terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Surpresa?Não...(a propósito da notícia que a França excluiu o ensino do Português em escolas de élite)

A Língua Portuguesa é das mais importantes no Mundo. Globalmente, mais relevante que a francesa, a alemã ou a italiana. A decisão demonstra, pelo menos, quatro vectores: a administração francesa é ignorante ou estúpida; a comunidade portuguesa em França pouco ou nada conta, até porque a maioria preferiu, naturalmente,que os filhos fossem franceses, factor de sucesso na integração dos portugueses; evidencia, mais uma vez, a ausência de uma política oficial consistente de promoção do Português- nunca se soube conciliar o seu ensino junto dos emigrantes com a promoção, efectiva, junto das élites; e se a pretensão é projectar a Língua de Camões e Pessoa tem que se gastar muito dinheiro- não são os Governos estrangeiros, que vão pagar para ser ensinado o idioma de um país, cujo Ministro das Finanças viaja para pedir ao Governo chinês para comprar obrigações portuguesas. O francês é uma língua a regredir no mundo, porém ainda prestigiada; o Português está em expansão, contudo não goza do prestígio proporcional ao seu crescimento. São múltiplas e nada lineares as razões para o aparente paradoxo. Neste contexto, talvez seja oportuno reflectir: ter leis de nacionalidade e eleitoral tão permissivas para netos e bisnetos da emigração portuguesa e gastar recursos em redes consulares na UE para quê? Os emigrantes não necessitam de ser paternalizados. Importa mais que o país de origem goze de situação estável. E seja respeitado. Não é o caso de Portugal na actualidade. Assim, a pouco inteligente opção francesa não é surpresa... antes consequência.

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