sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Um ano...uma revisão... (sobre o anúncio da criação futura de um fundo financeiro para apoio a países da UE).

O Tratado de Lisboa (cozinhado em Berlim/Bruxelas e servido em Lisboa-o Mosteiro de Jerónimos não merecia tal evento) com cerca de um ano vai sofrer a primeira revisão em 2013. Alguns dos actuais chefes de Governo já não vão ficar na fotografia, a começar pelo português. O que é preciso "é aliviar a malta" e a Sra. Merkel foi generosa. A sua eventual falta de solidariedade poderia sair mais cara à Alemanha. Se as autoridades alemãs querem mandar na Europa Ocidental têm que mostrar-se um pouco complacentes com algum despesismo abusivo dos parceiros. Situações como a grega são de evitar. Os políticos europeus culpariam os seus homólogos alemães pela abrupta descida do nível de vida e aumento da instabilidade nos seus países, aprofundando divisões. Os europeus a leste, sempre desconfiados das intenções alemãs, talvez não se importassem da perda de influência e prestígio das autoridades de Berlim a ocidente. Agora, os chamados "mercados" não se vão acalmar; haver meios financeiros para gastar aguça-lhes o apetite. A possível acalmia só virá, quando o dinheiro voltar a ser mais caro, a poupança mais rentável e a certeza que fundos, bancos e outros investidores e especuladores vão começar a recuperar das enormes perdas, consequência de mais de uma década a desbaratar recursos de forma sôfrega em "produtos tóxicos", sobretudo no imobiliário. Pois é, o Ocidente está intoxicado. De repente, o conforto parece incerto. E a prosperidade paga-se. Os amendoados olhos poluídos em Beijing contemplam...a situação.

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