quarta-feira, 18 de maio de 2011

A Justiça é cega...(a propósito dos comentários de Sousa Tavares na SIC sobre a forma como Strauss-Khan, Presidente do FMI, foi detido em Nova-Iorque acusado de vários crimes de natureza sexual).

O Dr. Miguel Sousa Tavares errou. Primeiro, o processo penal americano nada tem de "far-west" e o caso Strauss-Khan passa-se no "far-east". Nova-Iorque é das cidades americanas, onde as tradições europeias estão mais presentes. Porém, quem lá manda são americanos e não europeus. Segundo, a Justiça para ser eficaz, numa área urbana com população superior a Portugal inteiro e num país com mais de 300 milhões de habitantes, tem de ser, logo, preventiva e impor respeito. A forma mais eficiente de o conseguir é o tratamento igual para todos os suspeitos. É rude e impiedoso algemar alguém que vai preso, mas aplica-se sempre, num primeiro momento, nos Estados Unidos, seja aos multimilionários do caso Enron, Madox, Martha Stewart ou àqueles, que não têm qualquer projecção social. Toda a população fica a saber o risco que corre. A Justiça é cega, desde o primeiro momento. Fere as sensibilidades de Sousas Tavares,paciência. Último, se o Sr. Strauss-Khan pretendesse evitar o enxovalho não teria ido para o avião, como nada se tivesse passado e a Juíza, presumo, quis actuar de forma exemplar, não favorecendo, desde a primeira audiência, uma figura pública. Estava no seu direito. Talvez o Presidente do FMI esteja inocente e a mulher a mentir; até porque, a vítima de 32 anos, deverá ser muito fraca para não ter conseguido fugir ou resistir e efectuado os actos sexuais mencionados nas notícias, obrigada por um homem com mais de sessenta anos. Em qualquer caso o crime é grave e levado muito a sério no "east".

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