quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Lataquia. (a propósito da repressão exercida pelas forças armadas sírias sobre a população daquela cidade).

O regime sírio alicerça-se na minoria "islâmica" alauita/shiita. Hoje em dia, Lataquia é a única cidade importante, onde essa comunidade é maioritária. Portanto, para melhor se comprender o que se passa na Síria, seria interessante saber-se se tropas sírias, (segundo se diz) maioritariamente constituídas por aquela minoria, estão a bombardear apenas os campos de refugiados de palestinianos e bairros habitados por sunitas e cristãos- os primeiros são claramente maioritários em quase todo o restante território sírio. As poucas e desfocadas imagens transmitidas são preocupantes, devido à presença maciça de tropas em zonas habitacionais. O regime Assad não hesita mesmo em perturbar o normal tráfico do principal porto do seu país no intuito de reprimir qualquer dissidência. Há indícios, que se está perante genocídio sistemático e friamente perpetado pelas forças armadas sírias...até quando? E a generalidade da chamada comunidade internacional assiste com tímidas condenações. A vizinha Turquia, preocupada com a sua província de Hatay, o problema curdo e com ambição de afirmação regional, constitui o único estado a ter uma atitude pró-activa. Não chega. Como a cidade de Hamas dos amorreus, a velha e próspera helénica Laodiceia (actual Lataquia) do tempo dos Seleucidas e, antes, dos hititas, merece melhor sorte. Perspectiva-se na Síria, com ou sem Assad, um sanguinário e, talvez, longo conflito étnico, semelhante ao libanês ou ao iraquiano. Serão as tribos alauitas a perder; o seu futuro poderá ser semelhante ao seu passado sob o jugo otomano.

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