sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Política Cultural!? (a propósito do projecto anulado do Museu da Indústria no Porto)

Ao longo dos anos, ressalta destas discussões sobre Património ou actividades artísticas o aparecimento de novas medidas. Não sei quantas políticas e projectos culturais inacabados já houve em Portugal. O dinheiro para a Cultura foi sempre inversamente proporcional às metas anunciadas. Todos o reconhecem, a começar pelos respectivos Ministros, como que a desculparem-se da sua ineficácia. O melhor era não haver Ministro (a) da Cultura e deixar os próprios agentes culturais agir. Para atribuir subsídios basta um subsecretário de estado no Ministério da Educação; não necessita de ser na Presidência do Conselho de Ministros. Erradicava-se a ideia que o Governo dispõe de um "Comissário", à boa maneira estalinista, para distribuir benesses. De facto, parte do trabalho poderia ser feito a nível autárquico. Localmente também seria mais fácil para o eleitor/contribuinte ajuizar acerca da forma como o dinheiro público é utilizado em projectos culturais. O Estado dever-se-á, fundamentalmente, ocupar da manutenção e promoção do Património Histórico Nacional. Incluem-se: obras arquitectónicas e museus; conservação e divulgação de obras literárias e musicais. O Governo não tem que se envolver em polémicas artísticas. Deviam-lhe bastar os debates políticos, apesar da sua constante cacofonia e repetido mau recorte literário. Porque é que não se aplica o modelo desportivo com as suas associações/federações e respectivas autonomias? Mas, reconheça-se, políticos e artistas adoram atenção.

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