Eanes, principalmente, na estabilização político-social pós-25 de Abril,contribuindo para o regresso dos militares aos quartéis e, depois, numa aventura partidária confusa e de triste memória; o Dr. Mário Soares, sobretudo, na implantação do regime e na adesão à CEE; o Dr. Jorge Sampaio como líder da oposição, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa e aquele que mais contribuiu para o Eng. Sócrates chegar a PM; e o Dr.Cavaco Silva como o político, que mais tempo foi Chefe de Governo e, portanto, decisivo na entrada no EURO e em todas as outras políticas inerentes à adesão à CEE/UE.Nenhum é inocente, nem(reconheça-se) declararam inocência.Todavia, têm evidentes responsabilidades, face à actual situação económico-financeira do País, sobretudo porque deveriam ter falado muito mais cedo.Tinham essa obrigação política e moral. Talvez, se tivessem sido assertivos e claros, o Eng. Sócrates já não fosse PM. Antes, adoptaram uma atitude contemplativa ou majestática. Pois é, a República dá direito à ausência. A Monarquia não. O Rei é sempre o Chefe de Estado. Além destes factos, gosto pouco da unanimidade. Foram "ideias unânimes", que nos fizeram aceitar, preguiçosamente, quase tudo o que provinha da burocrática Bruxelas. E aí os Portugueses contam pouco. Ficámos, agora, à mercê de Berlim/Frankfurt/Washington. Não de Belém ou S. Bento.

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