sábado, 20 de novembro de 2010

O erro do Sr. Rasmussen (a propósito de uma entrevista do Secretário-Geral da NATO).

O erro do Sr. Rasmussen está em falar...em erro. O Secretário-Geral da NATO nunca deveria mencionar a palavra "erro", qualificando uma operação a decorrer. Não é positivo, mesmo que seja só para reconhecer lapsos pontuais de táctica ou, mais profundo, de concepção estratégica. Quando há civis e soldados que morrem, um comandante, mesmo apenas político, não deve confessar-se em público. Não se pode ser, ao mesmo tempo, actor e historiador. Aliás, antes do actual cargo, era PM da Dinamarca. Portanto, já partilhara responsabilidades. Depois, desmoraliza. Finalmente, enfraquece a Aliança, perante a opinião pública ocidental e moraliza inimigos. Recomenda-se prudência nas acções e nas palavras. Finalmente, fazer a guerra no Afeganistão foi uma decisão acertada, até pela sua infeliz inevitabilidade. Todos os conflitos armados foram e serão trágicos e o afegão, actual, não será excepção. Note-se ainda, a História nunca se repete: procura explicar o passado, tornando-o inteligível; condiciona, talvez, o presente pelo seu maior ou menor peso sobre a consciência de protogonistas; porém, nunca será uma base segura para qualquer prognóstico ou para se tentar adivinhar o futuro. A Geografia física pode ser a mesma. Todavia, actores e condicionalismos variam, pois o tempo é factor inexorável. Uma vitória rápida e consensual, como a da I Guerra do Golfo em 1991, será sempre um acontecimento de enorme excepcionalidade na História da Humanidade.

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