sexta-feira, 4 de março de 2011

Aquele abraço (sobre a escolha de Portugal para presidir ao Comité de Sanções da Líbia do Conselho de Segurança das Nações Unidas).

Aquele abraço entre o Eng. Sócrates e o Coronel Khadafi, cerca da meia-noite, algures no deserto da Líbia parece que foi há tanto tempo! Porém, não foi. Talvez a presidência do Comité traga alguma  visibilidade à diplomacia portuguesa nas Nações Unidas. Pouco mais. Contudo, nada acrescenta à tão propangueada "diplomacia económica" do Governo. Deixa também transparecer, que há muito pouca capacidade de previsão e prudência dos responsáveis políticos portugueses e europeus. Transparece o rídiculo de uma ópera bufa na forma como competiram entre si para cair nas boas graças de um ditador tonto e sanguinário rodeado de dromedários e odaliscas. Antigamente, eram diplomatas ou militares a assumir esse papel. Os Estados da Europa, nomeadamente Portugal, tinham dignidade. Hoje, os PM europeus estão dispostos a visitar qualquer crápula, que possa fornecer a promessa de um contrato a alguma companhia nacional. Os dirigentes da UE vendem-se barato. São preguiçosos e untuosos. Por exemplo, prefiram Khadafi e o filho, acusado de mal-tratos sobre os seus próprios empregados numa cidade Suiça, do que apoiar as autoridades deste país. Talvez o ainda Embaixador de Portugal em Tripoli possa ser destacado para coordenar os trabalhos do tal Comité de Sanções. Ele disse aos meios de informação ser impossível acontecer na Líbia algo semelhante ao que se passara na Tunísia e no Egipto. Esperteza notável. Coitado. Mas aquele sentido abraço, Eng. Sócrates, não o faz sentir, agora, como Judas...?

1 comentário:

  1. Triste. Por outro lado, tambem e bom que os militares e seus representantes ja nao tenham a antiga influencia na diplomacia. Depois da ultima fuga wikileak e da resposta do excelso especialista, General Loureiro dos Santos, parece que nem por essa via Portugal e a Europa conseguirao readquirir o velho prestigio.

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