domingo, 20 de maio de 2012

G8 + Grécia

Talvez muitos parolos gregos estejam, tontamente, satisfeitos pelo seu país constituir foco de atenção na cimeira dos G8. Porém, deveriam estar envergonhados. A sra. Merkel falou bem, se a Grécia pretende continuar na zona EURO tem que cumprir as suas obrigações. As ideias apregoadas pelo sr. Hollande (a pensar na França) estão a fomentar a ilusão: alguém salvaria, mais uma vez, Atenas, como acontece desde que a Grécia entrou na então CEE e, depois, conseguiu incluir-se, fraudelentamente no EURO (como a Itália - engenharia orçamental/financeira com a cumplicidade interesseira dos parceiros). Falso. Ninguém vai safar os gregos da escolha: cumprir ou sair da moeda única. Ajeitou-se, contudo, o tema ao sr. Obama. Paternal, o actual presidente dos EUA, aproveitou para dizer umas banalidades sobre crescimento e emprego ao som do "frére jacques" do sr. Hollande. Convém-lhe a cantiga em ano de eleições. Dar conselhos sentimentais aos avós europeus da nação americana cai bem e projecta a imagem de "homem de estado". Eleva o ego nacional americano. Até o sr. Cameron, de maneira indirecta, espetara, dias antes, umas farpas aos alemães a propósito dos problemas gregos ao pretender mostrar-se solidário, quando o Reino Unido não faz parte do EURO. As economias americana e britânica estão muito mal e a alemã, ao contrário, bem. Importa estar-se atento. Todavia, aquela não é "guerra" portuguesa. Portugal não é a Grécia, nem a França. Deverá continuar no mesmo rumo de austeridade para evitar dramas maiores. Fora do EURO a tragicomédia grega passará a simples tragédia, à maneira da "Antígona" de Sófocles e,  se no final, ninguém sai vencedor, serão os gregos os maiores perdedores.
Crescimento, emprego e, com se diz agora, "desenvolvimento sustentado", só poderão ser alcançados com uma carga fiscal bastante menor. Esta, actualmente, sufoca pessoas e famílias e a economia portuguesa no seu conjunto, desmotivando o investimento estrangeiro e sufocando as tão propaladas pequenas e médias empresas. Reconheça-se, no entanto, não será possível diminuir impostos nos tempos mais próximos, pois existe a obrigação de baixar o endividamento geral nacional. E regular o pagamento da dívida constitui, sem qualquer dúvida, a principal prioridade nestes tempos árduos.

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